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Paula Parker, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, analisa os principais avanços da COP30: biocombustíveis, preservação das florestas, agricultura de baixo carbono e mercado de carbono. Ela comenta o simbolismo da COP na Amazônia, impasses sobre combustíveis fósseis e o papel da ciência na transição energética.

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Transcrição
00:00E ainda sobre a COP30, vamos conversar agora com a Paula Packer, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente.
00:07Oi, Paula, muito boa noite para você. Seja bem-vinda aqui ao Times Brasil, exclusivo CNBC. Tudo bem contigo?
00:15Tudo bem, Eric. Boa noite. Boa noite a todos os ouvintes.
00:18É muito interessante falar da COP. Eu acho que é importante a gente trazer aqui outras expectativas também dentro do que foi falado pelo embaixador Correia do Lago.
00:34Eu acho que a Embrapa traz algumas coisas diferentes dentro do contexto da COP.
00:39Olá, nossa analista Mariana Almeida também vai participar deste bate-papo, mas eu começo te perguntando o seguinte.
00:46A Embrapa entregou um documento pré-COP ao ex-ministro Roberto Rodrigues sobre o posicionamento da empresa.
00:53Quais negociações avançaram?
00:56Eu acho que dentro das negociações que foram no contexto da COP, a transição energética, apesar dela não ter sido ratificada,
01:05se a gente pensar nisso, pensar em todo o contexto e em toda a participação dentro dos biocombustíveis que a gente está falando,
01:16a agricultura e a Embrapa têm feito muito dentro desse temático.
01:20Então, se a gente fala da agroindústria e da transição energética, a gente entra com vários fatores e vários eixos.
01:29Um dos principais são os biocombustíveis.
01:33A gente já trabalha, já tem biocombustíveis, já de uma forma inerente, a gente nem fala mais que o etanol é um biocombustível, um biodiesel.
01:44Nós já estamos tão acostumados com isso, que faz parte do contexto.
01:49Mas fora isso, acho que a gente entra com duas verticais aí que o embaixador falou,
01:55que é a preservação das florestas, isso foi uma temática muito abordada dentro da COP e isso sempre tem sido feito,
02:06porque quando a gente fala de desmatamento e de agroindústria, muitas vezes também a gente coloca o desmatamento ilegal no peso da agricultura.
02:18E isso, quase 70%, 80% não é verdade.
02:22Então, a gente veio com esse documento, com uma série de tecnologias que foram apresentadas lá na Grisone,
02:31tecnologias de baixo carbono, de sustentabilidade, de integração com a floresta, de restauração ambiental,
02:39fora os 400 painéis que nós tivemos lá e abordando realmente a Amazônia,
02:45a preservação, não só a Amazônia, mas a preservação das florestas como nexo nessas entregas da COP,
02:56a transformação realmente dos sistemas agroalimentares, olhando para uma agricultura de baixo carbono,
03:03regeneração, resiliência, segurança alimentar e a ciência e inovação como base de toda essa transformação.
03:13E a implementação realmente do financiamento do mercado de carbono que a gente está recuperando faz tempo.
03:21Olá, bom, eu queria aproveitar e agradecer a sua presença aqui no Times.
03:26E, bom, você estava falando exatamente agora de alguns pontos que eram muito importantes
03:30do ponto de vista de concretizar o simbolismo que era fazer a primeira COP na Amazônia.
03:36Quer dizer, fazer a primeira COP aqui também era para colocar no centro do debate a questão do desmatamento,
03:42a relação de governança e dos modelos de governança possíveis da conversa que envolvessem o setor privado,
03:47esse outro olhar também da agricultura e aí essa janelinha que você mencionou sobre o mercado de carbono.
03:54Ainda está muito quente o fim da COP, mas quando passar, como é que você acha que vai ficar a narrativa dessa COP?
04:00O que você vai se lembrar? Esses temas do simbolismo e que se materializam nisso que você estava mencionando,
04:05eles foram suficientemente fortes os avanços para poder ficar como marca dessa COP?
04:10Ou você acha que outros temas, até os incidentes, por exemplo, do incêndio ou essa saída aí da temática dos combustíveis fósseis
04:17vão acabar dando o tom do que foi essa COP que era tão importante que guardasse algo de simbologia associada a desmatamento
04:25e essa relação aí do ponto de vista da floresta?
04:30Ah, eu acho que nós tínhamos o setor, né, quando a gente fala Embrapa, a gente trabalha realmente na interface
04:37entre a agricultura e meio ambiente, esse é um dos eixos principais da pesquisa dentro da Embrapa, né,
04:45com todas as 43 unidades e o que a gente, eu acho que nós tínhamos um receio muito grande da COP no Brasil,
04:55sendo que nós temos mais de 25% do PIB do Brasil é baseado na agricultura.
05:04Então, quando a gente põe a agroindústria, ele aumenta até um pouquinho mais.
