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Em discurso na abertura da Celac neste domingo (09), o presidente Lula defendu o protagonismo da América Latina e criticou o intervencionismo militar no Caribe. O Professor de relações internacionais José Niemeyer responde: o evento ainda tem relevância? E ainda explicou a diferença entre facções criminosas e grupos terroristas internacionais.

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Transcrição
00:00E o presidente Lula fez um discurso na abertura da CELAC neste domingo,
00:04ressaltando o extremismo político na região.
00:07Sobre esse assunto, nós conversamos agora com o professor de Relações Internacionais,
00:12José Niemeyer.
00:13Professor, boa tarde, bem-vindo.
00:16Ô, cabaiate, como vai você?
00:18Bom te ver novamente, um abraço a você e o assinante da Jovem Pan.
00:22É sempre um prazer te receber, professor Niemeyer,
00:24e para falar sobre esse assunto de hoje, né?
00:26O discurso do presidente Lula na CELAC, como o senhor avalia?
00:30A realização da CELAC, se está esvaziada, se não está, qual a relevância?
00:34E principalmente o discurso feito pelo presidente brasileiro.
00:38Ô, Baia, acho que o mais importante é a gente começar a entender,
00:43e o assinante da Jovem Pan também,
00:45que existem questões que são afeitas ao plano doméstico dos países.
00:50São questões internas aos países.
00:52Existem questões que são questões afeitas ao sistema internacional,
00:58a um sistema formado por estados desde mais ou menos o século XVII,
01:04desde a chamada Paz de Westphalia, de 1648,
01:08depois do final da guerra em Inglaterra e França, né?
01:12Uma guerra muito importante, que a partir dali começou-se a ter o desenho
01:17que nós temos hoje de estados soberanos e independentes,
01:20com este desenho que vem até hoje, com modernizações no plano destes estados, né?
01:26Mas é o que a gente tem.
01:27Então, as questões internas, por exemplo, segurança pública,
01:31é uma questão interna ao Estado.
01:34O terrorismo, principalmente no início deste século,
01:39o terrorismo já foi usado em manifestações bélicas no passado,
01:43mas o terrorismo, a partir destas organizações que são células terroristas,
01:47que têm objetivo político, religioso,
01:51e que atuam geralmente, ou quase sempre, fora do seu estado de origem,
01:57aí você já está falando de um agente que pode ser combatido no plano internacional, o terrorismo.
02:05Agora, criminosos que atuam dentro de estados específicos,
02:10em sociedades específicas,
02:12organizados mesmo com armamento pesado,
02:15ainda são considerados grupos criminosos
02:18e serão combatidos por força nacional daquele país em específico.
02:24Não faz sentido,
02:25não faz sentido nós pensarmos em equiparar
02:29grupos terroristas como a Al-Qaeda,
02:33Estado Islâmico,
02:35Hezbollah,
02:37Hamas,
02:38que atuam muito fora do seu plano nacional de origem,
02:43da sua origem nacional,
02:45atuam em outros países,
02:46e muitas vezes de maneira até intercontinental,
02:49como foi o caso da Al-Qaeda,
02:51que atacou os alvos em hoje de setembro.
02:53Não interessa ao Brasil,
02:56e a qualquer país que queira,
02:58manter o seu direito à soberania do espaço interno,
03:03e das águas territoriais,
03:04do mar territorial,
03:05não interessa equiparar grupos terroristas
03:09a grupos como Comando Vermelho,
03:11PCC,
03:12que são grupos que atuam decisivamente
03:15com relação ao plano interno,
03:18podem ter alianças com outros grupos criminosos
03:21da Bolívia,
03:22da Colômbia,
03:24mas que a atuação básica deles é no plano doméstico,
03:28e assim devem ser combatidos,
03:31com a força da lei brasileira,
03:33com polícias brasileiras,
03:35e no limite,
03:36se for em zona de fronteira,
03:38com outros países na América do Sul, por exemplo,
03:40também com a utilização de forças armadas,
03:43mas em casos muito particulares.
03:47Então é importante que fique claro,
03:49a noção de grupos criminosos,
03:51como o Comando Vermelho,
03:53o PCC,
03:54e a noção de grupos terroristas,
03:55elas têm uma diferença básica,
03:58que é na maneira de poder combater estes grupos.
