Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, destacou os riscos da aversão global ao risco, as dúvidas sobre o IOF e o impacto do fiscal na condução da política monetária. O Brasil enfrenta desafios com expectativas de inflação desancoradas, crescimento acima do esperado e incerteza internacional.
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00:00E ainda aqui o Money Times, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, fala num seminário de política monetária da Fundação Getúlio Vargas.
00:07Vamos ouvir um trecho, porque existe a expectativa que ele comente a atual situação envolvendo o IOS.
00:12Já aceleraram a perda que já vinha ocorrendo aqui no Brasil, a partir da elevação de 100 pontos base da Selic
00:20e mais a sinalização de mais duas altas de 100 para mais duas reuniões, que foi feita em dezembro.
00:26Então, isso também, obviamente, atuou ali em conjunto nesse cenário.
00:30Mas, voltando para o cenário internacional, essa é uma mudança significativa que acontece,
00:35que ela vai decantando e ganhando peso ao longo do primeiro trimestre, me parece.
00:42Quando chega abril, nosso querido Liberation Day, como ficou conhecido,
00:50ali eu acho que a coisa cruza uma linha e a gente vai para aquilo que a gente chama de aversão a risco,
00:54de um sentimento de risk-off.
00:56Mas, um sentimento de aversão a risco um pouco sugêneres, do ponto de vista do comportamento e correlações entre os ativos,
01:03porque é uma aversão a risco sem uma identificação clara se aquilo que historicamente era o porto seguro,
01:11ativos em dólar ou o próprio dólar, continuava sendo uma boa proteção para um cenário como esse,
01:19dado o anúncio e a escalada das medidas.
01:22Foi muito rápido, se anunciou as tarifas, aquilo iniciou uma escalada de retaliações,
01:26que caminharam quase para o embargo entre as duas principais economias do mundo.
01:30Então, muita dúvida ali sobre qual deveria ser um ativo mais líquido para poder oferecer algum tipo de proteção.
01:37E, nesse ambiente, a gente não assistiu o que é muito usual de ver nesses momentos,
01:45que é num momento de aversão a risco, você ter uma desvalorização mais acentuada das moedas de países emergentes.
01:52A gente, a volatilidade que tinha melhorado bem durante o primeiro trimestre,
01:57piora nesse período de abril ali, mas depois retorna para patamares de novo mais pontidos
02:03e a gente vê as moedas sofrendo menos, as moedas emergentes de países emergentes sofrendo menos
02:10do que sofreram em outras ocasiões de sentimento de aversão a risco.
02:15E aí, a gente pode fazer uma separação interessante, que é, quando a gente vê outros países emergentes,
02:23apesar desse sentimento de incerteza global e de aversão a risco,
02:29muitos continuaram com a sua política monetária, que vinha num ciclo de flexibilização e cortes,
02:36a partir da ideia de que, bom, eu tinha dois canais aqui, eu tinha dois riscos.
02:41De um lado, o risco de desvalorização da minha moeda, com algum contágio pela passagem do câmbio para a inflação,
02:50e de outro lado, a possibilidade da desaceleração da economia global com as tarifas gerar uma desinflação.
02:57Como esses países não viram a desvalorização mais acentuada, que costuma ser esperada num momento como esse,
03:03sobrava a perna da desaceleração, produzindo de alguma maneira uma desinflação.
03:09E aí, isso tem gerado um sentimento, por parte dos países emergentes,
03:17de que isso permite seguir, com uma política que já vinha sendo de flexibilização monetária,
03:22daqueles países que estavam nessa política, obviamente,
03:25com algum questionamento, nessas reuniões que nós fazemos ali com os nossos pares,
03:29de um estranhamento de o porquê que, se a desvalorização da minha moeda não veio,
03:34e é esperada alguma desaceleração, por que as expectativas de inflação não estão caindo?
03:40Por que elas não estão caindo?
03:42No caso brasileiro, você pode dizer que você não assistiu também uma desvalorização mais acentuada da moeda,
03:49e também que você teria essa expectativa de assistir como é que vai se dar esse processo de desinflação,
03:58ou desaceleração, enquanto essa desaceleração traz, de alguma maneira, um processo de contribuição,
04:06de redução de preços.
04:08Porém, no caso brasileiro, as expectativas já estão em processo de desencoragem,
04:14estão desencoradas há um tempo mais longo, e isso se acentuou no final de 2024,
04:19e me parece que aí, sim, o componente dinâmico, o componente doméstico, tem um peso maior na dinâmica.
