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O professor de relações internacionais Manuel Furriela avalia a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na IV Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), realizada na Colômbia.
Manuel Furriela explica que o principal motivo da viagem de Lula é a crescente tensão militar entre os Estados Unidos e a Venezuela.

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Transcrição
00:00E o presidente Lula chegou à Colômbia para participar da quarta cúpula da CELAC neste domingo.
00:06Um dos principais tópicos na reunião deve ser a tensão entre Estados Unidos e Venezuela.
00:10Nós vamos conversar agora sobre esse assunto com o professor Manuel Furriella,
00:14professor de Relações Internacionais, que sempre conosco aqui na Jovem Pan.
00:19Professor Furriella, bem-vindo, boa tarde, um prazer te receber.
00:22Boa tarde.
00:23Professor, eu quero saber qual a expectativa para esse encontro que está sendo realizado neste momento lá na Colômbia,
00:30com a participação do presidente Lula.
00:33Bom, primeiramente o encontro ele começa esvaziado,
00:36algumas das principais lideranças acabaram cancelando a participação,
00:41como por exemplo o presidente do Uruguai,
00:43mas principalmente aqui neste momento as lideranças, as altas lideranças da União Europeia,
00:48já que esse acordo ele compreenderia, essa reunião e os futuros acordos compreenderiam
00:55questões importantes para o futuro de toda a região do desenvolvimento da cooperação
01:00entre a União Europeia, a América Latina, o Caribe e várias outras regiões do mundo.
01:06Então esse esvaziamento inicial, ele só teve parcial recomposição
01:11quando um dos principais líderes da região, de um dos principais países da região,
01:16que é o caso do Brasil, acabou decidindo participar.
01:20Porque do contrário, o esvaziamento seria praticamente completo,
01:24a reunião ficaria ainda mais secundária do que ela acabou sendo planejada,
01:31do que estava efetivamente acontecendo.
01:33Tópicos importantes que poderiam ser tratados, como por exemplo a crise na Venezuela,
01:39a presença norte-americana no Caribe e questões até mesmo de futuros acordos comerciais,
01:46provavelmente não vão ser tratados com nenhuma relevância.
01:50Então além do esvaziamento político, da falta de lideranças,
01:54os temas, as temáticas importantes, elas não terão tratamento relevante.
01:59Então infelizmente esse encontro não trará grandes expectativas,
02:05não vai trazer quase nenhum tipo de encaminhamento que seja digno de nota.
02:11Professor, agora em relação a esse assunto que tem tomado aí a mídia nas últimas semanas todas,
02:17envolvendo uma possibilidade de incursão militar dos Estados Unidos na Venezuela,
02:23como o senhor tem avaliado essa possibilidade?
02:25Que o presidente norte-americano nega expressamente,
02:28mas que por outro lado envia para a região seus porta-aviões,
02:33seus equipamentos militares,
02:35isso conjugado com aqueles ataques que foram feitos às embarcações e inclusive gerando mortes.
02:43Qual a análise que o senhor faz a respeito dessa possibilidade?
02:47É improvável que haja uma incursão militar norte-americana direta na Venezuela,
02:53mas provavelmente a intenção de Donald Trump com esse tipo de medida
02:57seria pressionar os estados da região a tomarem algum tipo de posicionamento
03:03em relação à ditadura da Venezuela.
03:05Um outro fator que também cogita-se que esteja relacionado com essas intenções
03:11seria apoiar as lideranças políticas à oposição a Nicolás Maduro.
03:16Já que se a gente acompanhar a trajetória dos fatos neste ano,
03:20as incursões na região, as atividades militares, incursões militares
03:26no mar próximo da região do Caribe e, portanto, próximo da Venezuela,
03:31se intensificaram quando Corina, que é uma das principais oposicionistas venezuelanas,
03:37recebeu o Prêmio Nobel da Paz,
03:39o que colocou luz no problema venezuelano
03:42e trouxe ali uma expectativa por parte dos oposicionistas
03:47que algo poderia ser feito em relação a apoiar a oposição venezuelana
03:52e derrubar o governo de Nicolás Maduro.
03:55Agora, uma presença efetivamente militar,
03:58ela é improvável também por conta de ser muito arriscada.
04:03Donald Trump entraria em algum tipo de conflito ali na região da Venezuela
04:08que faria com que ele tivesse riscos até mesmo nas eleições do ano que vem
04:14nas midterms que correspondem ao grande termômetro de um mandato de presidente dos Estados Unidos.
04:21Então, essa questão política, a criação de fatos políticos,
04:26a cobrança nas lideranças, que as lideranças da região tomem algum tipo de medida
04:31ou tirem o apoio que Nicolás Maduro acaba tendo por parte de alguns dos líderes aqui da América do Sul,
04:38provavelmente são os principais fatores, além de alimentar a oposição
04:43que tenta conseguir apoio internacional para a derrubada do governo.
