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O IPCA-15 subiu 0,36% em maio e acumula alta de 5,40% em 12 meses, segundo o IBGE. O índice segue acima da meta de inflação. Hugo Garbe, economista e professor do Mackenzie, analisou os dados no Money Times.

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Transcrição
00:00E o índice nacional de preços ao consumidor amplo, 15, que é considerada prévia da inflação oficial, subiu 0,36% em maio de acordo com dados do IBGE.
00:11No acumulado de 12 meses, o indicador registra avanço de 5,40%, ainda acima do teto da meta da inflação para o ano, que é de 4,5%.
00:20Entre os segmentos que mais pressionaram esse resultado estão habitação, saúde, cuidados pessoais e energia elétrica.
00:27Para a gente saber mais detalhes, ouvir explicações sobre o IPCA 15, a gente recebe agora ao vivo aqui no Money Times, o Hugo Garbi, que é fundador da Wallet Holding e professor doutor de economia do Mackenzie.
00:40Professor Hugo, boa tarde, bem-vindo ao Money Times mais uma vez.
00:44Olá, boa tarde, prazer estar aqui com vocês.
00:47Felipe Machado, nosso analista, participa da conversa também.
00:50Professor Hugo, então o IPCA 15 de maio subiu 0,36%, como acabei de mencionar, é a menor taxa para o mês desde 2020.
00:59Como o senhor avalia esse resultado em relação ao cenário inflacionário atual aqui do país?
01:05Sim, é a menor taxa para o mês nos últimos cinco anos e, de fato, houve ali um decréscimo da inflação.
01:14A inflação ancorada, essencialmente, em energia elétrica, vestuário e medicamentos.
01:21Ou seja, de fato, uma notícia importante é que houve ali uma desancoragem da inflação no que tange à alimentação.
01:31Alimentação, principalmente fora de casa e alimentação ancorada na cesta básica,
01:37teve um aspecto relevante no bolso dos brasileiros nos últimos meses, até diria no último ano.
01:45Então, essa é uma notícia relevante em termos de inflação.
01:48Por outro lado, é muito cedo ainda para a gente começar a cravar que a política monetária contra acionista do Banco Central
01:57vem dando resultado.
01:59A gente ainda tem uma série de desafios pela frente.
02:02Esses desafios também envolvem as questões fiscais, ou seja, a gente precisa ainda fazer uma análise um pouco mais aprofundada
02:14se a política fiscal do governo vai colaborar com o processo de decréscimo da inflação para o resto do ano.
02:22Felipe, sua pergunta para o professor Hugo.
02:25Professor Hugo, boa tarde.
02:26Professor, o senhor acha que essa pequena queda, mas é uma queda que temos que comemorar de qualquer maneira,
02:33já é reflexo desse início de processo de alta de juros do Banco Central, ou ainda é muito cedo para a gente ver esse reflexo?
02:42Eu acho que é muito cedo ainda.
02:44Ou seja, o Banco Central atingiu, para alguns analistas, atingiu o seu pico no incremento de taxa de juros.
02:53Eu ainda acredito que existe um espaço de 0,25% até 0,5% de incremento de taxa de juros
03:00para chegar no pico da política monetária contra acionista.
03:05O que significa isso?
03:06Ou seja, você aumenta a taxa de juros para conter a inflação.
03:11Você deixa crédito mais caro, você deixa tudo mais caro.
03:14O problema é que nesse processo de incremento de taxa de juros,
03:19a gente tem dois elementos importantes para poder conter a inflação.
03:22Esses dois elementos têm que andar juntos.
03:24É a política monetária.
03:26A política monetária vem do Banco Central,
03:28e o Banco Central vem fazendo a sua lição de casa nos últimos três anos.
03:33Por outro lado, a gente tem a política fiscal.
03:35Só que a política fiscal não é do Banco Central.
03:37A política fiscal é uma ferramenta que vem do governo federal.
03:41E, infelizmente, o governo federal vem derrapando.
03:44Ele não vem contraindo gastos, muito pelo contrário,
03:47ele vem incrementando gastos.
03:49Gastos do governo também geram inflação,
03:50e é por isso que a gente tem tido insucesso no curto prazo para conter a inflação.
03:56E ainda falando sobre fatores, já ouvimos a sua fala sobre alimentação.
04:01Energia elétrica também acabou tendo um peso nesse mês.
04:05Como é que o senhor está vendo esses fatores?
