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Às vésperas da COP30 em Belém, o especialista em sustentabilidade Carlo Pereira fala sobre os desafios políticos e econômicos da Conferência do Clima, o novo fundo Tropical Forest Forever Fund e a importância das cidades brasileiras na agenda climática. Um panorama direto sobre ambição, contradições e oportunidades do Brasil no cenário global.

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Transcrição
00:00Quarta-feira, dia de capital sustentável, você já sabe, com o nosso notável especialista em sustentabilidade, Carlo Pereira.
00:08Às vésperas da COP30 em Belém, ele vai falar sobre as disputas políticas e econômicas que devem fazer parte da Conferência do Clima.
00:16E também sobre a difícil tarefa de transformar compromissos ambientais em ações concretas.
00:23Carlo, boa noite pra você, sempre bom ter você aqui com a gente.
00:27Bom, o Brasil acaba de apresentar o novo Tropical Forest Forever Fund, o chamado TFFF, que pretende compensar países que mantêm florestas intactas.
00:38Qual é o maior desafio pra que esse fundo, de fato, seja efetivo?
00:44Oi, Cris, boa noite. O melhor do fundo é o nome, né? Parece o nome de um filme, de uma música, né?
00:50Mas o fundo, sem dúvida, né, Cris? É um novo mecanismo, né?
00:54Então, sempre bom a gente lembrar, Cris, acho que vale reforçar aqui, que muitas vezes, sempre que a gente vem com um mecanismo, quando relacionado ao clima, as pessoas colocam como se fosse a panaceia, né?
01:05Então, isso vai resolver a crise climática. Não vai, tá?
01:09É um mecanismo bacana, importante, ajuda os países que têm florestas tropicais a manterem sua floresta em pé.
01:19Então, isso é muito importante, lembrando que, claro, a maior parte das florestas tropicais, como a gente tem pensado, estão em países em desenvolvimento, ou até países, list of development countries, né?
01:30Países mais pobres mesmo.
01:31Temos que estar muito concentrado em Brasil, Congo e Indonésia, 80% das florestas tropicais.
01:37Então, esse mecanismo, ele é muito importante, sim, para ter um incentivo adicional financeiro para que, então, os países consigam manter suas florestas em pé.
01:50A gente está vendo uma crescente tensão entre o discurso de proteção florestal e decisões como autorização para perfuração de petróleo perto da Foz da Amazônia, por exemplo.
02:01Como é que se avalia esse tipo de contradição, Carlo, em termos de credibilidade e de impacto para a COP30?
02:09Eu, querido, eu não acho contradição nenhuma, né?
02:13Acho que tem alguns pontos, assim, vários países que ele, nenhum país até hoje na história, desfez das suas reservas naturais, das suas reservas minerais, né?
02:28Ou seja, da sua riqueza, né? Todo mundo aproveitou isso.
02:32Não é por isso que o Brasil tem que fazer, tá?
02:34Mas acho que é bom sempre a gente colocar isso.
02:37Noruega, que é um país que a gente tem como sendo os países mais sustentáveis do mundo, foi o país que mais abriu poços de perfuração de petróleo em 2025.
02:48Então, só para a gente colocar em perspectiva, tá?
02:51Outro ponto, né? Quando a gente fala em Foz da Amazônia, uma margem equatorial, a gente tem que lembrar que a gente não está falando de um poço na floresta.
03:01A gente está falando aí de centenas de quilômetros da margem.
03:05Então, a gente tem que levar isso em consideração e levar em consideração que o Estado do Amapá está se preparando para usar os royalties do petróleo exatamente para proteger a floresta, né?
03:18Então, esse é um mecanismo, tá? Elaborando o centro soberano, estamos criando vários mecanismos para que esse recurso ajude nisso.
03:27E outro ponto que é muito importante, parte desse recurso, né? Todos os royalties desse petróleo, que vai ajudar no desenvolvimento do Estado.
03:35Isso, indiretamente, já ajuda a manutenção da floresta em pé.
03:42Então, por isso, Cris, assim, todos os países têm ali onde eles acabam emitindo e uma maneira com a qual eles conseguem reduzir as emissões.
03:53Então, eu não vejo contradição nenhuma.
03:56Sempre falo aqui, Cris, vamos lembrar que a matriz energética brasileira que o Brasil tem hoje,
04:03hoje é o que a Alemanha pretende ter em 2050, a Alemanha, que também é outro país que a gente considera como sendo um país muito forte em sustentabilidade.
04:16É sempre bom lembrar disso mesmo.
04:18E algumas grandes economias, como a da União Europeia, acabaram cedendo nas suas metas de emissões para garantir um apoio interno antes da COP30.
