O ex-presidente Michel Temer (MDB) defendeu a recriação do Ministério da Segurança Pública, pasta que foi criada em seu governo e posteriormente extinta. Temer argumenta que a crescente complexidade do crime organizado, que ultrapassa fronteiras estaduais, exige uma coordenação forte da União.
O ex-presidente elogiou o que chamou de "um gesto muito adequado do governo federal" ao tratar do tema e citou a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) em sua gestão como um modelo de integração.
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00:00No evento do LIDI em Londres, o ex-presidente da República, Michel Temer, defende a criação do Ministério da Segurança Pública.
00:07Repórter Daniel Lian.
00:09Se não houver integração, o Brasil continuará falhando no controle ao crime organizado.
00:15Esse é o entendimento do ex-presidente da República, Michel Temer, ao comentar na Inglaterra os impactos da ação policial no Rio de Janeiro, que deixou dezenas de mortos.
00:26Para ele, é imprescindível o trabalho conjunto entre todas as esferas governamentais.
00:32O combate ao crime organizado se faz mediante instrumentos de inteligência, primeiro ponto.
00:37Segundo ponto, se faz pela conexão de trabalho entre União, Estados e Municípios.
00:43Ele lamenta a extinção do Ministério da Segurança Pública e cita que o governo deveria recriá-lo.
00:50Eu acho que seria importante para o país, sabe? Eu acho que seria um gesto muito adequado do governo federal.
00:57Temer falou sobre a reunião e manifestação de governadores do campo da direita sobre a segurança.
01:04O ex-líder do Planalto diz que é preciso dar fim à polarização e os assuntos do país têm que figurar em primeiro plano.
01:13O ex-presidente lembra que na sua gestão chegou a decretar intervenção federal no Rio de Janeiro, mas em consenso com o governo estadual.
01:42Ele acrescenta que a GLO, a garantia da lei e da ordem, poderia ser adotada.
01:49Eu não sou contra a GLO, não. Eu acho que, embora se diga, não é função das Forças Armadas, mas em face da realidade que hoje existe no país de insegurança pública,
02:00eu acho que todos os setores, no particular as Forças Armadas, também deveriam participar desse combate.
02:06Então, eu acho que decretar GLO, quando ela é indispensável e por isso que existe a previsão constitucional, ela deve ser decretada.
02:14Aqui em Londres, Temer comentou ainda o tarifácio imposto pelos Estados Unidos.
02:19Enfatizou que a aproximação entre os presidentes Donald Trump e Lula foi um grande passo e prevê uma solução para o impasse num curto espaço de tempo.
02:30Faltava diálogo. Você sabe que o diálogo é essencial nessas coisas, né?
02:34Exatamente, precisamente, diálogo entre chefes de Estado.
02:37Se esse diálogo se iniciou, embora não tenha resultado ainda, evidentemente, quando se deu abertura para o diálogo, também se deu abertura para a negociação.
02:47E a negociação, no caso do Brasil, significa a redução das tarifas.
02:52Eu acho que vai chegar a bom termo. Acho que o presidente Trump ainda vai concordar com a redução das tarifas.
02:56O MD Bista destacou a realização da COP30 em Belém e enxerga uma oportunidade do Brasil de mostrar ao mundo o que faz em matéria de meio ambiente.
03:08Haverá uma grande oportunidade nessa COP para que presentes as mais variadas autoridades do mundo, já há mais de cento e tantos países que aderiram à COP, elas poderão ser divulgadas lá em Belém do Pará.
03:24No evento, o ex-mandatário do país acentuou que a oposição nas democracias existe para ajudar e não apenas se opor ao governo.
03:35Odora, o ex-presidente Michel Temer, quando foi presidente, esteve em frente ao Planalto, isso em fevereiro de 2018, ele assinou a intervenção no Rio de Janeiro,
03:49porque a cidade, principalmente, estava enfrentando uma outra crise de segurança.
