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No Visão Crítica, Marcus Vinicius de Freitas, professor de Relações Internacionais, debate a crise da hegemonia americana, que está em declínio, abordando como essa perda de poder se manifesta em outras partes do mundo, com foco especial na América Latina, e quais as implicações desse novo cenário para o Brasil diante do “tarifaço” de Trump.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/JDtW8cy1ylA

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Transcrição
00:00Mas as questões levantadas pelo professor Roussens são importantíssimas,
00:04porque eu lembrei que no final, na década de 90, tinha ficado meio que acordado,
00:08e aí eu vou passar ao professor Marcos Vinicius,
00:11que aquela desagregação da Europa Oriental, do campo socialista,
00:15tinha ficado claro que eles não fariam parte da OTAN.
00:18Era um acordo que não estava escrito, mas tinha ficado claro isso.
00:21Mas, paulatinamente, os países foram não só fazendo parte de uma união comercial,
00:26política e econômica que é a União Europeia, mas a questão central não é essa.
00:31É fazer parte da OTAN.
00:32Porque a OTAN foi criada a uma contrapartida, que era o Pacto de Varsóvia,
00:36dos países socialistas, que não existe mais.
00:38Então, por que existe a OTAN se não tem mais Pacto de Varsóvia?
00:42Aí o professor Roussens falou, porque o problema é que o inimigo, então, só é a Rússia.
00:46É por aí.
00:48Eu acho que...
00:49Sr. Vila, a gente tem que olhar para a Europa,
00:51e vamos fazer ali uma divisão importante entre a Europa do Leste e a Europa do Oeste.
00:57Aqueles que estiveram sob influência da União Soviética
01:00são os que, dentro da União Europeia, têm uma voz mais ativa
01:06com relação à questão do expansionismo russo.
01:11E, claro, que vem aí a recordação do passado,
01:14e a própria Alemanha tem esta situação.
01:16Então, nós temos este aspecto que é fundamental de lembrar
01:19as perspectivas diferentes da Europa.
01:22Nós temos também, na questão europeia, um problema político.
01:27Todos os políticos europeus têm ali uma taxa de popularidade baixíssima
01:32e buscam, nesta questão da guerra, obter alguma relevância
01:37dentro do cenário político dos seus próprios países.
01:40O Starmer é péssimo no Reino Unido,
01:42a gente olha para o Macron, também tem nota ruim,
01:45o Mertz também tem.
01:46Então, quando a gente começa a olhar no contexto político,
01:49e a guerra serve muito nesse aspecto político
01:52para tentar dar um sobressalto nesse processo todo.
01:55Em terceiro lugar, a Europa é,
01:58e aqui é tirando o manto de áfano da fantasia,
02:02professor Vila,
02:03é nós olharmos para a Europa como uma série de países
02:07que têm uma relação de vassalagem com os Estados Unidos
02:09por não terem a capacidade de defesa.
02:12Eles terceirizaram, na Segunda Guerra Mundial,
02:15a sua capacidade de defesa.
02:17É só olhar o número de bases norte-americanas
02:19que existem em território europeu.
02:22E, com isso, eles perdem a capacidade
02:24de terem autonomia efetiva
02:27com relação às decisões que vão tomar.
02:29Então, esse é o problema da Europa,
02:31e é por essa razão que o Trump considera a Europa
02:33a segunda linha neste processo.
02:35É uma relação entre dois que têm armas nucleares,
02:37a França e o Reino Unido têm,
02:40mas fazem parte deste contexto aí
02:42de ser uma segunda liga,
02:44de não pertencerem.
02:45Para Trump, existem três.
02:47Nesse caso, é o Xi Jinping na China,
02:49o presidente Putin na Rússia
02:52e ele nos Estados Unidos.
02:54Então, esse é um aspecto fundamental.
02:56E agora, só uma coisa aqui
02:57que eu queria mencionar sobre a América Latina.
03:00Eu acho que o ponto fundamental do Trump
03:02nem é essa questão toda, viu, professor Vila?
03:04O que a gente tem que olhar
03:05é que nós temos na América Latina
03:0710% da população mundial
03:09e 25% do território global.
03:11E nós vimos nos últimos anos,
03:13e o Brasil aconteceu isso em 2009,
03:16um crescimento da presença da China
03:18como parceiro essencial da região.
03:21Tirando os Estados Unidos,
03:23que historicamente teve na América Latina
03:25o seu quintal,
03:28e nesse processo todo,
03:29a China conseguiu expandir-se dentro da região,
03:32e isto tem causado
03:33uma enorme preocupação para os Estados Unidos,
03:36porque uma das lições
03:37que muitos teóricos de relações internacionais vão dizer
03:42é que para você ser uma potência importante,
03:46uma potência hegemônica,
03:47uma das coisas mais fundamentais
03:49é que você exerça a hegemonia regionalmente.
03:52E se os Estados Unidos
03:53perdem isso nesse contexto,
03:56também é um dos elementos desta carta,
03:59deste contexto global de hegemonia norte-americana,
04:02que se perde.
04:03E quando nós começamos a olhar ali para os Estados Unidos,
04:06a gente vê que na América Latina
04:08a sua influência tem sido
04:09paulatinamente deteriorada.
04:12E claro, todas essas ações,
04:13tarifaz contra o Brasil,
04:15atuação contra a Venezuela,
04:18e até uma atuação dizendo a base
04:19que a culpa é o tráfico,
04:21tudo isso de entorpecentes,
04:23a gente sabe que isso é uma narrativa
04:25que não ajuda os Estados Unidos.
04:27E isto, eu acho que é um erro
04:29crasso da política externa norte-americana,
04:34que ao invés de tentar fazer alguma reformulação
04:37para abraçar a América Latina,
04:39toma medidas que justamente a rechaçam.
04:42E no caso europeu,
04:43quando a gente olha só um último aspecto aqui,
04:46a professora Vila,
04:47o Trump é o grande vencedor dessa história,
04:49porque hoje em dia,
04:50os Estados Unidos são o principal fornecedor
04:52de energia para a Europa,
04:53controlam a questão da defesa
04:56e ainda conseguiram aumentar o orçamento
04:58da OTAN,
04:59sendo que os produtos que eles estão,
05:01os equipamentos que eles terão de comprar
05:02necessariamente virão dos Estados Unidos.
05:05Então, nessa situação toda,
05:06ele ainda está com as cartas positivas.
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