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  • há 3 meses
Felipe Moura Brasil comenta o lulismo de Jair Bolsonaro e sua relação com a farra dos gabinetes da família. Assista.

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00:00Salve, salve! Sejam bem-vindos, leitores e espectadores de O Antagonista.
00:03Eu sou Felipe Moura Brasil e hoje quero conversar com vocês sobre a popularidade do presidente Jair Bolsonaro
00:08e também sobre as novidades em relação ao caso Queiroz.
00:12Primeiro, quero lembrar aqui, como fiz no meu Twitter, me sigam lá,
00:16arroba fmourabrasil, que o Jair Bolsonaro, em 2010, tweetou o seguinte,
00:22o Bolsa Farelo, família, entre parênteses, vai manter esta turma no poder.
00:27Palavras do Jair Bolsonaro em 2010.
00:30Em 2011, ele numa palestra na UF, Universidade Federal Fluminense, no meu Rio de Janeiro,
00:37disse o seguinte, está lá em vídeo essa, o voto do idiota é comprado com Bolsa Família.
00:44E isso era, obviamente, durante os governos do PT que ele estava falando esse tipo de frase,
00:51atacando, portanto, o assistencialismo, em que hoje incorre quando está,
00:56como presidente da República.
00:58O Bolsonaro vai comprando o, aspas, para ele, não são palavras minhas,
01:03voto do idiota, fecho aspas, e tentando unir o auxílio emergencial,
01:10que foi aí distribuído durante essa pandemia do novo coronavírus,
01:14e o que ele chamou, aspas de novo, Bolsa Farelo, entre parênteses, família, fecho aspas,
01:20no programa Renda Brasil, que é o programa no qual ele gostaria de unificar o Bolsa Família
01:26e o auxílio emergencial, se apossando do crédito pelo assistencialismo,
01:31que ainda é atrelado aos governos do PT.
01:35E essa popularidade que vocês viram aqui na minha análise em primeira mão,
01:39quatro meses atrás, ainda em abril, ela de fato foi conquistada com aquelas pessoas
01:44que são pobres e desempregadas, e principalmente no Nordeste.
01:51Foi isso que o Datafolha, que o Bolsonaro sempre atacou, assim como os bolsonaristas,
01:57registrou esse aumento, essa virada na popularidade, em relação, obviamente,
02:03ao desgaste que poderia estar tendo em algum momento.
02:06Então, Jair Bolsonaro está conseguindo engolir esse eleitorado lulista,
02:13e aí a gente traça aqui o cenário mais macro.
02:18Esse presidente, ele compra apoio do Centrão, que é aquele bloco parlamentar
02:22constituído por investigados, réus e condenados, pelo menos um quarto desse bloco,
02:28com a distribuição de cargos no seio do Estado brasileiro.
02:32Quer dizer, as boquinhas, as mamatas estatais que esse pessoal adora,
02:37e que evidentemente são um empecilho para um programa de desestatização,
02:43que era justamente o nome da secretaria ocupada pelo Salim Matar,
02:46que deixou o governo insatisfeito com o ritmo das privatizações.
02:51É claro, você tem uma classe política interessada em ocupar esses espaços
02:55para ter ali os recursos eleitoreiros, que no passado também faziam esquemas
03:02de corrupção por aí, porque a gente sabe que as brechas do Estado inchado
03:06são ideais para a venda de favores e influência de quem está dentro do Estado
03:10para quem está fora, quer dizer, para empresários que querem essas parcerias
03:14com o governo, querem obter grandes contratos públicos,
03:17e aí ganham um imenso dinheiro para a sua empresa, para si,
03:20e dão uma parcela desse dinheiro para os políticos que os ajudaram
03:25a obter aquele contrato, aquele valor.
03:29Então, ele compra esse apoio do Centrão assim,
03:33ele também distribui boquinhas e aumenta o salário, dá emprego
03:37para vários militares, são centenas, na verdade, saiu aquele levantamento
03:41mostrando que são mais de 300 já no governo,
03:44esses militares que não demonstram nenhum repúdio à sujeira bolsonarista,
03:50que nem sequer levantaram, nem comentaram nada a respeito da tentativa
03:55de interferência do Bolsonaro, da tentativa não, da interferência do Bolsonaro
04:00na Polícia Federal, aquela reunião em que ele disse justamente que
04:04não ia esperar foder minha família ou amigo meu, continuaram lá, continuaram no governo,
04:10e o general Ramos ainda disse para a Polícia Federal que o Bolsonaro olhou
04:15para o general Heleno, que é o chefe ali responsável pelo GSI,
04:19na hora em que falou da questão da segurança, porque ele usou essa palavra
04:27e eles usaram a imprecisão vocabular do Bolsonaro para fingir que eles não estavam
04:31falando da Polícia Federal, então o Ramos ainda acrescentou esse detalhe
04:35que ele teria olhado para o chefe do GSI, que é ali o responsável indireto,
04:40obviamente, porque se trata ali de uma questão lá na ponta, como o Bolsonaro diz,
04:45no estado, no Rio de Janeiro, da segurança física familiar, mas não era dessa
04:50que o Bolsonaro estava falando.
04:52E a gente viu o vídeo, eu mostrei aqui na minha análise, que o Bolsonaro não estava
04:55olhando para o general Heleno coisa nenhuma.
04:57Então você tem aí esses militares, aqueles que têm um sentimento maior
05:01de honra, de ética, acabaram saindo do governo, como o general Maynard Rosa
05:06e como o general Santos Cruz, e estão aí fazendo as devidas críticas
05:12nos momentos necessários.
05:15Às vezes dão entrevista, o Maynard Rosa é mais discreto, mas quando saiu,
05:19falou ali que o Bolsonaro estava cercado por um grupo de pessoas ali dos 30 anos,
05:24que é essa ala reacionária da direita, que está mais quietinha agora,
05:28porque o Bolsonaro viu que junto com ela, ele se causa muita confusão e ele preferiu
05:34a aliança do Centrão para evitar qualquer eventual processo de impeachment,
05:39quando viu que os problemas na justiça dele e da família poderiam resultar
05:45em alguma iniciativa desse tipo.
