No Check Up desta semana, o doutor e apresentador Claudio Lottenberg, recebe o presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, Sidney Klajner. Entenda como os avanços tecnológicos, a I.A e robótica, atuam na área da medicina.
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NotíciasTranscrição
00:00Falar sobre tecnologia é falar sobre muitos aspectos que levam, evidentemente,
00:08aumento da expectativa de vida. É falar sobre a subtração de desperdícios.
00:13É falar sobre um aproveito melhor a respeito de recursos.
00:19A medicina é uma das profissões mais antigas e mais importantes do mundo.
00:24Sua história começou há milênios atrás, quando rituais eram considerados a única solução
00:29para curar as doenças. Mas foi na era de Hipócrates, considerado o pai da medicina,
00:35em que a área passou a ter práticas mais científicas e racionais,
00:39classificando as enfermidades como condições naturais e não algo místico.
00:44O seu impacto causou uma revolução na saúde e a sua colaboração na área é uma inspiração
00:50para o juramento do Código de Ética de todo médico, um momento importante que demonstra a honra da profissão.
00:56Assim como Hipócrates, a inteligência artificial e a robótica também impactaram na medicina
01:03e, atualmente, ajudam a salvar milhares de vidas.
01:07No Check-Up de hoje, o doutor Cláudio Rottenberg recebe o cirurgião do aparelho digestivo
01:11e presidente do Einstein Hospital Israelita, Sidney Klyer.
01:16Entenda como os avanços tecnológicos fazem a diferença na medicina.
01:20Seja bem-vindo, Sidney.
01:32Muito obrigado, Cláudio. Obrigado por estar aqui de novo falando com você de algo que me atrai muito.
01:37E eu acho que deveria atrair todo médico porque inovação faz parte da nossa atividade.
01:42Esse bate-papo, portanto, é com a comunidade geral, mas também com os médicos.
01:47Nós falamos hoje muito sobre bancos de dados, informações e o aproveitamento desses elementos
01:54na criação de ferramentas que nos ajudam na assim chamada inteligência artificial.
02:00O que você pode falar para nós, tanto na sua área aplicada enquanto médico na assistência
02:06e a sua visão institucional dentro do nosso hospital, Hospital Albert Einstein?
02:10Cláudio, quando a gente fala de tecnologia em geral e principalmente hoje, que está muito em moda,
02:18a necessidade da regulação, falar de inteligência, que lá no Einstein nós chamamos de inteligência ampliada,
02:25não inteligência artificial.
02:27Porque nós entendemos que a inteligência ampliada é aquela que dá ao profissional de saúde
02:32a capacidade de ele ser mais inteligente.
02:34ou seja, ela não está aí para ser artificial e substituir a prática do ser humano
02:40e sim para dar condições de ele exercer qualquer tipo de atividade
02:44com a ajuda de uma inteligência que antes nós não tínhamos.
02:48Para isso, a gente tem que ter bem claro qual é o propósito da sua atividade,
02:54qual, por quê, qual que é o fim.
02:56A tecnologia nunca vai ser o fim.
02:58Ela vai ser a ferramenta através da qual a gente vai entregar um trabalho melhor.
03:04É assim que a gente pensa lá no Einstein, eu acho que é assim que a saúde deveria pensar.
03:08Por quê?
03:09Quando eu tenho o desejo, e é muito fácil, a gente pode fazer uma comparação com o Waze, por exemplo,
03:15ou o Google Maps, que nos ajuda no trânsito.
03:17O que a gente quer é chegar mais rápido nos lugares, a gente não quer ficar dirigindo e olhando para uma tela.
03:23Então, essa tecnologia, ela está aí para nos ajudar a encontrar caminhos que sejam mais rápidos
03:29e mais fáceis de você chegar.
03:31É um meio para que você tenha um trânsito melhor.
03:35Na saúde não é diferente.
03:36Quando você pensa numa tecnologia que vai entregar aquilo que você está proposto a entregar,
03:43um diagnóstico melhor, um tratamento mais rápido e mais eficaz,
03:49uma recuperação mais rápida, um risco menor de uma complicação,
03:54uma segurança maior, uma qualidade maior, aí que entra a tecnologia.
