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No programa Direto ao Ponto desta segunda-feira (01), o infectologista da Unifesp e pós-doutor Ricardo Sobhie Diaz comenta os avanços de sua pesquisa inédita de vacina contra o HIV e as perspectivas para a saúde pública.
O especialista explica que a ciência busca a cura do vírus, mas o termo "curar" está sendo substituído por "remissão" ou "controle" em longuíssimo prazo, já que o vírus se integra ao DNA das células. Diaz afirmou que "o que a gente quer é curar as pessoas que vivem com HIV, mas não usamos mais essa palavra".

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Transcrição
00:00Professor, eu quero começar te perguntando sobre esse estudo inédito.
00:04E eu quero ouvir, ao longo do tempo em que falamos sobre esse tema e acompanhamos esse tema na imprensa,
00:10sobre o termo cura para o HIV.
00:14Seria de fato uma cura para o HIV e como que essa cura seria alcançada?
00:21Boa noite.
00:21Boa noite.
00:22Você sabe que a gente usava essa palavra cura, porque o que a gente quer é curar as pessoas que vivem com HIV.
00:28A gente sabe que já curou algumas pessoas no mundo, mas hoje em dia a gente não usa mais essa palavra.
00:35Qual é?
00:36É remissão sustentada do HIV sem antirretrovirais.
00:42É difícil, é um termo difícil.
00:43O que quer dizer é que você para o tratamento e a pessoa continua sem ter a manifestação do vírus.
00:50Essa seria a remissão sustentada.
00:52É um termo técnico, é um termo de segurança, conservador, mas é como a gente agora tem que se reportar.
01:00Agora, a pessoa que pode ou que passa por esse processo, o exemplo daquele paciente de São Paulo que ficou conhecido aqui,
01:06a palavra cura parece muito mais libertadora, digamos assim?
01:10E é o que a gente quer.
01:12É interessante isso daí, porque desde que a gente começou a entender o HIV direitinho,
01:18a gente achava que podia curar as pessoas.
01:22Porque nenhum lugar do nosso corpo que é definitivo tem o vírus, é infectado pelo vírus.
01:29Só aqueles lugares que a gente consegue trocar, aquelas células do nosso corpo que a gente consegue trocar
01:34e a gente já suspeitava que poderia curar as pessoas.
01:39E, de fato, nós provamos esse conceito com o transplante de medula.
01:45Então, a gente já tem oito pessoas curadas no mundo com esse procedimento que é complexo, difícil,
01:53que requer um tratamento parecido com o que a gente faz para câncer hematológico,
01:59para câncer das células, que é o transplante de medula.
02:02E conseguimos curar essas pessoas e provar esse conceito.
02:05Mais do que isso, a gente conseguiu, com esses oito pacientes, essas oito pessoas,
02:12mostrar que a gente consegue fazer isso com qualquer pessoa.
02:15Sabe por quê?
02:16Tem gente velha, tem gente jovem, tem mulher, tem homem, tem gente que tinha o HIV há pouco tempo,
02:25tem gente que tinha o HIV há muito tempo,
02:28tem gente, como o paciente de Londres, que tem o vírus muito resistente aos medicamentos do coquetel.
02:34Deu certo para todo mundo.
02:36Então, a gente consegue fazer isso daí.
02:38O desafio é a gente fazer isso sem precisar fazer essa estratégia que é complexa e de risco,
02:45que é o transplante de medula.
02:47É isso que a gente procura na ciência, expandir esse conhecimento para poder curar as pessoas.
02:53Vai lá, Mônica. Bem-vinda. Boa noite.
02:55Obrigada, Cine.
02:57Obrigada, Ricardo.
02:58É um prazer falar com você aqui, neste dia de combate ao HIV.
03:02É um dia tão importante.
03:04A minha pergunta tem a ver com a minha idade, na minha geração.
03:08A gente tinha muito medo da AIDS, muito medo do HIV.
03:11Era uma condenação à morte, era uma sentença de morte.
03:14Então, a gente tinha aquele medo.
03:16Hoje, não existe mais esse medo.
03:18Os jovens já estão mais tranquilos, sabem que é possível viver com o HIV.
03:23Então, como é que a gente pode enfrentar hoje para evitar que continue havendo contaminação?
03:27Porque ainda há contaminação hoje.
03:30Então, como enfrentar essa situação e tentar evitar que os jovens se contaminem?
03:36Tecnicamente, o que a gente diz é que a percepção do HIV mudou.
03:42Então, hoje em dia, as pessoas mais jovens não têm mais essa ameaça que a gente sentia no começo da epidemia global que a gente teve.
03:53Então, hoje em dia, a gente tem um probleminha.
03:57Essa percepção mais atenuada tira o HIV da agenda.
04:02Então, a gente começa a substituir as nossas prioridades por outras.
04:06Outras infecções, outras pandemias, aquecimento global, guerra.
04:10Mas o nosso trabalho é não tirar o HIV da agenda.
04:14Porque a gente viu essa epidemia nascer.
04:18Eu acho que a gente vai ter a sorte, a minha geração, de além de ter visto essa epidemia nascer,
04:24ter a oportunidade de ver essa epidemia acabar.
04:27É mesmo.
04:27A gente tem essa perspectiva real.
04:29No começo, o HIV é uma história interessante, porque é como se fosse um filme que vimos de trás para frente.
04:40A primeira cena desse filme foi a última.
04:44Eram as pessoas morrendo, com uma profunda diminuição da imunidade, morrendo de câncer, morrendo de infecção.
04:52E a gente era espectador da catástrofe.
04:55Não podia fazer nada.
04:56E aí a ciência avançou, avançou, avançou.
04:59A gente descobriu que essa doença era causada por um vírus.
05:03A gente começou a testar as pessoas.
05:05Tivemos uma surpresa no começo.
05:07Para cada pessoa que estava morrendo de AIDS, existiam 500 pessoas que tinham HIV e que igualmente iriam morrer.
05:15E aí a gente começou a inovar, a ponto de chegar onde a gente chegou.
05:19Então, essa que é a boa notícia.
05:22Esse que é o avanço, essa que é o benefício da ciência.
05:27A gente conseguir caminhar no sentido de fazer com que o mundo fique melhor.
05:32A gente tem até números aí que mostram as infecções por HIV no mundo e no país.
05:38Vamos trazer duas telas para que as pessoas possam ficar por dentro deles?
05:41Então, se a gente olhar hoje para o HIV no mundo, nós temos 40,8 milhões de pessoas infectadas com HIV.
05:49Os novos casos em 2024 representaram 1,3 milhão.
05:54As mortes em 2024 no mundo, 630 mil.
05:58E as mortes desde 1980, 44 milhões.
06:02Agora, se a gente olhar para o HIV e focar aqui no Brasil, nós temos esses números que aparecem na tela.
06:07São 17 mil, 889 novos casos registrados em 2024.
06:14Se nós olharmos desde 1980, são 1,165,599.
06:21E o estado com mais casos é justamente o estado de São Paulo com 323 mil.
06:27São os dados do HIV no mundo e no país.
06:30E o estado com mais casos registrados em 2024.
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