A primeira-dama Janja causou mal-estar na COP30 ao provocar jornalistas sobre os preços abusivos da alimentação no evento, perguntando ironicamente se eles "já compraram coxinha" — um item que custa R$ 30. A atitude foi uma referência direta às reclamações generalizadas da imprensa sobre o alto custo de vida em Belém.
O corte discute a atitude da primeira-dama, que transformou a crítica sobre a desorganização e os preços altos do evento em um novo mico do Governo Lula. Duda Teixeira analisa a reação dos jornalistas e o impacto da provocação no comitê de imprensa.
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00:00A primeira-dama Janja decidiu provocar os jornalistas que fazem a cobertura da COP30.
00:04Ao passar por estantes que acomodam a imprensa, a primeira-dama perguntou, abre aspas,
00:08já compraram coxinha? Fecha aspas. As informações são do UOL.
00:11A provocação de Janja fez referência à reclamação dos jornalistas sobre o custo elevado da alimentação em Belém.
00:18Duda Teixeira, parece que os jornalistas não gostaram da atitude da Janja, certo?
00:21Oi, Resc, boa tarde. Certeza que não gostaram.
00:27Já desde que começaram a chegar por lá os jornalistas, os jornalistas foram os que mais reclamaram desses preços.
00:36Talvez porque tenham ali contadinho o dinheiro para gastar e aí estão gastando muito mais.
00:42E a Janja sabe disso. A Janja com certeza não está pagando pela alimentação dela.
00:48Ela fez esse comentário e pegou muito mal, claro.
00:53E uma das explicações para esses valores altos, segundo a organização do evento, é que os valores foram determinados com base no dólar.
01:06Então, claro, tem muita gente do mundo inteiro para lá, essas pessoas recebem em dólar ou em euro.
01:14E aí, se pagarem coisas em real, vai sair uma pechincha.
01:21Então, sobe lá para cima o preço.
01:24Agora, é claro, se o custo é em real e estão vendendo a dólar, tem gente ganhando muito dinheiro, muito lucro fazendo essa operação.
01:33Agora, a história interessante que a gente tem para contar é que começaram a surgir alguns comerciantes em volta da região da COPE.
01:43A gente já tem até o vídeo que o Leandro Naloc gravou vendendo marmita a R$10.
01:50Então, é a lei do mercado, o livre mercado, ajudando o pessoal que está indo trabalhar na COPE.
01:57Vamos rodar o vídeo?
01:58Na frente da parte interditada da COPE, o pessoal aqui fez um negócio, comida, já que estava caro lá na COPE, aqui, R$10.
02:07A refeição parece estar com uma cara boa, viu? Certinho.
02:11Isso é o beleza do livre mercado.
02:15É isso aí, bom. O Naloc é um entusiasta do livre mercado, né?
02:19A gente tem dado também, ele que colocou aqueles dois outdoors lá em Belém, falando que as mortes causadas pelo clima têm diminuído drasticamente no mundo inteiro.
02:31E a gente também tem um outro vídeo sobre a COPE, que é interessante mostrar, que também tem levantado críticas, mais críticas ainda, à organização do evento,
02:41que são as pessoas esperando o ônibus elétrico para sair lá do pavilhão Brasil.
02:48Vamos rodar esse vídeo também?
02:49Tem alguém ali até se pendurando na cerca ali para não se molhar e a situação, enfim, é claro que a natureza, ela é imprevisível, né?
03:13A gente pode, de repente, ter chuvas fortíssimas fora de hora, mas é óbvio também que tem uma falha aí na organização.
03:21Essas obras todas foram feitas correndo, com os custos que a gente não sabe os valores, sem licença ambiental.
03:30E aí, dá nesse tipo de situação que a gente acabou de ver.
03:33Meu caro Wilson Lima, o que você destaca dessa história?
03:36Vamos lá, vamos começar pela história da Cuxa.
03:41É tanto absurdo na COPE, que dá para fazer uma lista.
03:45Ô, Dudo, ó, sugestão de pauta ao vivo, tá?
03:48Os maiores absurdos da COPE 30.
03:50Pautinha para a gente fazer na sexta-feira, tá?
03:52Acho que a gente pode fazer uma boa lista, né?
03:56Seguinte, vou começar pela Janja.
04:01De novo a primeira dela.
04:04De novo.
04:05Não é possível.
04:08Alguém consegue segurar a primeira dama?
04:10Deixa eu parafrasear o senador Romário.
04:14A primeira dama calada é uma poetisa.
