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  • há 4 meses
Felipe Moura Brasil analisa as tensões entre Regina Duarte e o núcleo virtual bolsonarista ligado aos filhos de Jair Bolsonaro após demissões e nomeações feitas pela agora secretária da Cultura, que tomou posse nesta quarta-feira (4). O jornalista também exibe e comenta a troca de recados entre a atriz e o presidente da República em plena cerimônia.

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Transcrição
00:00Salve, salve! Eu sou Felipe Moura Brasil e, enquanto preparo meu programa diário ao vivo em O Antagonista,
00:05comento aqui em vídeo mais uma pauta do dia.
00:07Às vésperas de sua posse, Regina Duarte incomodou flanelinhas de militância,
00:12militantes de gabinete e blogueiros de crachá ligados aos filhos de Jair Bolsonaro,
00:17porque demitiu da Secretaria da Cultura seis representantes desse gueto bolsonarista,
00:22incluindo o terraplanista Dante Mantovani, conhecido por dizer que o rock é um ritmo satânico.
00:28Regina Duarte, pelo menos em termos de precaução profissional, está certa,
00:33como confirma a reação dos incomodados na internet subindo a hashtag Fora Regina.
00:39A primeira coisa a se fazer ao assumir um cargo de poder é demitir potenciais conspiradores
00:44que possam se voltar, como faz esse gueto, contra qualquer pessoa que ouse realizar um trabalho independente
00:51em relação a 100% dos interesses deles.
00:54Para demitir, no entanto, é imprescindível ter uma autonomia que chefes ciumentos,
00:59invejosos, inseguros e o controladores não dão aos gestores de cada pasta.
01:05Por isso, na cerimônia de posse, a atriz reforçou que Jair Bolsonaro prometeu a ela
01:09total liberdade para montar sua equipe.
01:12Em tom de brincadeira, Regina mandou seu recado.
01:15Então, o convite que me trouxe até aqui falava em porteira fechada, carta branca,
01:23hum, não vou esquecer não, hein, presidente.
01:26E foi com esses argumentos que eu me estimulei e trouxe para trabalhar comigo uma equipe apaixonada,
01:34experiente, louca, para botar a mão na massa.
01:39Olá, equipe.
01:41Cadê a equipe? Obrigada.
01:42Equipe? Aí, obrigada, equipe.
01:45Obrigada por acreditar, obrigada por estar aqui comigo hoje, agora.
01:51A gente se fala já já e já já começamos a trabalhar.
01:55Entre as mudanças promovidas na Secretaria da Cultura, as que mais turbinaram o incômodo
02:01do gueto virtual foram a do produtor Humberto Braga, presidente da Funarte no governo Temer,
02:06para ser o secretário adjunto, e a nomeação de Marcos Teixeira Campos, atual coordenador
02:11da área de circo da Funarte, como substituto eventual do presidente do órgão.
02:16Braga tem boas relações com a esquerda, ajudou Regina a escolher a equipe e participou
02:21da demissão da pastora Jane.
02:23Teixeira Campos, ligado ao movimento dos artistas do Rio de Janeiro, foi chamado de
02:27ativista ligado ao PSOL.
02:30Para um gueto que aceita na Advocacia Geral da União, um amigo de Dias Toffoli, como
02:35André Mendonça, organizador de livro em homenagem ao ministro indicado ao STF por Lula, e na
02:41Procuradoria Geral da República, um detrator da Lava Jato, como Augusto Aras, que havia
02:46dado até festa em casa para o núcleo duro do PT, com o mensaleiro José Dirceu, Rui Falcão
02:51e outros petistas, para lançar livro de um ex-deputado do partido, a intransigência
02:56diante da convivência de duas figuras da área cultural com esquerdistas só confirma o incômodo
03:02seletivo com as perdas de boquinhas estratégicas dentro de um projeto de transformação da
03:08sociedade por meio do Estado.
03:10Isso sem falar, claro, na passividade diante das sanções de Jair Bolsonaro a três itens
03:15da lei supostamente anticrime defendidos pelo PT, a criação da figura do juiz de garantias
03:21e as restrições à prisão preventiva e a delação premiada.
