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Marcelo Odebrecht: A questão das sondas
O Antagonista
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00:00
O senhor pode me descrever o seu envolvimento nessa questão das sondas?
00:04
Essa questão das sondas, na verdade, sempre foi uma questão complicada dentro de casa.
00:11
Nós tínhamos duas empresas, isso nasceu lá em 2009.
00:18
Esse assunto, o projeto de sondas, nasceu o seguinte,
00:20
lá em 2009 não existia ainda nem ideia da gente construir no Brasil.
00:24
Em 2008, 2009, tem até uns e-mails na denúncia do Barusco pedindo nosso apoio
00:30
para defender as teses da Petrobras junto a Dilma.
00:34
Nasceu o seguinte, a Petrobras fez um lançamento de uma licitação
00:39
para afretamento de sondas, que era um negócio da Odebrecht, óleo e gás.
00:46
E na época nós tínhamos interesse, nós íamos comprar as sondas da Coreia e afretar a Petrobras.
00:50
E a ideia era a Petrobras fazer uma licitação de 40 sondas.
00:58
Eu acompanhava isso através do...
00:59
Eu só era presidente do Conselho da Odebrecht e óleo e gás.
01:02
E era um investimento relevante, cada sonda, 600 milhões, era um investimento.
01:05
Aí eu tinha um acompanhamento mais de perto.
01:08
Bom, aí a Dilma ficou chateada quando descobriu.
01:13
Descobriu que, pô, não tem nenhum sentido.
01:15
Quer dizer que a Petrobras vai fazer essa licitação
01:17
e todas as sondas vão ser compradas no exterior, tá?
01:20
E a Petrobras mesmo dizia que aqui no Brasil não tinha capacidade de fazer isso.
01:25
E pedia nosso apoio para ajudar a Dilma a mostrar que não tinha.
01:30
E no final das contas, acabou tendo um compromisso entre a Petrobras e o governo.
01:35
E o governo buscou as outras empresas para dar um certo conforto ao governo
01:40
de que elas sejam capazes, que era o seguinte.
01:42
O governo aceitou, lá em 2008, 2009, deixar 12 sondas serem licitadas
01:49
com o compromisso de que as outras 28 seriam depois licitadas
01:57
para serem construídas no Brasil.
01:59
E aí começa a discussão interna nossa, porque para o Odebrecht e óleo e gás
02:04
era ruim fazer no Brasil, porque essas sondas, quase todas as sondas do mundo
02:10
foram feitas na Coreia.
02:11
Talvez umas poucas foram feitas em Singapur.
02:13
E o Brasil queria inventar e construir sondas aqui no Brasil.
02:17
Inclusive com conteúdo nacional absurdo, que era uma briga que eu tinha,
02:20
porque, para você ter ideia, a sonda feita na Coreia,
02:25
que construiu quase todas as sondas do mundo,
02:27
35%, a informação que eu tive é que 35% do conteúdo é coreano.
02:34
E o Brasil queria produzir uma sonda com 60% de conteúdo brasileiro.
02:37
Quer dizer, foi de maluco.
02:39
E aí começou uma discussão, a gente descobriu,
02:41
claramente os preços aqui não eram viáveis,
02:44
e aí tinha uma pressão enorme, principalmente da Bahia,
02:49
Jacques Wagner, e do Eduardo Campos,
02:51
que era uma relação que a gente cuidava, porque a gente sabia do potencial dele,
02:54
para a gente construir um estaleiro na Bahia,
02:58
e em Pernambuco, para fazer a sonda, para participar.
03:01
E a gente querendo cair fora e ficar só na parte de afretamento
03:04
e com toda a sonda da Coreia.
03:06
E aí o senhor vai ver, tem várias discussões aqui,
03:09
a gente achando uma maneira, será que tem como compensar?
03:13
A gente ganha o afretamento e compensa,
03:17
mas eram empresas diferentes dentro do grupo,
03:18
com sócios diferentes, não tinha como compensar uma coisa com a outra.