04:18Porque toda vez que ela abre a boca, pelo amor de Santo Cristo...
04:23Deixa eu mudar um pouquinho, entra no espírito de Belém.
04:28Pelo amor de Nossa Senhora.
04:32Não é possível, gente, ela passar a pé dos coleguinhas.
04:34Já comeram suas coxinhas?
04:36Obviamente que ela fez uma referência à denúncia feita pelo colega Marcio Gomes, da CNN Brasil, que criou toda essa polêmica.
04:42Então, assim...
04:43Não precisa, né?
04:44Primeira dama não precisa entrar nesse tipo.
04:46Logo ela.
04:48Porque está lá abrigada num iartzinho, bonitinho, com as despesas pagas.
04:51Ela não depende...
04:52Ela não depende de diária da firma.
04:55Ela não depende daquela diarinha da firma.
04:58Que todas as empresas concedem mais diário para o camarada passar um tempo trabalhando fora.
05:02Ela não precisa de diária da firma.
05:04Ela tem cartão corporativo.
05:05Olha que legal.
05:07Então, assim, não tem a menor preocupação se a coxinha vai ser 50, 60, 100, 200 reais.
05:11Para ela, se ela quiser pagar a coxinha em dólar ou em euro, tanto faz.
05:15Segundo, custos da COP.
05:20Nos últimos dias, vários colegas paraenses têm reclamado da cobertura da imprensa.
05:24Ah, vocês estão observando só a carestia, os problemas.
05:30Aí eu já até ouvi uma acusação.
05:32Não, porque isso é xenofobia.
05:33Gente, menos.
05:34Tá?
05:35Menos.
05:36E eu posso falar até com poder de fala, gente.
05:39Sou maranhense.
05:40São Luís é no quintal de Belém.
05:42Se eu pegar um ônibus de São Luís para Belém, são 12 horas.
05:45Então, conheço bem aquela região.
05:46Fui correspondente na região norte, com muito orgulho.
05:50Conheço toda a região norte.
05:51Cobri Belém, Manaus, até Rio Branco.
05:54Então, assim, menos.
05:58Tá caro mesmo.
05:59E aí, quando você vai estudando o caso, você percebe que a carestia tem um fator local, sim.
06:05Mas também tem um fator da própria COP.
06:07Porque alguns comerciantes reclamam que os stands de venda, eles foram muito caros.
06:14Tem uma diária muito cara.
06:15E, obviamente, com um stand com uma diária cara, dizem até de 4 mil reais.
06:20Teve um...
06:20Eu vi até um vídeo de uma comerciante falando que vai pagar 25 mil reais para trabalhar durante os...
06:27Essa semana na COP.
06:28Gente, para você absorver esse custo do stand de 25 mil reais em coxinha, é obviamente que você tem que botar o preço da coxinha lá em cima.
06:40Quer dizer, então, tem isso também.
06:42Tem a questão da organização, que pegou pesado na cobrança do stand.
06:46Já escutei uma explicação.
06:47Ah, porque aquele quiche tem queijo do Marajó.
06:52Queijo de búfalo do Marajó.
06:54Né?
06:55Mas, gente, menos, né?
06:57Acho que se a gente for pegar pela parte principal da COP...
07:00E, de novo, a gente faz a crítica para que as coisas melhorem.
07:03Não é uma crítica pela crítica.
07:04Eu não faço a crítica porque eu sou marinhense.
07:06Ou o Duda faz a crítica porque é paulista.
07:08Ou o meu caro Ricardo, pelo fato de ele ser mineiro.
07:10Se eu chegar...
07:12Olha, eu tenho certeza.
07:14Se eu chegar em BH e pegar um pão de queijo a 50 reais, eu vou reclamar.
07:18Eu vou ligar para o Ricardo.
07:18Ricardo, pô, esse pão de queijo está caro, meu amigo.
07:22Então, assim, então, coleguinhas, menos, tá?
07:24Então, menos teoria da conspiração e mais fatos.
07:29Agora, eu vou pegar esse último vídeo.
07:32E detalhe, ô, ô, ô, ô, Duda, eu não sei.
07:34Eu tenho a impressão que aquela marmita...
07:36Eu não sei se os parânses utilizam o mesmo termo que os maranhenses.
07:40Eu acho que lá no Maranhão a gente utiliza o termo bandeco.
07:43Eu não sei se os parânses utilizam o mesmo termo.
07:45Por que eu estou fazendo isso?
