“RJ em situação de calamidade pública”, diz delegado Palumbo sobre megaoperação contra tráfico

Os Pingos Nos Is

O deputado federal Delegado Palumbo (MDB-SP) classificou a megaoperação no Rio de Janeiro como a "maior da história" do estado. Palumbo afirmou que o Rio é "parcialmente dominado por facções" e que a ação policial, que deixou 64 mortos, é a única resposta possível para o narcoterrorismo do Comando Vermelho.

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00:00Deixa eu já chamar também conosco o delegado Palumbo, sempre conosco aqui na Jovem Pan e nos Pingos Nuzis.

00:06O delegado Palumbo já participou de tantas operações da Polícia Civil aqui de São Paulo, dos grupos especiais, enfim.

00:13Como é que você analisa, meu amigo, essa situação no Rio de Janeiro com quatro policiais já mortos, dois do BOP e dois da Polícia Civil?

00:21E esses números todos alarmantes que a gente tem visto, não só em relação ao número de mortos,

00:26mais de sessenta criminosos mortos também, oitenta e um presos, esse tanto de fuzis que foram apreendidos,

00:33que nos trouxe aqui o Mota também, e é só um número desatualizado, porque como a operação ainda está em andamento,

00:40agora numa mata, inclusive, onde nesse momento a troca de tiros, daqui a pouco a gente vai receber as atualizações desses números todos,

00:48uma operação que já é tida como uma das maiores, se não a maior da história no Rio de Janeiro, delegado Palumbo.

00:56Boa noite, Kobayashi, boa noite a toda a nossa audiência e aos amigos da Jovem Panela.

01:01A gente não pode falar que está sendo, foi uma operação bem sucedida, porque tem mortes de policiais.

01:09Se só tivéssemos morte de bandidos, eu poderia afirmar e cravar aqui que é uma operação muito bem sucedida.

01:16O fato é, ou a sociedade se posiciona de termos tolerância zero contra o crime,

01:22ou a gente vai ficar refém da criminalidade o resto da vida.

01:26O Rio de Janeiro é um território, parte do território é dominado por facções,

01:33é dominado por grupos de criminosos que ficam o tempo todo se degladiando entre si,

01:38em buscas de território.

01:40A gente está vendo nas imagens aí munição traçante de ponto 50, provavelmente,

01:45uma munição que tem cerca de 14 centímetros,

01:48ou seja, ele vara um carro blindado como se fosse papel.

01:53Traficantes se utilizando de drone para jogar bomba na cabeça dos policiais,

01:57em carros dos policiais.

01:59É uma guerra do bem contra o mal.

02:02E a sociedade tem que se posicionar se ela quer ficar do lado do bem ou do mal.

02:06Nós estamos todos aqui ao lado, e a nossa audiência tem certeza disso,

02:10ao lado do bem dos policiais, das forças de segurança.

02:15Mas, quando a gente vê um pedido de apoio de um governador do Estado,

02:20pedindo apoio para o governo federal, e a gente vê um silêncio,

02:23ele completamente silêncio, a gente fica assim, perplexo,

02:27porque poderia ser, por exemplo, usado a garantia da lei e da ordem.

02:32Tem um decreto que está em vigor também, de muitos anos atrás,

02:37onde permite, em todos os locais, onde tem bases da marinha, do exército,

02:42das forças armadas, aeronáutica, e pode ser feito um patrulhamento,

02:47cerca de um quilômetro, 320 metros, pode ser feito um patrulhamento,

02:50exatamente isso, um patrulhamento pelas forças armadas.

02:53O que iria ajudar a segurança pública.

02:55Mas não.

02:56Fizemos até uma indicação ao ministro para ver se ele coloca esse decreto em pauta,

03:03se dá efetividade a esse decreto, porque a situação do Rio é de calamidade pública.

03:08Se essas imagens que nós estamos vendo, e a nossa querida audiência está vendo agora na Jovem Pan,

03:15não são atos de terrorista, eu realmente não sei.

03:19Eu tenho informações vindas de policiais sérios, que me relatam que chegou o absurdo do policial

03:27ele entrar no morro onde tem uma UPP, ele tira uma barricada, passa com a viatura,

03:33sai da viatura e coloca a barricada para assumir o seu posto na unidade de polícia pacificadora.

03:39Mas, mais ainda, o traficante chega nessa viatura, olha para o interior dela,

03:46vê quem são os policiais, vê se são os mesmos policiais,

03:49e aí, pasmem, permite a entrada destes policiais até a unidade policiais pacificadora.

03:57Se esse policial tem que ficar recluso dentro daquela unidade.

04:00E ele, para ir à padaria, ele tem que tirar o colete, levantar os braços e pedir permissão para o traficante.

04:07É a falência total da segurança pública e não é culpa do soldado, do cabo, do sargento, do tenente, do capitão.

04:12É culpa de quem está lá em cima.

04:14É uma operação que tem que ser feita, sim, tem que ser feito isso todos os dias.

04:21O crime tem que entender, tem que ter uma resposta à altura, ele tem que entender

04:26que se ele enfrentar a polícia, ele vai acabar num caixão.

04:32Se ele não enfrentar, ele vai ser preso.

04:34Só que não adianta prender também um criminoso como esse e ele sair em audiência de custódia.

04:39Não adianta prender um criminoso que atira com uma .50 e ele sair depois de alguns meses.

04:45Por isso que a gente é favorável, muitas pessoas são favoráveis,

04:49a colocação dessas organizações como terroristas, porque aumenta a pena, a punição é mais enérgica,

04:56você tem mais mecanismo de investigação.

04:58Os outros países que acabam apoiando, que acabam fazendo convênio com o Brasil,

05:03ou de tratados internacionais, podem cooperar e muito, inclusive tirando o dinheiro dessas facções,

05:10mas infelizmente não se tem o apoio do governo federal, o que é lamentável, mudaria muito

05:17se fosse taxada como terrorista.

05:20Isso seria um bem para a população, seria um avanço importante para a população,

05:24porque num estado onde o traficante decide quem vai entrar no território brasileiro,

05:31isso é sim um ato de terrorista e significa que o Brasil perdeu o controle total do seu território aqui dentro do Brasil.

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