04:25A gente está há quatro anos sendo surpreendido por crescimentos superiores ao que se projetava,
04:36mesmo com taxas de juros de dois dígitos, a gente vem sendo sistematicamente surpreendido
04:41com um crescimento superior, e acho que a dinâmica doméstica explica mais o porquê,
04:48que ser tanto o porquê da reação do Banco Central, acentuar e acelerar o aperto,
04:55fazendo guidance para 300 base points ali, mais a continuidade que a gente deu na última reunião,
05:02no ciclo de aperto monetário, isso explica as decisões e explica, me parece, também a questão das expectativas,
05:11uma perna com esse tema que o professor comentou do fiscal.
05:17Eu acho que a gente passou por alguns momentos também nesse diagnóstico do Banco Central,
05:22um momento inicial de transição do próprio Banco Central,
05:26que eu acho que é mérito dos meus colegas de diretoria, que não estão mais diretores,
05:32e que estão, e do ex-presidente Roberto Campos e dos meus colegas aqui,
05:38que acho que foi feita de maneira bastante exemplar, do ponto institucional, a transição aqui no BC,
05:43acho que isso reduziu muito, emagreceu muito, enquanto um risco percebido.
05:48Depois tinha uma dúvida de o quanto o estágio de contração,
05:51ou quão contrações estavam com a política monetária,
05:53poderia segurar e reduzir o dinamismo econômico para fazer a convergência para a inflação,
05:59acho que também, ao colocar a taxa de juros num patamar restritivo,
06:03com alguma segurança, independente do que se considera a taxa de juros neutra,
06:08também acho que colaborou para ganhar confiança de que a política monetária
06:14está num patamar contracionista, ou seja, que ela vai ter condições de produzir
06:20de uma maneira de acelerar.
06:21O que eu acho que surge a partir daí é uma dúvida,
06:25são duas, na verdade, aqui, para colocar a verdade.
06:27Uma, eu acho que tem relação com a questão da discussão sobre o IACO,
06:32que é uma discussão antiga que a gente tem,
06:35aqui sobre as estimativas de IACO.
06:40Sabemos que é uma variável não observável,
06:44e que projeções sobre essa variável não observável ainda são mais complexas,
06:49como ela vai se comportar no futuro,
06:51ainda mais num ambiente onde a complexidade é multiplicada,
06:55ou amplificada pelo nível de incerteza que nós temos.
06:58Também é verdade que, se o IACO é uma variável não observável,
07:02você tem ali sempre uma maneira de checar um pouquinho,
07:05que é o déficit em conta corrente,
07:08e isso tende a mostrar, entre outros fatores,
07:10como o mercado de trabalho,
07:11o quanto a economia vem apresentando um dinamismo surpreendente,
07:16nos últimos tempos.
07:19Mas, para além deste tema,
07:22eu acho que tem o tema também fiscal,
07:23que o professor comentou aqui,
07:25que é, na interlocução com o mercado,
07:28existe sempre um pouco desta sensação
07:30de que talvez, a partir da eficácia da política monetária,
07:34ou seja, a partir do momento que a política monetária
07:35começa a desacelerar a economia,
07:37ao desacelerar a economia,
07:39talvez possa existir, ou há o receio,
07:42de algum tipo de função,
07:43algum tipo de reação por parte da política fiscal
07:46para compensar os efeitos da política monetária.
07:49Eu acho que isso é visto no QPC,
07:52é visto na interlocução com o mercado,
07:53é isso colocado.
07:55Isso realmente, não o fato em si,
07:57mas a dúvida,
08:00se isso pode ocorrer presente no mercado,
08:01coloca um desafio maior
08:03para a gestão da política monetária nesse momento,
08:06porque você está dizendo de algo
08:08que é difícil você ser preventivo,
08:10vamos dizer assim.
08:11É uma coisa você ser preventivo
08:13quando você começa a assistir a economia ganhar dinamismo,
08:16não tem uma pressão inflacionária,
08:17mas você começa a fazer um aperto monetário
08:19de maneira preventiva,
08:20porque você sabe que vai chegar o aperto,
08:22você já está vendo o dinamismo.
08:23Agora, ser preventivo contra algo
08:25que ainda não ocorreu
08:26impõe uma dificuldade um pouco maior.
08:29Uma dificuldade um pouco maior,
08:31me parece,
08:31seria como quem usava essa metáfora,
08:34eu tomar uma cartela de remédio
08:35antes de ter ficado doente,
08:36porque estou indo viajar para um país
08:38que eu sei que lá tem chance
08:39de eu contrair aquela doença.