03:58E ela pode vir desde tecnologia através de softwares, por exemplo,
04:03através de capacitação profissional, de treinamento,
04:05mas ela pode vir através de procedimento.
04:09Quer dizer, hoje, e eu falo da minha área de atuação,
04:13a laparoscopia chegou como uma nova tecnologia.
04:16A robótica, hoje, ela em alguns procedimentos, ela é melhor que a laparoscopia.
04:22Na sua área não faria tanta cirurgia oftalmológica como você faz com a habilidade,
04:29que eu tenho oportunidade até de aprender, agilidade e eficácia,
04:34se não fosse o emprego da tecnologia.
04:36Então, eu vejo que, tanto do ponto de vista pessoal como institucional,
04:41e lá no Einstein a gente aplica muito isso,
04:43a tecnologia, a inteligência, ela é meio para se entregar aquilo que é o nosso propósito.
04:50E para isso, obviamente, você precisa plantar algo que fizemos juntos também lá atrás,
04:56implementar prontuário eletrônico, geração de banco de dados eficaz,
05:03que possa ser utilizado para a geração de algoritmos
05:06que vão entregar as respostas que a gente precisa para uma medicina melhor.
05:11Agora, é interessante que quando a gente conversa,
05:14e aí eu diria, não só com profissionais da saúde, particularmente médicos,
05:18mas a população de maneira geral,
05:21por que tanto receio de uma eventual desumanização?
05:25Você não acha que existe uma interpretação equivocada a respeito disso?
05:28Eu acho que é totalmente equivocada quando você considera que
05:32a inteligência artificial generativa, porque é ela que veio para dar esse receio,
05:38quando existe uma ameaça de que ela vai tomar o emprego de um médico
05:42e a partir de agora você vai ser tratado por um algoritmo.
05:46Óbvio que isso não vai existir.
05:48A medicina é uma ciência de relacionamento humano.
05:52E o que a tecnologia, a inteligência, ela é capaz de dar?
05:55Condições melhores para o relacionamento humano
05:59e condições melhores para que eu seja um melhor profissional.
06:02ou para que eu ofereça um tratamento melhor que aquilo que nós falamos de meio.
06:07Então, eu não tenho dúvida que a inteligência ampliada,
06:10ela vai dar a condição do profissional de saúde exercer melhor.
06:15Um exemplo, uma tomografia, quando acoplada a uma inteligência correta,
06:20ela pode ser adquirida num tempo menor.
06:23Menos risco para o paciente ficar exposto a uma atuação de um contraste,
06:27é menos oneroso para a instituição porque ela vai girar exames mais rápido
06:35e eu vou poder ter um diagnóstico talvez de uma forma muito mais ágil.
06:39Mas, em hipótese alguma, a inteligência vai poder executar algo
06:47sem a supervisão ou sem a participação do ser humano.
06:50Ela é uma inteligência que dá ao ser humano a capacidade de ser mais inteligente
06:54e não de substituí-lo.
06:56Na verdade, o medo de que o emprego seja substituído por tecnologia,
07:00ele acaba no sentido de que, com a inteligência aumentada,
07:06eu posso exercer qualquer emprego.
07:08Eu não preciso ser só cirurgião, porque se tiver uma inteligência
07:12que me ajuda a ser um gastroclínico especializado em outra área,
07:17eu posso ser também, ela vai me ajudar, é fato.
07:20E a experiência vai sendo obtida também para mim e para a própria tecnologia.
07:25Isso já está acontecendo.
07:27Se a gente usar um exemplo, a gente pode falar, por exemplo,
07:30o profissional que montava carros na indústria automobilística.
07:34Com o tempo, o braço robótico fez com que o processo fosse de qualidade maior,
07:40porque ele se repetia com o braço robótico e este profissional passou a ter que controlar
07:46o braço robótico conferindo um emprego mais seguro, melhor remunerado com a evolução tecnológica.
07:53Ou seja, ele parou de botar a mão dele para fazer o carro ficar pronto.