05:48Então ele tem aí o Centrão, tem os militares, tem o que eu chamo já de Centrão
05:52da Comunicação, então você tem também empresários da Comunicação,
05:56assim como outros empresários, na Comunicação é a mesma coisa, você tem aqueles
06:01que gostam de estar próximos do poder, que têm interesses financeiros em obter
06:05verbos de publicidade, por exemplo, e aí você tem emissoras aliadas do governo
06:11que estão lá passando pano para a sujeira bolsonarista, omitindo a sujeira bolsonarista
06:17e esse pessoal também está lá emplacando as narrativas que interessam ao governo
06:25e tem, obviamente, uma capilaridade pelo país, então atingem as pessoas que não fazem
06:29a menor ideia das relações financeiras que existem entre esses veículos de comunicação
06:36e o governo, como existiam durante o governo Lula, e eu também expus isso naquela ocasião.
06:42E agora, além do Centrão, dos militares, dos veículos de comunicação,
06:50ele está também recorrendo a esse assistencialismo que ele tanto combatia
06:56como compra de votos. É claro que você tem a pandemia do novo coronavírus,
07:01o auxílio emergencial necessário, que ele não queria que fosse 600 reais,
07:06o governo, inicialmente, ficou arredio, resistente à ideia de distribuir o auxílio emergencial,
07:13porque, inclusive, desdenhava da pandemia e tinha outros planos para gastança do dinheiro,
07:19depois concedeu em oferecer 200 reais, o Congresso foi quem elevou esse valor para 500 reais
07:26e aí o governo, só para ficar com o crédito de uma maneira, obviamente, forçada,
07:33elevou mais um pouquinho para 600 reais para não deixar que ficasse com o Congresso
07:38esse crédito de ter aumentado o valor. Então, venceu aquela resistência original
07:44em nome dessa possibilidade de aumentar a sua popularidade dessa maneira.
07:50Então, está aí o Bolsonaro de ontem e o Bolsonaro de hoje, que está muito mais parecido
07:55com o bolsonarismo, hoje, muito mais parecido com o lulismo.
08:00Ele já está dizendo que existe, sim, a ideia de furar o teto de gastos,
08:05porque eles estão gostando desse aumento de popularidade com a gastança de recursos públicos,
08:12tanto nessa parte de assistencialismo quanto na parte de obras públicas.
08:16Então, você tem ali pastas como a do Tarsis, Ministério da Infraestrutura,
08:19Estrutura e Desenvolvimento Regional, lá com o Rogério Marim, que se tornou,
08:24dentro do governo, de acordo com o noticiário de bastidor, um arquirribal do Paulo Guedes,
08:28pessoas interessadas em gastar dinheiro com obras.
08:31Agora, já se disse que o governo vai liberar 5 bilhões de reais para essas pastas.
08:36Estava pensando ali em outras maneiras, crédito extraordinário,
08:42prorrogação do estado de calamidade pública para permitir uma flexibilidade
08:48nesses gastos.
08:50Então, quer dizer, toda aquela agenda liberal prometida, defendida retoricamente
08:56durante a campanha eleitoral de 2018 foi para o buraco e isso, obviamente,
09:01foi a razão principal da saída do Salim Matar.
09:05Embora ele saia amigo daquelas pessoas, dê um discurso muito ameno,
09:11ele sai em razão de tudo isso que eu estou explicando,
09:15assim como o Paulo Ebel também, que era o secretário de desburocratização,
09:20cuja reforma administrativa está pronta lá desde 2019,
09:23mas na qual o Bolsonaro sentou em cima porque não queria a antipatia ali
09:28de servidores públicos, porque não queria enfrentar essa pressão,
09:31porque também precisa do apoio desse pessoal.
09:34E ele nunca teve essas ideias liberais, o Bolsonaro passou a defender isso
09:40da boca para fora durante a corrida eleitoral, tem um artigo lá de 2017,
09:45de setembro de 2017, na newsletter do Antagonista, se você já era assinante
09:49naquela época, procure no seu e-mail, está lá,
09:51Dória e Bolsonaro, liberais, praticamente entre aspas, até que ponto,
09:55e eu mostrando justamente os contrastes entre o discurso dos dois
10:00e as suas posições estatizantes naquela ocasião.
10:04Isso é o histórico de votos do Bolsonaro, inclusive votos corporativistas,
10:07defendendo seus redutos eleitorais, enquanto ele estava lá exercendo
10:11os seus sete mandatos de deputado federal em quase 30 anos de Câmara dos Deputados.
10:17Então esse é o cenário nesse momento.
10:20O povo que passa a gostar de receber esse dinheiro,
10:25e portanto do presidente de turno, está lá, elevando essa popularidade,
10:31essa parcela do povo, elevando essa popularidade do Bolsonaro,
10:34é muito menos por aquilo que ele é do que por aquilo que eles de fato estão recebendo.
10:39Quer dizer, qualquer presidente que tem a chave dos cofres públicos,
10:44nos quais estão o dinheiro dos pagadores de impostos,
10:48que realmente trabalham, que suam a camisa,
10:51eles acabam ficando com esse crédito diante de uma parte da população desesperada
10:56em razão dessas condições precárias nas quais elas vivem lamentavelmente no Brasil
11:03e boa parte do nosso trabalho é justamente para que essas pessoas possam viver
11:08em condições melhores e não eternamente dependentes do Estado,
11:12mas para que justamente chegue o progresso lá e elas possam crescer profissionalmente,
11:18ter um emprego, ganhar mais dinheiro, aquelas que podem fazer isso.
