No Check Up desta semana, o Dr. Cláudio Lottenberg recebe a gastroenterologista Luísa Leite para um bate-papo esclarecedor sobre a saúde intestinal e seu papel fundamental no fortalecimento do sistema imunológico.
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NotíciasTranscrição
00:00O nosso intestino tem um papel fundamental no organismo.
00:05Além de nutrir todo o nosso corpo e eliminar toxinas,
00:10ele também desenvolve um papel essencial na produção de hormônios e neurotransmissores.
00:16E é também considerado uma barreira imunológica para o nosso corpo.
00:20Apesar de ser um órgão multifuncional,
00:22ele pode ser afetado por doenças intestinais que desregulam nossa saúde.
00:27Para falarmos sobre saúde e doenças do intestino,
00:30o Dr. Cláudio Lutemberg recebe no Check-Up de hoje a gastroenterologista Luísa Leite.
00:36Quais as doenças intestinais?
00:38Há tratamentos?
00:40Como manter a nossa saúde intestinal em dia?
00:43Fique ligado que o Check-Up está no ar.
00:50Check-Up Jovem Pan, com o Dr. Cláudio Lutemberg.
00:54Durante muito tempo, quase não se falava sobre intestino.
01:00Entretanto, o tempo tem mostrado que isso está mudando.
01:04É um assunto palpitante que tem importância, inclusive,
01:07dentro da repercussão do cotidiano, do comportamento clínico de cada uma das pessoas.
01:13Veja, a gente ouve muita coisa a respeito do intestino.
01:16E, por vezes, a gente entende que isso está restrito ao trato gastrointestinal.
01:23Mas a gente sabe que tem uma correlação de questões que repercutem dentro do sistema como um todo,
01:30da saúde como um todo.
01:32O que você poderia falar sobre isso?
01:34O intestino é um dos principais órgãos do nosso corpo.
01:38Ele é responsável pela digestão dos alimentos, pela absorção dos alimentos.
01:42E, mais do que tudo, ele é o primeiro combate do nosso sistema imunológico
01:48contra bactérias externas, contra vírus, contra agentes ambientais.
01:54Então, ele faz parte da nossa principal defesa imunológica,
01:59junto com a principal repercussão de manter o paciente bem nutrido,
02:05bem alimentado e com exames e funções imunológicas bem adaptadas.
02:11Então, o intestino é o nosso santuário na gastroenterologia.
02:16É ali que as coisas acontecem, é ali que os alimentos são digeridos,
02:21é ali que a função imunológica começa e é ali que termina.
02:26Então, a gente entende como um dos principais órgãos,
02:30um dos órgãos mais importantes na saúde como um todo.
02:34Quer dizer que aquela visão clássica de que o intestino tem um papel importante
02:38dentro do gastro digestivo em relação à nutrição, à alimentação, ela é restrita.
02:45Tem um papel muito importante dentro da imunologia, ou seja, da defesa do organismo.
02:51Do mesmo jeito que ele pode ajudar, portanto, ele pode causar problemas.
02:55Que tipo de problema quando o intestino não funciona bem?
02:58Imagina que temos 100 trilhões de bactérias no intestino.
03:03Em algum momento, o corpo pode não reconhecer essas bactérias como próprias.
03:08Então, sempre que eu tenho uma desregulação ou genética ou ambiental
03:14e tenho alteração da microbiota que conhecemos como desbiose,
03:19isso pode gerar doenças.
03:20Então, acontece de uma forma muito clara nas doenças inflamatórias intestinais
03:26e na síndrome do intestino irritável.
03:28Então, como se em algum momento o corpo deixasse de reconhecer essas bactérias como próprias.
03:34A ideia de que o intestino funcionava apenas para absorção é uma ideia primordial.
03:39Hoje em dia, sabemos que o intestino é muito mais do que isso.
03:42Ele funciona regulando o nosso sistema nervoso autonômico.
03:47Então, o intestino é o principal produtor de serotonina no nosso corpo.
03:52Existem mais também de 100 trilhões de neurônios no nosso intestino.