07:58E sim, a tecnologia o ajudou a ele exercer um outro emprego.
08:01E aí ele passou a controlar o braço robótico.
08:04Eu quero tentar agora voar para um outro momento, uma visão mais de superfície.
08:11Uma visão de helicóptero, como a gente costuma dizer.
08:13Quando você olha a questão de acesso à saúde, ela é um problema.
08:19Porque nós temos regiões longínquas, diferentes tipos de profissionais.
08:23Fale um pouco a respeito de equidade, banco de dados, inteligência artificial,
08:29capacidade de resolução à distância, telemedicina.
08:32Telemedicina, a gente pode falar com muito, estando muito à vontade,
08:36já que o Einstein, e aí você participou muito disso,
08:41inaugurou o nosso Centro de Telemedicina lá em 2012.
08:44Mas isso permite hoje a gente ter o maior programa de assistência especializada
08:50a populações ribeirinhas que não teriam como se deslocar para um grande centro
08:55para uma consulta com especialista.
08:57Desde o fim de 2021, em parceria com o Ministério da Saúde,
09:01o Einstein já teve mais de 450 mil atendimentos,
09:05com 95% de resolutividade,
09:08quando o médico da atenção primária pede uma consulta especializada com o paciente
09:13e participa o paciente, sua família, o médico da atenção primária,
09:17desta consulta que é agendada.
09:19E a telemedicina faz esse papel sem o gasto para o deslocamento,
09:24sem a perda do timing adequado e com a oportunidade do acompanhamento
09:30a partir de então com o especialista.
09:32A telemedicina tem permitido isso.
09:34Quando a gente fala de equidade, talvez a compreensão do que é importante,
09:39o que faz diferença para uma população vulnerável, por exemplo,
09:43nós estamos perto da COP30 e a gente tem visto populações vulneráveis da região norte
09:49ter uma saúde cada vez mais deteriorada por condições de solo,
09:55condições da água, a potabilidade da água que a gente fala.
09:58O AIS está desenvolvendo um projeto bastante ambicioso que compara a saúde de população indígena
10:04com a predição de eventos climáticos, qualidade do solo, qualidade da água.
10:10Isso vai virar informação para o Ministério da Saúde atuar de maneira correta
10:14para prevenir doenças daquela população.
10:17Então, na busca da equidade, o uso da inteligência vai permitir, primeiro, a compreensão.
10:23Segundo, o tratamento.
10:24Existe um projeto também lá em andamento que registra uma lesão cutânea
10:29e de modo muito precoce mostra para nós a probabilidade de ser leishmaniose, por exemplo.
10:34A leishmaniose é muito difícil sem ser especialista você fazer diagnóstico de forma precoce.
10:40E a gente sabe, quando o diagnóstico é precoce, o tratamento é extremamente simples.
10:45Quando ele é tardio, pode acontecer até o óbito.
10:49Isso é inteligência permitindo equidade no timing adequado, no acesso adequado.
10:55E offline ainda, quer dizer, está tudo dentro de um smartphone.
11:00Você já pensou ou até mesmo teve medo de ser operado por um robô?
11:04A integração da inteligência artificial e da robótica na medicina acontece há alguns anos
11:10e há uma grande inovação em procedimentos cirúrgicos, exames e diagnósticos.
11:15A enfermeira sênior de cirurgia robótica do Einstein, a Isabela Bueno,
11:19explica como a utilização de robôs em procedimentos cirúrgicos
11:23ajuda na precisão das cirurgias e o melhor resultado dos procedimentos.
11:40Estamos aqui em uma das salas de cirurgia robótica do Hospital Albert Einstein.
11:44Temos aqui o robô de cirurgia robótica, que faz cirurgia de cabeça e pescoço,
11:50cirurgia cardíaca, cirurgia torácica, cirurgia da parede digestivo, coloprócto,
11:55urologia e ginecologia.
11:57Ele não funciona sozinho.
11:59Então o cirurgião precisa sentar no console,
12:03fazer todos os comandos e aí sim o robô replica os comandos dentro do paciente.