08:42Então, é um pouco mais complexo.
08:44E aí, eu queria fazer uma ponte a partir daí
08:47para a discussão que foi colocada aqui
08:49sobre as dificuldades relativas
08:52à política econômica em geral
08:54e as relações entre fiscal e monetário.
08:58Eu sempre digo que a gente não deve,
09:00não é papel do Banco Central
09:01ficar comentando aqui política fiscal,
09:06mas eu queria fazer uma outra abordagem,
09:07uma abordagem mais do ponto de vista
09:08dos desafios da política econômica,
09:10aproveitando que estou aqui agora,
09:11mas tive a oportunidade também
09:13de passar pela Secretaria Executiva
09:14brevemente por seis meses da Fazenda.
09:18Sempre em política econômica,
09:21ou quem está, de alguma maneira,
09:23tendo esse privilégio
09:24de fazer política econômica,
09:26vai estar sofrendo as dores
09:28de decisões que sempre vão envolver trade-offs.
09:31Toda decisão em política econômica
09:33vai envolver algum tipo de trade-off,
09:35um ônus e um ônus.
09:35Então, não vai existir uma decisão
09:39na política fiscal ou na política monetária
09:41que, uma vez tomada,
09:43não vai gerar algum tipo de insatisfação
09:45por algum setor da economia,
09:48algum agente da economia,
09:49porque é da natureza dos trade-offs
09:51da decisão econômica
09:52que ela vai ter esse ônus e bônus
09:54e quem vai sentir o ônus
09:55vai se queixar,
09:57vai apresentar algum tipo de contestação,
10:00vamos dizer assim.
10:01Porém, eu acho que o Banco Central
10:06ele goza de uma posição institucionalmente
10:11mais favorável à política monetária.
10:14Primeiro dizer assim,
10:15o professor comentou que sempre
10:17o Brasil sempre tem esses desafios,
10:20você sabe que, conforme esses desafios
10:21que são muitos mesmo,
10:23como bem disse o professor,
10:25se intensificam,
10:26é interessante ver na interlocução
10:27com as pessoas como
10:28os cumprimentos que você recebe
10:31que eles migram de congratulações
10:34por você estar ocupando
10:36a cadeira que você está ocupando
10:36para quase que um abraço solidário
10:39de apoio moral e emocional
10:41para você sobre o momento
10:42que você está passando ali.
10:44Mas, no caso do Banco,
10:46e assim, dito isso,
10:47dizer que não há posto mais legal
10:52de estar ocupando
10:53do que a presidência do Banco Central.
10:55É uma honra, uma satisfação,
10:56um privilégio, não há outro lugar
10:58que eu gostaria de estar mais
11:00do que estar na presidência
11:01do Banco Central neste momento
11:03aqui no país.
11:05Então, é uma honra.
11:07Faz-se equipe com os diretores,
11:10com todo o staff do Banco Central.
11:12É realmente o melhor emprego
11:14que pode existir.
11:16Mas o Banco Central,
11:18quando ele toma as decisões dele,
11:22ainda que possa existir uma queixa,
11:23algum tipo de reivindicação,
11:25reclamação, alguma coisa nesse sentido,
11:28o Banco Central tem dentro
11:31da sua alçada e competência
11:33as ferramentas
11:35e a alçada de decisões
11:37para acionar as ferramentas
11:39para a persecução das suas metas.
11:41Você pode produzir ali
11:42uma decisão de política monetária,
11:45alguém pode gostar,
11:46alguém pode não gostar,
11:47alguém pode se sentir atingido,
11:48reclamar, não reclamar,
11:49mas, independente disso,
11:51está dentro do alcance
11:52do Banco Central.
11:55Apertar esses botões
11:56e as alavancas
11:57para fazer a persecução
11:59da sua meta.
12:01Quando eu olho
12:01para a política fiscal,
12:04ela conta com essa camada adicional
12:07de complexidade.
12:10Muitas das decisões
12:11que são a ser tomadas,
12:12elas envolvem negociações
12:14com agentes,
12:15com outros setores,
12:17da sociedade,
12:17iniciativa privada,
12:19outros ministérios,
12:20outros poderes da República,
12:22o que implica dizer
12:24que a vida,
12:27o processo de você buscar
12:29atender as metas
12:31para o Ministério da Fazenda,
12:33ele é mais complexo,
12:35ele é mais desafiador
12:36neste sentido,
12:37de você ter que buscar
12:39necessidade de negociar
12:43mais esses processos
12:45para você conseguir
12:46tomar medidas
12:46que, dentro das suas medidas,
12:49vão ter algum tipo de peixe.