03:25Na posse, Regina Duarte tentou se distinguir de seus detratores à direita e à esquerda,
03:30declarando o propósito de promover pacificação e diálogo permanente.
03:34Meu propósito aqui é pacificação e diálogo permanente com o setor cultural, com os estados
03:44e municípios, com o parlamento e com os órgãos de controle.
03:49O apoio do Legislativo é indispensável para que se tornem reais os objetivos da tarefa
04:15que vamos iniciar juntos a partir de hoje.
04:19O que está na cartilha é que a cultura é um dos principais pilares do desenvolvimento
04:24social e econômico do país.
04:27Apoiar, incentivar, promover, dar acesso à riqueza cultural de um povo é dever do Estado,
04:37conforme prevê a Constituição Federal.
04:39E é isso que nós todos queremos.
04:41Uma cultura forte consolida a identidade de uma nação.
04:56A cultura é um ativo que gera emprego, renda, inclusão social, impostos, acessibilidade
05:05e educação.
05:08E é nisso que acreditamos.
05:09Jair Bolsonaro classificou a A3 como a pessoa certa para a nova função.
05:14Depois de um ano de governo, nós achamos, eu tenho certeza, uma pessoa certa que pode
05:26valorizar, por exemplo, a lei Rouanet.
05:29Tão mal utilizada no passado.
05:31E na minha cabeça, de um humilde capitão do Exército Brasileiro, estava patente que
05:45essa não era a cultura que realmente devia ser desenvolvida com dinheiro público no Brasil.
05:52O que muitos têm na cabeça é que eu sou uma pessoa que está longe de amar a cultura.
06:01Ao longo das últimas décadas, a cultura representou algo para nós que em muitos momentos não era aquilo que a grande maioria do povo queria, almejava.
06:15Bolsonaro, porém, acenou aos incomodados com as mudanças na Secretaria da Cultura, destacando que não abre mão de seu poder de vetar nomes em qualquer pasta.
06:36Como fez na de Sérgio Moro, quando o ministro da Justiça e Segurança Pública nomeou para um conselho Ilana Zabó, criticada pelas divergências em temas como armas e drogas.
06:45Regina, todos os meus ministros também receberam o seu ministério e porteira fechada.
06:51É o linguajar político, ou seja, tem liberdade para escolher seu time.
06:58Obviamente, em alguns momentos, eu exerço o poder de veto em alguns nomes, já o fiz em todos os ministérios.
07:05Até porque, para proteger a autoridade, que por vezes desconhece algo que chega ao nosso conhecimento.
07:13Isso não é perseguir ninguém, é colocar o ministério, as secretarias, na direção que foi tomada pelo chefe do executivo
07:25e que foi acolhida por ocasião daquele longo tempo de pré-campanha, que o meu durou quatro anos,
07:33porque não tinha recurso, não tinha a imprensa ao nosso lado, muito pelo contrário.
07:39Ao alegar que a autoridade às vezes desconhece algo sobre os indicados que ele pode vetar,
07:44Bolsonaro tentou amenizar o desgaste de ministros e secretários bem-sucedidos em suas carreiras que vieram de fora do gueto.
07:52É por esse fator, aliás, que a fritura de Regina, que vai muito além da crítica pontual e legítima a determinadas escolhas,
07:59não surpreende ninguém.
08:00O Tribunal Virtual da Militância Ressentida não perdoa a insubordinação de figuras independentes e populares
08:08em relação à sua cartilha e a seus apaniguados.
08:11Se Bolsonaro vetará ou não nomes escolhidos pela atriz, ou se dará um voto de confiança até para não arriscar perdê-la,
08:18deixando para cobrar resultados mais adiante dentro das diretrizes estabelecidas,
08:23você acompanhará em O Antagonista.
08:25Mas a presença de Regina no governo, se não servir para outra coisa,
08:29servirá para mostrar até que ponto o presidente se curva a flanelinhas de militância,
08:35militantes de gabinete e blogueiros de crachá.
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