03:54Ele volta a falar sobre criar o Ministério da Segurança Pública, pelo menos em relação à experiência dele, o que essa discussão pode ser aproveitada?
04:03Olha, é claro, sempre é aproveitoso o próprio governo Lula, do início, isso era promessa de campanha, criação do Ministério da Segurança.
04:14Te confesso, Tiago, que eu não sei por que essa ideia foi abandonada.
04:19Não se queria dividir, eu acho que talvez não desconcentrar o poder do ministro da Justiça, realmente não sei.
04:27Agora, quando o ex-presidente Michel Temer fala, exatamente, eu achei muito apropriado, né?
04:37Quando ele critica essa classificação, governadores de direita, governadores...
04:44Eu sempre impliquei até com essa coisa de governadores de oposição.
04:48A pessoa está lá no poder, está lá no governo, ela não é de oposição coisa nenhuma, é sempre de situação, né?
04:56Então, isso é muito ruim. Agora, a coisa escalou para governador de direita, pronto.
05:03Só aí, só nessa configuração, você já não consegue ir adiante.
05:10Agora, no Rio, já estou passando para um terceiro ponto.
05:14No Rio, aqui no Rio teve intervenção e o que adiantou?
05:19Nada, né? O governo resiste.
05:21Não é o governo federal, o governo estadual precisa pedir a GLO, mas não quer.
05:27Não quer pedir a GLO por isso, é porque isso equivaleria a uma confissão de fracasso.
05:33O governo estadual, quando pede, tem que dizer, ó, eu não dou conta desse recado.
05:39E é claro que o Cláudio Castro não quer, num ano pré-eleitoral, dizer isso.
05:45A intervenção, além dela não ter tido eficácia e não ser uma ideia simpática ao governo federal,
05:52a gente tem que pontuar o seguinte, quando você tem intervenção, não pode tramitar proposta de emenda constitucional, tá?
06:01Isso impediria, por exemplo, a PEC da segurança.
06:04Esse é um outro ponto, pode ser lateral, mas tem essa questão.
06:09Nenhuma emenda constitucional pode tramitar enquanto houver uma intervenção.
06:18Então, eu acho que o ex-presidente Michel Temer tem razão,
06:24ele é uma pessoa superpoderada e superexperiente,
06:29mas, de novo, né, a realidade que temos, ela é muito mais acirrada do que foi quando ele era presidente,
06:37que já não era polígono, ele enfrentou um clima político bastante controverso.
06:44É, e aqui em São Paulo, Vilela, ele foi secretário da Segurança Pública nos anos 80,
06:48a gente se lembra também, de qualquer forma, a Adora pondera que,
06:52apesar de todas essas avaliações dele, tirar tudo isso do papel é muito difícil, não é?
07:01Exatamente, é muito difícil, e você vê que todos esses pontos, eles entram num segundo momento.
07:08O primeiro momento é justamente haver um diálogo efetivo, operacional,
07:14entre Estado e Governo Federal, ou entre os Estados e o Governo Federal,
07:19para as ações envolvendo as questões de segurança pública.
07:23Se vai ter GLO, se vai ter algum tipo de medida consertada,
07:27o tal do escritório que foi criado, que foi anunciado,
07:31para que ele funcione, precisa haver esse diálogo, essa consertação, essa troca de ideias.
07:37Agora, enquanto nós tivermos uma questão tão polarizada como a que a gente vem vivendo,
07:43um debate tão ácido entre os dois lados,
07:45um apontando o dedo para o outro, um chamando outro grupo de governadores de direita,
07:51outro colocando todas as culpas no governo federal, enfim.
07:55Enquanto permanecer um debate tão acentuado e com caráter nitidamente eleitoral,
08:02como nós estamos tendo, é praticamente impossível que haja uma conjugação de forças,
08:08uma troca de ideias profícua, para fazer realmente com que ideias sejam colocadas na prática.
08:14Então, o que a gente pode ter são algumas medidas pontuais,
08:18mas essa atuação efetiva eu duvido que nesse momento a gente vai ter aqui no Brasil.
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