04:08Qual é a perspectiva para os próximos meses, professor?
04:10A energia elétrica tem um peso importante na inflação,
04:16ou seja, no bolso do consumidor.
04:18E, de fato, eu acredito que ela não vai impactar de forma mais aguda nos próximos meses.
04:26Acredito que foi um incremento pontual,
04:29e esse incremento vai sofrer uma desaceleração nos próximos meses.
04:38Nós temos ainda alguns desafios.
04:40Desafio, por exemplo, de continuar não tendo impacto do preço da alimentação
04:46no bolso do brasileiro, no bolso do consumidor.
04:49A gente tem safra aí no meio do ano,
04:52a gente tem safra mais para o final do ano, no último trimestre do ano,
04:56e essas safras podem, sim, impactar no processo inflacionário.
05:01A gente ainda está ali no teto da inflação,
05:03ou seja, a meta de inflação é 3%, 3 e pouco por cento,
05:07a gente está com 5,5%.
05:09Então, é muito cedo ainda para comemorar.
05:11Tem uma lição de caso ainda importante para a gente fazer no resto do ano.
05:16Perfeito. Felipe, mais umas perguntas.
05:17Professor, apesar de todas essas críticas que a gente tem visto
05:21e feito também em relação ao governo, a questão fiscal,
05:24na última semana o ministro Fernando Haddad anunciou o corte
05:27na ordem de 30 bilhões entre bloqueio e contingenciamento
05:30e aquele aumento no IOF e tudo mais.
05:33Isso daí pode dar uma segurada?
05:35Pode mostrar que o governo finalmente atentou para essa questão fiscal
05:39e com isso a gente pode ter uma certa tendência de inflação mais baixa?
05:43Sim.
05:44De fato, é importante que ele não só anuncie,
05:48mas que também efetivamente aconteça essa redução de gastos do governo.
05:54Então, essa redução de gastos do governo,
05:56porque não adianta só anunciar e não fazer, não concretizar,
05:59porque se a economia é uma ciência social aplicada,
06:03ou seja, vai ter o reflexo de qualquer jeito na economia
06:06se não aplicarem essa redução.
06:09porque o governo é um consumidor muito potente.
06:16Então, se você joga moeda, dinheiro na economia por parte do governo,
06:22você vai acender um pouco mais a inflação.
06:26Então, de fato, é uma boa notícia.
06:28A gente tende a continuar acompanhando esse apetite do governo por redução de gastos
06:36e realmente isso se concretizar no processo de decréscimo ali da inflação aqui no Brasil.
06:45E, professor, olhando para os dados do último IPCA 15,
06:50a gente vê uma certa surpresa positiva ali em alimentos in natura,
06:54alguns preços de serviços também.
06:56Queria te ouvir sobre isso,
06:57se é possível a gente falar em alguma tendência que pode influenciar a inflação nos próximos meses?
07:03Pois é, o alimento tem uma curva interessante,
07:09ou seja, nós tivemos um processo inflacionário na cesta básica,
07:13principalmente aqui no Brasil nos últimos 12 meses,
07:17bastante acentuado.
07:18Ele tem um limite na teoria, logicamente,
07:22ele pode subir de preço de forma infinita, se quiser,
07:27mas um limite para que o consumidor continue comprando.
07:29Então, esse incremento acelerado,
07:33ele acaba influenciando principalmente no poder de compra do brasileiro
07:36e naquele limite que inclusive até o produtor consiga vender.
07:43Então, essa curva é uma curva decrescente,
07:47ou seja, existe ali uma acomodação desse preço,
07:50não deve subir nos próximos meses,
07:53a não ser que tenha algum evento externo,
07:55algum evento exógeno que tenha um impacto direto no processo inflacionário.
08:01Vamos lembrar, nós tivemos recentemente uma crise ambiental,
08:06ou seja, um desastre ambiental no Rio Grande do Sul,
08:08tivemos a quebra de safra no Centro-Oeste,
08:13ou seja, alguns desastres climáticos
08:16que influenciaram de forma direta o preço do alimento no Brasil.
08:20Se a gente não tiver nada de diferente esse ano,
08:23a tendência é que esse preço se acomode
08:25e aí a gente consiga também ter uma inflação um pouco mais comportada.
08:30Felipe, mais uma coisa.
08:31Não, eu concordo, eu acho que é interessante isso, professor.