12:50e, realmente,
12:52eu acho que,
12:53hoje,
12:54a questão fiscal do Brasil,
12:55de novo,
12:57dado que eu estou aqui na GV,
12:58estou tomando essa liberdade
12:59de falar um pouco mais
13:00sobre esse tema,
13:01no Brasil,
13:02ela passa quase
13:03como um trilema ali,
13:04porque você pode ter
13:07uma equipe
13:08absolutamente focada
13:11dedicada a alcançar
13:13e atingir as metas.
13:16Porém,
13:17se você falar,
13:18bom,
13:18você tem que atingir
13:19as suas metas,
13:20mas o canal
13:21para você tentar
13:22fazer algum tipo
13:23de corte
13:25ou redução
13:25em renúncia fiscal
13:26ou despesa mesmo fiscal,
13:30ou, eventualmente,
13:31fazer algum tipo
13:32de aumento
13:32de arrecadação,
13:33ele fica bastante
13:35obstruído
13:35por toda essa necessidade
13:38que você tem
13:38de produzir
13:39algum tipo
13:40de consenso
13:40e convergência.
13:42Estou dizendo isso
13:43porque eu acho
13:43que, realmente,
13:44o tema fiscal,
13:46ele envolve,
13:47de alguma maneira,
13:48vai envolver
13:48para a gente conseguir
13:49produzir justiça tributária,
13:51sustentabilidade fiscal,
13:53um engajamento
13:54no debate público
13:55de toda a sociedade.
13:57Tem que fazer,
13:59eu acho que vai demandar isso,
14:01acho que vai demandar isso
14:02e eu tenho visto
14:03os meus amigos
14:05Simone Teppet
14:06e Fernanda Haddad
14:07muito engajados
14:08em tentar produzir
14:10esse debate
14:10e demonstrar.
14:12Às vezes,
14:12eles estão limitados
14:13pela questão política
14:15de colocar de maneira
14:16tão clara,
14:17isso que eu estou dizendo,
14:17que são as obstruções
14:18que vão existir ali,
14:19as dificuldades
14:20que vão existir
14:20para ser superadas,
14:21mas acho que é importante
14:23a gente fazer essa menção
14:25sobre esse obstáculo
14:26e dificuldade adicional
14:28para você conseguir
14:29atender.
14:30Alguma coisa tem que ceder
14:31neste processo
14:32e acho que é importante
14:34que essa vire uma agenda
14:35da sociedade brasileira.
14:38nesse sentido.
14:41E aí,
14:42caminhando um pouquinho
14:43para o tema
14:45de como é que funcionam
14:46essas duas instituições
14:48e correlacionando um pouco
14:49com o tema
14:50de ontem,
14:53eu,
14:54por ser o primeiro
14:55presidente do Banco Central
14:57que assume
14:59o Banco Central,
15:01um Banco Central
15:01estando autônomo,
15:02o Roberto
15:03trabalha e conquista
15:06a autonomia operacional
15:07do Banco Central,
15:08mas dentro do Banco Central.
15:09Então,
15:09eu sou o primeiro
15:10a assumir
15:10como Banco Central
15:11autônomo
15:12e tendo vindo
15:14da Secretaria Executiva
15:16da Fazenda,
15:17eu tenho
15:18um zelo
15:19ainda maior,
15:20isso amplifica
15:21o meu zelo,
15:22pela devida
15:23separação
15:24institucional
15:26da política monetária
15:28e do
15:29Ministério da Fazenda,
15:30do Ministério do Planejamento
15:31e das competências
15:32de cada uma delas.
15:33isso não significa
15:35que não deve existir
15:36diálogo,
15:36isso não significa
15:37que não deve existir
15:38tentativas de harmonização,
15:40troca de informações,
15:41como isso ocorre,
15:42isso realmente ocorre,
15:43mas eu sou muito zeloso
15:45e os ministros também,
15:47pela devida
15:47separação institucional
15:49de cada um
15:50dos seus mandatos
15:51e competências,
15:53especialmente por eu
15:55ter vindo
15:55da Secretaria Executiva.
