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O Brasil pode responder por 75% da produção de SAF na América do Sul nos próximos anos. Erica Marcos, gerente ambiental da CNT, explicou os caminhos tecnológicos, os custos, a demanda atual e o impacto ambiental do combustível sustentável de aviação.

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Transcrição
00:00O Brasil caminha para se tornar referência na produção de combustível sustentável de aviação, SAF, na América do Sul.
00:08De acordo com a Confederação Nacional do Transporte, a expectativa é que nos próximos anos o país concentre cerca de 75% da capacidade produtiva da região.
00:19Para falar sobre esse tema, a gente fala agora com a Érica Marcos, gerente ambiental da CNT.
00:25Érica, boa noite. Obrigado pela sua participação ao vivo aqui com a gente no Radar.
00:29Érica, antes de mais nada, como é a produção do SAF? Quais são as possibilidades de se produzir o SAF?
00:36Boa noite a todos os telespectadores. Pois bem, Fábio, a produção é complexa, mas ela é viável.
00:45Então, tecnicamente, a ANP, Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis Nacional, já autorizou as sete rotas produtivas do SAF.
00:58Sendo que a principal rota é aquela que está mais consolidada, que utiliza os óleos vegetais, com potencial, inclusive, de uso de resíduos.
01:10Óleos residuais, como, por exemplo, o óleo de cozinha.
01:14Então, essa produção, ela tem avançado paulatinamente no Brasil.
01:21Existe um potencial enorme para o nosso país avançar nesse sentido, devido ao nosso perfil de produtor, grande produtor e utilizador de biomassas.
01:30E como é que está hoje o custo dessa produção?
01:35Quer dizer, até que ponto está atraente hoje para os players entrarem nesse mercado?
01:40Esse é um dos principais desafios.
01:44O avanço tecnológico, ele precisa de incentivos de diversas esferas, mas no âmbito de incentivos econômicos.
01:55É uma produção cara.
01:57Então, observando o preço global, o litro do SAF em relação ao querosene fóssil, ele varia de duas vezes até cinco vezes mais caro, já observado internacionalmente.
02:13E para torná-lo economicamente mais acessível, nós precisamos de subsídios, incentivos econômicos, como, por exemplo, isenção, menor carga tributária, avanço na modernização dos processos que estão menos maduros nessas rotas tecnológicas de produção de SAF e, certamente, as linhas de crédito para apoiar quem quer investir em SAF.
02:40Cabe informar que nós tivemos uma chamada do BNDES e FINAMI, recebeu cerca de mais de 70 projetos, foram 76 projetos e 43 projetos eram dedicação exclusiva à SAF.
02:57Um investimento no país com essa chamada que ocorreu em 2024, na ordem de 120 bilhões de reais.
03:06Ou seja, de todas as chamadas que esses bancos de desenvolvimento receberam, 70% é para a SAF.
03:16Isso demonstra um apetite positivo dos investidores nessa fonte energética.
03:22Agora, com essa diferença de custo que você apontou em relação ao querosene de aviação, como é que está hoje a demanda?
03:29A gente imagina que ela vai crescer, mas hoje, como é que está a demanda pelo SAF?
03:32Pois bem, a demanda tem sido incentivada por questões regulatórias.
03:40Então, nós tivemos, no ano passado, a Lei Combustível do Futuro, que prevê para o setor aéreo a redução das emissões de gases de efeito estufa,
03:50iniciando em 2027 com 1%, indo até 2037 para 10%.
03:57Então, é uma necessidade de redução colocada, obrigatória, para esse setor operando aqui no Brasil, no caso.
04:06E aí, em função disso, a empresa aérea pode optar por diversas formas para alcançar essa meta colocada
04:16pelo Conselho Nacional de Política Energética.
04:20Então, ela pode optar pelos combustíveis sustentáveis de aviação, no caso aqui no Brasil, o SAF.
04:26E nesse sentido, a oferta vai crescer.
04:31Globalmente falando, a gente percebe aí uma produção já crescendo paulatinamente também,
04:37alcançando até 2028, 6% da oferta necessária em termos de querosene fóssil, em comparação com querosene fóssil.
04:48Então, a gente observa movimentos indutores para incentivar o consumo energético dessa fonte.
04:57O ponto positivo do SAF, em relação para quem utilizá-lo, é que ele está relacionado com corcia,
05:03que é um esquema de compensação de emissões de gases de efeito estufa.
05:06Então, se eu utilizo o SAF, eu posso entrar em um esquema de mercado de carbono,
05:12em que eu posso provar a minha redução das emissões e ganhar com isso.
05:17Então, existem já movimentos indutores, tanto do lado da produção, quanto do lado do consumo,
05:24mas ainda são incipientes.
05:26E aí é que a gente precisa de mais estímulos nesse sentido.
05:30Erika, uma dúvida de leigo.
05:31Os aviões são flex?
05:32Dá para colocar SAF num avião que sempre rodou com querosene de aviação?
05:37Ou tem que haver alguma adaptação ali no motor dele?
05:41Boa pergunta.
05:42Fábio, os aviões são flex.
05:45O SAF, já há testes, inclusive, de operadoras aéreas brasileiras,
05:50utilizando o percentual de 100% SAF.
05:53Mas, a depender da rota tecnológica, que tem muito a ver com o tipo de biomassa,
06:01os teores de SAF que podem ser misturados com querosene e fóssil, variam.
06:07Mas, assim, pela ANP, nós já podemos utilizar, no máximo, o teto de 50% de SAF,
06:15que a gente consegue ter um voo seguro.
06:17Quer dizer, o SAF nunca vai sozinho, ele é misturado ao querosene.
06:21Ele é misturado, ele é um blend, ele é uma mistura de querosene fóssil
06:25com combustível sustentável de aviação.
06:29Essa parcela, ela é renovável.
06:32E ela pode adivir, inclusive, de resíduos.
06:35O que é muito interessante para o meio ambiente,
06:38porque a gente converte um passivo ambiental
06:42em um ativo energético e econômico para o nosso país.
06:45E para a gente encerrar, Erika, qual o impacto para as emissões?
06:51Quanto de CO2 emite-se a menos ao se utilizar o SAF?
06:56Certo.
06:57Olha só, se nós pensarmos do ponto de vista só da parcela SAF,
07:04eu utilizo 50% na minha mistura SAF.
07:07Esse 50% já é carbono neutro.
07:11Agora, por quê?
07:12São fontes biogênicas, são fontes que já absorveram o carbono da atmosfera
07:16quando elas estavam em desenvolvimento.
07:19São, por exemplo, esses resíduos orgânicos.
07:22Agora, se eu pensar no ciclo completo de carbono,
07:26que envolve todas as emissões associadas desde o processo de coleta,
07:32produção e utilização, distribuição e utilização,
07:36aí nós alcançamos uma redução até de 80%,
07:40já vimos alguns testes nos Estados Unidos com 85% de redução
07:45em relação à utilização da fonte fóssil, querosene fóssil convencional.
07:51Ou seja, do ponto de vista de redução de gases de efeito estufa,
07:54nós temos aí o Acordo de Paris com compromissos nacionalmente assumidos
07:59no Ministério do Meio Ambiente,
08:01é uma fonte energeticamente vantajosa,
08:04tanto do ponto de vista econômico, quanto do ponto de vista ambiental.
08:08Érica Marcos, gerente ambiental da CNT.
08:10Obrigado, Érica, pelas explicações aqui.
08:13Boa noite para você.
08:14Boa noite.
08:15A Confederação Nacional do Transporte permanece à disposição.
08:18Obrigada.
08:19Muito obrigado.
08:20Obrigada.
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