04:01O terrorismo,
04:02desde o início desse século,
04:04com uma agenda muito forte,
04:06principalmente dos Estados Unidos da América,
04:08e alguns países,
04:09o terrorismo é combatido
04:11no plano internacional,
04:13por exemplo,
04:14os atentados que ocorreram
04:15também no início do século na Europa,
04:18a França hoje tem uma agenda
04:20de combate ao terrorismo
04:21em cooperação com outros países da União Europeia,
04:24os Estados Unidos tem um departamento
04:26que cuida do combate ao terrorismo,
04:28então o terrorismo,
04:30o grupo terrorista,
04:31ele tem uma particularidade,
04:32a ação é internacional.
04:34PCC e Comando Vermelho
04:36atuam muito exclusivamente
04:39no plano doméstico
04:40em cidades específicas,
04:42com objetivos específicos
04:43de tomada de espaço
04:44para ganhar mais dinheiro
04:46a partir das suas atividades ilícitas.
04:48Se o Brasil considerar
04:50estes grupos,
04:52grupos terroristas,
04:53nós vamos estar colocando em jogo
04:55no limite
04:56a nossa soberania,
04:58porque muitos países,
05:00principalmente os países centrais,
05:02como os Estados Unidos
05:03sob o governo Trump,
05:04podem achar
05:05que podem combater
05:06grupos terroristas
05:08dentro do Brasil,
05:09já que eles agora
05:10são denominados
05:11como grupos terroristas,
05:12e aí vão combater
05:13o PCC e o Comando Vermelho
05:14dentro das fronteiras brasileiras,
05:17não faz o menor sentido.
05:19Professor,
05:19eu vou trazer
05:20para a nossa conversa
05:21o João Bellucci,
05:22que é o nosso analista
05:23dessa edição do Fast News,
05:24ele vai te fazer
05:24a próxima pergunta.
05:26Professor,
05:26perguntar para o senhor
05:27justamente nessa questão
05:28que o senhor bem diferenciou
05:29do grupo interno,
05:31do grupo externo
05:32que atua com caráter religioso,
05:33enfim,
05:33em fronteiras transnacionais,
05:35quando ocorrer o encontro
05:36entre esses grupos
05:37ou esses interesses,
05:38porque muitas vezes
05:39um financia o outro
05:40ou tem algum apoio específico,
05:42se nesse caso
05:43ainda seria possível
05:44o enquadramento
05:45nessa ação específica
05:47criminosa
05:47como terrorista
05:48para julgar como terrorista
05:50nesse sentido?
05:52Excelente, João.
05:53Isso ocorre,
05:54você tem razão, João.
05:55Como sempre,
05:56suas questões
05:56são muito bem colocadas.
05:58Isso ocorre.
05:59Pode ser que o Comando Vermelho
06:00ou o PCC
06:02estejam recebendo fundos
06:04ou armamentos
06:06advindos, por exemplo,
06:08de um estoque de armamentos
06:09do ISIS
06:10ou da Al-Qaeda
06:11ou do Hamas.
06:13Acho difícil,
06:14até porque esses grupos
06:15terroristas
06:16mencionados aqui,
06:17ISIS,
06:18Al-Qaeda,
06:19Hamas,
06:19já tem uma agenda
06:21de utilização de armamento
06:22e recursos financeiros.
06:24Eu não entendo bem
06:25onde que o Hamas,
06:27o Al-Qaeda
06:28ou o ISIS
06:29ganhariam em suas agendas
06:32se eles ficassem
06:33financiando grupos terroristas
06:36no Brasil.
06:37Só se dentro da agenda
06:39do islamismo radical,
06:42do Hamas,
06:42do Hezbollah,
06:44da Al-Qaeda,
06:45valesse a pena investir
06:47em ações contra a ordem estatal
06:49de um país como o Brasil.
06:52Não vejo isso como possível,
06:53porque aqui nós não temos
06:55de nenhuma forma
06:56colocado o conflito
06:57civilizatório
06:59entre o Ocidente
07:00e o islamismo.
07:02Não há esse conflito
07:03no Brasil.
