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No Check Up desta semana, o Dr. Cláudio Lottenberg recebe o cirurgião Marcelo Bruno Rezende para falar sobre transplantes e doação de órgãos. O programa aborda inovações como os xenotransplantes, explica como funciona a autorização para doação de órgãos e detalha os diferentes tipos de rejeição, oferecendo informações essenciais para entender os avanços e desafios nessa área da medicina.
Apresentador: Cláudio Lottenberg
Entrevistado: Marcelo Bruno Rezende

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Transcrição
00:00Vamos falar de transplante inter-espécie, xenotransplante.
00:05Isso é promissor, já é uma realidade? Como é que você enxerga esse cenário?
00:09Bom, o xenotransplante é o que tem de mais inovador no cenário do transplante.
00:16Existe muita expectativa para que isso vire uma realidade, ainda não é utilizado na prática clínica.
00:22Nós tivemos o primeiro transplante de coração com o coração de um porco geneticamente modificado em 2022
00:30e agora em 2024 o primeiro transplante de um rim de um porco modificado.
00:37Existem ainda muitos desafios nesse cenário.
00:40Primeiro, a gente ainda precisa avançar um pouquinho mais na questão imunológica,
00:46como tornar esses órgãos imunologicamente competentes, aceitáveis.
00:50Além disso, existe uma questão de transmissão de zoonoses,
00:55que é um risco realmente real nesse tipo de transplante,
00:59mas isso tem caminhado muito rapidamente nos últimos 10 anos
01:02e eu acredito que seja a solução, sim, para o déficit de órgãos que a gente tem para os próximos anos.
01:09Cada vez mais a população está envelhecendo.
01:12Nós estamos entrando agora num cenário que é muito interessante,
01:16que é a utilização de transplantes no cenário oncológico.
01:18Então nós vamos precisar de mais órgãos para beneficiar mais pacientes
01:23e com isso nós vamos ter uma demanda muito grande por órgãos
01:26que venham de outras fontes, como por exemplo o xenotransplante.
01:30Você fez um registro importante para quem está nos assistindo,
01:33que muitas vezes a pessoa manifesta em vida que ela é doadora,
01:37mas a família tem que confirmar quando acontece o óbito.
01:41Mas eu queria ir além.
01:42Nós tivemos a pandemia, o Covid, isso impactou o cenário dos transplantes?
01:46Muito, muito. O Covid teve um impacto em todas as áreas médicas.
01:52O Covid retardou o diagnóstico de pacientes que precisariam do transplante.
01:58O Covid atrapalhou a realização de transplantes com doador falecido
02:02e no Brasil quase zerou o transplante intervivos naquele período de 2020 até 2023.
02:08A gente tem registro da Associação Médica e da ABTO de que houve uma queda de 15% no número de doadores
02:17e de 20% no número de transplantes.
02:20E isto tem um impacto muito grande na mortalidade.
02:22Então morreram mais pacientes em lista de espera nesse período.
02:26Eu conheço o Marcelo bem e é uma pessoa, além de um cirurgião muito competente,
02:31é um ser humano absolutamente único.
02:35Como é que você vê a abordagem de uma família
02:39num momento em que está perdendo ou perdeu já um ente querido
02:43para que seja sugerido o ato da doação?
02:47É complexa essa linguagem?
02:49Muito complexa.
02:50Muito complexa e exige treinamento e muita empatia.
02:55O segredo nesse cenário que eu acredito, eu vivi muito tempo também trabalhando na doação
03:04e o que eu percebia, e acho que isso acontece ainda,
03:08é de que se nós não nos preocuparmos com o atendimento básico daquele indivíduo,
03:15um indivíduo que tem, por exemplo, um AVC ou um TCE que chega num pronto-socorro,
03:20se ele não tiver o atendimento adequado, se a família não se sentir acolhida naquele momento,
03:27se esse paciente chegar lá na frente em morte cefálica,
03:30a maioria dos familiares serão contra a doação.
03:34Então a gente precisa trabalhar aqui no começo,
03:36oferecer tudo que é de melhor, de atendimento para tentar resgatar aquele indivíduo.
03:41A família precisa ter essa percepção e se porventura a gente tiver a infelicidade
03:48de que aquele indivíduo evolua com morte cefálica,
03:51a chance dessa família se tornar doadora é muito grande.
03:54Além disso, quem faz a entrevista precisa ter muita empatia realmente.
04:02É muito importante primeiro ter o tempo do diagnóstico,
04:07ter o tempo da notificação e do aviso para a família,
04:11acolher a família para só depois falar sobre a doação.
04:15Quando a gente faz isso de uma forma muito cuidadosa,
04:19a chance da família ter a percepção de que ela pode transformar aquele momento de dor
04:24num momento de muita solidariedade com muitas outras famílias é muito grande
04:29e ela pode experimentar uma forma diferente daquele momento do óbito doente.
04:35A gente acompanha pós-operatório e sabe que a imunossupressão
04:39praticamente acontece de forma concomitante ao procedimento.
04:44Mas a rejeição, ela costuma acontecer em quanto tempo de pós-operatório?
04:50Então a rejeição, nós temos três tipos de possibilidades de rejeição.
04:54Nós temos a rejeição hiperaguda, a gente tem a rejeição aguda
04:58e a gente tem rejeição crônica.
05:00A rejeição hiperaguda é aquela que é mediada por estímulos antes do transplante.
05:05O receptor já tem anticorpos preparados.
05:08Por exemplo, um indivíduo que tomou muitas transfusões.
05:12Então ele já tem um sistema imunológico reativo àquele órgão que ele está recebendo.
05:18Na maioria das vezes são rejeições muito graves
05:20e com uma chance de perder um enxerto muito grande.
05:23Por sorte, esse tipo de rejeição é muito pouco frequente, menos do que 2% dos pacientes.
05:30A gente tem a rejeição aguda, que é a mais frequente,
05:33mas graças aos avanços na imunossupressão,
05:36hoje as rejeições agudas são facilmente tratadas.
05:40No fígado, por exemplo, mais ou menos 25% dos pacientes podem ter algum episódio de rejeição,
05:46mas só o ajuste da imunossupressão é capaz de resgatar esse paciente.
05:50E a rejeição crônica, que é tardia, pouco frequente e de fácil resolução.
05:57Entretanto, a gente tem pacientes que às vezes para de tomar o imunossupressor,
06:01e isso é um alerta importante.
06:02O paciente transplanta, resgata toda a qualidade de vida
06:06e a longo prazo talvez pare de tomar o imunossupressor.
06:09E aí ele tem uma rejeição crônica e pode perder aquele enxerto.
06:12Então a gente tem casos de necessidade de retransplante
06:16por perda do enxerto por rejeição.
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