11:22Aí sempre lembro as frases do ex-presidente republicano dos Estados Unidos,
11:26o Ronald Reagan, que falava que o melhor programa social é um emprego,
11:29que deve se medir um sucesso de um programa social pela quantidade de pessoas que saem dele,
11:34não pela quantidade de pessoas que entram,
11:36mas o governante quando sente aquele gostinho, aquele prazer
11:40de ver a sua potencialidade eleitoral elevada,
11:44ele acaba incorrendo cada vez mais nisso.
11:47E a questão é, tem dinheiro para ser distribuído por quanto tempo?
11:53Então esse é o cálculo que o bolsonarismo vai ter de fazer
11:57para tentar ver se pelo menos garante a reeleição do Bolsonaro
12:02e aí depois se tenta alguma saída.
12:05Os petistas fizeram esses cálculos aí durante muito tempo,
12:09e no final deu tudo errado, mas durante muito tempo conseguiram ficar no poder.
12:15Foram quatro mandatos do PT, o quarto interrompido pelo impeachment da Dilma,
12:18mas portanto três reeleições, uma com o Lula, que ficou em dois mandatos,
12:23e duas com a Dilma Rousseff.
12:25Então, sem uma oposição política moral,
12:29eu também venho apontando aqui há muito tempo que falta,
12:32o bolsonarismo como o socialismo, na frase famosa da Margaret Thatcher,
12:38dura enquanto dura o dinheiro dos outros.
12:42E isso, obviamente, ou a outra possibilidade é chegar ao camburão.
12:47A outra possibilidade é justamente o avanço das investigações
12:50sobre funcionários fantasmas e rachadinha de desvio de dinheiro público,
12:55é bom deixar claro, nos gabinetes bolsonaristas.
12:59Eu já vou falar aqui mais detalhes a respeito dessa investigação,
13:02mas sobre a qual, inclusive, depois da matéria da Cruzoé,
13:06sobre os cheques depositados pelo Fabrício Queiroz na conta da Michele,
13:09a família Bolsonaro não fala nada, se cala.
13:14E se cala por quê?
13:14Porque sabe que qualquer coisa que fale só vai piorar a situação.
13:17Bolsonaro tinha falado em dezembro de 2018,
13:20que tinha feito um empréstimo, já vou entrar nesse assunto,
13:23para o Queiroz, por isso ele tinha feito o depósito.
13:27É claro que não tem registro nenhum desse empréstimo,
13:30só a declaração verbal do Jair Bolsonaro falou num valor de 40 mil reais,
13:34e os depósitos na conta da Michele se revelaram recentemente
13:38pela matéria da Cruzoé, muito maiores do que esse valor.
13:41No total, tinha depósito não só do Queiroz, mas também da mulher dele,
13:44do Queiroz 72 mil, da mulher do Queiroz,
13:46Márcia Aguiar 17 mil, um total de 89 mil reais,
13:50portanto, mais do que o dobro daquilo que o Bolsonaro havia mencionado.
13:54Ele não fala isso por quê? Porque ele tem o centrão lá para garantí-lo
13:58na governabilidade, nessa palavra que eles usam sempre para justificar
14:02toda a sujeira, todas as negociatas de bastidor.
14:07E ele está tendo esse retorno do eleitorado desesperado,
14:13o eleitorado que precisa de dinheiro para a sua própria subsistência.
14:18Então, o Bolsonaro não quer saber de falar do caso Fabrício Queiroz.
14:21É claro que nos bastidores, a família tem ali a sua atuação, tenta.
14:27É claro que essa investigação não vá para frente, que haja todos os recursos,
14:32que os recursos sejam aceitos nos tribunais superiores.
14:36Nós vimos o João Otávio de Noronha, presidente do STJ,
14:39dar aquela decisão durante o plantão do recesso judiciário
14:44de converter a prisão preventiva do Fabrício Queiroz e da Márcia Aguiar,
14:48a sua esposa em prisão domiciliar.
14:51O Noronha, que é um dos postulantes à vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal,
14:56vão abrir duas durante o mandato de Jair Bolsonaro.
14:58E ele, obviamente, quer lá um Toffoli para chamar de seu,
15:02um Lewandowski para chamar de seu, esses dois que foram colocados pelo Lula
15:05e, coincidentemente, sempre votam de acordo com os interesses petistas.
15:11Então, o Bolsonaro quer alguém também para votar de acordo com os interesses bolsonaristas.
15:16É claro que não vai dizer isso diretamente, vai dizer que é alguém conservador,
15:20alguém de direita, alguém liberal.
15:22Esse papo mole que muita gente cai ainda em relação a toda a família,
15:26em relação ao próprio governo, que não tem quase nada nesse sentido,
15:32praticamente nada.
15:34É um governo que hoje vive o lulismo, a lua de mel com o centrão,
15:38com o assistencialismo em torno.
15:39Então, ele está apostando aí nessas frentes,
15:42mas vai precisar fazer esse cálculo em relação ao dinheiro.
15:46E ele, na sua live dessa semana, já até começou a tentar preparar o terreno
15:52para alguma mudança nesse sentido.
15:54Ele quer, ele gosta, ele está fazendo de tudo nos bastidores
15:57para aumentar esses gastos, deu aval lá para a possibilidade de recriação da CPMF,
16:04que ele tanto atacou, também com vistas a esse financiamento do programa assistencialista.
16:14Portanto, novos impostos que vocês todos, nós todos, podemos pagar,
16:20de acordo com o que for criado, para sustentar o interesse eleitoreiro.
16:25E aí ele ergue a cloroquina na frente do povo, como se ela, se fosse tomada com antecedência,
16:31pudesse ter salvado as 100 mil pessoas que morreram.
16:35Aliás, houve um momento até tragicômico, num desses discursos do Jair Bolsonaro.
16:39Eu apontei lá no Twitter e tem o vídeo, para quem quiser ver lá,
16:42arroba fmurabrasil, o ato falho do Jair Bolsonaro.
16:45Ele disse assim, aspas,
16:47Sabemos que mais de 100 mil pessoas morreram no Brasil,
16:51que caso tivessem sido tratadas lá atrás com esse medicamento,
16:55poderiam essas vidas terem sido evitadas.