15:58Até,
15:59às vezes,
16:00produzindo aqui
16:00uma reflexão,
16:01dado que a gente está
16:01no meio acadêmico,
16:02para vocês poderem pensar
16:03também,
16:04com este zelo
16:06e estando aqui
16:06ocupando,
16:07eu já falei isso
16:08algumas outras vezes,
16:10às vezes sinto
16:10algum estranhamento,
16:12é uma posição pessoal minha,
16:13que isso é bastante
16:14polêmico de ser dito
16:15aqui dentro,
16:15mas eu sinto
16:16algum estranhamento
16:17no desempenho
16:18dos dois chapéus,
16:19de presidente
16:20do Banco Central
16:21e algumas questões
16:22que a gente participa
16:24na decisão
16:25dentro do CMN,
16:27por exemplo.
16:28Eu já tinha dito
16:28no passado
16:29que achava estranho
16:31você votar
16:32para determinar
16:32a meta
16:33que a instituição
16:33que você preside
16:34tem que perseguir,
16:36acho estranho,
16:37e também tem
16:38algum estranhamento
16:39quando você tem
16:40alguma discussão
16:40que é levada ao CMN
16:42de ordem fiscal,
16:43por exemplo,
16:44ou que envolve
16:45algum tipo de subsídio
16:46ou destinação
16:48de recursos
16:49que o Banco Central
16:51quer zelar
16:52pelo seu mandato,
16:53pela sua autonomia,
16:56quer ser invadido
16:57nas suas empresas,
16:58isso é também importante
16:59que ele não extrapole
17:00a dele,
17:01acho que a função
17:01do Banco Central
17:02é tomar a política fiscal
17:04e a partir dela reagir,
17:05a partir de como
17:06a política fiscal
17:07está impactando
17:07a dinâmica inflacionária,
17:09reagir a partir disso.
17:11Então,
17:11esse também é um estranhamento
17:13que às vezes eu tenho
17:14e acho que também acontece
17:15do outro lado,
17:16às vezes você leva
17:17às suas MNDT
17:17temas que são
17:18mais operacionais
17:20do sistema financeiro,
17:21como balanços de banco
17:22ou regras de Basileia,
17:24que também às vezes
17:25é um tema
17:26mais de ordem pessoal
17:28que eu confesso
17:29aqui para vocês
17:30e estou tomando
17:31a liberdade
17:31de eu estar aqui
17:32no meio acadêmico
17:33de poder pensar
17:34em voz alta
17:34sobre esse tema.
17:37E dito isso,
17:39eu acho que
17:40aí para descer
17:42sobre a questão
17:42do que ocorreu ontem
17:44e de como é que se dão
17:45essas dinâmicas,
17:46acho que esse é um bom exemplo
17:47a partir das falas
17:49que o Luiz Fernando Haddad
17:52fez
17:52e que estão
17:53absolutamente perfeitas
17:54sobre como é que se dá
17:56esse processo.
17:57O ministro Fernando Haddad
17:58menciona ali,
18:01ele fala sobre
18:02negociação
18:04e revisão,
18:06se eu não me engano,
18:06e depois ele fala
18:07em detalhes e minúcias.
18:09Vou tentar explorar
18:10essas duas palavras.
18:11Quando ele fala
18:11que não há negociação
18:13com o Banco Central
18:14ou que não há revisão
18:15por parte do Banco Central
18:16em medidas
18:17que são tomadas
18:19pelo Ministério da Fazenda,
18:20é absolutamente perfeito,
18:22o Ministério da Fazenda
18:26demonstrando
18:26o zelo que ele tem
18:28pela questão institucional
18:29de cada um dos mandatos,
18:30dessa maneira mesmo.
18:32Você não faz,
18:33você não submete
18:34para ser discutido
18:36e o inverso é verdadeiro.
18:37Eu estou aqui
18:38como presidente
18:38há seis meses,
18:39quase,
18:40mas já estou
18:41no Banco Central
18:42há quase dois anos
18:43e eu tenho certeza
18:44que ao longo
18:44desses dois anos,
18:46diversas das medidas
18:47que tomei,
18:48seja no Comitê
18:49de Crítica Monetária,
18:50talvez não seria
18:52a mesma decisão
18:53que algum outro membro
18:55de qualquer outro ministério
18:57ou autarquia
18:58ou coisa do governo
18:58poderia ter tomado.
19:00Isso de maneira nenhuma
19:01abala as relações institucionais
19:03ou pessoais mesmo.
19:04Acho que isso
19:05corresponde
19:06ao que,
19:07como é que funciona,
19:08ao bom funcionamento
19:10institucional.
19:11É absolutamente
19:12normal
19:13que você possa ter
19:14visões distintas
19:15e cada um
19:16vai cuidar
19:17do que é
19:17a sua competência
19:19e alçar.