12:09A cirurgia robótica propriamente dita, ela é uma tecnologia inovadora
12:24comparada com a cirurgia de videolaparoscopia ou referente à cirurgia aberta
12:30e nós conseguimos trazer muitos benefícios para o paciente.
12:34As incisões, elas possuem um tamanho de 5 a 8 milímetros,
12:38então é bem pequenininha, o que causa menos dor no cosoperatório
12:43e faz com que o paciente volte às suas atividades diárias muito mais rápido.
12:47Nós temos um corpo clínico de cirurgiões que fazem a cirurgia robótica
12:52aqui dentro do nosso hospital muito vasto.
12:55Então nós temos cirurgiões de diversas especialidades
12:59que fazem a cirurgia robótica aqui dentro.
13:02Inclusive nós ensinamos cirurgiões de outros locais e de outros países
13:08para iniciar a cirurgia robótica no país deles.
13:12Então nós temos algumas pós-graduações em cirurgia robótica
13:15em que o cirurgião faz toda uma parte teórica
13:20e depois vem fazer a parte prática conosco.
13:23e temos também a consultoria em que o cirurgião faz toda essa parte de capacitação conosco
13:30e depois nós vamos para o país deles
13:32para ajudá-los a implementar o programa de cirurgia robótica
13:36no hospital em que eles atuam.
13:38Em casos de cirurgia de emergência,
13:40nós também conseguimos utilizar o robô para realizar as cirurgias.
13:45A inteligência artificial desempenha um papel fundamental em diversas áreas
13:56e na medicina, por exemplo,
13:58o uso da IA programado por humanos
14:00ajuda na otimização do tempo de pesquisas para diversas doenças.
14:05Isso resulta em rápidos diagnósticos e tratamentos.
14:09De acordo com a Procedence Research,
14:11em 2024, o tamanho do mercado global de inteligência artificial na área da saúde
14:16era estimado em 26,69 bilhões de dólares.
14:21A expectativa é de que em 2034 chegue em mais de 600 bilhões de dólares.
14:27A gerente médica de anatomia patológica do Einstein, René Zon,
14:30explica como a IA pode ser implantada na medicina.
14:33A gente tem usado aqui no hospital inteligência artificial em várias áreas
14:38e aqui no laboratório de anatomia patológica a gente começou a usar
14:41para a detecção da amplificação do HER2 nas neoplasias de mama.
14:45Antigamente a gente fazia essa detecção de uma forma manual
14:49e hoje em dia com o auxílio da IA a gente faz as lâminas
14:53e a inteligência artificial vai detectar aquela que tem amplificação ou não
14:57de uma forma bastante segura, bem objetiva,
15:00com a contagem de todas as células
15:02para saber quem está unificada e quem não está.
15:04Tem sido ótimo para a nossa rotina e os resultados já estão todos validados,
15:09perfeitos para uso.
15:10Para o HER2, na verdade, a gente já tem o diagnóstico da doença,
15:13mas ela tem papel sim para procurar neoplasias precoces.
15:18Tem vários algoritmos de inteligência artificial que têm sido lançados
15:22com esse objetivo, para detectar precocemente essas lesões.
15:26Uma das coisas bem importantes é que a gente usa a IA,
15:30mas sempre um patologista médico humano está ali validando essa ferramenta.
15:35Então o caso não sai só com a IA olhando,
15:37a gente tem que olhar e ver se está tudo certinho.
15:39Eu acho que essas ferramentas são super bem-vindas,
15:41desde que validadas, perfeitamente acompanhadas,
15:44com o médico responsável da área,
15:47e acho que é o futuro aí para frente.
15:49Vamos falar um pouquinho de robotização.
15:52A robotização em hospitais, distribuição, dispensação medicamentosa,
15:56automatização de processos, muitas vezes manuais.
15:59Mas eu quero falar de robótica na sua essencialidade enquanto cirurgião.
16:03Você fez uma transição inicialmente para a cirurgia de campo aberto,
16:08para a cirurgia endoscópica.
16:10Depois uma nova transição agora para a robótica.
16:14Do que você pode dizer que você ganhou nessa transição?