16:59Fecho aspas para o Jair Bolsonaro.
17:01Ou seja, ao trocar a palavra morte por vidas,
17:05e dizer que as vidas poderiam ter sido evitadas,
17:08o Bolsonaro acabou dizendo que a cloroquina poderia ter matado todo mundo antes.
17:12Então, a sua dificuldade em se expressar,
17:15apareceu nesse momento e acabou resultando no inverso do que ele queria dizer.
17:20Mas aqui a gente registra que ele queria dizer o inverso,
17:25sem que distorcer as informações,
17:28como muitas vezes a militância faz na internet.
17:33Então, ele usa, até falando na militância,
17:37ele usou a pandemia justamente para alimentar a sede dessa militância
17:42de ter o seu inimigo,
17:44de ter o nós contra eles, lulista, na versão bolsonarista.
17:49Esse nós contra eles, aliás, que já foi apontado para o Hayek lá.
17:53Eu escrevi um artigo no Antagonista,
17:57é o breve história do bolsolavismo,
17:59citando ali uma passagem que vale muito a pena ver.
18:02E essa ânsia de ter um inimigo para combater o tempo todo,
18:09mesmo que a situação seja uma situação que atinge todas as pessoas,
18:14independentemente se são de direita, de esquerda, etc.,
18:17é também retratada pelo Roger Scruton, por exemplo,
18:20o filósofo britânico conservador,
18:24quando ele descreveu os pensadores da nova esquerda.
18:28Realmente, o livro original, onde esse conceito foi desenvolvido,
18:33esse conceito que é totalmente distorcido,
18:35deturpado pela militância bolsonarista,
18:37que chama de nova esquerda qualquer pessoa que seja crítica
18:41ou que não passe pano para a sujeira do bolsonarismo.
18:45Então, ele estava lá descrevendo esse hábito da nova esquerda,
18:48que é comum aos populistas de uma maneira geral,
18:51tanto na esquerda quanto na direita, como eu já disse aí numa entrevista.
18:56Então, a pandemia serviu para essa beligerância,
19:00para essa sede que a turminha ali das redes sociais da internet tem,
19:05de atacar veículos de comunicação, elites, autoridades, cientistas,
19:11organismos internacionais, etc.
19:14A pandemia serviu para esse pessoal ter ali um eles contra o qual lutar.
19:22E aí você coloca também vários ex-jornalistas em atividade,
19:27nos veículos de comunicação desses empresários que têm interesses financeiros
19:32com o governo, em estar próximo do governo,
19:36estar ali numa grande aliança, numa grande relação.
19:38Eles ficam aí trazendo as legitimações pseudo-intelectuais
19:44para essas bravatas do Bolsonaro em relação a questões absolutamente complexas
19:50e fora da alçada intelectual, que dirá científica, dele.
19:56Então, é como se a cloroquina pudesse ter salvado sozinha todo mundo
20:00e a doença, o caso, é muito mais complexo.
20:03E eu nem sou, obviamente, desse pessoal radical, do lado contrário.
20:07Eu escrevi um artigo na Cruzeiro, lá atrás, meses atrás,
20:11falando até em parte algo que o Bolsonaro passou a falar meses depois,
20:16que é justamente o filtro médico como necessário, o uso off-label e tal.
20:22Então, é preciso deixar essa questão para que os médicos resolvam
20:26até que venham os estudos e aí se tirem conclusões a respeito desse tema
20:32que possam traçar aí uma diretriz de acordo com as localidades e com todas as nuances.
20:38O meu artigo se chama Conservação das Vidas.
20:41Vocês podem procurar lá em cruzoe.com.br barra Felipe.
20:45Mas é claro que não dá para tratar assim como uma panaceia.
20:49Isso aí é só um discurso eleitoreiro para justamente colocar o povão contra as elites, etc.
20:57E o Bolsonaro, como aquele sujeito perseguido, aquele cara que trouxe a solução,
21:03mas em razão da falta de empatia dos outros, ele não teve o sucesso em minimizar esses danos,
21:13portanto, tira o corpo fora, como ele fez desde o começo.
21:15E como antagonista, inclusive, foi o primeiro a apontar.
21:18Ele ia colocar tudo no colo dos governadores e dos prefeitos.
21:21Depois, no dia seguinte, isso foi repetido na TV.
21:24Então, o Bolsonaro usou aí esse período também para alimentar as suas falanges,
21:33enquanto fazia todos esses acordões, porque esse pessoal, em termos de espaço no governo,
21:39também perdeu, mas ele não deixa de afagar, porque sabe que a sua base é mais fiel.
21:44Mas ele está preocupado ali com outros.
21:46Agora vamos entrar naquele assunto do qual o Bolsonaro não quer falar,
21:51que é justamente o caso Queiroz, que cada vez chega mais próximo dele,
21:56num país normal, isso realmente já teria resultado em iniciativas políticas.
22:03Mas, como eu estava dizendo, não tem oposição política moral.
22:06Você tem, por um lado, aquela gente que está unida contra o Sérgio Moura,
22:12a Lava Jato, o combate à corrupção,
22:13essa turma que une os bolsonaristas, os petistas, os turcanos, os parlamentares do Centrão,
22:22todo esse pessoal, até os presidentes de casas legislativas.
22:26E você tem, por outro lado, esse oportunismo, essa vassalagem de autoproclamados liberais.
22:31Estou falando aqui da arena política, nem da parte de comunicação,
22:35embora haja também, vocês sabem.
22:37Mas é esse pessoal que fica medindo as suas atitudes
22:41de acordo com a conveniência daquele momento
22:45em termos de popularidade, em termos de desgaste.
22:48Então, se o presidente está com alta popularidade,
22:51é melhor não bater nele, porque senão a pessoa vai perder a popularidade.
22:54Esse é o pensamento do pessoal que monitora as redes sociais
22:58para saber o que dizer e, no máximo, fala uma coisinha ali,
23:01olha, preciso esclarecer e tal, depois toca o barco.
