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O professor de relações internacionais do Ibmec Alexandre Pires analisa a real possibilidade de uma incursão militar dos Estados Unidos na Venezuela. Ele avalia o cenário de tensão entre o governo Trump e o regime de Nicolás Maduro, classificando a situação como "ameaçadora".

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Transcrição
00:00Sobre esse momento de tensão nas relações entre os Estados Unidos e a Venezuela,
00:04nós conversamos agora com o doutor Alexandre Pires,
00:07professor de Relações Internacionais do IBMEC,
00:10sempre conosco aqui na Jovem Pan.
00:11Professor Alexandre, bem-vindo, boa tarde.
00:15Boa tarde, tudo bem, Nelson?
00:18Tudo bem.
00:18Professor, a pergunta é justamente sobre a expectativa de uma invasão,
00:24de uma ação militar em território venezuelano,
00:27porque apesar dessa última fala que a gente viu há pouco do presidente americano
00:29negando a intenção, o plano para atacar a Venezuela,
00:34os equipamentos militares, o porta-aviões,
00:38alguns outros ataques já aconteceram na costa venezuelana
00:41e a todos os rumores de semanas nesse sentido.
00:44Qual a real possibilidade de uma incursão militar americana
00:48para derrubar o regime de Nicolás Maduro?
00:52Nós já temos essa forte mobilização, como foi colocada aí na matéria.
00:57Isso indica um cenário bastante atípico,
00:59o Nelson, sobretudo na região do Caribe.
01:02É claro que as forças ainda acho que não estão todas dispostas,
01:06sobretudo o porta-aviões, o de Arford,
01:09mas é uma situação ameaçadora,
01:14mais do que de iminente conflito.
01:16O que eu tenho visto e observado é que para haver uma operação,
01:22seria necessário uma janela de oportunidade,
01:26porque obviamente um ataque massivo, uma incursão terrestre,
01:31uma batalha de campo,
01:32ainda que as forças venezuelanas não possam fazer frente
01:36às forças americanas no curto, no médio ou no longo prazo,
01:40seria um péssimo cenário,
01:43porque seria um cenário dos Estados Unidos
01:46tendo que atacar sul-americanos,
01:50por mais que eles estivessem ali envolvidos com narcotráfico.
01:53Eu acho que o cenário talvez seja de ataques pontuais,
01:56mas isso depende de coleta de inteligência,
01:59ou seja, caso de fato saibam que alguma base pode estar sendo usada
02:04e que os danos colaterais seriam mínimos,
02:08pode haver sim uma demonstração de força,
02:10a destruição de algum tipo de equipamento
02:12ou base propriamente dita venezuelana.
02:15Mas eu acho que a grande aposta americana
02:18é mais no sentido de um magnicídio,
02:21de um assassinato ali do líder máximo, que é o Maduro.
02:25Ou seja, só que ninguém sabe onde ele está,
02:27todo mundo já deve ter percebido que ele sumiu
02:30das aparições públicas,
02:32e talvez essa janela de oportunidade,
02:35quando surgir, nós tenhamos alguma novidade
02:38com relação a esse enredo todo.
02:40Professor Alexandre, eu vou trazer para a nossa conversa
02:42o Rodolfo Maris, já na nossa tela,
02:44vai te fazer a próxima pergunta.
02:46Professor, boa tarde.
02:47Olha só, nós sabemos que a Venezuela tem os seus aliados ali,
02:51como, por exemplo, Rússia, Irã e a própria China.
02:55Caso haja uma intervenção com mais força dos Estados Unidos,
02:58como que ficaria esses aliados?
03:02Boa tarde, Rodolfo.
03:03Os aliados provavelmente não vão conseguir intervir
03:06nem de modo direto e nem na forma de uma proxy war,
03:10porque para você conseguir intervir dessa maneira,
03:12você teria que ter um certo controle,
03:16um certo espaço de ação no Atlântico.
03:18Nós sabemos que o Atlântico, ele é controlado
03:22pelo que nós chamaríamos ali de Atlântico Norte,
03:26a OTAN, Estados Unidos, Europa,
03:28dificilmente você conseguiria ter o deslocamento,
03:32seja de cargas militares ou navios militares.
03:34Mas você tem razão com relação ao ponto desses regimes
03:38que já abastecem a Venezuela, do ponto de vista militar,
03:43ficarem obviamente incomodados de perder ali
03:46isso que nós chamaríamos na linguagem militar
03:48de uma cabeça de ponte,
03:50esse espaço ali, esse território avançado
03:53de influência chinês e russo.
03:55Mas o mais preocupante, Rodolfo,
03:57é que na verdade, desde a época do Chaves,
04:00o regime cubano tem muitos especialistas
04:04dentro do governo.
04:05Especialistas em contrainteligência,
04:07operações militares,
04:09e não deve ser fácil conseguir derrubar o regime
04:12tendo em vista que o regime cubano
04:15está ali há anos.
04:16Então você tem aliados mais próximos,
04:19Nicarágua, Cuba,
04:20que provavelmente vão fazer esse primeiro socorro
04:23até por questões logísticas e estratégicas,
04:25caso haja,
04:26e com pessoal inclusive mais especializado.