05:08Então, existia um receio muito grande do setor quanto a COP ser no Brasil e a COP ser na Amazônia.
05:15Mas eu acho que dentro dessa costura que nós trouxemos realmente para a Grisone,
05:23foi algo assim, foi o diferencial da COP do Brasil.
05:29Foi literalmente o diferencial, porque nós trouxemos para dentro da Embrapa
05:35visitas de embaixadores, de princesas, de delegações, de cientistas,
05:44mostrando realmente como a agricultura brasileira tem esse potencial
05:49de diminuir as emissões, né, de ser um agente de mitigação
05:54e um agente de sequestro de carbono.
05:57Além do que a gente está falando hoje em dia, que é uma das temáticas das últimas COP,
06:02da adaptação às mudanças climáticas.
06:05E quando a gente fala em agricultura, a gente tem que trazer adaptação para dentro também
06:10e adaptação muitas vezes para dentro da porteira.
06:14Então, eu acho que essa temática, a Grisone foi assim, eu acho que foi um sucesso.
06:19Passaram mais de 20 mil pessoas dentro da Embrapa em todos os dias
06:24e trazendo realmente o potencial da agricultura brasileira de três quase safras em alguns lugares,
06:32duas, do que a gente sequestra de carbono no solo,
06:36de como que a gente traz uma pecuária mais intensiva realmente para diminuir as emissões.
06:42Então, todo esse arcabouço que a ciência, a pesquisa do Brasil,
06:46agregada às políticas públicas hoje, elas trouxeram para a mesa o potencial que o Brasil tem realmente
06:54dessa sustentabilidade, mostrar isso.
06:58E isso foi realmente uma das cerejas do bolo.
07:02E o ministro Roberto Rodrigues falou em uma das visitas.
07:06Isso foi o diferencial da COP e isso só aconteceu porque a Embrapa estava lá.
07:11O Paulo, para a gente finalizar a nossa conversa, já deve estar saindo agora há pouco,
07:18a gente até vê imagens ao vivo agora do André Corrêa do Lago, presidente da COP30,
07:25vai ter uma entrevista coletiva, um anúncio do texto final da COP30.
07:31Depois de um grande impasse, os combustíveis fósseis acabaram ficando de fora.
07:35Teve ali um ruído entre países sul-americanos, a Rússia, inclusive a Rússia que faz parte
07:42da OPEP+, grandes produtores de petróleo, e muito se falava da transição energética.
07:48É um retrocesso, os combustíveis fósseis, ou pelo menos um caminho para acabar com o combustível fóssil,
07:54ter ficado de fora desse texto?
07:57Eu escutei bastante isso.
08:00Ter ficado fora do texto, muitas vezes não é um sinal de não avançar.
08:06A gente tem avançado nesses últimos anos na discussão realmente da transição dos combustíveis fósseis
08:13para biocombustíveis.
08:16No ponto de vista do Brasil e também da geopolítica mundial,
08:21a gente sabe que tem barreiras que sempre, para ultrapassar essas barreiras
08:26e fazerem acordos mais bilaterais, eles muitas vezes, um ano eles regridem um pouco,
08:33mas o outro ano eles avançam em outras negociações.
08:36Eu acho que ter ficado de fora ratifica também o que o embaixador Corrêa do Lago falou,
08:46que a gente tem que fazer roadmaps.
08:48Eu acho que essa proposta de fazer roadmaps vai trazer na mesa de discussão novamente
08:53essa transição energética.
08:56Não vai ser de uma hora para outra, mas eu acho que o mundo está caminhando para isso.
09:03E a gente vai ter uma transição, não vai ser de um dia para o outro,
09:07mas eu acredito que realmente essa discussão vai permear para diversos países.
09:13Eu participei particularmente de uma discussão com a Índia,
09:16que eles estão querendo fazer uma transição para combustíveis, para biocombustíveis,
09:23olhando o que a gente já tem aqui no Brasil, olhando o RenovaBio,
09:27que é uma política pública fantástica de biocombustíveis.
09:31Então, a gente tem conversado em mesas de negociações
09:36e eu acho que essa transição energética vai ocorrer aos poucos.
09:41Nós temos que pensar que os países exportadores de petróleo,
09:45eles têm realmente uma resistência óbvia,
09:51porque faz parte do comércio deles.
09:54Mas eu acho que cada vez que a gente mostra um pouquinho mais
09:57do que a gente está fazendo realmente aqui no Brasil,
10:00eu acho que trazendo outros países, como a Índia,
10:04que são países grandes, distensões continentais, que nem o Brasil,
10:09a gente começa a trazer outros países para essa transição
10:14para os combustíveis, para os biocombustíveis.
10:17Paula Packer, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente,
10:20obrigado pela sua participação, uma ótima noite e um bom final de semana.
10:25Obrigada, bom final de semana para todos.
10:28Obrigado.
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