23:05É o pessoal do dia triste, quando sai um Sérgio Moura do governo,
23:08quando sai um Salim Matar, um Paulo Ebel,
23:11justamente em razão de tudo aquilo que a gente vem apontando há meses,
23:15esse pessoal fala dia triste, dura um tweet,
23:18no próximo já está passando pano de novo para sujeira bolsonarista.
23:22Então, por essas duas razões, não existe, basicamente,
23:27pode ter várias outras conexas, mas não existe a oposição política moral,
23:32que se o Bolsonaro também voltar e tiver essa reconciliação com o PSL,
23:37pode faltar ainda mais, porque no PSL ainda restaram algumas pessoas ali
23:42que acabaram expondo e tendo as suas rixas pessoais, muitas vezes,
23:50com a turma da família Bolsonaro.
23:52Vamos ver se essas pessoas vão permanecer críticas ou não.
23:58Pelo que eu tenho visto, o mais firme nessa posição moral contra a sujeira
24:02tem sido o senador Major Olímpio, que aponta ali o esquema do Queiroz Duto
24:07como uma holding familiar, sem tirar o Jair Bolsonaro do quadro,
24:14sem tirar dele a sua parte de responsabilidade,
24:16a sua parte de benefício com tudo isso, que está sendo apontado na investigação
24:23do Ministério Público do Rio de Janeiro.
24:26Porque você tem um monte de gente que quer,
24:29ah, não, isso é problema dos filhos e tal, deixa o homem trabalhar,
24:31que é o papo de petista durante o governo Lula.
24:34É tudo exatamente o mesmo posicionamento.
24:40É claro que aqui você tem diferenças em relação aos casos,
24:44em relação a proporções, etc., mas o posicionamento é o mesmo.
24:48Então você tem aí as pessoas relativizando crimes, que é o mais grave.
24:53Não tem o repúdio imediato àquele crime.
24:56Tem a minimização, a relativização.
24:59E esse pessoal, o pessoal que defende bandeiras do liberalismo econômico.
25:02No meu artigo na Cruzoé, a reforma moral, leiam a respeito disso,
25:07eu trago ali de volta os fundamentos, os pilares morais do liberalismo econômico,
25:13cujo pai é o Adam Smith, que está lá citado no meu artigo,
25:16junto ali também com questões do neotomismo,
25:20o resgate da filosofia do Santo Tomás de Aquino,
25:23da teologia também, por Antônio Ancertilange,
25:25e outros autores que atravessam a história
25:30e a gente precisa trazer de volta
25:32para mostrar como esse momento se enquadra
25:37em tudo aquilo que eles falaram.
25:41E vários dos quais, obviamente,
25:42são incoerentes em relação à sua própria obra.
25:45Mas, voltando aqui ao caso Queiroz,
25:47vamos lá por parte, porque hoje,
25:49sexta-feira, muito assunto aqui durante a semana.
25:53Eu escrevi uma linha do tempo,
25:55linha do tempo,
25:56Bolsonaro, Queiroz e dinheiro vivo.
25:58Procurem um antagonista,
26:00porque essa vai ser a eterna referência aqui para a gente
26:03em relação a esse caso.
26:05Então, tem lá, desde o nascimento do Jair Bolsonaro
26:07e do Fabrício Queiroz,
26:09todas as relações pela data
26:11que foram sendo expostas
26:13pelas investigações,
26:15tanto jornalísticas,
26:16quanto do Ministério Público do Rio de Janeiro.
26:19E agora, as novidades nesse sentido
26:22são, por exemplo, o seguinte.
26:23Em 2015, o Flávio Bolsonaro comprou
26:26do empresário Cristiano Correia Souza e Silva,
26:29aquela franquia da Copenhagen,
26:30loja de chocolate lá no shopping
26:32na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
26:35E essa loja é apontada
26:36como instrumento para lavagem de dinheiro
26:39decorrente do esquema de rachadinha
26:42no seu, então, gabinete da Alerte,
26:43quando ele era deputado estadual.
26:45E o Ministério Público aponta
26:47que o Flávio e a esposa
26:48investiram mais de um milhão de reais
26:50na compra dessa franquia
26:52e que esse valor é incompatível
26:54com os seus rendimentos.
26:55A Fernanda não aparece como dona,
26:57mas 350 mil reais teriam saído,
27:01saíram de acordo com a investigação
27:03da conta dela
27:04para a efetivação desse negócio.
27:07Muito bem.
27:08Aí, mais adiante, em 2016,
27:10a compra foi em 2015,
27:12em 2016, o empresário,
27:14esse que vendeu,
27:14Cristiano Correia Souza e Silva,
27:18percebeu que o Flávio Bolsonaro
27:19vendia produtos abaixo
27:21da tabela da Copenhagen.
27:22Então, ele tinha uma loja ali
27:24daquela franquia,
27:25mas, de acordo com as regras
27:27da própria matriz,
27:30ele não estava de acordo
27:33com essas regras ali,
27:34a sua venda.
27:35Então, ele comunicou,
27:37aquele empresário que vendeu
27:39a loja para o Flávio,
27:40comunicou a matriz,
27:42que constatou que,
27:43apesar dos produtos
27:43com preços menores,
27:45o Flávio Bolsonaro
27:46emitia nota fiscal
27:47com o preço cheio.
27:49Isso é muito importante.
27:51A loja do 01
27:52foi multada pela empresa,
27:53de acordo com ela.
27:55É claro que os investigadores
27:56precisam analisar aí
27:57se a empresa está falando
28:00a história inteira.
28:01E, quando chegou ao conhecimento
28:03do MP,
28:03anos depois,
28:05a operação
28:06reforçou aqui
28:09a tese da lavagem de dinheiro.
28:10Eu estou pegando
28:11o resuminho que a gente fez
28:12pela data,
28:13lá da linha do tempo.
