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Apesar da volatilidade devido à guerra comercial, os contratos futuros de petróleo fecharam a semana em alta. O barril do tipo Brent encerrou a semana a US$ 66,55. José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos, traz uma análise sobre a valorização.

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Transcrição
00:00E a gente segue falando da volatilidade por causa da guerra comercial e por conta disso os contratos futuros de petróleo encerraram a semana passada em alta após terem iniciado no negativo.
00:13No fechamento o barril do tipo Brent com vencimento em junho teve alta de 0,65% cotado a 66 dólares e 55 centavos por barril.
00:24José Alfax, economista da Rio Bravo Investimentos, vai analisar essa valorização com a gente.
00:31Olá, bom dia José, seja muito bem-vindo ao Agora.
00:35Bom José, vamos contextualizar então um pouquinho nessa questão do petróleo que ele começou apesar de um começo turbulento, depois ele teve uma recuperação e conseguiu fechar o dia em alta.
00:46Isso aconteceu na sexta-feira, não foi isso?
00:48Foi, foi isso sim. A gente teve uma semana muito calcada numa queda generalizada nos preços de commodities e energia, o petróleo não foi diferente.
00:56Isso até materializou em algumas pressões internas aqui para baixar o preço da gasolina, no caso da Petrobras, mas enfim, voltando para sexta-feira,
01:03teve uma série de discursos de que as relações entre os Estados Unidos estariam melhorando com a China em tentativas de negociação.
01:09Elas foram desmentidas diversas vezes desde então, mas há uma percepção geral de que a guerra comercial possa estar entrando num cenário menos instável do que ele estava nas últimas duas semanas.
01:21Então isso acaba se materializando na perspectiva um pouco melhor para os preços de commodities que vinham sendo muito afetados pela perspectiva de desaceleração conjunta e da economia.
01:30Então, pelo que você está trazendo, você acha que esse aumento na sexta-feira, ele é uma correção em relação a uma queda mais longa que vinha sendo observada em função das inseguranças?
01:40Ou é uma correção pequena? Ou você acha que pode ser uma tendência um pouco maior de seguir pensando num patamar aí de maior estabilização?
01:48Você acha que já tem clima para isso?
01:50Acho que é uma correção parcial.
01:52Então, quando as conversas foram melhorando o tom, e especialmente pelo fato de que a gente vê uma ampla tentativa de negociações bilaterais ali, não só com a China,
02:00mas parece que tem negociações dos Estados Unidos com a Coreia também, com o Japão se dando em movimento,
02:05países que estão envolvidos no chamado in-betweeners aí, nesse meio de campo entre China e Estados Unidos,
02:10também se mobilizando para tentar acordos comerciais alternativos,
02:13e isso acaba trazendo a perspectiva de que a gente possa ter uma demanda global menos agitada do que a gente tinha há pouco tempo atrás,
02:20mas ainda assim parcialmente melhor do que a gente vem observando com a perspectiva de desestelação global conjunta.
02:25Então, para mim, sim, é uma correção parcial, mas há espaço para melhora,
02:29especialmente com o fato de que caso essas negociações com a China estejam de fato acontecendo,
02:34ao contrário do que a gente vem ouvindo o ministro de Relações Exteriores vir falando,
02:38tem espaço para melhorar ainda mais, com certeza.
02:40Agora, José, em relação à diminuição aí da tensão entre os dois países,
02:47isso ajudou também a trazer um pouco de melhora nesse cenário do petróleo?
02:53Com certeza, com certeza.
02:55O ponto é que as tensões estavam vindo muito mais de um lado do que de outro,
02:58então o diálogo estadunidense estava muito hostil,
03:01a gente via muitos membros da gestão do Trump se comunicando de uma forma meio hostil em relação à China,
03:06teve alguma demanda chinesa para que o tom da conversa melhorasse,
03:09para que a gente realmente começasse a ter algumas conversas mais produtivas,
03:13caminhando para um acordo bilateral, e quando voltaram a ter os assuntos das tarifas,
03:18especialmente pelo fato de que a China falou que não cederia,
03:20até que o Trump, até que a gestão republicana realmente fizesse o primeiro passo
03:24de tirar a tarifa de 125%,
03:27a gente começou a ter uma conversa um pouco mais funilada para o que de fato importa,
03:30que é essa redução das tarifas de forma bilateral.
03:33Agora, a gente está falando da notícia otimista,
03:36quer dizer, uma certa estabilização com possibilidade de crescimento da demanda.
03:41teve também influência no lado mais negativo,
03:44que é ainda não solução da questão da guerra Rússia-Ucrânia,
03:48porque o estopim lá atrás da pressão sobre o mercado de energia,
03:51dos preços de energia, veio desse lado,
03:54e aí tinha uma promessa do presidente Trump de entrar, resolver,
03:57e acaba que isso não está ainda posto,
04:00essa semana inclusive é uma semana importante para entender a negociação.
