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O economista-chefe da Level Asset Management, Jason Vieira, analisa a decisão do Banco Central de manter a taxa Selic em 15% ao ano e a ausência de sinalização para cortes no curto prazo. Segundo ele, o BC segue cauteloso diante dos riscos inflacionários, apesar do alívio recente vindo do câmbio, e avalia que uma eventual redução dos juros pode demorar mais do que o mercado esperava.

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Transcrição
00:00Eu quero falar um pouquinho de economia agora e vou receber aqui o Jason Vieira,
00:04que é economista-chefe da Leve Asset Management.
00:08E vai falar um pouquinho sobre a questão da taxa de juros,
00:10porque o Banco Central decidiu pela manutenção da taxa de juros, Jason,
00:13e o que mais chamou a atenção nessa semana é o fato de que,
00:17além da manutenção em 15%, não houve sinalização por parte do Banco Central
00:21de uma possível redução a partir do ano que vem,
00:27ou de se flexibilizar um pouco mais essas decisões bastante duras
00:32que têm sido tomadas pelo Banco Central nos últimos meses.
00:36E havia até uma expectativa do mercado de que isso poderia acontecer no início de 2026.
00:42E por que, Jason, que você entende que isso não acontece?
00:47E eu quero saber se você concorda com a decisão que foi tomada pelo Banco Central nesta semana.
00:52Boa noite.
00:53Olá, pessoal. Boa noite de novo. Obrigado pelo convite.
00:56Nós éramos da ala que estava dizendo que não ia cortar em janeiro.
01:00Ou seja, nós já tínhamos a expectativa de que efetivamente o corte de juros
01:03deveria vir a partir de março.
01:06Porque existe, na verdade, uma questão de ciclo de política monetária.
01:09O Banco Central, ele manteve os juros a partir de agosto,
01:14ou seja, a última decisão de juros foi no dia 30 de agosto.
01:18A partir daí, se a gente contabilizar nove meses,
01:20que é mais ou menos o período que tem entre uma decisão de política monetária
01:24e a sua efetivação na economia, dá março.
01:27Dentro desse aspecto, o Banco Central ainda tem preocupações muito pesadas em relação à inflação,
01:32porque apesar desse alívio que nós sofremos da inflação recentemente,
01:36isso vem do câmbio.
01:37Mas não vem do câmbio por questões locais.
01:41Não é...
01:42Os eventos locais que estão trazendo conforto efetivamente ao investidor internacional
01:49e o dinheiro está entrando no Brasil.
01:50É o dólar internacional que caiu a partir do Liberation Day,
01:53que foi quando o Donald Trump colocou as tarifas mundo afora.
01:57Neste cenário, o Banco Central sabe que nós estamos no topo da inflação,
02:01ainda com um câmbio super favorável para o Brasil.
02:04Ou seja, qualquer evento que possa vir no meio do caminho
02:07e que reverte-se essa valorização do real,
02:12isso se converte automática e rapidamente em inflação.
02:16Daí a preocupação do Banco Central.
02:17E a segunda grande preocupação do Banco Central
02:19é o excesso de estímulos fiscais e de gastos do governo,
02:24que tem sido de maneira cada vez mais constante e crescendo cada vez mais.
02:28Fazendo com que o Banco Central se torne cada vez também mais conservador.
02:32É esse fio que eu queria puxar contigo, né?
02:34Sobre as contas do governo e sobre como, mesmo com as falas de ministros,
02:40como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
02:41de que haveria um controle, de que o governo está realmente planejando
02:45possíveis manutenções do arcabouço fiscal em 2026,
02:51a gente sabe que vem uma eleição pela frente,
02:53a gente sabe o quanto a máquina pública funciona
02:56ou como ela funciona quando há nessa máquina pública
03:00alguém que pode tentar a reeleição.
03:03O quanto vocês olham com preocupação para 2026
03:06exatamente por ser um ano eleitoral?
03:11Nós já olhamos 2025,
03:13porque uma parcela significativa daquilo que você teve de controle em tese fiscal
03:17foi porque uma série enorme de gastos foi tirada do arcabouço.
03:22E o segundo ponto, também houve aumento da arrecadação
03:24dado o aumento de impostos que ocorreu no período.
03:27Então não é que o governo está conseguindo cumprir as suas metas
03:31e não adianta bater palma para isso,
03:33o governo não está cumprindo as suas metas.
03:35O governo está deficitário, está altamente deficitário,
03:38está prometendo superávit no próximo ano,
03:40que deveria ser pelo menos 0,25% do PIB,
03:43e nós sabemos que ele não vai cumprir.
03:44Especialmente o que já está falando de isenção de transporte público,
03:51mais uma série de pacotes de BNES,
03:53tudo o que ele está tentando de alguma maneira
03:55para tentar reverter a enorme impopularidade que o atual mandatário tem.
04:00Esse é um ponto muito relevante.