16:20E por que algumas pessoas se negam a mudar,
16:22quando de fato a gente percebe que a previsibilidade da robótica
16:26e o acesso é muito mais preciso em locais onde as mãos não chegam?
16:32Por que as pessoas têm tanta dificuldade para aceitar mudanças?
16:35Eu acho que tudo na vida, ainda mais na medicina,
16:39aquela frase comum, Cláudio, de que eu faço desta maneira porque eu sempre fiz assim.
16:45Isso é fato.
16:46Para isso existem até sociedades que, através de evidência científica,
16:49buscam mudar práticas que a gente usa de forma consagrada
16:55e que a gente sabe que não tem benefício.
16:57Sonda nasogástica depois de grandes cirurgias abdominais.
17:00A evidência mostra que não tem benefício.
17:03Então, mas é difícil abandonar. Por quê?
17:05Porque eu sempre fiz assim.
17:06Então, o que existe, e isso está provado também com vários atores,
17:11um livro, o Factfulness, por exemplo, mostra que a gente pensa muitas vezes
17:16com os ensinamentos que nós tivemos 30 anos atrás
17:19e não com aqueles que hoje se conhecem ou estão vigentes.
17:24Mas mudar uma prática exige capacitação, exige treinamento,
17:31exige um aprendizado que é totalmente novo.
17:34Uma vez conversamos e eu comentei com você que a minha prática,
17:38hoje em cirurgia, acredito que é a sua também,
17:41ela é totalmente diferente daquela que a gente fazia quando saiu da residência.
17:45É totalmente diferente, a gente não faz nada.
17:48Para isso, exigiu capacitação, treinamento no exterior,
17:52investimento da onde a gente atua comprando o robô
17:56e a plataforma adequada, munida de critérios de qualidade, de segurança, enfim.
18:02Exige para o profissional um novo aprendizado.
18:06Muitas vezes o profissional de saúde não quer ter o trabalho desse novo aprendizado.
18:13E se a gente não acompanhar, a gente vai deixar de oferecer para o nosso paciente
18:17aquilo que hoje existe de evidência que é melhor.
18:21Então eu me sinto privilegiado hoje na minha geração,
18:24mais de 30 anos de formado, que eu vivi a época, como você bem falou,
18:27da cirurgia aberta.
18:29Hoje os jovens não viveram tanto essa experiência,
18:32porque já são formados por laparoscopia.
18:35E eu vi o robô chegar, o Einstein, o hospital pioneiro na cirurgia robótica,
18:39em 2009, quando nós fizemos a primeira certificação, nós como cirurgiões.
18:44A partir daí, o robô se sofisticou muito.
18:48Então a visão que na laparoscopia é uma visão bidimensional,
18:52na robótica ela passa a ser tridimensional.
18:55A gente se sente dentro da cavidade abdominal,
18:57com reconhecimento num detalhe muito mais sofisticado do que eu tinha na laparoscopia.
19:05E aí os procedimentos que antes eram muito difíceis ou praticamente impossíveis,
19:10sem uma manobra de punho, no robô o punho vem até melhor que o seu punho.
19:17Ou seja, com uma rotatividade muito maior.
19:19E aí você começa a englobar na cirurgia robótica, por ter esse controle,
19:26tecnologias novas.
19:27Então o mapeamento com fluoresceína, que deixa vasos fluorescentes,
19:33surgiu depois, ou pelo menos se popularizou com a cirurgia robótica.
19:38Os grampeadores, as fontes de energia.
19:40Então o que a gente ganha com tudo isso?
19:42A gente ganha cirurgias que têm uma precisão maior,
19:46que têm um trauma menor em tecidos vizinhos,
19:49que têm uma recuperação mais rápida
19:51e que têm talvez um índice de complicação para alguns diagnósticos muito menor.
19:57A cirurgia de próstata é o grande exemplo, foi a primeira.
20:00Então acabou na cirurgia radical para câncer de próstata,
20:04praticamente a gente não vê incontinência e impotência
20:07pela precisão da utilização do robô.