04:04Você acha que isso também acaba permeando,
04:05quer dizer, a ideia de que a gente vai continuar talvez um cenário de conflito
04:09e, portanto, de pressão de oferta, do lado da oferta, em termos de energia?
04:15Ah, com certeza.
04:16Como você bem comentou, tinha uma promessa muito grande de intervenção na guerra,
04:19de uma forma mais produtiva.
04:21O que a gente viu desde então são diálogos muito tendenciosos do Trump com o Putin,
04:26na verdade, diálogos de não intervenção,
04:28se a gente puder colocar assim,
04:29um respeito talvez superior ao que era imaginado,
04:32tanto que aquela conversa com o Zelensky foi muito mal encaminhada.
04:34E quando a gente tem também esse retorno das invasões russas na semana passada,
04:39bom, é mais uma perspectiva de que essa guerra não seja tão próxima do fim
04:42quanto ele prometeu durante a campanha.
04:44Especialmente quando a gente pensa pelo lado de gás natural e retenção de oferta,
04:47como você colocou, é mais um fator agravante.
04:50Tem uma conversa, aparentemente os líderes estão reunidos no Vaticano ali,
04:54o Trump diz ter tido uma conversa muito produtiva com o Zelensky,
04:57na ordem de realmente tentar um diálogo um pouco mais hostil com o Putin,
05:01visando o recuo, mas desde que ele assumiu,
05:05foi muito diferente do que ele prometeu ao longo da campanha
05:07e com certeza desempenhou um papel diferente do que imaginado.
05:11Agora, para o Trump ainda seguindo nessa conversa,
05:14a notícia é ruim, porque ele está justamente brigando com a questão dos preços,
05:19a inflação é um aspecto que pega o consumidor americano,
05:23provavelmente teve até impacto na própria eleição do Trump,
05:26porque os americanos não estão tão acostumados com a inflação quanto a gente.
05:29E aí tem vivido anos mais fortes,
05:32e a ideia, o Trump sabia que mexer em tarifa vai pressionar para o alto os preços.
05:37Ele precisa de algumas âncoras, a energia era uma delas,
05:39ele até entrou tanto falando com essa questão do conflito,
05:42quanto na linha do drill, baby drill, vamos aumentar a oferta.
05:46Você acha que esse aumento, essa correção do preço do petróleo no futuro,
05:50pode impactar na rigidez dos preços lá nos Estados Unidos?
05:54Olha, a gente já viu isso de forma prévia,
05:58tanto nos Estados Unidos quanto em outros países,
06:00especificamente no último CPI que foi publicado,
06:02a gente viu uma descompressão muito grande dos preços via preço de energia,
06:06no caso commodities também, por conta da redução dos preços,
06:09visando uma demanda global mais fraca.
06:11Então, se a gente pega o CPI, a gente olha preço de energia,
06:13já está meio que materializado, preços menores,
06:15também impactou diretamente em transportes,
06:17a gente pega seguro de novos veículos, passagens aéreas,
06:20tudo, acabou trazendo um alívio temporário para os preços ali.
06:24No Brasil também, se a gente pegar o último IPCA,
06:26a gente consegue ver como tem uma redução grande na parte de administrados,
06:29gasolina e etanol também caindo,
06:31visando esse cenário de commodities relativamente mais fracas no âmbito de energia,
06:35mas o que você comentou acaba trazendo uma conclusão só.
06:39Você tem um contexto de demanda global mais fraca,
06:42mas aumenta, ou pelo menos constância da oferta.
06:44Isso acaba trazendo um impacto até mais, como eu posso falar,
06:47mais expressivo para a queda do preço.
06:49Tem aumento da oferta de um lado, queda da demanda do outro,
06:52automaticamente a commodity fica ainda mais afetada.
06:55Mas sim, é um fator que ajuda.
06:57Todo o lado de preços exógenos, de comorte,
07:00tem facilitado um pouco a descompressão pelo lado de preços importados aqui no Brasil,
07:05por exemplo.
07:05A perspectiva é essa, mas como se bem falou,
07:08a gente teve essa correção parcial na sexta-feira,
07:10conforme os acordos bilaterais vão se desenvolvendo,
07:13na perspectiva de que o dano à atividade global pode não ser tão ruim também.
07:16E, bom, acho que sexta-feira foi um passe inicial
07:19para uma correção de um fenômeno longínquo que a gente tem em vista,
07:22da commodity sofrendo bastante a perspectiva de deterioração do cenário externo.
07:27E aí, aproveitando a sua entrevista aqui com a gente,
07:31porque voltando lá para o cenário,
07:33porque o cenário brasileiro tem algumas particularidades,
07:35e o americano está mais acirrado nesse debate forte em relação a preços.
07:40Por isso que eu vou insistir aqui, porque nos preços lá, é isso,
07:43energia sempre pega para todo mundo,
07:45e energia era uma das apostas, baixar.