04:30Professor Alexandre, uma outra questão,
04:32é como uma eventual ação americana
04:34em território venezuelano
04:36para combater o narcotráfico
04:37poderia impactar aqui no Brasil,
04:40em que a gente sabe,
04:41tem uma grande atuação das ações criminosas também,
04:44a gente viu a mega-operação
04:45contra o Comando Vermelho,
04:46a gente sabe a força internacional,
04:49inclusive do próprio PCC,
04:52alguma tensão,
04:54algum receio que possa recair
04:56sobre o Estado brasileiro também?
04:57Eu acredito que sim,
05:00porque aí a conversa fica uma conversa mais dura.
05:03Os Estados Unidos já pediram
05:05para várias nações sul-americanas,
05:07inclusive o Brasil,
05:08reclassificarem isso que nós chamamos
05:10de facções criminosas,
05:12como organizações terroristas.
05:15Alguns países atenderam,
05:16inclusive o Paraguai,
05:18mas o Brasil ainda não atendeu,
05:19não modificou sua legislação.
05:21É óbvio que se ocorre um ataque,
05:24como você está colocando,
05:26qualquer pedido americano
05:28vai ter que ser calculado
05:29de um modo diferente,
05:30porque ninguém vai querer
05:31um porta-aviões,
05:35torpedeiros
05:36a 200 milhas
05:38da costa brasileira,
05:41bombardeando ali
05:43embarcações suspeitas,
05:45ou ameaçando isso.
05:47Essa situação seria péssima.
05:48O Brasil provavelmente vai ter que adequar
05:50e, claro,
05:51eu acho que como tem
05:52um cenário eleitoral logo mais,
05:55isso pode vir a se tornar
05:56uma questão eleitoral,
05:58um tópico a ser tratado.
06:00Então a gente pode ter sim
06:01uma pressão
06:03para que o Brasil comece
06:04a fazer frente a esses ataques
06:06de uma maneira,
06:07ou melhor,
06:07a essas organizações
06:08com ataques e represálias
06:10diferentes do que nós fizemos
06:11nos últimos 30 anos.
06:14Professor, agora mudando de assunto,
06:15mas aproveitando a sua participação aqui,
06:17não posso deixar de te perguntar
06:19sobre algo que repercutiu
06:20internacionalmente também,
06:22que seria a possibilidade
06:23dos Estados Unidos
06:24fazerem testes
06:26com armas nucleares
06:27e isso estaria chamando
06:29a atenção
06:29da comunidade internacional
06:31como um todo.
06:32Como que o senhor avalia
06:32essa possibilidade?
06:36Provavelmente é uma reação
06:37ao teste
06:38do Buri Vetsk,
06:41que é aquele míssil
06:42que tem um propulsor nuclear
06:44que os russos
06:46propagandearam
06:48na semana passada.
06:50Mas nós temos também
06:51um outro fato importante,
06:52Nelson.
06:53Em 2023,
06:54a Rússia saiu
06:55do tratado
06:56de não proliferação.
06:58Não,
06:59ninguém notou
07:00qualquer teste,
07:01quando eu falo
07:01notou é literalmente,
07:03você tem
07:03vários cientistas
07:04no mundo
07:05tentando identificar
07:06testes nucleares
07:08e eles têm
07:09equipamentos para isso.
07:10então os Estados Unidos
07:11de certa maneira
07:12estão desobrigados
07:14a manter isso
07:16por causa
07:17da Rússia
07:17ter abandonado.
07:19Nós temos que lembrar
07:19que teste
07:20pode ser várias coisas,
07:21tem dois aspectos
07:22importantes,
07:23um é testar
07:24novos artefatos
07:25nucleares,
07:27novas ogivas,
07:28mas o ponto mais crítico
07:30das ogivas
07:30não são a sua capacidade,
07:32porque ela já tem
07:33um potencial enorme,
07:35são sistemas
07:36de entrega.
07:38Eu acredito
07:38que russos, chineses
07:39se preocupam
07:40muito mais
07:41com os americanos
07:42retomando
07:44o sistema
07:45de entrega.
07:46O sistema
07:46de entrega
07:47é o míssel,
07:48navios,
07:50submarinos,
07:52bases,
07:53isso faz com que
07:54sistemas de defesa
07:55de cada país
07:56fiquem mais
07:57expostos
07:59à força americana,
08:00dizendo de um modo
08:01bem simples,
08:02a ogiva
08:02chega mais rápido
08:03e é mais difícil
08:05de ser interceptada.
08:07Então isso é
08:08um cenário
08:08difícil,
08:09é o mundo
08:10voltar para esse
08:11período da guerra
08:12fria,
08:13de corrida nuclear.
08:15Nós temos que lembrar
08:16também que
08:16Irã tenta fazer
08:18uma arma,
08:19Paquistão tem uma
08:20e continua testando,
08:21a Índia também,
08:22a China não tem
08:23nenhum controle
08:24dos testes,
08:25mas está ampliando
08:26o seu arsenal.
08:28Então tudo isso
08:29realmente coloca
08:30o mundo
08:30em um equilíbrio
08:31de forças
08:32muito estável
08:33e os Estados Unidos
08:34estão pressionando
08:35para ver se toma
08:36o controle disso
08:37novamente.
08:37Muito bem,
08:38conversamos aqui
08:39com o doutor
08:40Alexandre Pires,
08:40que é professor
08:41de Relações Internacionais
08:42do IBMEC
08:43e sempre conosco
08:44aqui na programação
08:45da Jovem Pan.
08:45Muito obrigado,
08:46viu Alexandre?
08:48Eu que agradeço
08:49pelo convite nosso.
08:50Até a próxima.
08:50e aí
08:55e aí
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