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Mauro Vieira informou que o Brasil entregou uma proposta aos EUA e espera resposta até o fim do mês. As tarifas impostas por Trump seguem no centro das negociações, que podem durar até três meses. Lucas Ferraz, da FGV, analisa os impactos econômicos e os riscos para o comércio bilateral.

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Transcrição
00:00Terminou agora há pouco a reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira,
00:05e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio,
00:09para definirem os próximos passos para redução de tarifas impostas por Trump aos produtos brasileiros.
00:16Em entrevista a jornalistas logo depois, o chanceler brasileiro disse que entregou uma proposta aos Estados Unidos
00:23e está esperando uma resposta até o fim do mês.
00:26O ministro brasileiro disse ainda que as negociações com a Casa Branca podem durar até três meses.
00:33Eu vou conversar agora com o Lucas Ferraz, ele é coordenador do Centro de Negócios Globais da FGV,
00:39a Fundação Getúlio Vargas, e vai nos ajudar a entender o que deve acontecer daqui para frente,
00:45depois dessa reunião. Lucas, boa noite para você.
00:48O que a gente pode esperar a partir de agora, a partir desse momento?
00:53Bom, boa noite, Cristiane, sempre um prazer estar aqui com vocês.
00:59Olha, eu acho que foi mais uma reunião, eu diria que, sob o ponto de vista da manutenção do contato
01:06com autoridades americanas de alto nível positiva,
01:10foi basicamente uma repetição da última reunião que houve também com o secretário,
01:15entre o secretário Marco Rubio e o ministro Vieira em Washington,
01:19ou seja, uma reunião em duas fases, uma pequena conversa bilateral de 15 minutos,
01:24entre os dois ministros, certamente tratando de temas mais políticos,
01:28e uma segunda reunião tratando de temas mais técnicos,
01:31inclusive com a presença de embaixadores brasileiros e o próprio secretário,
01:36um dos secretários do Itamaraty, que é o Felipe Drummond,
01:39que é um negociador, o que é também positivo.
01:42Mas o fato é que as negociações parecem avançar em ritmo muito lento,
01:47e isso, de certa forma, preocupa.
01:50Preocupa por duas razões, eu diria, muito objetivas.
01:53A primeira delas é que, se passa muito tempo, se perde o timing das negociações.
01:59Quer dizer, houve um encontro recente na Malásia entre o presidente Lula e o presidente Trump,
02:04que foi um encontro positivo,
02:05mas já se vão aí algumas semanas, sem nenhum resultado concreto.
02:11Quer dizer, o plano de negociação, o plano de reuniões técnicas,
02:14que sim, é importante, ele já foi apresentado lá atrás,
02:18e me parece que ele está sendo novamente apresentado para o secretário Marco Rubio,
02:23no sentido até de uma certa cobrança do governo brasileiro,
02:25para que o governo americano tome atitudes, digamos, mais céleres.
02:29Então, esse é o primeiro ponto, perde-se o timing.
02:32O segundo ponto é que, quanto mais o tempo passa, Cristiane,
02:35mais os importadores americanos também vão trocando os seus fornecedores.
02:40E o Brasil vai perder no mercado,
02:42e vai ser difícil depois você conseguir reconquistar esse mercado lá na frente.
02:47Então, são dois pontos que preocupam.
02:50Então, são negociações provavelmente difíceis,
02:53a gente não tem acesso exato ao que está sendo discutido,
02:57mas, certamente, os temas de interesse americano nós conhecemos,
03:00que são os temas, inclusive, que já foram colocados no âmbito da investigação
03:04da sessão 301, que incluem, possivelmente, etanol,
03:09que incluem o tema da regulação das big techs, propriedade intelectual,
03:13o próprio PIX, a questão anticorrupção, enfim, desmatamento,
03:17uma série de temas que foram colocados ali.
03:19E agora, também, eu diria, acrescentaria a questão das terras raras,
03:23também que já foram temas manifestados do lado americano.
03:26Essas negociações são negociações complexas e, dependendo da demanda do lado americano,
03:33possivelmente, o governo teria que passar regulamentações ou aprovação de novas leis
03:39até pelo Congresso Nacional.
03:41Então, realmente, são temas complexos, não são temas que serão tratados entre ministros,
03:46serão tratados entre equipes técnicas,
03:49gerarão, inclusive, demandas, eventualmente, por baganhas internas aqui com o setor privado brasileiro,
03:54exemplo clássico do etanol, quer dizer, o Brasil reduz a tarifa de etanol para ganhar o quê?