03:57Isso faz com que as doenças do eixo cérebro-intestino fiquem, então, realmente agora em pauta.
04:04Então, se a gente reconhece o intestino com essa função,
04:08fica mais fácil identificarmos as condições clínicas das doenças
04:11e tratarmos de uma forma mais adequada.
04:13Quer dizer, quando você fala da serotonina, existem questões do humor.
04:17Do comportamento que pode ser fruto de um intestino que esteja desregulado.
04:22Isso, isso acontece classicamente na síndrome do intestino irritável.
04:26Então, a síndrome do intestino irritável acomete 10% da população no mundo
04:31e ela classicamente é caracterizada com essa desregulação do eixo cérebro-intestino e microbiota.
04:37Então, essa desregulação do sistema nervoso autonômico através do nervo vago
04:43é muito comum na síndrome do intestino irritável e faz com que esses pacientes
04:47apresentem dor e hipersensibilidade visceral na barriga.
04:53Então, ficam muito incomodados com sintomas que classicamente eram considerados
04:58como sintomas funcionais ou sintomas psicológicos.
05:01Hoje em dia, sabemos claramente a fisiopatologia dessas doenças.
05:06Interessante, porque você fala dos sintomas, né?
05:08E os sintomas que a gente classicamente relaciona ao intestino são aqueles óbvios, né?
05:14É uma diarreia, às vezes alguma dificuldade na digestão de um alimento.
05:20Então, para um bom médico, um bom examinador, ele precisa fazer um exame bem detalhado,
05:26sabendo como é que a pessoa tem se comportado, quer dizer, quais são os outros sintomas
05:31que passam desapercebidos para a população e que estão relacionados ao intestino.
05:37Na área da saúde, de uma forma geral, para qualquer profissional da saúde,
05:40a pergunta mais importante que temos é como funciona o intestino,
05:45como, quantas evacuações, quantas vezes o paciente vai, esse indivíduo vai ao banheiro.
05:50Então, isso reflete diretamente o bom funcionamento e a boa absorção desses nutrientes.
05:57Na síndrome do intestino irritável, como eu mencionei,
06:01o que acontece é que eu tenho desregulação, alteração da motilidade.
06:05Então, o paciente pode ter diarreia na síndrome do intestino irritável,
06:09com predomínio de diarreia, ou eventualmente constipação,
06:14se o intestino funcionar de uma forma mais lenta.
06:16Então, a própria motilidade gastrointestinal faz com que a gente perceba o funcionamento
06:22através de um achado, de um alvo muito objetivo, que é o número de evacuações.
06:27Então, para sabermos se a saúde tem funcionado bem,
06:31perguntamos a qualquer indivíduo, a qualquer paciente,
06:34quantas vezes por dia ele vai no banheiro
06:36e como que se caracteriza a consistência dessas fezes.
06:39E dessa forma entendemos o padrão alterado.
06:43Agora, a gente fala muito sobre a questão da alimentação.
06:46Nós estamos vivendo um momento que as pessoas discutem
06:49obesidade, canetinhas, o que comer, proteína, gordura, ingestas variáveis.
06:55Vamos tentar falar alguma coisa a respeito da alimentação e sistema imunológico.
07:01Existe uma correlação importante se você exagerar, como é só proteína, por exemplo.
07:07Você pode ter uma alteração imunológica importante?
07:10O intestino é um mediador disso?
07:12Sem sombra de dúvidas.
07:14Porque a dieta que recomendamos para a manutenção de uma saúde intestinal
07:19é a dieta mediterrânea, que a gente sabe que é uma dieta rica em fibra,
07:24rica em frutas, verduras, em carnes brancas, em peixe e frango,
07:29e redução de carne vermelha, alimentos processados, enlatados e embutidos.
07:34Então, sempre que temos um aumento do consumo de alimentos extremamente industrializados
07:40e processados, sabemos que isso pode, ao longo prazo, gerar doenças inflamatórias intestinais.
