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No Visão Crítica, o Dia da Consciência Negra é tema de debate. Adilson José Moreira, professor de Direito Constitucional e doutor por Harvard, aborda o tema, afirmando que "podemos observar disparidades raciais em todas as esferas da sociedade".

O professor explica como o racismo influencia a sociedade e o direito, e destaca que as "pessoas negras são as mais afetadas por discriminação no trabalho".

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/EJY9M4xijUA

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Transcrição
00:00De lá pra cá, ainda bem, né?
00:01Com a Constituição Cidadã de 88.
00:03Mas ainda, no campo de direito,
00:05e de direito eu digo concreto pro senhor,
00:08no dia a dia, no cotidiano,
00:09há uma igualdade efetiva entre brancos e negros,
00:12incluindo pardos, mestiços, etc.
00:15Afinal, o Brasil é global, né?
00:17Tem a forte presença da imigração também oriental,
00:21mas não, claro, com a presença negra, evidentemente.
00:24Mas eu pergunto pro senhor,
00:26essa questão do cotidiano, do concreto,
00:28há um tratamento igualitário ou não?
00:31Ou tem uns que são mais iguais que outros?
00:34Certamente há pessoas que são mais iguais do que outras.
00:40Nós podemos observar disparidades raciais
00:43entre negros e brancos em todas as esferas da sociedade
00:48e em todas as esferas do campo do direito.
00:52O colega acabou de mencionar disparidades
00:56que existem no campo do direito do trabalho,
01:00não é?
01:01Então, esse é um aspecto importante.
01:04Quando nós analisamos decisões judiciais no campo do trabalho,
01:10dados estatísticos no campo do trabalho,
01:13nós observamos também que as pessoas negras
01:18são as mais afetadas por problemas de discriminação no campo do trabalho,
01:25vítimas de assédio moral, assédio sexual,
01:29de racismo recreativo,
01:31de diferenças de tratamento no acesso
01:34a oportunidades profissionais,
01:38não é?
01:38Ascensão profissional, etc.
01:40Quando nós olhamos, por exemplo,
01:42no campo do direito penal,
01:45nós também observamos disparidades de penas aplicadas
01:51em relação a pessoas negras e brancas
01:54que praticam o mesmo crime.
01:58E essas disparidades de pena
01:59podem ser de 20% a 30%.
02:02Isso quando pessoas brancas
02:07são efetivamente presas,
02:11processadas e condenadas.
02:14Porque quando nós olhamos, por exemplo,
02:17o tratamento policial em relação
02:19a pessoas brancas e negras,
02:22o fato da segurança pública,
02:27não é?
02:27Da ação policial ser voltada
02:29para pessoas negras,
02:31Isso significa que pessoas negras
02:34têm efetivamente chances muito maiores
02:39de, se, por exemplo,
02:41forem paradas, revistadas
02:46e tiverem com drogas,
02:49a maioria delas,
02:50se for uma pessoa branca,
02:53possivelmente, muito possivelmente,
02:56será considerado como uso recreativo.
02:58Se for uma pessoa negra,
03:01será considerada, primeiro,
03:04como posse ilegal de drogas
03:06e também como associação ao tráfico.
03:10Então, um dos problemas que nós temos hoje
03:12do encarceramento em massa
03:15diz respeito,
03:17um problema que atinge
03:18especialmente pessoas negras,
03:21diz respeito exatamente
03:23é a questão racial.
03:26Ou seja, a pessoa negra,
03:29ela é parte do pressuposto
03:32de que, por ser negra,
03:33de morar em determinado lugar,
03:35ela está necessariamente associada ao tráfico
03:38e, portanto,
03:40ela é acusada desses dois crimes,
03:43isso dá uma pena, geralmente,
03:44maior do que oito anos,
03:46essa pessoa é presa.
03:48Então, nós temos
03:49dezenas de milhares de pessoas negras
03:52que presas
03:53geralmente,
03:56às vezes, realmente,
03:57elas estão com postos de drogas,
03:59com quantias mínimas,
04:01outras vezes,
04:02elas são vítimas do flagrante forjado.
04:05São policiais que querem obter
04:07informações
04:08sobre o tráfico,
04:11eles partem do pressuposto
04:13que, se você é uma pessoa negra
04:15que mora naquela área,
04:17você conhece os traficantes
04:20ou está associado ao tráfico,
04:23então, essa é uma forma
04:24de pressionar pessoas negras.
04:27Olha, se você não me der a informação,
04:30eu vou te acusar falsamente.
04:33E há uma súmula, por exemplo,
04:35no Rio de Janeiro,
04:36súmula 70,
04:37dizendo que
04:38o depoimento de policiais
04:41é o suficiente
04:42para a condenação
04:44de pessoas em crimes
04:47associados ao tráfico.
04:49Então, nós temos essas disparidades
04:51no direito do trabalho,
04:53no direito penal,
04:55no direito de família,
04:57no direito das relações
04:59comerciais,
05:01em praticamente todos os campos.
05:04Perguntar para o senhor,
05:05doutor Mauro Caseri,
05:07assim concretamente,
05:09porque o Visão Crítica
05:10tem sempre como objetivo,
05:11vocês que nos acompanham já
05:13há alguns meses,
05:14de mostrar que é possível
05:16fazer uma reflexão mais apurada
05:18sobre o que está ocorrendo no Brasil,
05:19em todos os campos,
05:20já passamos aqui por diversas áreas
05:22do conhecimento,
05:23e também apresentando
05:26a possibilidade do diálogo,
05:27do debate,
05:28mesmo com interpretações divergentes
05:30sobre o mesmo objeto.
05:31se nós vivemos fora desse estudo,
05:34na barbárie,
05:35hoje não há discussão política,
05:37há só o lacrar,
05:38xingamentos e coisas,
05:39num momento pior da história
05:41republicana brasileira,
05:42que é esse que nós vivemos,
05:43e a pior legislatura da história
05:45que tem no Congresso Nacional
05:46é essa,
05:47e eu digo isso
05:47com a mais absoluta certeza,
05:50desde 1890,
05:51quando foi eleita a primeira,
05:52para conseguir 91,
05:54até agora,
05:54essa é a pior.
05:55Mas,
05:56é aquilo,
05:56é o mundo lá fora,
05:57parece até um clássico,
05:59Milton Nascimento canta isso,
06:00o mundo lá fora,
06:01mas nós vamos falar
06:02do mundo aqui dentro,
06:03aqui o mundo aqui dentro
06:04é mostrar que é possível
06:05a convivência do controlado
06:07no interior da ordem democrática
06:08e de vergência.
06:10O senhor está num campo difícil,
06:12como ouvidor das polícias,
06:13civil e militar,
06:14e deve viver,
06:15eu presumo,
06:17questões semelhantes
06:18a que foram levantadas
06:19pelo doutor Adilson Zé Moreira
06:21ou pela doutora Lia Lopes,
06:23no cotidiano,
06:24problemas ali,
06:25que são afeitos,
06:26a ordem policial,
06:27que devem procurar,
06:27não sei como é que funciona,
06:28o senhor,
06:29por favor,
06:29depois me explique.
06:31Como é que é isso?
06:31Como é que,
06:32especialmente na polícia militar,
06:33eu acho uma presença maior
06:34de negros do que na polícia civil?
06:36Isso,
06:36a minha análise é na base,
06:38sem nenhuma base científica,
06:39só de ver assim,
06:40não sei se isso é verdade,
06:41mas como é o cotidiano,
06:43e o senhor na sua área
06:44como ouvidor?
06:45Fica lá na Japurá ainda,
06:47ouvidoria?
06:47Fica ali na Japurá, né?
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