Mills cresce 17% no início de 2025 e projeta expansão no setor de construção; CFO da empresa comenta

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Em entrevista ao Real Time, Renata Vaz, CFO da Mills, comentou os resultados do 1º trimestre de 2025 no Real Time. A empresa registrou crescimento de 17% na receita e alta de 21% no Ebtida ajustado. Destaque para o avanço em locações e construção industrial.

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00:00E a temporada de balanços, claro, continua.

00:03A Mills, que é líder no mercado de locação de plataformas elevatórias e construções de alta complexidade no Brasil,

00:09começou 2025 com resultados consistentes.

00:13Foi registrado um crescimento de 17% na comparação anual,

00:17enquanto o EBITDA ajustado chegou a R$ 206 milhões, alta de 21%.

00:24Para entender melhor os números e as perspectivas da companhia para os próximos meses,

00:29eu converso agora com a Renata Vaz, que é CFO da Mills.

00:32Oi, Renata, muito bom dia para você. Seja bem-vinda ao nosso jornal.

00:37Bom dia, Eduardo. Obrigada pela oportunidade.

00:41Já vamos, então, destrinchar esse balanço, porque a receita líquida da empresa cresceu 17%

00:46e passou dos R$ 400 milhões.

00:49Quais os fatores que explicam esse bom resultado no começo do ano?

00:53Detalhe um pouco para a gente esse balanço e as perspectivas da empresa.

00:56Ok, Eduardo.

01:00A gente teve alguns fatores que impulsionaram o crescimento da receita da Mills nesse primeiro trimestre.

01:06Um deles é que a gente entrou num novo segmento de intralogística,

01:10trazendo novos produtos para a companhia, como empilhadeira.

01:15Isso fez com que a nossa receita desse um salto em relação ao ano passado.

01:19Um outro fator é que esse ano o período de entre safra foi um pouco mais curto.

01:26Então, os nossos clientes do setor de agro, eles começaram os trabalhos um pouco mais cedo,

01:33que também beneficiou a receita.

01:35E, por último, o segmento também de infraestrutura,

01:39que são os nossos equipamentos que a gente aloca em grandes obras,

01:41também foi beneficiado, dado a todas as concessões que saíram no ano passado

01:47e que as obras vêm performando esse ano.

01:50Agora, a entrada de plataformas elevatórias chinesas aqui no mercado brasileiro

01:55tem mexido com os preços, aumentado também a concorrência.

01:59Quais estratégias vocês têm adotado para manter a competitividade,

02:03preservar a participação no mercado brasileiro diante desse cenário?

02:07Como é que está o setor?

02:09Isso, de fato, vem acontecendo desde já tem mais ou menos um ano e meio

02:15que os equipamentos chineses têm entrado com bastante força no mercado nacional.

02:21E a Mills, por ser a empresa líder nesse setor,

02:24a gente tem, de fato, mantido os preços no mesmo nível, os anteriores,

02:30e preservando, de fato, a rentabilidade.

02:33Muitos concorrentes pequenos que antes não trabalhavam com plataformas

02:36começaram a trabalhar.

02:38E o que a gente tem feito dentro de casa?

02:40A gente tem feito algumas iniciativas importantes

02:42de redução de custo de despesa,

02:45desde o olhar para a gente recondicionar a peça,

02:49buscar fornecedores que a gente consiga comprar peças mais baratas também,

02:54e ir trabalhando um pouco com a extensão da vida útil

02:57de alguns equipamentos nossos.

02:59Tudo isso favorece com que a gente possa manter toda a nossa margem

03:05se lá na frente a gente tiver uma pressão maior por quedas de preço.

03:10Então, a gente tem antecipado com essas iniciativas

03:13para poder preservar um cenário que seja um pouco mais desafiador.

03:18Agora, Renata, a Mills estabeleceu a meta de eletrificar a sua frota

03:22em 60% até o fim deste ano.

03:26Quais são os investimentos planejados para alcançar essa meta

03:29e como que a empresa tem lidado com os desafios operacionais

03:33para realmente fazer essa transição rumo aos equipamentos mais sustentáveis?

03:39Ótima pergunta.

03:41Os últimos dois anos, todos os equipamentos que a empresa comprou

03:45nesse segmento específico de plataforma elevatória

03:47já foram equipamentos 100% elétricos ou híbridos.

03:51Então, a Mills não tem mais comprado equipamentos de combustão.

03:55justamente para dar um passo cada vez maior na parte de eletrificação.

04:01E é importante ressaltar que isso não é só positivo do lado de sustentabilidade,

04:07mas ele também gera uma produtividade para o cliente.

04:10Porque, apesar da máquina elétrica ser uma máquina mais cara,

04:14a gente consome menos combustível e traz uma redução de custo para o cliente final.

04:18E quais as principais metas da Mills para os próximos meses?

04:23O que o investidor deve esperar dos números do próximo balanço?

04:29A gente não costuma dar guidance sobre os nossos resultados,

04:33mas o que a gente vem falando para o mercado é que a gente continua otimista com esse ano.

04:38A gente tem novos produtos dentro do nosso portfólio, como eu comentei, as empilhadeiras.

04:42A gente está bastante focada nos contratos de longo prazo,

04:46tanto no segmento de linha amarela quanto de empilhadeira,

04:49para conseguir trazer mais previsibilidade e receita para a companhia.

04:52E a gente está mais preparado para os desafios macroeconômicos que possam surgir.

04:57E, de novo, a gente tem feito bastante iniciativa de redução de custo e despesa,

05:02com um olhar bem focado em capital de giro, alocação de capital,

05:06tudo para manter a companhia saudável, para continuar tendo essa rentabilidade esperada.

05:13E o resultado foi muito positivo, claro, mas qual é o principal desafio daqui para frente?

05:18O dólar, eu imagino que deva ser um desafio importante para vocês,

05:20porque uma cotação mais alta eleva a dificuldade de importar materiais.

05:28Quando a gente fala a parte de comprar novos equipamentos,

05:32quando a gente faz, de fato, um equipamento,

05:34a gente procura se proteger fazendo um hedge cambial.

05:37Então, a gente já coloca isso na conta.

05:40E a gente procura também fazer pacotes com os fornecedores

05:43um pouco mais longo prazo, para poder minimizar esse risco.

05:48O risco maior, eu acho que para a companhia, não só para a Mills,

05:51mas como todas as empresas no país, é, de fato, o aumento da taxa de juros.

05:56Porque o aumento da taxa de juros,

05:58ela acaba aumentando o custo com a despesa financeira

06:02e pressionando um pouco os lucros.

06:04Então, o que a companhia tem feito dentro de casa?

06:06A gente tem feito trabalhos para buscar cada vez taxas menores de dívida,

06:13alongar cada vez mais o prazo e fazer uma alocação de capital mais diligente,

06:18para a gente poder sofrer cada vez menos

06:21e manter a nossa alavancagem nos níveis atuais.

06:24Isso é super positivo para a Mills,

06:27que a gente, comparado aos nossos concorrentes,

06:30a gente tem uma alavancagem ainda baixa, né?

06:33E o que a gente pretende manter para os próximos meses,

06:36justamente com esse foco de alocação de capital,

06:39diligência de custos, despesas, né?

06:43Isso acho que permite a companhia estar um pouco mais saudável.

06:47Perfeito.

06:49Renata Vaz, CFO da Mills,

06:50muito obrigado pela sua participação aqui no Real Time.

06:52Até uma próxima.

06:53Obrigada, Eduardo.

06:55Tchau.

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