03:59Então, esse é um tema que também tem que ser discutido.
04:03E eu acho que, por fim, eu diria o seguinte,
04:06também se ventila a ideia de pedir uma suspensão das tarifas
04:11enquanto as negociações acontecem.
04:13Eu entendo que isso é positivo,
04:15sob o ponto de vista brasileiro, acho que o Brasil deve tentar caminhar por essa linha,
04:20ainda que seja difícil, né?
04:22Porque se o Brasil apenas faz essa oferta,
04:25queremos adiar as tarifas por três meses para que a gente continue negociando
04:29sem oferecer nenhuma contrapartida para os Estados Unidos,
04:33nenhuma vantagem para o presidente Trump,
04:35eu acho muito difícil que isso, de fato, se concretize.
04:39Eu vou passar para a pergunta do Vinícius Torres Freire.
04:41Vinícius.
04:42Lauro, boa noite.
04:44Especialmente agora que o governo Trump sofreu umas derrotas políticas nos Estados Unidos
04:49e está com popularidade no nível mais baixo,
04:52aventou-se lá o próprio Trump que eles poderiam reduzir impostos de importação
04:57sobre coisas que os Estados Unidos não produzem e não cultivam.
05:00Citou café, citou banana, citaram frutas, ele, o Trump e o Scott Besson.
05:06Você acha que os Estados Unidos, no caso de uma redução de tarifas,
05:10fariam uma coisa horizontal ou negociariam com o país por país
05:13e levariam isso para a negociação brasileira também e não mexeriam na tarifa brasileira
05:18e deixariam isso para o corte horizontal e deixariam a redução da tarifa brasileira
05:25para agrícolas, agropecuária, para a negociação também?
05:29Olha, é difícil prever, Vinícius, mas o que o presidente declarou de uma maneira, digamos assim,
05:39muito coloquial é que ele tem ciência do impacto inflacionário,
05:44sobretudo quando a gente fala de inflação de alimentos nos Estados Unidos.
05:47Os Estados Unidos hoje tem uma inflação que gira ali ao redor de 3%,
05:50ela ainda está acima da meta do Banco Central e a gente observa, inclusive,
05:55uma desaceleração da economia americana prevista para esse último trimestre.
06:00Então, tivemos aí o resultado, como você mencionou, ruim nas eleições,
06:06em algumas eleições, em algumas praças americanas para o Partido Republicano,
06:10um resultado ruim que, de alguma forma, também reflete a questão inflacionária.
06:13Então, os Estados Unidos estão muito cientes disso.
06:16Agora, eu diria que a gente tem que ficar ali com as barbas de molho,
06:20porque o governo falou em redução para vários países,
06:24não falou em redução para o Brasil especificamente.
06:28Agora, é claro que o Brasil, dentre todos os países,
06:32é um país, junto com a Índia, que tem as tarifas de importação mais altas,
06:37impostas pelo governo americano, ali da ordem de 50%.
06:40Então, quando a gente fala de café, por exemplo,
06:42que é um item que tem subido muito de preço no mercado americano,
06:45o Brasil tem uma tarifa de 50% e fornece ali algo como um terço
06:50das importações americanas de café.
06:53A Colômbia, que também fornece café para os Estados Unidos,
06:55está com uma tarifa de 10%.
06:57Então, é muito esperado, digamos assim,
07:01há uma expectativa positiva de que o movimento maior,
07:05se de fato o objetivo for combater a inflação,
07:07seja feita do lado brasileiro.
07:09Eu, pessoalmente, acredito que o que a gente pode tirar dessas negociações
07:14no médio prazo, não no curto prazo, porque no curto prazo dificilmente
07:18alguma coisa acontecerá, mas no médio e longo prazo,
07:21são movimentos pontuais em produtos que realmente geram mais impacto
07:25inflacionário nos Estados Unidos, que geralmente são aqueles produtos
07:28que o próprio Estados Unidos não produz, como é o caso do café.
07:31Carne, nós já temos, inclusive, várias plantas, várias, digamos,
07:37empresas, a JBS está presente nos Estados Unidos com várias,
07:41várias, várias, enfim, produção, com várias unidades produtivas nos Estados Unidos,
07:50mas a gente também está com a tarifa ali de 50%.
07:53Então, também poderia ser um produto, digamos assim,
07:57que poderia ter a sua tarifa reduzida.
08:00Lucas, muito obrigada.
08:01É sempre muito bom conversar com você.
08:03Boa noite pra você e até a próxima.
08:05Obrigado, Cristiane. Obrigado, Vinícius.
08:07Sempre um prazer.
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