07:47Então, é um fator de risco classicamente conhecido para aumentar o risco de doenças
07:51inflamatórias intestinais, a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa,
07:56da mesma forma que aumenta o câncer coloretal.
07:59Então, se pensarmos dessa forma, o que é recomendado para a população geral
08:04é uma dieta mediterrânea, uma dieta balanceada, rica em fibras, verduras, vegetais
08:11e com redução de carne vermelha e alimentos processados.
08:14Muita gente vê avançar na área da imunologia.
08:19E eu acho que a gente ainda vai descobrir muita coisa.
08:22E muitas coisas têm natureza imunológica.
08:25Você seria capaz de apontar algumas doenças que ocorrem em função de alterações do intestino
08:32na sua relação com a alimentação e as suas manifestações sistêmicas e natureza imunológica?
08:37A principal delas é a doença celíaca.
08:40A doença celíaca é uma doença autoimune contra o glúten e 1% da população pode apresentar doença celíaca.
08:48E as outras duas doenças em que existem uma desregulação do nosso sistema imunológico
08:54e uma hiperativação do nosso sistema imune são as doenças inflamatórias intestinais
09:00e de forma diferente da síndrome do intestino irritável.
09:04Não observamos classicamente essa desregulação imune na síndrome do intestino irritável
09:09como observamos na doença celíaca e nas doenças inflamatórias intestinais.
09:13As pessoas falam de tolerância à lactose, em glúten, vamos pensar do lado contrário.
09:19O que todo mundo que está assistindo tem que obrigatoriamente comer?
09:22Novamente, uma dieta mediterrânea.
09:24Então, reduzir carne vermelha, reduzir alimentos processados, enlatados, embutidos
09:29e fatores de risco que consideramos altamente prejudiciais ao nosso intestino
09:35como tabagismo e ingestão de bebida alcoólica.
09:38Então, se conseguirmos reduzir esses fatores de risco e se mantivermos uma alimentação balanceada,
09:44equilibrada, baseada na dieta mediterrânea, estaremos com a nossa saúde intestinal preservada.
09:50Quando a gente fala em número de refeições, hoje a gente vê dieta intermitente,
09:54gente dizendo que não vai almoçar ou a janta tem que ser um pouco mais leve,
09:59quantas refeições efetivamente são necessárias durante o dia?
10:03Qual a recomendação que você nos dá?
10:04Olha, não existe uma recomendação formal, da mesma forma que sabemos que o jejum intermitente,
10:10que é considerado aquele tempo prolongado de jejum, é um tratamento reconhecido da obesidade.
10:16Aqui, se estivermos falando de uma saúde intestinal, não tem uma recomendação formal
10:22para número de refeições por dia.
10:24O mais importante e essencial é que essas alimentações sejam saudáveis, né?
10:28Que esses alimentos sejam saudáveis.
10:30Então, costumamos falar que desembalar menos e descascar mais para a saúde do intestino.
10:37Eu falei de jejum intermitente, quer dizer, o pessoal pulando as refeições.
10:41Vamos partir do raciocínio contrário.
10:44Você acha obrigatório fazer alguém comer quando a pessoa não quer comer?
10:48Não, necessariamente não existe essa recomendação de precisar comer.
10:54É claro que para a saúde do intestino, o que importa é basicamente a qualidade do alimento
10:59e não necessariamente o tempo que ele está em jejum.
11:02Então, se eu estiver dentro de um peso adequado e quiser me alimentar, pular o café da manhã, por exemplo,
11:07esse não é um problema.
11:08As dores na barriga podem atingir qualquer idade, desde bebês até idosos.
11:15Todas as pessoas podem presenciar essa dor em algum momento na vida.
11:20Em algumas situações, ela é desencadeada por algo que comemos e não nos fez bem.
11:25Ou até mesmo pela quantidade de comida ingerida, sendo pouca ou muita para o nosso organismo.
11:32Em outras situações, essa dor pode estar relacionada a doenças inflamatórias intestinais.
11:39Ou mesmo a síndrome do intestino irritável, que atinge ao menos 10% da população brasileira,
11:45segundo o artigo de revisão publicado pela Sociedade Brasileira de Hepatologia.