19:21E acho que quando
19:22o ministro
19:24está falando
19:24de negociação
19:27ou revisão
19:28no caso específico
19:29ali,
19:30é que
19:31eu realmente
19:33acho que
19:34tem dois
19:35recortes aqui.
19:36O primeiro é dizer
19:37em momentos de trilema
19:39como aquele que eu comentei
19:40sobre a questão fiscal,
19:41é normal
19:42que você
19:44esteja tentando
19:45buscar alternativas
19:47ou que
19:47na busca por alternativas
19:49melhor colocando
19:50aqui,
19:50na busca por alternativas
19:51para tentar perseguir
19:53o equilíbrio fiscal
19:55e a meta fiscal
19:55como o ministro
19:56deixou claro
19:57nas medidas de ontem
19:58que está buscando
19:59atender as metas fiscais
20:01e cumprir essas metas.
20:05É normal
20:05que possa
20:06nessa busca
20:07por alternativas
20:07e soluções
20:08limitadas
20:10pelo trilema
20:10que eu comentei aqui
20:11possa surgir
20:12uma medida ali
20:12que ao vir
20:15a luz do sol
20:16provoque
20:17alguma
20:17mal-estar
20:19ou não
20:21se insira
20:22de maneira adequada
20:23e demande
20:24que seja revista
20:26ou suprimida
20:27aquela decisão.
20:29E acho que
20:30todo mundo aqui
20:31precisa
20:32louvar
20:34e reconhecer
20:35que o ministro
20:37como bom democrata
20:38que é
20:38em poucas horas
20:41após o anúncio
20:42da medida
20:42ela já estava
20:44suprimida ali
20:45e antes mesmo
20:46do mercado abrir
20:47ele já tinha
20:49ouvido a sociedade
20:50ouvido os agentes
20:52ele sempre
20:53muito disposto
20:53a fazer isso
20:55fez a alteração
20:56que
20:57não causou dano
21:00entre mercado fechado
21:01e ter sido
21:02ter sido
21:03não entrou em eficácia
21:04entre mercado fechado
21:06e você ter
21:06corrigido
21:07foi
21:08alterado
21:09melhor dizendo
21:10você ter
21:11não teve
21:13nenhum mercado
21:13aberto
21:13com aquela medida
21:15do sul
21:15e acho que
21:16cabe a todos nós
21:17reconhecer
21:19a tempestividade
21:21a agilidade
21:22com que o
21:22ministério da fazenda
21:23atuou
21:25ontem
21:26no final do dia
21:27e acho que
21:29quando ele
21:29menciona essas palavras
21:30para falar
21:31o Banco Central
21:32talvez ele esteja
21:33fazendo
21:34essa
21:35referência
21:38ao fato de que
21:40eu tomei conhecimento
21:42do tema específico
21:43que deu
21:43essa
21:44não foi bem recebido
21:46vamos dizer assim
21:47o IOF sobre remessas
21:49ali
21:49assim como todo mundo
21:50na entrevista coletiva
21:55foi ali que eu
21:55tomei conhecimento
21:57sobre esse detalhe
21:58do
21:58do anúncio
22:00mas quando ele faz
22:02menção sobre
22:03revisão
22:04ou sobre
22:05negociação
22:07é porque
22:08acho que em debates
22:09anteriores
22:10um tempo atrás
22:11em qualquer momento
22:13se discutia
22:14a alternativa
22:14do IOF
22:15como
22:15alternativa
22:17para a persecução
22:18da meta
22:18eu pessoalmente
22:20para usar um
22:21eufemismo
22:22nunca tive
22:22muita simpatia
22:23sobre a ideia
22:24para não dizer
22:24que eu
22:25não tenho mesmo
22:26não acho
22:27não gostava
22:29da ideia
22:29não gostava
22:30da ideia
22:30e funciona
22:31naquela linha
22:32que o ministro
22:32explicou bem
22:33no passado
22:34ter dito
22:34que não gostava
22:35da ideia
22:35não tem
22:36nenhum tipo
22:37de
22:37não implica
22:38nenhum tipo
22:38de ingerência
22:39ou reflexo
22:41sobre o que
22:42a fazenda
22:42deve fazer
22:43de maneira nenhuma
22:44e isso foi super
22:46gentil e honesto
22:47de esclarecer
22:48isso
22:49tanto hoje de manhã
22:50quanto no tweet dele
22:51então
22:52esse é um primeiro ponto
22:54sobre o ponto
22:55dele dizer
22:56sobre que eu não tive
22:57acesso aos detalhes
22:58e às minúcias
22:58também é por isso
22:59acho que tem
23:00um pouco
23:00da conversa