20:10Os trabalhos têm que mostrar isso,
20:12mas é o que a gente está vendo em inúmeras áreas de atuação
20:15e agora mais ainda com o de um robô que foi praticamente um monopólio por 20 anos
20:22de uma empresa, hoje tem concorrentes.
20:24Toda vez que a gente tem concorrentes, melhora-se de uma forma mais rápida.
20:28Vamos falar de mudanças de tempos, né?
20:31Quando a gente olha remédio que a gente toma por boca,
20:34o remédio age no âmbito molecular.
20:37A precisão da cirurgia robótica está indo,
20:40eu não digo para o âmbito molecular,
20:42mas na estrutura anatômica ela vai para o detalhe.
20:45Você acha que vai chegar o momento que o robô vai operar sozinho o paciente?
20:49Já houve, né? Já houve uma demonstração
20:52onde um robô foi treinado para fazer uma cirurgia de colistectomia.
20:58Ele foi treinado, aprendeu e fez uma cirurgia de colistectomia.
21:03Da mesma forma que a gente hoje fala da dificuldade de ter um carro autônomo,
21:09que ele vai ter que tomar decisão, se ele tiver uma situação ambígua,
21:13se ele vai atropelar esta pessoa ou aquela pessoa.
21:15Isso é impossível, é impossível.
21:17Então o robô pode até fazer,
21:19mas eu não seria submetido a uma cirurgia exclusivamente feita por um robô
21:25sem alguém preparado para supervisionar o robô.
21:29De novo, a cirurgia robótica também é um meio
21:32em que nós, médicos, podemos entregar resultados melhores,
21:37mas não por conta própria fazer a cirurgia sozinha,
21:40porque, e essa talvez seja a beleza da medicina,
21:45o brilho da medicina, nós somos muito diversos.
21:48O robô fez a cirurgia da vesícula, foi o teste, né?
21:52Sozinho.
21:52A vesícula tem variações anatômicas que são inúmeras.
21:57A variabilidade de onde chegam os ductos biliares,
22:02ela é enorme.
22:03E a gente hoje ainda, com todas as experiências em laparoscopia,
22:08são quase 30 anos fazendo cirurgia de vesícula laparoscópica,
22:11a gente vê situações que eu nunca vi na vida.
22:14Então como é que o robô vai lidar com uma situação que ele nunca viu na vida?
22:17Por isso que eu acho que as tecnologias estão aí para nos ajudar e nunca nos substituir.
22:23Vou perguntar para o cirurgião.
22:25Você fez uma colocação e você encontrou uma variabilidade anatômica.
22:30No passado, isso será absolutamente impossível de você poder detectar antes da cirurgia.
22:35Hoje você faz exames de imagem.
22:38Você, hoje, vai muito mais bem preparado para o campo cirúrgico
22:42do que você ia 20 anos atrás?
22:44Depende do diagnóstico.
22:46Para a vesícula, não, porque a melhor identificação é na hora dos ductos,
22:51inclusive com exames intraoperatórios.
22:54Mas hoje, se a gente for operar um tumor intrepático,
22:58até bem pouco tempo atrás, a cirurgia era uma busca,
23:02era procurar, imagina a agulha no palheiro,
23:05eu tenho que procurar e achar o tumor.
23:07Quanto fígado eu vou agredir para achar um tumor dentro de um órgão sólido?
23:12Hoje, existe a convergência no meio da cirurgia, da imagem, da ressonância,
23:18junto com a imagem da robótica, põe uma imagem uma em cima da outra,
23:23eu opero o robô sabendo onde o tumor está.
23:26Isso acontece em cirurgia de órgãos sólidos, isso acontece em cirurgia torácica,
23:31para câncer de pulmão, como você vai atingir um nódulo e fazer uma biópsia adequada
23:38numa broncoscopia, existe uma guia, praticamente um GPS,
23:42que leva quando há convergências de imagem.