11:50Ela é definida como uma desordem do nosso eixo cérebro-intestino e microbiota.
11:55E basicamente se baseia em três pilares.
11:58O primeiro pilar é que o paciente, o indivíduo, pode ter mais hipersensibilidade.
12:03Então, eu tenho mais dor.
12:05O segundo pilar é que eu tenho alteração da motilidade para mais ou para menos.
12:10E o principal, um dos mais importantes pilares para a fisiopatologia,
12:15para a origem da síndrome do intestino irritável, é a desregulação da microbiota.
12:19Então, o que acontece é que o paciente apresenta dor abdominal
12:22e a alteração da forma e da frequência das fezes.
12:26Então, eu posso ter dor e constipação e ficar com o intestino preso.
12:31Eu posso ter dor e ter diarreia.
12:34E ambos os grupos estão classificados como síndrome do intestino irritável.
12:39Nós vamos agora assistir o depoimento de uma paciente que foi acompanhada justamente por uma doença intestinal.
12:46Eu tenho esse problema intestinal desde bebê.
12:49Eu era um bebê que tinha muitas cólicas, só que nenhum médico conseguia saber o porquê disso.
12:55Aí, quando eu fiz nove anos, eu comecei a ter episódios de desenteria e acompanhado também de cólicas e tudo mais.
13:08Mas, assim, eu acabei não relatando isso a princípio para minha mãe.
13:11Eu fiquei alguns meses passando mal sem relatar para ela,
13:15porque eu achava que, assim, ah, eu comi alguma coisa que não me fez bem e vai passar.
13:20Só que aí não passava.
13:21E aí, depois que ela descobriu, né, depois de alguns meses, uns quatro meses assim,
13:26e aí ela começou essa investigação de me levar em vários pediatras, vários médicos.
13:31E ninguém conseguia saber a causa do que estava acontecendo.
13:35Eles falavam, ah, é virose, pediam rachis, pediam alguns outros exames e não resolvia.
13:41Até que, quando eu completei dez anos, ela passou numa gastropediatra e eu recebi o diagnóstico de retocolite serativa.
13:50Eu cresci com esse diagnóstico e a intolerância à lactose também.
13:54Então, eu tinha uma restrição alimentar acompanhada desse diagnóstico.
13:58Mudanças da minha rotina começou assim que eu recebi o diagnóstico,
14:01eu já tive que fazer a dieta, né, de exclusão do leite e derivados.
14:06E foi, assim, uma dieta meio impactante, porque quando você é criança, você come muito chocolate, queijo, danone, enfim.
14:13Aí eu tive que cortar tudo isso da minha dieta.
14:15Mas, fora isso, minha dieta era bem saudável, assim.
14:19Minha mãe sempre foi uma pessoa de fazer mais comida do que comprar coisas prontas.
14:24Aí eu tive que também crescer tomando corticoide, né, alguns tipos de medicamentos, né, específicos pra doença.
14:31Mas, assim, com a doença bem controlada, é viver uma vida normal, assim.
14:37O ideal é sempre praticar bastante exercício físico, manter a saúde mental em dia também, né.
14:43Isso é essencial, eu diria.
14:45Que acho que é uma das partes mais importantes de tudo, é estar com a saúde mental em dia.
14:50Porque quando a saúde mental tá um pouco comprometida, afeta diretamente a parte intestinal.
14:57Meus pais sempre estiveram lá pra me apoiar, pra conversar comigo, pra entender o que eu tava passando.
15:03Então, isso me ajudou bastante.
15:05Eu vejo muita gente ignorando, né, às vezes sintomas.
15:09Eu já ouvi relatos de pessoas falando, ah, é, eu tenho um desconforto aqui depois de almoçar, depois de comer, mas...
15:17Ah, eu tomo um remédio que tira a dor e tudo bem, eu vou levando isso.
15:23Aí eu sempre falo, eu sempre ressalto, olha, era bom você investigar, fazer um exame.