28:14Então, está falando ali
28:15anos depois,
28:16mas eu já estou situando
28:16para vocês aqui
28:17que isso foi em 2016
28:19e que a investigação,
28:21obviamente,
28:21é mais recente
28:22em relação a 2020.
28:24O Alexandre Santini,
28:25o sócio do Flávio,
28:27nessa lojinha,
28:28envia para a mulher,
28:29em 2016,
28:31de Cristiano Corrêa Souza e Silva,
28:33aquele que vendeu,
28:34a imagem de pessoas
28:35sendo enforcadas
28:36e faz ameaças ao casal,
28:38como revelou
28:38o Jornal Nacional
28:40na sua edição
28:40de quinta-feira.
28:42O Cristiano e a esposa
28:43registram a ocorrência policial,
28:45mas com medo
28:46não dão andamento
28:48ao caso.
28:49Vejam só a gravidade disso.
28:51O sócio do Flávio Bolsonaro
28:52ameaçou a pessoa
28:54que denunciou
28:56que o preço
28:56estava abaixo
28:57da tabela
28:58da matriz
28:59da Copenhague.
29:01E por que
29:02essa tensão toda,
29:04por que esse pavor
29:05que gerou
29:07uma ameaça?
29:08É mais um indício
29:09de que aquela loja
29:11estava sendo usada
29:11para lavagem de dinheiro.
29:13Então, se você vende lá
29:13um panetone
29:14de R$80,
29:15que era o caso,
29:15eu acho até que foi o exemplo
29:17na matéria,
29:18e você faz uma nota
29:19de R$100,
29:21R$20
29:21podem ter sido lavados,
29:23R$20 do esquema
29:26de desvio
29:27de dinheiro público.
29:28Então, portanto,
29:28um dinheiro ilícito
29:30que entra ali
29:31para ser lavado.
29:32Então, você recebe R$80
29:34de um cliente
29:36que leva o panetone,
29:38supostamente,
29:39e aí R$20
29:40naquela compra
29:42você completa
29:43com esse dinheiro
29:46do esquema.
29:47E aí a nota
29:48é de R$100,
29:49portanto,
29:49você justifica
29:50que você tenha
29:51aquele dinheiro,
29:53porque é como
29:53se os R$100
29:54estivessem vindo
29:55da compra do panetone.
29:57e isso em grandes proporções
29:59permite,
30:00e em vários produtos,
30:01evidentemente,
30:02pode permitir
30:02uma grande lavagem
30:04de dinheiro ilícito.
30:06Esse é um esquema
30:07de lavagem de dinheiro
30:08clássico.
30:09Até já citei várias vezes
30:11a série Ozark
30:12em que tem um cassino
30:14em determinado momento
30:16que é usado
30:17para lavagem de dinheiro.
30:19Então,
30:20o Flávio, por exemplo,
30:21em um dos depoimentos,
30:22ele falou lá
30:23que a pessoa
30:24quer comprar
30:25com dinheiro vivo
30:26na minha loja
30:27e eu não vou deixar.
30:28Falou uma coisa assim,
30:30porque os investigadores
30:31mostraram que havia
30:32muitas compras
30:33em dinheiro vivo
30:34e numa proporção
30:35diferente
30:36das demais lojas
30:37da região,
30:38numa proporção
30:39diferente
30:39do que se espera
30:40de uma loja
30:40desse segmento.
30:41Então,
30:42ali não tem
30:43uma grande variação
30:43em relação
30:44ao dinheiro vivo
30:45na Páscoa,
30:45no Natal,
30:46por exemplo,
30:47que são épocas
30:47em que se vende
30:48mais chocolate,
30:49inclusive em outros meses
30:50tem mais dinheiro vivo
30:51do que nessas épocas.
30:53tudo o que aponta
30:54justamente
30:55para lavagem de dinheiro.
30:57Então,
30:58o Flávio dá
30:59esse tipo
31:00de alegação
31:01que é justamente
31:03
31:03aquilo que
31:04o lavador de dinheiro,
31:06se for o caso,
31:07mas eu estou falando aqui
31:08em termos gerais,
31:10já tem em mente
31:10para alegar
31:11caso ele seja descoberto.
31:13Então,
31:14por exemplo,
31:14você vai ao jogador
31:15do cassino,
31:16vai lá,
31:16gasta
31:16um dinheiro
31:18no cassino
31:19e aquele dinheiro
31:20portanto entra
31:21na contabilidade
31:23do cassino
31:23como se
31:24um jogador
31:25qualquer,
31:26vocês aí
31:28pudessem ter entrado
31:28lá no cassino
31:29onde isso é legal
31:30e jogado aquele dinheiro.
31:31No entanto,
31:32aquele dinheiro
31:33pode ter sido
31:33jogado ali dentro
31:35do cassino
31:36por cúmplices
31:37do dono do cassino
31:39que está lavando dinheiro.
31:40Então,
31:40o sujeito tem ali
31:41um dinheiro obtido
31:42por venda de drogas,
31:44por exemplo,
31:45uma venda ilícita,
31:47e ele joga ali
31:48no cassino
31:49para lavar
31:50aquele dinheiro.
31:51E aí,
31:52quando vem a polícia
31:53e percebe
31:54que isso está sendo feito,
31:55o sujeito alega,
31:55as pessoas que entraram
31:57aqui no cassino
31:57é para jogar,
31:58não tem nada a ver com isso.
31:59As pessoas que entraram
32:00lá na lojinha de chocolate
32:02para comprar,
32:03não tem nada a ver com isso.
32:04Mas,
32:05tem ali um esquema
32:06que quando você junta
32:08todos os elementos
32:09aponta para lavagem
32:10de dinheiro.
32:11Então,
32:11isso foi o que veio à tona
32:12aí nessa semana,
32:14mas tem várias
32:15outras informações
32:16que também vieram.
32:18a Natália Queiroz,
32:21esse caso é muito importante,
32:23a Natália Queiroz,
32:24ela foi assessora
32:25do Flávio Bolsonaro
32:26na Alerj,
32:27registrada como assessora.