04:28O que isso diz, Carlos, sobre a ambição global de clima e qual é o papel que o Brasil pode realmente jogar para impulsionar essas metas de maneira mais forte?
04:41A prisão na União Europeia colocou uma meta bastante significativa.
04:46Então, a meta de 90% de redução, tendo linha de base em 1990.
04:51Então, pega-se o que foi emitido em 1990, tira 90% e é a meta estabelecida para 2040.
04:59É uma meta muito importante.
05:01As flexibilizações que a União Europeia fez nesse sentido é no sentido de utilização de crédito de carbono para compensar.
05:09Outro ponto é o seguinte, a gente está vendo que o clima está de maneira a surpreender todo mundo o tempo todo.
05:18Então, a gente vê os grandes incêndios.
05:19Então, um fenômeno climático extremo desse é suficiente para que o bloco não consiga atingir sua meta.
05:27Então, por isso, colocou esses mecanismos de flexibilização, mas na intenção de cumprir a meta.
05:35Com relação ao Brasil, o Brasil sempre vem puxando a corda.
05:40Então, o Brasil foi um dos primeiros países a estabelecer uma NDC, que são as metas que a gente diz,
05:47contribuição nacionalmente determinada, a estabelecer para a economia inteira.
05:51Então, economia wide.
05:53Isso foi muito importante, nem nessa última que o Brasil colocou em abril, mas até mesmo a NDC anterior.
06:00Então, o Brasil, ele faz a sua, ele cumpre o seu papel.
06:05Com relação à NDC e as metas que se tem para 2025, o Brasil, se não conseguir cumprir, vai chegar muito perto.
06:14Dado que conseguiu reduzir muito as emissões de 2024 e vai conseguir reduzir significativamente 2025.
06:20Então, Cris, isso que eu estou falando de agora, e a questão histórica, que é isso que a gente falou.
06:26O Brasil, ele tem ali, desmatamento que está alto, que está alto, a gente tem que reduzir o máximo que a gente puder.
06:32Mas a cobertura vegetal do Brasil é um sonho quando a gente olha para a Europa, Estados Unidos ou qualquer país desenvolvido.
06:40A matriz energética, acabamos de falar, é um sonho que todos querem ter.
06:45Então, o Brasil tem, sim, muito a mostrar e muito a se orgulhar.
06:48Tem também um foco importante no papel das cidades, das comunidades locais, com mais de 100 prefeitos brasileiros assinando aquela carta de protagonismo climático das cidades antes da COP.
07:02Como integrar essas vozes locais no palco global da COP30, evitando que elas se tornem apenas simbólicas?
07:12Cris, isso é maravilhoso, né?
07:14Isso é a festa, né?
07:16Tem a festa da democracia, isso é a festa da COP.
07:18Quando eu comecei a frequentar as COPs, elas, então, eram uma reunião fechada entre chefes de Estado.
07:26Continua, assim, no sentido de quem decide, de fato, as negociações, quem negocia, de fato.
07:31Mas estavam ali os chefes de Estado, estavam ali os países representados e ali de maneira nacional.
07:37Então, o que a gente viu no passado dos anos, e vale a gente falar não só dos estados subnacionais,
07:46então, estados, prefeituras, etc., né?
07:49Mas também da sociedade civil.
07:51Então, a gente vai ver uma COP muito pujante nesse sentido, né?
07:54E aí, então, a gente tem no Rio de Janeiro alguns encontros muito importantes.
07:58C40, por exemplo, Eduardo Paes já liderou C40, que são 40 prefeituras ao redor do mundo,
08:06e esses prefeitos que se reuniram, e outros encontros que reuniram centenas de prefeitos no mundo todo.
08:12E todos eles saem em carta, saem algum tipo ali de comunicado.
08:16E nesse caso específico dos prefeitos brasileiros, eles falam o que eles precisam, né?
08:22Para que eles consigam implementar mecanismos para não só mitigar a emissão de gás de efeito estufa,
08:29mas, sobretudo, Cris, nesse caso, para que a gente consiga se adaptar aos efeitos climáticos extremos, né?
08:36Vale a gente lembrar que a Mina Mohamed, que é número 2 da ONU ali, ela sempre fala, né?
08:44O impacto está nos municípios, por isso que essas agendas globais, elas precisam ser traduzidas para a localidade, né?
08:54E é isso que essas cartas falam, elas reconhecem o problema, elas deixam claro que o problema está nas cidades,
09:01Então, por isso que elas precisam ter um protagonismo maior e precisam, claro, de mecanismo, de recurso
09:09para que elas consigam, então, trazer ali o maior conforto e trazer ali uma segurança para os seus cidadãos.
09:18Carlos, muito obrigada. É sempre muito bom conversar com você.
09:22Obrigado, Cris.
09:23Boa noite.
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