15:28Porque o diagnóstico precoce ajuda a pessoa a ter, né, o tratamento e a melhorar a vida, assim.
15:35Muitas vezes a pessoa passa a vida inteira sentindo dor e desconforto por não querer investigar.
15:41Falar, ah, se eu não investigo, eu não tenho doença.
15:43Mas não é bem assim, né?
15:45A importância de você realmente fazer exames regularmente, inclusive fazer exames, assim, todo ano.
15:51Pelo menos um exame de sangue é necessário, sabe?
15:54Pra saber se tá tudo ok.
15:55E faz toda a diferença.
15:57E pra quem tem retocolite, doença de Crohn, é principalmente essa parte de estar sempre em dia com a sua saúde mental.
16:05Então, é isso que é a minha dica.
16:09O que é a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn?
16:13Como é que a gente diferencia uma da outra?
16:16E o que é mais grave?
16:17Alguma delas pode levar a câncer?
16:19É importante a gente diferenciar, antes de tudo, a síndrome do intestino irritável das doenças inflamatórias intestinais.
16:26E aqui, quando falamos de doenças inflamatórias intestinais, aí sim, nos referimos a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn.
16:34Enquanto a síndrome do intestino irritável é uma doença benigna, que não progride, não piora com o passar do tempo,
16:41não aumenta o risco de câncer,
16:42As doenças inflamatórias intestinais, sim, os pacientes que apresentam um diagnóstico de retocolite ulcerativa
16:49podem apresentar um risco de até 10 vezes maior de ter câncer de intestino em relação à população geral.
16:56Enquanto que aqueles que têm doença de Crohn também podem evoluir para o que chamamos de síndrome do intestino curto,
17:03que acontece em alguns casos quando esses pacientes são submetidos a ressecções e retiradas de uma parte do intestino.
17:11As doenças inflamatórias intestinais acontecem, do ponto de vista clínico, com diarreia,
17:18que diferente do intestino irritável é uma diarreia progressiva.
17:22Eu tenho três evacuações, quatro idas ao banheiro, seis idas ao banheiro, eu acordo à noite, perco peso.
17:30Então, enquanto eu estou falando de sintomas cíclicos na síndrome do intestino irritável,
17:35temos sintomas progressivos nas doenças inflamatórias intestinais.
17:39E aqui existem fatores de risco clássicos, bem estabelecidos, como presença de sangue nas fezes.
17:46História familiar de doença inflamatória intestinal.
17:50Então, se algum parente meu tiver doença de Crohn retocolite ulcerativa,
17:54eu tenho mais risco de ter doença inflamatória intestinal.
17:57Se o paciente tiver usado muito antibiótico na infância, tiver perdido peso de uma forma significativa,
18:06ou se o paciente tiver história de tabagismo, são alguns fatores de risco clássicos
18:12e também sinais de alarme para as doenças inflamatórias intestinais,
18:16tanto para a doença de Crohn quanto para a retocolite ulcerativa.
18:18Avanços no tratamento dessas doenças?
18:21Super avanços.
18:23Então, desde 1998 surgiu e foi autorizado o uso do primeiro imunobiológico nos Estados Unidos
18:30para tratamento das doenças inflamatórias intestinais.
18:33Então, são medicações revolucionárias que modificaram a história natural da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa.
18:41E aqui, ao invés de utilizarmos prednisona, como utilizávamos antigamente,
18:47usamos medicações muito específicas para alvos bem definidos, relacionados à ativação do nosso sistema imune.
18:55Então, eu consigo bloquear essa desregulação do sistema imune de uma forma muito efetiva.
19:01Então, são medicações que mudaram a história natural do tratamento das doenças inflamatórias intestinais.
19:07Algum momento é indicado procedimento cirúrgico? Alguma ressecção?
19:11Na doença de Crohn, isso pode acontecer.
19:13Em metade dos pacientes que têm doença de Crohn, isso deve acontecer em 10 anos de doença.
19:18Então, é essencial termos um diagnóstico precoce,
19:22entendermos que diarreia com sangue, perda de peso,
19:26acordar à noite para evacuar, são sintomas e sinais de alarme.