32:30É sempre até difícil
32:30de falar,
32:31porque não dá
32:32para confirmar
32:33que essas pessoas
32:34efetivamente trabalharam.
32:35Ela é suspeita
32:36de ter sido funcionária
32:37fantasma
32:37do gabinete
32:40do Flávio Bolsonaro
32:40na Alerj
32:41e também ter sido
32:42funcionária fantasma
32:44do gabinete
32:45do então deputado federal
32:46Jair Bolsonaro,
32:47para o qual ela foi
32:48depois que deixou
32:50o gabinete do Flávio
32:51na Alerj.
32:52Enquanto ela estava
32:53na Alerj,
32:55ela também foi remunerada
32:56por três academias,
32:57pelo menos pelo seu serviço
32:59de personal trainer.
33:00Então,
33:00ela tinha uma outra atividade,
33:01o que indica ainda
33:02mais que ela
33:04era uma funcionária
33:06fantasma.
33:07E,
33:07enquanto ela estava
33:09no gabinete
33:10do Jair Bolsonaro,
33:11ela também continuou
33:12repassando dinheiro
33:14para o Fabrício Queiroz,
33:15o que ela já fazia
33:16no gabinete do Flávio.
33:18E ela repassava
33:1980% do salário.
33:21Repito,
33:22essa Natália Queiroz
33:24não é uma criança
33:24de 12 anos
33:25que precisa
33:27passar
33:27a maioria,
33:29a maior parte
33:30do salário dela,
33:31ainda mais quando ela
33:31está supostamente
33:32em Brasília
33:33e o pai no Rio,
33:34para que ele,
33:35chefe de família,
33:36administre o dinheiro
33:36da família.
33:38Olha só,
33:38quantos casos
33:39vocês conhecem
33:40de pessoas
33:40que passam
33:4280%
33:43do seu salário
33:44durante anos,
33:45pessoas adultas,
33:46para o pai
33:47administrar,
33:48botar lá
33:49na conta dele.
33:50Então,
33:51é claro que
33:51essas alegações
33:52merecem
33:53um escrutínio,
33:54merecem
33:55toda a investigação
33:56que está sendo feita
33:57em torno
33:58dessas pessoas.
33:59E,
34:00digo mais,
34:01a Natália Queiroz,
34:03ela repassava
34:04o dinheiro
34:04para o Fabrício Queiroz
34:06e o Fabrício Queiroz,
34:07a partir de 2011,
34:09a Natália ainda
34:10estava no gabinete
34:11do Flávio,
34:12mas depois
34:12ela foi para o gabinete
34:14do Jair,
34:14continuou repassando,
34:16a partir de 2011,
34:18o Fabrício Queiroz
34:19começou a depositar
34:20aquela série de cheques
34:21na conta
34:22da Michele Bolsonaro,
34:23esposa do atual
34:24presidente Jair Bolsonaro.
34:27Então,
34:27você tem
34:28a alegada
34:29funcionária
34:30fantasma
34:31repassando dinheiro
34:32para o operador
34:33financeiro,
34:34como está sendo chamado
34:35o Fabrício Queiroz,
34:36operador do esquema,
34:37que deposita dinheiro
34:39na conta
34:39da esposa
34:40do Jair Bolsonaro.
34:43Esse é o ciclo.
34:44E aí,
34:45vocês vejam o seguinte,
34:48em 2011,
34:50foi o ano
34:50em que nasceu
34:51a filha
34:52do Jair Bolsonaro
34:53e da Michele Bolsonaro.
34:56Então,
34:56é preciso que os
34:57investigadores também
34:58levem em consideração
35:01a possibilidade
35:02de que,
35:03naquele momento,
35:03as despesas
35:04do casal
35:05possam ter aumentado,
35:07o que pode ter
35:08motivado
35:09esses depósitos
35:10do Queiroz.
35:12Isso é o que eu percebi
35:13enquanto eu estava
35:15elaborando a linha
35:16do tempo.
35:17Então,
35:18aqueles cheques
35:19começaram a cair
35:21na conta
35:21da Michele
35:22por parte do Queiroz.
35:24Foram 21
35:24cheques
35:26naquele total
35:27que,
35:28somado lá
35:28os cheques
35:29da mulher dele,
35:30deu
35:30R$ 89 mil.
35:32A Natália Queiroz
35:33foi exonerada
35:35ainda
35:36pouco antes
35:39da eleição,
35:40em outubro
35:40de 2018,
35:42na mesma data
35:43praticamente
35:44do Fabrício Queiroz
35:45no gabinete
35:47do Flávio
35:48e a Natália Queiroz
35:49no gabinete
35:49do Jair.
35:50Isso logo depois
35:51do alegado
35:52vazamento
35:53de alguém
35:55da Polícia Federal
35:56do Rio de Janeiro
35:57para assessores
35:59do Flávio Bolsonaro,
36:00que aí o alertou,
36:00de que o Fabrício
36:02Queiroz
36:02e a Natália
36:02seriam alvos
36:03ali do relatório
36:05do COAF
36:05no âmbito
36:06da operação
36:07Furna da Onça.
36:09Isso foi relatado
36:09pelo Paulo Marinho.
36:12Coincidentemente,
36:13depois disso,
36:15dessa exoneração,
36:16a Natália Queiroz
36:17continuou recebendo
36:19vencimentos
36:19da Câmara
36:20por dois meses,
36:21isso é lá
36:22uma questão burocrática,
36:23porém,
36:24não repassou
36:25mais o dinheiro
36:27para o Queiroz.
36:29Portanto,
36:29vocês vejam
36:30que o comportamento
36:31reforça
36:33a alegação
36:35de que houve
36:35ali um vazamento
36:36e de que,
36:37a partir de então,
36:38era preciso tomar
36:39mais cuidado.
36:40Então,
36:40ela deixou,
36:42cessou
36:43os repasses
36:43ao pai
36:44depois
36:45que houve
36:46esse vazamento
36:48que está sendo
36:48investigado,
36:49obviamente.