07:48Mas a aposta anterior no mercado energético lá nos Estados Unidos
07:50era a transição energética, né?
07:52Então, você poder ampliar investimentos em energias alternativas,
07:56enfim, ter um cenário que gerasse até uma substituição.
08:01Isso tem diminuído pelo lado de lá.
08:03Como é que o preço do petróleo, na tua opinião, influencia,
08:06dado que não tem um discurso público tão forte,
08:08como é que o preço do petróleo pode influenciar ou não
08:11novos investimentos nessas áreas?
08:14Olha, eu nem acho que, bom, pensando no preço do petróleo,
08:17seja tão por aí, assim, especificamente pensando na correção,
08:21eu não consigo fugir muito da questão geopolítica macro.
08:24Se eu pudesse colocar os drivers principais,
08:25até porque eu acho que essa gestão republicana é muito menos alinhada
08:28à transição energética do que a gente vem observando na gestão Biden,
08:31na gestão Obama antes do Trump, por exemplo, também.
08:34Então, eu não sei se tem tanto esse aspecto de transição energética,
08:37obviamente que ele fica cada vez mais importante,
08:40na transição, mas nesse aspecto de petróleo,
08:43eu acho que o contexto geopolítico macro tem falado muito mais alto,
08:47especialmente pelo fato de que,
08:50dada a intensidade do conflito que se desenvolveu até então,
08:53está travando um pouco?
08:55Está bem, estamos te ouvindo bem.
08:57Ah, não, está bom.
08:59Eu acho que não tem como fugir do driver principal,
09:01se eu pudesse ficar nessa parte de geopolítica macro,
09:03talvez seja o que eu acho mais importante para explicar o movimento do contrato futuro.
09:08Entendi.
09:08E aí, a equipe está aproveitando agora para falar de Brasil,
09:10porque Brasil é esse, também é afetado por esse driver macro,
09:13como você está colocando,
09:14mas a gente tem feito o que você também falou em algumas das suas respostas,
09:17tem a política da Petrobras de preços,
09:20que acaba travando um pouquinho a entrada do macro diretamente para o preço aqui dentro.
09:24E aí, foi até um debate,
09:26porque tradicionalmente o preço aqui acabava ficando mais baixo
09:30e com a queda do petróleo nos últimos tempos,
09:32teve aquela ideia de que o preço aqui está muito mais alto
09:34e que poderia baixar o preço da gasolina.
09:37Como que você vê a política de preços da Petrobras nesse cenário macro mais volátil?
09:42Você acha que ela tem algum potencial de proteção do mercado interno
09:45ou o risco maior ainda é de desvio?
09:48Olha, eu acho que a presidente da Petrobras tem feito um trabalho muito bom
09:50em explicar essa disparidade.
09:52Como a gente vem comentando há um tempo,
09:55a Petrobras mantém os preços acima ou abaixo do preço internacional,
09:59que é a política de paridade de preço internacional.
10:01Nesse contexto, a gente dá muita pressão
10:02para trazer esse preço um pouco mais próximo do mercado,
10:05a gasolina interna mais próxima do mercado.
10:07Se eu não me engano, estava na defasagem de 4% ou acima,
10:10o que traria algum alívio inflacionário relevante.
10:14Em quais pressões o Alexandre de Silveira,
10:16alguns membros do governo articulando para essa queda do petróleo aqui,
10:18que facilitaria um pouco o processo desinflacionário?
10:21A Magda, presidente, se posicionou muito bem,
10:23falou que como é um contexto muito volátil,
10:25geopoliticamente falando,
10:27você trazer a correção do preço instantaneamente,
10:30sem analisar um pouco da questão conjuntural,
10:32poderia acabar atrapalhando ali o processo de ancoragem de preço.
10:37Então, acho que o cenário de esperar,
10:39ver a robustez e também a estruturalidade da medida,
10:43antes de implementar, talvez seja a parte mais importante,
10:45mas, de qualquer maneira, ela age em duas direções.
10:49Normalmente, a Petrobras, em alguns contextos,
10:51segura lá abaixo do preço de mercado, alguns acima,
10:54tudo analisando um pouco da questão sistemática,
10:56dos efeitos sistemáticos do risco macro.
10:58Eu sinto que nesse caso, nesse cenário que a gente está observando,
11:01o gradualismo, a observação, como a Magda pontuou,
11:04tem sido a medida mais inteligente de a gente fazer a correção.
11:07Perfeito.
11:08Muito obrigada, viu, José Alfax,
11:10economista da Rio Bravo Investimentos.
11:13Obrigada por ter aceitado o nosso convite,
11:15participar com a gente dessa entrevista,
11:17nessa manhã de segunda-feira, aqui no Agora.
11:20Uma ótima semana para você, viu?
11:23Obrigado. Obrigado pelo convite.
11:24Ótima semana.
11:25Bom dia. Tchau, tchau.
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