08:34A questão dos alimentos que foram os grandes vilões dos últimos meses,
08:40enfim, na questão da inflação.
08:41Se a gente tiver agora um controle,
08:43o senhor acha que a gente consegue realmente trazer essa inflação mais para baixo?
08:47Eu quero dizer, os alimentos que foram vilão no passado,
08:51se eles estiverem controlados, o resto da economia meio que acompanha,
08:54o senhor acha que tem outros elementos que podem atrapalhar nesse caminho?
08:58Eu acho que sim.
08:59Eu acho que o alimento foi o grande vilão,
09:03porque, veja, quais seriam as outras variáveis
09:06que influenciariam o incremento da inflação?
09:09Crédito, ou seja,
09:11mas crédito com uma taxa de juros a 15%,
09:13que pode chegar a 15,5%, 16%,
09:15o crédito já está estrangulado no Brasil.
09:19A pessoa física, além de estar a classe média,
09:24a classe média baixa, absolutamente endividada,
09:27ela não tem mais capacidade de tomar crédito.
09:30Então, eu não enxergo o crédito mais como uma possível ameaça à inflação.
09:35Energia elétrica, talvez,
09:37mas é muito pouco o incremento que pode,
09:40a não ser que,
09:40o que a gente chama na economia de sete espáridos,
09:43um termo em latim que significa tudo mais constante.
09:46Ou seja, se não tiver nenhum evento externo anormal,
09:51que fuja dessa normalidade,
09:53a gente não deve ter grandes picos mais de inflação como no passado,
09:59porque a gente já atingiu esse limite
10:03no sentido de incremento de preço.
10:06Ou seja, a gente já está ali no pico.
10:09Repito, o governo federal tem também de entrar
10:12nesse aperto monetário
10:14e colaborar para essa luta contra a inflação.
10:19Porque não dá para manter uma taxa de juros
10:2215%, 16% ao ano por muito tempo.
10:25Você estrangula o setor produtivo
10:27e a taxa de juros,
10:29ela é uma competição natural
10:30contra o empreendedorismo,
10:32contra a geração de emprego e renda.
10:34Porque o empreendedor que tem ali
10:36dinheiro disponível aplicado no banco,
10:39ele vai preferir deixar dinheiro aplicado
10:42com a 15% ao ano do que assumir risco
10:45abrir uma fábrica, gerar emprego,
10:46gerar renda numa economia
10:49com uma taxa de juros nesse nível.
10:51Então, a gente precisa sair desse ciclo
10:55vicioso o mais rápido possível.
10:58E, professor Hugo, para finalizar,
11:00queria te ouvir sobre o impacto
11:02e a tendência em relação a preço de combustível,
11:05porque também tem um peso muito relevante
11:07quando a gente olha para a inflação, né?
11:09Exato.
11:10Ou seja, o combustível, ele é um fator fundamental.
11:14O Brasil, ele ainda é um país
11:16estritamente rodoviário, né?
11:19Ao contrário de alguns países da Europa,
11:21onde a logística, ela é feita toda
11:24por via ferroviária e existe uma economia,
11:28inclusive, em termos de combustível.
11:30O combustível, a gasolina, ela impacta em tudo.
11:33No frete e no preço final dos produtos.
11:39Natural que o combustível, ele tem uma variável
11:41que não é controlada, né?
11:43Aqui internamente, que é uma commodity, né?
11:46É um preço do petróleo, do barril do petróleo.
11:49Então, de novo, eu não acredito que também
11:53o combustível, a não ser que tenha uma oscilação
11:55muito grande no preço do barril do petróleo,
11:57ele vá ter um incremento de preço no curto prazo,
12:01que tem um impacto brutal direto no processo inflacionário.
12:06Então, de fato, eu acredito que nos próximos
12:09dois a três meses, é um cenário
12:11pra gente acompanhar, né?
12:14Esse resultado da inflação agora,
12:16acompanhar esse incremento ou essas variáveis externas,
12:20pra poder cravar que realmente a gente está
12:22num processo de decréscimo inflacionário aqui no Brasil.
12:25Tá certo.
12:26Quero agradecer demais a participação do professor Hugo Garbi,
12:30doutor em Economia, né, do Instituto Mackenzie,
12:32fundador da Wallet Holding.
12:34Muito obrigada.
12:35Boa tarde.
12:35Volte sempre.
12:37Eu que agradeço.
12:38Uma boa tarde a todos.
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