04:49Então, está mais relacionado em buscar algo interno do que propriamente
04:53com a invasão, a futura invasão americana, se conseguisse derrubar o governo.
04:59Professor, existe algum peso, e se existir, qual é esse peso de um receio a respeito
05:06de alguma retaliação dos apoiadores ou dos aliados da Venezuela?
05:11Porque em uma das manifestações do Nicolás Maduro, ele cita a existência de mísseis russos
05:16que estariam ali à disposição para defender a Venezuela nesse momento.
05:22Qual é, existe e se existe, qual é a participação de Rússia, China e alguns outros aliados
05:28à Venezuela nesse eventual conflito?
05:32Ótimo ponto.
05:33Tanto a China quanto a Rússia, mas principalmente a China, veriam com grande desagrado
05:39uma invasão americana.
05:42Então, poderia sim criar uma crise com esses estados, com esses países.
05:47Agora, o que Nicolás Maduro busca é resgatar um fato histórico dos anos 60,
05:52que foi a crise dos mísseis cubanos.
05:55Então, aquela crise não tem relação propriamente com agora o momento que vivemos,
06:00mas ele tenta trazer um discurso parecido, ameaçando os Estados Unidos,
06:05pela questão de presença geográfica e proximidade geográfica,
06:09de que teria armamentos, mísseis russos, nucleares russos em seu território.
06:15Isso também não vai acontecer.
06:17A Rússia dificilmente entraria num conflito desse tipo,
06:22no caso, como teve feito, ou como fez a União Soviética nos anos 60 com Cuba.
06:28São fatos totalmente distintos.
06:31Cuba representava, naquele momento, o avanço geográfico do poderio soviético
06:38e a Venezuela não tem esse significado para a Rússia.
06:43O ponto que nós temos é que a Venezuela é utilizada pela Rússia
06:48como uma contraposição aos Estados Unidos,
06:52e não propriamente como ponto de levar adiante uma busca ideológica ou algo desse tipo.
06:57Então, não acredito nesse fato.
07:00O único fato que tem relação com a Rússia nesse aspecto
07:03é que a Venezuela comprou muitos armamentos no passado e pode utilizá-los,
07:07mas nenhum deles é nuclear.
07:09Para a gente fechar, professor Furiela, não posso deixar de aproveitar a sua participação conosco
07:12para saber a sua análise também da COP30,
07:15que está ocorrendo em Belém do Pará, com lideranças do mundo todo,
07:19algumas ausências marcantes, mas que reúne lá pessoas importantes da diplomacia internacional.
07:24No caso, ela, apesar do esvaziamento, que é o teu ponto,
07:30a não presença de Xi Jinping e de Donald Trump,
07:34que seriam as presenças mais esperadas,
07:36representam os dois Estados economicamente mais poderosos,
07:40de qualquer forma, não perdeu a relevância à reunião por vários motivos.
07:45Um, é porque a questão de transição energética é uma questão de primeira ordem,
07:49ela vai ser tratada, está sendo tratada nesta conferência.
07:53A questão de mudanças climáticas, que já afeta o mundo todo,
07:56também nós temos acompanhado até pelos desastres naturais,
08:00inclusive recentemente no Brasil,
08:02e a presença de outros chefes de Estado,
08:04que aqui lembrando o Macron, até mesmo o príncipe da Grã-Bretanha,
08:08então várias outras lideranças.
08:11Então, cerca de mais de 50, na verdade, lideranças internacionais,
08:16entre chefes de Estado e chefes de governo presentes,
08:19a sociedade civil representada pelas principais entidades internacionais.
08:25Então, é uma conferência que poderia ser mais relevante
08:29com a presença dos chefes de Estado que eu mencionei,
08:33poderia, mas ela não perde totalmente o brilho.
08:36Ela continua uma conferência importante,
08:39porque você tem uma representatividade internacional
08:42muito importante, muito relevante,
08:45e as temáticas, elas são de primeira ordem internacional.
08:48Então, eu acho que esses são fatores a favor da conferência.
08:52O lado crítico vem principalmente por conta
08:55de fatos que envolveram organização do evento.
08:59A gente tem acompanhado,
09:00eu tenho acompanhado muito proximamente,
09:02inclusive com pessoas diretamente ligadas
09:04às minhas atividades profissionais,
09:06é falta de água, falta de energia elétrica,
09:09vários problemas estruturais,
09:11além do que a gente também já ouviu,
09:13que foi mencionado,
09:14que foi a questão da falta de hotéis e hospedagem suficiente.
09:18Então, a questão da organização,
09:20digamos assim, é ponto de crítica,
09:22mas a conferência está de parabéns,
09:25ela é importante.
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