23:01sobre a reunião
23:02de terça-feira
23:03que aconteceu
23:03a reunião
23:04de terça-feira
23:05ocorre dentro
23:05dessas reuniões
23:06cotidianas
23:06que tem que
23:07acontecer
23:07sobre
23:08sobre
23:09pontos
23:10de Banco Central
23:11com o Ministério
23:11da Fazenda
23:12eu vou nessa reunião
23:14com o Ministério da Fazenda
23:14para falar
23:16do tema da PEC
23:16esse é o tema
23:17que eu havia solicitado
23:18da PEC
23:19do Banco Central
23:19o ministro
23:21cordialmente
23:21perguntou
23:22se ele podia
23:22chamar outros
23:23secretários
23:24para participar
23:24da reunião
23:25para trazer
23:25outros temas
23:26e ao chamar
23:27os secretários
23:28para falar
23:28de outros temas
23:29foi discutido
23:29split payment
23:30eco-invest
23:32temas que são
23:32de interface
23:33entre Banco Central
23:34e Fazenda
23:36de maneira
23:37bastante trivial
23:39ele mencionou
23:40que o relatório
23:41bimestral
23:42teria
23:43bloqueia
23:44a contingência
23:45do valor
23:45que teria
23:46e que as medidas
23:47provavelmente
23:47de arrecadação
23:48viriam no sentido
23:49de estar na mesma
23:51direção
23:51da política monetária
23:53de contribuir
23:54para a política monetária
23:55notícia
23:57que foi dita
23:58e o ministro
23:59foi super
24:00super
24:00generoso
24:02de me abrir
24:02o número
24:03do nível
24:04de contingenciamento
24:05bloqueio
24:06e eu recebi
24:08essa notícia
24:08como o mercado
24:09também havia recebido
24:10quando você tinha
24:12essas notícias
24:13no meio da tarde
24:14acho que ficou claro
24:14como o preço
24:15dos ativos
24:15reage
24:16de maneira
24:16bastante benigna
24:17a partir
24:17dessas notícias
24:18a reversão
24:19vai acontecer
24:20dos preços
24:21ou do bom humor
24:22vamos dizer assim
24:23o mercado
24:23vai acontecer
24:24só a partir
24:25da explicitação
24:26dos detalhes
24:27que ocorrem
24:29na coletiva
24:30na coletiva
24:31com os detalhes
24:32que o tema
24:32do IOF
24:33emerge
24:34e vem a público
24:35para conhecimento
24:36dos normas
24:37então
24:37eu acho que
24:39o ponto
24:39que é mais importante
24:41a ser dito
24:41é
24:41ficou muito claro
24:42um
24:43que o
24:44objetivo
24:45me parece
24:46do Ministério
24:47da Fazenda
24:48era
24:48absolutamente
24:49perseguir
24:50e um esforço
24:51de perseguir
24:52e atender
24:52a meta fiscal
24:53no trabalho
24:54que vem sendo feito
24:55de justiça
24:56tributária
24:56e sustentabilidade
24:57fiscal
24:58acho que
24:58bastante evidente
25:00e também
25:00a disposição
25:02a atitude
25:02democrática
25:03e a agilidade
25:04e a tempestividade
25:05do Ministério
25:05da Fazenda
25:06de ouvir
25:07a sociedade
25:07e atuar
25:08de maneira
25:08muito rápida
25:10para dirimir
25:11qualquer tipo
25:11de problema
25:12que possa
25:13existir
25:14acho que isso
25:14é bastante importante
25:15a gente já está vendo
25:16o reflexo
25:17dessa atuação
25:18nos preços
25:19do mercado
25:20pela manhã
25:21de hoje
25:22já adentrando
25:24aqui pela tarde
25:24então
25:25esses acho que são
25:26pontos importantes
25:27para a gente esclarecer
25:28voltando aqui
25:30para finalizar
25:31sobre o ciclo
25:31de política monetária
25:32que eu já estou falando
25:33demais
25:33vi o tempo
25:33só agora aqui
25:34eu acho que
25:36eu fiz uma fala
25:37na segunda-feira
25:38já
25:38na semana
25:39nós vamos ter
25:39o nosso querido
25:40professor
25:41Paulo Piquete
25:41um dos motivos
25:44que eu achei
25:44que estava bem mais tranquilo
25:45de eu aceitar isso aqui
25:46porque qualquer coisa
25:47que eu fale é que
25:48o professor Paulo
25:48vai melhorar muito
25:49e corrigir
25:50um cracaço
25:51como todos os nossos
25:52outros diretores aqui