07:04O Brasil é um país
07:05ecumênico
07:06que respeita as religiões,
07:07é uma sociedade aberta.
07:09Não vejo aqui
07:10como um local
07:11frutífero,
07:13vamos dizer assim,
07:14para que se crie
07:15uma situação
07:16civilizatória
07:18entre o mundo ocidental
07:19e o mundo islâmico,
07:20como esses grupos
07:21terroristas advogam.
07:22Eles querem
07:23a vitória
07:24do mundo islâmico
07:25sobre, por exemplo,
07:26o mundo ocidental.
07:28Não vejo isso
07:28ocorrendo aqui no Brasil.
07:30Então,
07:30aqui no Brasil,
07:31por mais que um grupo
07:32como o PCC,
07:34Comando Vermelho,
07:35possa ter um relacionamento
07:36operacional
07:37de meios,
07:38alocação de meios,
07:40com grupos terroristas
07:41codificados,
07:42como ISIS,
07:44Al-Qaeda,
07:45Hezbollah,
07:45no sul do Líbano,
07:46Hamas,
07:47Pocor Haram,
07:48no norte da África.
07:49Não vejo como
07:51esta relação
07:52vai trazer sentido
07:55à operação
07:56do Comando Vermelho.
07:57Agora,
07:57você tem razão.
07:58Pode ser que o Comando Vermelho
07:59esteja recebendo armas
08:00desses grupos,
08:01PCC também,
08:03outros grupos criminosos
08:04do Brasil.
08:05Aí é uma questão
08:05de controle de fronteira,
08:07por isso que eu falei,
08:08com Polícia Federal,
08:09operações constambulares,
08:11são as operações
08:11de fronteira,
08:12mais apoio
08:14das forças armadas,
08:16mais operações
08:17nas fronteiras
08:17mais porosas,
08:20que é o Arco Norte,
08:22a nossa costa,
08:24que é muito extensa.
08:26O Brasil não tem
08:27guarda costeira,
08:28que é um absurdo.
08:29Na minha opinião,
08:29deveria ter,
08:31como alguém que estuda
08:32estudos estratégicos,
08:33que pensa isso,
08:34o Brasil tinha que ter
08:35guarda costeira,
08:36a Marinha meio que faz
08:37um lobby contra,
08:38então é uma discussão
08:39muito profunda essa,
08:41que envolve recursos
08:41para o Ministério da Defesa.
08:43Mas, mesmo nesse caso
08:44que você colocou muito bem,
08:46ainda acho que
08:47devemos separar.
08:49Agora, o projeto
08:50que vai ser votado
08:51no Congresso,
08:52pelo secretário,
08:53licenciado,
08:54deputado,
08:54secretário,
08:56licenciado,
08:57não,
08:57deputado,
08:58agora o de RIT,
08:59é um projeto interessante,
09:01porque ele vai tentar
09:02aumentar muito
09:03as penas dos criminosos.
09:05E isso vai ser importante
09:07para fazer com que
09:08os grupos criminosos
09:09e suas lideranças
09:10não estreitem contatos
09:12com grupos terroristas
09:13internacionais,
09:14que agem com uma agenda
09:15muito mais política
09:16e religiosa
09:17do que única e exclusivamente
09:19para ganhar dinheiro,
09:20como é o caso
09:21dos grupos criminosos
09:22no Brasil.
09:23Professor Niemeyer,
09:24não posso deixar de aproveitar
09:25sua participação conosco aqui
09:26para perguntar
09:27sua avaliação
09:28sobre a COP30
09:29sendo realizada
09:30aqui no Brasil,
09:31em Belém,
09:32algumas ausências
09:33importantes,
09:34mas muitas outras
09:35também relevantes
09:37aqui no território brasileiro.
09:39O Baracho,
09:40você,
09:41como eu,
09:42como os nossos
09:43comentaristas aqui,
09:44somos orgulhosos
09:45deste país,
09:45e temos muito orgulho
09:46também com relação
09:47ao posicionamento
09:48do Brasil
09:48como principal país
09:50megadiverso do mundo.
09:51O Brasil responde
09:53pela estabilidade
09:55e o controle
09:55de 20% da flora
09:57e da fauna
09:57do mundo inteiro,
09:58desse planeta inteiro.