36:50Muito bem,
36:52outras informações
36:53novas
36:53que surgiram
36:54a respeito
36:54do caso
36:55Queiroz.
36:57O Flávio,
36:58ele,
36:59claro,
36:59fica reclamando
37:00dos investigadores,
37:01fica reclamando
37:02dos vazamentos,
37:03era isso também
37:04que os petistas
37:05faziam,
37:05em vez de se explicar
37:06a respeito dos esquemas,
37:08as explicações
37:09nunca foram convincentes.
37:11E o ministro
37:11Félix Fischer,
37:12essa é a grande
37:14sensação
37:15do fim de semana
37:17nessa pauta judicial,
37:19ele,
37:19que é do STJ,
37:21que se recuperou
37:21lá de um problema
37:22de saúde
37:23que o levou
37:23a ser hospitalizado,
37:25reverteu
37:26a prisão domiciliar
37:27concedida pelo
37:28João Otávio de Noronha
37:29durante o plantão
37:30e mandou
37:31o Fabrício Queiroz
37:32e a Márcia Guiá,
37:33sua esposa,
37:34de volta para a prisão
37:35em regime fechado.
37:36E ele afirmou
37:37na decisão
37:38e essa decisão
37:39vale a pena ler,
37:41os repostos do antagonista
37:42destrincharam
37:43em vários posts,
37:45eu coloquei lá
37:45e fui comentando
37:46no meu Twitter,
37:48vale a pena ler,
37:48como o Diogo Mainardi
37:49disse no Twitter dele,
37:51Félix Fischer
37:51Resgata a Esperança
37:52no Brasil,
37:53porque ele foi apontando
37:55as coisas como elas são
37:55e mostrou lá,
37:58inclusive,
37:59que o Queiroz
37:59não comprovou
38:00ter a saúde debilitada
38:01e que o casal
38:02trabalhou arduamente
38:04para impedir
38:05a produção de provas
38:06e para realizar
38:08a destruição
38:09dessas provas.
38:10Está lá
38:10em todos os detalhes
38:11no site,
38:12vocês podem entrar ali também
38:13pelo meu Twitter.
38:15E há aí
38:16a grande expectativa,
38:17não sei se
38:17quando vocês estiverem
38:18vendo esse vídeo,
38:19já ouve a decisão
38:20do Gilmar Mendes.
38:22O Gilmar Mendes
38:22a gente geralmente
38:23espera o pior,
38:25então é claro que
38:26ele pode a qualquer momento
38:28soltar o Queiroz
38:29ou a massa
38:29ou pode não soltar também,
38:31sempre há uma expectativa
38:33a respeito disso.
38:34A decisão
38:35do juiz Flávio Itabaiana
38:37com base
38:38no pedido
38:39do Ministério Público,
38:40o juiz Flávio Itabaiana
38:41é aquele de primeira instância,
38:43do qual,
38:43evidentemente,
38:44a família Bolsonaro
38:45quer tirar o caso,
38:46ela teve uma base
38:48de acordo com a lei.
38:50E é isso que o Félix Fischer
38:50mostra,
38:52que todos os requisitos
38:54ali da prisão preventiva
38:56foram esmiuçados,
38:58apontados
38:59e provados
39:00nesse pedido
39:02do Ministério Público
39:04acatado pelo juiz
39:05de primeira instância.
39:06Então,
39:07isso torna mais difícil
39:09se revogar,
39:10mas a gente sabe
39:10que decisões políticas
39:11acontecem no país
39:12e existe
39:13essa margem
39:15em relação
39:16à questão
39:17do foro privilegiado.
39:18a ponto
39:19de o Flávio
39:20ter ganho
39:21um foro privilegiado
39:22retroativo
39:23relativo ao mandato
39:24de deputado estadual
39:25que ele não tem mais,
39:26ele é senador
39:26e os ex-assessores dele,
39:29sendo que a Márcia
39:30também é suspeita
39:31lá de ter sido fantasma,
39:32querem um foro
39:33privilegiado retroativo
39:36por tabela.
39:37Não são
39:37políticos
39:39que foram eleitos
39:39pelo povo,
39:41são ali
39:41assessores do gabinete
39:43investigados
39:43por um esquema
39:44de desvio
39:44de dinheiro público.
39:46Quer dizer,
39:46o Brasil chegou
39:47a esse ponto.
39:49Então,
39:49estamos passando
39:50por essa fase,
39:51uma fase
39:51de distopia
39:52moral também.
39:54A boa parte
39:55da elite
39:56tem as suas
39:57responsabilidades
39:58em relação
39:58à falta
40:00de zelo
40:01pela moralidade
40:02pública.
40:03Eu exploro isso
40:04no meu artigo
40:05na Cruzoé
40:06e a gente
40:07vai acompanhar
40:08todos os desdobramentos
40:09desse caso
40:10ao longo
40:11dos próximos dias
40:12e eu conto
40:12com vocês.
40:13lembrando que
40:14em o antagonista.com
40:16barra exclusivo
40:17você vê lá
40:18os combos
40:18de assinatura
40:19de Cruzoé
40:20com todas
40:21as nossas
40:21colunas,
40:22eu,
40:22Sérgio Moro,
40:23Diogo Mainardi,
40:24Mário Sabino
40:24e outros
40:25e também
40:26do Antagonista
40:27Mais
40:27que tem lá
40:28os podcasts
40:28de manhã,
40:30de tarde,
40:30de noite
40:31com aqueles
40:32resumos
40:32a respeito
40:33de casos
40:33e episódios
40:34do dia
40:35para você
40:36ficar sabendo
40:36de tudo
40:37bem informado
40:38enquanto
40:38vê aí
40:40essa massa
40:40de desinformantes
40:42atuando
40:43para os seus
40:44respectivos
40:45grupos políticos.
40:47Um grande abraço
40:48e até a próxima.
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