07:47Porque o maranhês é muito parecido com o paraês.
07:50Então, várias expressões que são utilizadas lá no Pará também utilizamos lá no Maranhão.
07:55E só para fechar.
07:59Essa imagem da organização, de você ter uma infiltração, água empoçada,
08:06isso mostra muito o improviso que foi essa Copa e 30, que está sendo essa Copa e 30.
08:12Infelizmente, é um evento que não foi planejado, foi feito às pressas, não houve, né?
08:19Isso parece que o Brasil ainda não aprendeu com esses grandes eventos.
08:24O Brasil sediou uma Copa do Mundo.
08:28E até hoje tem várias obras da Copa do Mundo que não saíram do papel.
08:32Parece que a gente não conseguiu aprender com esses grandes eventos.
08:35E o Brasil teima em repetir os mesmos erros.
08:40E olha, já tem inclusive informação circulando de que parte desses contratos foram superfaturados.
08:45Ou seja,
08:48a Copa e 30 está se transformando em um museu de velhas novidades.
08:54Infelizmente.
08:54Ricardo, qual a sua análise?
08:59Bom, sobre a primeira-dama, Guilherme, eu vou me permitir ficar calado, né?
09:02Porque meus amigos já comentaram tudo o que precisava a respeito.
09:07E antes de eu fazer essa análise, eu não vou deixar de fazer uma provocação para o Wilson aqui.
09:13Wilson, você falou do queijo de búfalo, lá de não sei de onde, é isso?
09:19Da ilha do Marajó.
09:20Não tem jeito de fazer queijo de búfalo, Wilson?
09:25Ah, é verdade, é verdade.
09:27Tem que ser de búfala.
09:29Búfala, verdade, verdade.
09:31Búfalo não dá leite, Wilson.
09:34Olha só, e depois eu vou te contar uma piada a esse respeito.
09:39Deixa eu acabar o programa.
09:40Não, o programa hoje está ótimo, até porque no grupo de WhatsApp da firma tem coisas piores.
09:47Então, tudo bem, vamos embora, vamos que vamos.
09:50Agora, olha só, eu queria pegar o gancho do que o Duro estava falando a respeito dessa questão de preço dolarizado.
09:56Ah, é um evento internacional, então as coisas tendem a ser dolarizadas.
10:01Olha, não tem o menor cabimento isso, porque esse tipo de alegação, ah, nos Estados Unidos um café custa 5 dólares, então aqui pode custar 25 reais também.
10:13Não, não é assim.
10:15Na entrevista que a gente fez com o deputado Bilins, que ele citou os Estados Unidos, a legislação americana, para poder justificar o que ele imagina que tem que ser feito no Brasil.
10:23Ah, nos Estados Unidos é assim. Bom, mas nos Estados Unidos tem um monte de outras coisas, né, de estrutura, de renda per capita, de leis e tudo mais que a gente não tem no Brasil.
10:34A gente não pode pegar esses exemplos isolados do exterior e querer aplicá-los, né, compará-los aqui.
10:39Se o café nos Estados Unidos custa 5 dólares, é porque o poder aquisitivo americano é 5, 6, 7, 8, talvez 10 vezes maior do que o do brasileiro.
10:48E quando você vai para uma cidade como Belém, que é uma cidade que, apesar de grande, uma grande capital do norte do país, é uma cidade de renda per capita baixa,
10:56você não pode simplesmente fazer essa comparação com euro ou com dólar, porque ela é totalmente injustificada.
11:02Então esse argumento, além de tudo, né, além de imprestável, ele é patético.
11:07Dura Teixeira, já podemos dizer, analisar a partir de tudo que tem saído, que a COP está passando uma imagem negativa para o mundo em relação à organização desses grandes eventos, né.
11:17Vimos aí o problema de infraestrutura também, questão dos preços. Como você avalia essa questão?
11:21Eu acho que essa ideia de projetar uma visão negativa para fora, Resc, eu acho que ela não se sustenta muito,
11:29porque a gente já tem dados aí mostrando que há um desinteresse do mundo em relação a essa COP.
11:36O Lula achou, né, vou fazer a COP em Belém, as pessoas precisam conhecer a Amazônia.
11:43É claro que o Príncipe William, um ou outro, vem aqui fazer um showzinho de mídia, né,
11:49principalmente aqueles que estão com uma desaprovação grande em seus países,
11:52vem aqui tentar ganhar uma popularidade.
11:55Mas as pessoas lá fora não estão muito prestando atenção para o que acontece aqui.
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