03:21
Então, a maior história, nós nunca chegamos internamente
03:24
a uma conclusão, nós nunca nos entendemos,
03:27
tanto que é por isso que eu nunca acabei levando esse assunto.
03:31
Agora, a pressão vinha sempre de lá para cá,
03:33
a gente participava, o presidente dizia que
03:35
vocês têm que participar, e vinha com esse modelo,
03:38
vocês é que têm preços altos, e dizia, é o preço daqui.
03:40
E aí vieram, que a gente não teve nenhuma participação,
03:43
vieram com a ideia do tal da Sete Brasil,
03:46
que na verdade, qual era a ideia dela?
03:50
Não sei que participação ela teve, acho que o Gabriel deixou claro,
03:53
na época todo mundo não entende, e a gente entendia o quê?
03:56
Eles sabiam que o custo de construção do Brasil
03:59
era maior do que o coreano.
04:01
Aí eles inventaram um modelo Sete Brasil,
04:04
que teria financiamento barato, custo de capital barato,
04:07
e quando você joga custo de capital barato com custo de construção caro,
04:10
você sai com a tarifa que é aceitável para a Petrobras.
04:13
É a história, quer dizer, a tarifa de afretamento
04:16
era aceitável para a Petrobras, ainda que você contrate
04:18
para um preço mais caro, porque o custo de capital é mais barato.
04:20
E aí vieram com o modelo de Sete Brasil, que eu nunca entendi.
04:23
Aliás, eu tive a oportunidade de falar com vários acionistas da Sete Brasil
04:26
e diziam, não sei qual é a conta, a conta não fecha.
04:29
Tanto é assim que a empresa, o Debreche Oligais,
04:33
ela se tornou sócia da Sete Brasil nas sondas que ela ia operar.
04:38
E a gente tinha dois negócios, de operação e o investimento das sondas.
04:43
O investimento das sondas era um mau negócio.
04:45
A gente conseguia compensar um pouco pelo negócio de operação.
04:50
Mas era um mau negócio.
04:51
Mas no fundo, é aquela história, vem a pressão.
04:55
Outro dia, por exemplo, a Dilma, uma vez me deu uma bronca,
04:59
porque Lula foi lá no estaleiro, lá em visitar a Suape.
05:06
E Eduardo Campos comentou com ele que o Debreche estaria vindo para lá.
05:10
Aí ele falou, pô, você quer tudo, você já tem um estaleiro aqui,
05:12
deixa ele lá para fazer na Bahia.
05:14
Entendi.
05:15
Olha, então...
05:16
Mas vou dar umas perguntas mais específicas agora, senhor Marcelo Debreche.
05:21
Nessa Folha 59, tem um e-mail que o senhor mandou,
05:25
deixa eu falar, chegou no italiano a fofoca via Petrobras,
05:28
que estaríamos saindo do destino da Bahia.
05:31
E depois ali, eu neguei, afirmei e tal,
05:34
ele tem claro que a linha vai ser na compensação via tarifa de arrendamento.
05:38
O senhor conversou com esses assuntos a respeito dessas sondas com o senhor Antônio Palocci?
05:44
Não, provocado por eles, esse assunto falava com ele e com outros, porque vinha pressão.
05:50
E essa linha, eu acho que o Gabriel deve ter claro, é aquilo que eu falei,
05:53
ficou claro para todo mundo que o único modelo que tornaria aceitável construir aqui no Brasil,
06:00
a um custo maior, era um modelo onde você pudesse compensar via custo de capital da empresa investidora,
06:07
um valor de afetamento aceitável.
06:10
E o senhor passou, vamos dizer,
06:13
a Aldebreche tinha uma pretensão nesse sentido,
06:15
de que a linha, o valor do arrendamento fosse compensatório para custo de construção?
06:20
Não, porque para nós, é como eu falei para o senhor,
06:22
a gente até pensou isso no início,
06:24
mas como eram empresas distintas, eu tinha sócios distintos,
06:28
nós não conseguimos evoluir.