23:45Então, essa eu acho que é a beleza da tecnologia,
23:48quando você junta duas tecnologias,
23:51quando você junta genômica com o estudo das proteínas,
23:56da proteômica ou da metabolômica,
23:58quer dizer, a proteína que é gerada num banco de dados,
24:03que você relaciona com o banco genético,
24:05relaciona com aquilo que a proteína produz,
24:09que é o metabólito,
24:11para entender melhor uma doença e a forma de atuação,
24:15é aí que nós estamos hoje em dia,
24:17e por isso que eu vejo que o futuro,
24:19eles vão nos entregar ainda situações melhores
24:24para diagnóstico, para tratamento e principalmente para prevenção.
24:27Quando a gente fala sobre saúde hoje para médicos,
24:30é muito importante entender o papel propositivo e positivo da indústria.
24:35Falemos de pesquisa, até para a gente dar um fecho com chave de ouro.
24:40O quanto a pesquisa está ganhando com a inteligência artificial?
24:43Eu acho que principalmente quando,
24:45primeiro, porque a pesquisa é o recurso que nós temos para validar a tecnologia.
24:52A pesquisa, ela permite a gente estudar novas tecnologias
24:55para dizer se ela é segura, se ela é eficaz, se ela é custo efetiva.
25:00Então, a pesquisa sempre vai estar presente.
25:02Aliás, pesquisa no Brasil é algo colocado como não primordial,
25:09mas muito procurada, porque o Brasil tem uma população muito diversa,
25:15muito mixigenada.
25:16Então, você não tem, em alguns países,
25:19essa capacidade de testar novos medicamentos como existem no Brasil.
25:24E aí, você vai ter situações como já ocorreu,
25:26de um quimioterápico, na sua validação, ter 95% de pessoas brancas.
25:33Quer dizer, como é que você vai ter a segurança de utilizar em uma pessoa que não é branca?
25:38Qualquer que seja a etnia dela.
25:40Então, o Brasil tem essa capacidade.
25:41A pesquisa vai permitir a gente validar,
25:43vai permitir a gente testar novas drogas,
25:48e as novas drogas estão sendo descobertas através de inteligência artificial,
25:53inteligência ampliada, para descobrir novas moléculas,
25:57de uma forma muito mais rápida,
25:59100 vezes mais rápida,
26:01do que você testar uma por uma,
26:03já sabendo qual que é a consequência se você trocar
26:06um ramo de carbono ou por hidrogênio dentro da molécula.
26:12Então, a pesquisa está tendo esse benefício,
26:14e a indústria farmacêutica e o biodesign mais ainda,
26:18de uma forma muito acelerada, por conta de tecnologia.
26:21Baixando o custo e acelerando o processo.
26:24Sidney, eu quero muito agradecer a tua participação no nosso check-up,
26:28e a segunda, deixa você vir aqui.
26:30Se Deus quiser, nós vamos ter muita saúde,
26:32você vai vir mais vezes.
26:33Muito obrigado, eu agradeço a você.
26:35Nós tivemos hoje o prazer de poder conversar a respeito de tecnologias,
26:40inteligência artificial, robótica,
26:42o uso dessas aplicabilidades,
26:44como transformar a saúde em algo mais acessível.
26:48Para isso, nós conversamos hoje com o Dr. Sidney Kleiner,
26:51ele que é médico cirurgião, gastrocirurgião,
26:55e também presidente do Hospital Israelito Albert Einstein.
26:58O check-up fica por aqui.
27:00Para quem você queira colaborar,
27:02querendo escrever, mandar alguma sugestão,
27:04ou até mesmo uma reclamação,
27:06por favor, escreva.
27:07Dr. Claudio, arroba jovenpan.com.br
27:11Ficamos por aqui, e semana que vem tem mais.
27:16No check-up de hoje, você viu
27:17como a medicina evoluiu ao longo dos anos,
27:20quais os avanços tecnológicos aplicados na área da saúde,
27:24como a inteligência artificial ajuda nas pesquisas,
27:27e como a robótica pode ser aplicada
27:30durante procedimentos cirúrgicos.
27:34A opinião dos nossos comentaristas
27:45não reflete necessariamente
27:47a opinião do Grupo Jovem Pan de Comunicação.
27:54Realização Jovem Pan News
27:56A continuação do Grupo Jovem Pan de Comunicação.
28:10Música
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