04:02Ele não consegue reverter a impopularidade,
04:03e isso nós sabemos que no Brasil
04:05acaba sendo mais decisivo numa eleição
04:08do que a própria popularidade.
04:10Falando em eleições, eu queria muito ouvir a sua análise
04:13sobre a maneira como o mercado financeiro
04:15tem enxergado as possíveis candidaturas
04:17e aquelas que não saem exatamente da maneira como se esperava,
04:21porque a gente viu o Flávio Day,
04:23como ficou conhecido o dia que o Flávio Bolsonaro
04:26anunciou a sua candidatura,
04:27derrubando as bolsas de uma maneira bem intensa
04:30e provocando aquela queda brusca
04:33que foi avaliada pelo mercado naquela data.
04:35E depois, uma certa oscilação
04:38na maneira como o mercado olha para essa candidatura,
04:41exatamente porque ela começa a tirar um pouquinho
04:44a possibilidade que o mercado olhava para
04:46o nome de Tarcísio de Freitas,
04:48como alguém capaz de competir com o presidente Lula
04:55à altura, numa possível tentativa de reeleição do presidente Lula,
04:58aliado a um controle que o mercado acredita
05:02que Tarcísio tenha, um controle maior
05:04dos gastos públicos,
05:06ou uma preocupação maior com os gastos públicos.
05:08O quanto isso, no teu ponto de vista,
05:11ainda vai mexer também com a questão econômica
05:14aqui no país, principalmente pelo fato
05:16de Flávio Bolsonaro sinalizar que vai manter
05:18a sua candidatura?
05:21Bom, nós sabemos que a questão do Flávio Bolsonaro
05:24não são as pautas dele,
05:25mesmo porque nós observamos durante o governo do pai dele
05:28que muitas das pautas que são muito importantes
05:31para a economia, o Paulo Guedes teve que brigar
05:33com o próprio governo para conseguir fazer
05:35com que elas fossem colocadas em diante.
05:37Nós sabemos disso.
05:38Mas não é a questão da pauta,
05:40não é a questão do viés, não é a questão de nada.
05:41É a questão de você fazer uma divisão na direita,
05:43que é o campo agora, nesse momento,
05:45que é a expectativa de alternância de poder,
05:48que traz essa visão fiscalista,
05:50nesse ponto de vista.
05:51Isso é muito importante porque
05:52o aspecto fiscal de controle de gastos,
05:56de melhoria da utilização da máquina pública,
06:00o Tarcísio está provando na prática,
06:02ele está provando para o mercado,
06:03o mercado sabe o que ele está fazendo no Estado de São Paulo
06:06e aprova como ele está lidando no Estado de São Paulo
06:08e entende que transformado isso para o espectro nacional
06:11pode ser muito bom para o país.
06:13O temor do Flávio Bolsonaro entrar na rodada
06:15é fazer uma divisão da direita,
06:18tirar votos que levariam a um primeiro e um segundo turno
06:21mais fácil numa coalizão com o Tarcísio.
06:24E o temor é exatamente isso,
06:25porque nós sabemos que o primeiro ano
06:26do governo Bolsonaro
06:27foi extremamente conflitivo
06:30com a base deles mesmo,
06:31com a própria base do governo Bolsonaro
06:32e com o Congresso.
06:34A coisa começou a se alinhar muito
06:36depois da pandemia,
06:37quando começou ali a trabalhar um pouco melhor
06:38com o Congresso,
06:39mas ainda foi muito conflitivo.
06:41E nós vimos durante o governo Temer
06:43que só foi de dois anos
06:44e a economia conseguiu se recuperar
06:46da pior recessão da história do Brasil,
06:49da pior perda de valor,
06:50do maior aumento de pobreza do país,
06:52que foi durante a recessão do governo Dilma,
06:54levou praticamente dois anos
06:55para se corrigir uma parcela significativa daquilo.
06:58Então, você sabe que o fiscal precisa só
07:00de pouco tempo,
07:02o fiscal precisa de um ciclo um pouco mais virtuoso
07:07de controle das contas públicas
07:09para que nós possamos chegar
07:11num futuro um pouco melhor para esse país.
07:14Porque enquanto insistir nesse modelo
07:15de excesso de gastos públicos,
07:17sempre fica tudo muito fragilizado.
07:20E esse é o temor do mercado.
07:21Vai continuar temeroso
07:23enquanto as pesquisas continuarem dessa maneira.
07:26Para nós, o Tarcísio tem que ser colocado
07:28muito imaticamente
07:29para evitar alienar a própria base
07:31que é do ex-presidente Bolsonaro
07:34e está tentando, obviamente,
07:35buscar alguma alternativa aí no caminho.
07:38O problema é que nós podemos chegar
07:39num momento que nós vamos ter de candidato
07:40o Flávio Bolsonaro,
07:41o Ratinho Júnior e o Bunzema.
07:43Aí é uma divisão bastante clara da direita.
07:45Para o Tarcísio, está simples.
07:47O estado de São Paulo, ele ganha no primeiro turno.
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