25:53mas eu acho que
25:56não tem muita coisa
25:57para adicionar
25:59eu acho que é mais
25:59o processo normal
26:00de ciclo de comunicação
26:02de política monetária
26:02que a gente vai
26:03repetindo algumas mensagens
26:05para a gente ir pulindo
26:06ela ao longo do tempo
26:08eu acho que
26:09na minha visão
26:10as duas palavras
26:10centrais
26:11da comunicação
26:12da política monetária
26:14neste ciclo
26:14são
26:15cautela
26:16e flexibilidade
26:18a cautela
26:20faz referência
26:22ao que a gente comentou
26:23agora um pouco antes
26:23sobre o nível
26:24de incerteza
26:25que foi gerado
26:26no mercado mundial
26:27tudo o que a gente já comentou
26:29e vocês vão discutir
26:30hoje ao longo da tarde
26:31e também
26:32ao nível
26:33ao estágio
26:34que nós estamos
26:35da política monetária
26:37do ciclo de apelo
26:38da política monetária
26:38então
26:39o que a cautela
26:39quer dizer
26:40é dado o estágio
26:41que nós estamos
26:41da política monetária
26:42e dado a incerteza
26:43o Banco Central
26:45não deveria fazer
26:46movimentos bruscos
26:47neste momento
26:48não deveria fazer
26:49movimentos bruscos
26:50talvez no começo
26:51eu chamei de
26:52estamos tateando
26:53a gente na comunicação
26:54oficial
26:54achou a palavra
26:56calibragem
26:56e aí
26:58a partir disso
26:59o que eu fiz
27:00foi uma afirmação
27:02que parece
27:03factual
27:04de difícil
27:04contestação
27:06que se você
27:07está
27:08neste momento
27:09onde você não
27:09pretende fazer
27:10movimentos bruscos
27:11nesse momento
27:11de calibragem
27:13o peso
27:14para a convergência
27:15da meta
27:16ou ganha mais peso
27:17para a convergência
27:17da meta
27:18uma discussão
27:19sobre o período
27:20que você vai
27:21permanecer
27:22com essas taxas
27:23num patamar
27:24substancialmente
27:25contra acionista
27:26então é isso
27:28que eu estava
27:30explicando
27:30isso vai ganhando
27:32peso relativamente
27:33ao questão
27:34do fine tuning
27:35e da calibragem
27:37da política monetária
27:38que vai ser o primeiro ponto
27:39o ponto da flexibilidade
27:41é justamente
27:42a resposta
27:43que é dada
27:44quando inicia
27:46as sugestões
27:47que são feitas
27:48sobre
27:48por que o Banco Central
27:50não oferece
27:50algum guidance
27:51sobre o que seria
27:52um indicativo
27:53ou o que seria
27:54algo que deveria cruzar
27:55para a gente poder
27:56observar algum tipo
27:57de inflexão
27:58na política monetária
28:00então a gente não está
28:01nesse momento
28:01a gente está no momento
28:02de preservar a flexibilidade
28:04preservar alternativas
28:05e alternativas
28:07porque
28:08como a gente vê
28:09e como bem disse
28:09o professor
28:10o mundo está mais
28:13parecido com essa realidade
28:14que o professor
28:14estava comentando
28:15do Brasil
28:16o mundo está mais inseto
28:17ele está mais surpreendente
28:18ele está mais volátil
28:20e tem cada vez
28:21mais notícias
28:21que impactam
28:23preços
28:24e a dinâmica
28:24dos ativos
28:25e num mundo
28:26como esse
28:27estando no Banco Central
28:28do Brasil
28:28eu acho que faz
28:30bastante sentido
28:30a gente preservar
28:32essa flexibilidade
28:33para a autoridade monetária
28:34por isso
28:35para finalizar aqui
28:37eu acho que a mensagem
28:37central nesse momento
28:38o nosso papel
28:39é muito mais
28:40comunicar
28:41como vamos reagir
28:43qual é a nossa função
28:44de reação
28:45e menos
28:47ou não
28:47ao invés de
28:49dizer o que
28:50nós vamos fazer
28:51falei demais
28:52professor
28:53espero não ter deixado
28:54pouco tempo
28:54para observações
28:55de vocês
28:55e perguntas
28:56de vocês
28:57agradeço
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