19:30E precisamos procurar o gastroenterologista ou o coloproctologista para tratamento específico.
19:37Para evitarmos cirurgia a longo prazo.
19:39Doutora Luísa, é uma médica brilhante.
19:41Mas eu vou com uma pergunta, talvez até especial para você.
19:46Alimentação.
19:47Você acha que a gente tem que ser rígido com a alimentação a vida inteira?
19:51De quando em quando é possível se abrir alguma exceção?
19:54Como é que você pode orientar aqueles que estão nos assistindo em termos de educação alimentar?
20:00E isso é essencial se definirmos se esse paciente tem alguma condição.
20:05Então, eu expliquei para vocês que a dieta mediterrânea é mais recomendada em uma situação de equilíbrio.
20:11Mas a dieta pobre em alimentos fermentáveis, que conhecemos como dieta pobre em FODMAPS,
20:18é o principal tratamento da síndrome do intestino irritável.
20:21O que é pobre em alimento fermentado, em termos práticos?
20:25Em termos práticos, reduzir lactose, feijão, alho e cebola,
20:29que são os principais alimentos que destendem e produzem gases.
20:33Então, os pacientes com síndrome do intestino irritável
20:36precisam reduzir os alimentos fermentáveis na alimentação, na dieta,
20:40para conseguir melhorar os sintomas intestinais.
20:43Você acha que as escolas deveriam ensinar a questão da educação alimentar?
20:48Sem sombra de dúvidas, né?
20:49É essencial conhecermos a alimentação como o principal pilar das doenças,
20:55de tratamento e de manejo das doenças intestinais.
20:58Em qualquer grupo, se pensarmos que o paciente tem algum sintoma de intestino
21:02ou que pode desenvolver durante a vida,
21:05é importante reconhecermos que, por exemplo, a lactose fermenta,
21:09que o feijão fermenta.
21:11Essa fermentação pode acontecer duas horas depois da alimentação.
21:14Então, é importante ficarmos atentos ao nosso intestino
21:18para sabermos como que isso se desenvolve de uma forma fisiológica,
21:23dentro do normal.
21:24Quer dizer que aquele mal-estar que as pessoas podem ter, aquela diarreia,
21:28quando isso começa a ficar recorrente,
21:30tem que procurar um médico para tentar entender o porquê disso.
21:34Mudar o hábito, porque provavelmente pela própria alimentação,
21:38você poderá estar tratando e estar evitando esse sinal
21:41ou esse tipo de comportamento desconfortável.
21:44Eles devem procurar rapidamente o médico,
21:47porque se diagnosticamos de uma forma precoce
21:50a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn,
21:52o tratamento é muito mais efetivo.
21:54Se diagnosticamos também a síndrome do intestino irritável,
21:57isso é uma condição tranquilizadora.
22:00E aqui eu consigo manejar, tratar de uma forma mais equilibrada.
22:04Então, é fundamental conhecermos como o nosso intestino se comporta
22:08para evitarmos problemas a longo prazo.
22:12Mitos e verdades
22:14Bebidas alcoólicas, elas podem desenvolver doenças intestinais?
22:21Isso é verdade ou é um mito?
22:23Ela é verdade.
22:24Essa frase é uma verdade.
22:25As bebidas alcoólicas aumentam a motilidade,
22:29desregulam a barreira epitelial do intestino,
22:32que é a nossa proteção, é a nossa camada de proteção.
22:35Então, tanto bebida alcoólica quanto tabagismo são os principais fatores de risco
22:40para doenças intestinais.
22:42É importante sabermos que a ingestão de uma bebida alcoólica aumenta a motilidade
22:46e pode causar diarreia.
22:48Da mesma forma que o paciente que tem retocolite ulcerativa ou doença de Crohn,
22:52a ingestão de bebida alcoólica também é contraindicada,
22:55porque isso pode piorar a atividade inflamatória deles.
22:58Falta de exercício físico corrobora para uma má função do intestino?
23:03Mito ou verdade?
23:04É uma verdade.