10:00O Brasil congrega
10:01uma quantidade
10:02de fauna,
10:03flora,
10:04biodiversidade
10:05inacreditável,
10:05é o primeiro país
10:06megadiverso,
10:07é campeão do mundo
10:07e megadiversidade.
10:09Longe do segundo,
10:10tá?
10:11Então,
10:11o Brasil tem
10:12uma representatividade,
10:13uma importância
10:13muito grande
10:14para a manutenção
10:15deste planeta
10:16numa perspectiva
10:17da sua biodiversidade.
10:19E acho que
10:20encontros
10:20como o da COP30
10:21são importantes
10:22e são muito
10:23importantes também
10:24para deixar claro,
10:25principalmente,
10:26na minha visão,
10:27para países
10:28de fronteira,
10:29por que de fronteira?
10:30Porque é importante
10:31que o Brasil
10:32lidere os outros
10:33países amazônicos.
10:34São muitos
10:35países amazônicos.
10:36se o Brasil conseguir,
10:37a partir de encontros
10:38como a COP30,
10:40a partir de ações
10:40diplomáticas
10:41da nossa diplomacia
10:42que atua bem
10:43em temas ambientais,
10:45se o Brasil conseguir
10:46mostrar para os países
10:47centrais que não fazem
10:48parte desse continente,
10:50mas que são interessados
10:51na questão ambiental,
10:52que o Brasil lidera
10:54a América do Sul
10:55como se fosse
10:56uma força única
10:57de conservação ambiental
10:58e que o Brasil
10:59vai propor,
11:00junto ao empresariado,
11:02junto a outros estados,
11:03projetos,
11:03parceria público-privadas
11:05para a conservação,
11:07maior conservação
11:08do meio ambiente,
11:09por exemplo,
11:10isso é dado,
11:10nos últimos meses
11:11caiu muito
11:12a devastação da Amazônia,
11:13as queimadas da Amazônia
11:14e a devastação.
11:17Então,
11:18é importante
11:18que o Brasil
11:19tenha encontros
11:20como esses
11:20para o Brasil
11:21deixar claro
11:22que o nosso papel
11:23no sistema internacional
11:24não é fazer a guerra.
11:27Nosso papel
11:27no sistema internacional
11:29é conservar o planeta.
11:30isso dá uma força,
11:33é o que a gente chama
11:34em política externa,
11:35Kobayashi,
11:36de soft power.
11:38Esse tipo de política externa
11:39que trabalha
11:40com o meio ambiente,
11:41trabalha com uma agenda
11:42de diminuição
11:43da desigualdade,
11:44de acesso a recursos,
11:46de acesso a água potável,
11:48qualquer detalhe
11:49ligado ao meio ambiente
11:50e à biodiversidade
11:51é muito interessante
11:52e positivo
11:53para a política externa brasileira
11:54e fortalece o Brasil
11:56como uma potência regional
11:58fundamental
11:59para o equilíbrio
12:00das relações internacionais.
12:02Porque a partir
12:02dessa biodiversidade
12:04controlada,
12:07administrada,
12:08equilibrada
12:09que o Brasil
12:10faz,
12:11tenta manter
12:12e vai trazer
12:13mais países
12:14da América do Sul
12:14para junto dele
12:15cooperarem nesse sentido
12:17que o Brasil
12:17vai produzir mais comida,
12:19vai poder fornecer
12:20mais energia alternativa
12:21para o mundo,
12:22vai conservar a água
12:23deste planeta.
12:24Então,
12:24é fundamental sim.
12:25Gostei muito
12:26da reunião da COP30.
12:28Quero agradecer demais,
12:29conversamos aqui
12:30com o professor José Niemeyer,
12:32professor de Relações Internacionais
12:33e sempre conosco
12:34aqui na Jovem Pan.
12:35Professor,
12:36muito obrigado
12:36pela sua participação,
12:37é sempre um prazer
12:38te receber.
12:40Ô, Baiach,
12:40parabéns pelo programa,
12:42pela sua postura
12:42como jornalista
12:43equidistante,
12:45democrático,
12:46sempre um prazer
12:46participar,
12:47um abraço a você
12:48e o assinante
12:49da Jovem Pan.
12:51Até a próxima.
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