06:30
Então, para a gente, não necessariamente era um...
06:33
Resolvia, lógico, aí a gente tinha uma empresa nossa
06:37
ia avaliar o afetamento em si e a outra ia avaliar a construção.
06:39
Mas por que, então, o senhor afirmou?
06:41
Ele tem claro que a linha...
06:43
Porque essa era a linha que, na verdade, veio do governo,
06:46
acho que o Gabriel pode ter explicado,
06:49
que a única maneira de compensar o custo de construção mais alto no Brasil,
06:53
já que eles queriam fazer no Brasil com o custo de capital,
06:57
com o custo do Brasil e tudo,
06:59
e sabiam que a construção era mais cara,
07:01
a única maneira que eles queriam de compensar isso
07:03
era bolando o modelo onde eles tinham...
07:07
O que a Petrobras ia contratar não era a construção,
07:11
o que a Petrobras ia contratar era o afetamento.
07:13
Entre o afetamento e a construção,
07:15
ia entrar uma variável, que era a custo de capital,
07:18
que tornaria o valor do afetamento aceitável para a Petrobras.
07:22
Então, esse era o modelo do Sete Brasil.
07:23
Entendi.
07:24
Mas por que o Antônio Palocci falou,
07:26
deu ao senhor essa informação?
07:29
Exato.
07:30
Não, mas essa informação foi dada por ele.
07:32
O modelo Sete Brasil é isso, quer dizer,
07:34
o modelo Sete Brasil é compensar o custo de construção maior no Brasil
07:38
via tarifa de arrendamento, que é o que a Petrobras contrata.
07:42
Isso era claro para todo mundo.
07:47
Então, o senhor discutiu esse negócio com ele ou não discutiu?
07:50
Esse assunto vinha sempre dentro do embolso
07:53
de discutir a questão dos estadeiros,
07:55
forçando a gente para investir.
07:57
No fundo, o que nós queríamos
07:59
era cair fora da construção
08:01
e entrar só na parte de afetamento,
08:04
o que era o melhor negócio do que a construção.
08:07
O problema é que o que o governo esperava da gente
08:10
era que a gente fizesse o investimento na Bahia
08:12
e entrasse na parte de construção.
08:14
Então, o senhor discutiu esse assunto com o senhor Palocci ou não?
08:18
Também, mas foi nesse contexto,
08:20
mas não foi muito com o Palocci não.
08:22
Esse assunto não discutia...
08:24
Por exemplo, esse assunto das sondas,
08:26
eu até discuti mais esse assunto com a Dilma
08:29
do que com o próprio Palocci,
08:30
porque esse negócio de preço, tudo,
08:33
era mais a cabeça dela.
08:35
Então, esse assunto até das sondas foi mais discutido com ela,
08:37
tanto é assim que tem até um e-mail que eu mando para a Márcio
08:40
de uma reunião que eu tive com a Dilma
08:43
sobre outro assunto, que era de arenas,
08:45
tudo, que estava tendo problema.
08:47
E aí, ela puxou o assunto das sondas,
08:50
dizendo, pô, vocês com preço alto,
08:53
eu vou bolar um modelo,
08:54
que era o Sete Brasil,
08:55
onde eu vou permitir novos entrantes
08:58
para quebrar o crescimento do Brasil.
08:59
Qual era a cabeça dela?
09:00
A Sete Brasil ia contratar estaleiros virtuais
09:03
e eu entrar em, inclusive, estaleiros da China,
09:06
tudo, e na cabeça dela ia quebrar o custo do Brasil.
09:08
Eu falei, tá bom,
09:10
a senhora vai, tudo bem.
09:12
O que eu sempre disse para ela,
09:13
o custo é caro.
09:14
Se a senhora encontrar um modelo
09:16
que via custo capital reduza para afetamento,
09:18
tudo bem.
09:18
Era o que eu sempre dizia, sim.
09:20
Mas essa discussão eu até tive mais com Dilma
09:23
do que com Palocci.
09:24
E aí,
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