23:05Então, eu preciso ter medidas comportamentais que envolvem higiene do sono,
23:11atividade física.
23:13Eu preciso ter uma alimentação saudável para conseguir garantir a saúde intestinal.
23:17Então, atividade física é fundamental e é uma peça, um pilar primordial no tratamento,
23:23por exemplo, da síndrome do intestino irritável.
23:25Doença inflamatória intestinal é de fácil diagnóstico?
23:30Mito ou verdade?
23:31É mito.
23:32Então, as doenças inflamatórias intestinais não são doenças em que reconhecemos um único fator causal,
23:40não como uma pneumonia que eu descobri que é essa bactéria que está causando a pneumonia.
23:45Aqui, as doenças intestinais, as doenças inflamatórias intestinais,
23:49envolvem para o diagnóstico um conjunto de alterações clínicas,
23:53de exames de sangue, de achados na colonoscopia,
23:57que é aquele nosso exame fundamental em quem tem alterações e sintomas de intestino,
24:02envolve também alterações na biópsia dessa colonoscopia.
24:06Então, é um conjunto de achados e, dessa forma,
24:09conseguimos dar o diagnóstico de retocolite ulcerativa e de doença de Crohn,
24:13e não só, apenas com um único exame.
24:15Então, é por isso que é tão importante ficarmos atentos ao sinal de alarme,
24:20exatamente para reconhecermos de uma forma precoce e tratarmos de uma forma apropriada.
24:25As canetinhas de emagrecimento, que elas diminuem o esvaziamento gástrico,
24:29elas também têm um efeito no funcionamento do intestino?
24:33Tem. E, dessa forma, é que o paciente consegue perder peso.
24:36Elas paralisam todo o trato gastrointestinal, estômago, intestino delgado e colon.
24:42Então, os efeitos colaterais mais comuns é intestino preso,
24:46distensão no intestino delgado, gases, flatulência,
24:50um pouco de desconforto abdominal relacionados à alteração da motilidade.
24:56Então, o intestino basicamente fica paralisado.
24:59E os gastroenterologistas, mesmo sabendo que tem efeitos colaterais gastrointestinais,
25:05recomendam como primeira linha de tratamento para sobrepeso e obesidade.
25:09Então, elas são fundamentais e modificaram também a história natural da obesidade.
25:15Então, eu costumo dizer que é importante ter sintomas intestinais
25:20para sabermos que realmente a medicação está funcionando.
25:23Então, é dessa forma que sabemos que o apetite vai ser reduzido
25:27e que os hormônios produzidos também pelo intestino vão diminuir em relação ao apetite.
25:32Luiza, obrigado. Eu acho que foi, de fato, além de uma conversa agradável,
25:38um tema muito elucidador para aqueles que nos assistem.
25:41Eu que agradeço a oportunidade e o convite.
25:46O nosso check-up fica por aqui.
25:48Hoje, nós recebemos a professora Luiza Leite Barros.
25:52Ela que é médica gastroenterologista.
25:54professora da Universidade de São Paulo,
25:57que nos trouxe comentários importantes a respeito de doenças intestinais.
26:03O nosso check-up, portanto, fica por aqui.
26:05Para você que quer colaborar, que quer comentar, que quer escrever,
26:09fique à vontade.
26:10Dr. Claudio, arroba jovempan.com.br.
26:15Check-up fica por aqui e nos vemos semana que vem.
26:18Até lá.
26:18No check-up de hoje, você viu.
26:22Quais os cuidados básicos com a saúde do nosso intestino?
26:25O que é a Síndrome do Intestino Irritável?
26:28Como funcionam e quais os sintomas das doenças inflamatórias intestinais?
26:33Quais os tratamentos?
26:35E o impacto dos hábitos alimentares no nosso intestino?
26:43CICAP Jovem Pan.
26:45Condutor Claudio Lotenberg.
26:48A opinião dos nossos comentaristas não reflete necessariamente
26:53a opinião do Grupo Jovem Pan de Comunicação.
27:00Realização Jovem Pan.
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