Pular para o playerIr para o conteúdo principal
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que apresentou uma proposta formal ao Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, durante o encontro bilateral realizado nesta semana.

O professor de relações internacionais José Niemeyer comentou o avanço no diálogo.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/prAs1UPO4-s

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Siga o canal Jovem Pan News no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#JornalJovemPan

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00As relações exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se reuniu agora há pouco com o secretário de Estado americano, Marco Rubio,
00:06nosso editor de Internacional, Fabrício Naitz, que chega aqui com as últimas informações.
00:10Bom, há alguns dias a gente está falando sobre essa reunião e, claro, que eu te pergunto,
00:14algum acordo já foi fechado ou não? Talvez um acordo prévio? Bem-vindo, boa noite.
00:20Boa noite, Thiago. Boa noite a todos que acompanham o Jornal Jovem Pan.
00:24O ministro Mauro Vieira falou na saída da reunião lá em Washington com o secretário do Estado, Marco Rubio,
00:31que foi apresentado para a Casa Branca uma proposta geral aberta em relação às negociações envolvendo o tarifácio norte-americano ao Brasil.
00:43O ministro não deu detalhes sobre o que foi oferecido aos Estados Unidos em troca da redução das tarifas aqui para o nosso país.
00:54É uma coisa bastante vaga, por enquanto, mas disse que tem essa proposta geral,
01:00que pode haver uma resposta da Casa Branca amanhã ou na próxima semana,
01:05e que aí teríamos um acordo provisório que daria início, enquanto acontecem, melhor dizendo,
01:14as negociações definitivas que, segundo Mauro Vieira, devem levar de dois a três meses para serem concluídas.
01:21Até aí, nada muito diferente daquilo que já era esperado.
01:25As negociações envolvendo o tarifácio, elas devem sim ser negociações relativamente lentas,
01:32embora haja uma pressa tanto do governo brasileiro para poder desafogar os produtores aqui,
01:38que foram abalados de alguma forma com o tarifácio,
01:41quanto da própria Casa Branca, que precisa dar uma resposta principalmente por conta da inflação gerada no seu mercado interno
01:48pelo aumento do preço dos produtos, que agora tem uma tarifa de 50%,
01:53tarifa que não existia até alguns meses atrás.
01:56Mas é uma sinalização relativamente interessante, porque, segundo Mauro Vieira,
02:02o secretário do Estado, Marco Rubio, disse que as relações estão caminhando positivamente,
02:09que houve elogios em relação ao encontro que aconteceu entre o presidente Lula e o presidente Donald Trump
02:15lá na Malásia há pouco menos de um mês,
02:19e que isso gera essa expectativa pela resposta já de Washington,
02:23que, como eu falei, deve sair entre amanhã e a próxima semana, segundo Mauro Vieira.
02:29O que seria o acordo provisório também não está explicado pelo Itamaraty,
02:35não está explicado pelas autoridades.
02:38O ministro Mauro Vieira, inclusive, estava acompanhado nessa reunião
02:41da embaixadora do Brasil em Washington,
02:44do chefe da Assessoria Especial de Comunicação Social da presidência,
02:48do chefe de gabinete, Ricardo Monteiro,
02:51do secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros
02:53do Ministério das Relações Exteriores,
02:56e também de assessores ali do Itamaraty.
03:00Mas o secretário do Estado, Marco Rubio,
03:02a gente lembra que ele é o representante político da Casa Branca
03:06para negociar essas tarifas,
03:09e não necessariamente um representante econômico.
03:11Então fica, por enquanto, essa dúvida
03:14em relação ao que seria esse acordo provisório
03:17e quando que as negociações, de fato, vão começar.
03:21De qualquer forma, Fabrício,
03:22a gente vai ter um entrevistado daqui a pouquinho,
03:25a bola agora estaria com o governo americano, é isso?
03:28O Brasil agora espera uma resposta.
03:30Estão aqui as listas de reivindicações,
03:33os pontos a serem reivindicados,
03:34agora a bola é com a Casa Branca.
03:36Exatamente.
03:37O ministro Mauro Vieira deixou claro
03:38que foi colocado ali uma espécie de marco geral,
03:41o que dá para ser discutido,
03:43o que o Brasil mais ou menos está disposto a fazer,
03:46mas, de novo, não deu muitos detalhes.
03:48Então não especificou o que, de fato, pode acontecer,
03:52e sim em termos mais abertos, mais amplos,
03:55que dão até bastante margem para a interpretação.
03:57E aí aguarda essa resposta da Casa Branca, de novo,
04:00a questão da inflação lá nos Estados Unidos
04:02pode fazer com que Washington
04:05dê um pouco mais de prioridade para esse assunto
04:08para ver se tem uma resposta mais rápida.
04:09Bom, eu vou pedir para o Fabrício continuar aqui com a gente,
04:12porque sobre a reunião entre Marco Rubio
04:15e o ministro Mauro Vieira,
04:16o nosso entrevistado agora é o professor de Relações Internacionais
04:18do IBMEC do Rio de Janeiro, José Neemeyer.
04:21Mais uma vez, professor, chegando aqui com a gente.
04:23Chega um pouquinho para trás, Fabrício,
04:25para a gente conseguir ver o professor também.
04:27Tudo bem, professor?
04:27Bem-vindo sempre.
04:28Ô, Tiago, que bom te ouvir novamente, fazia um tempinho, hein?
04:33Um grande abraço a você, ao Fabrício e ao assinante,
04:37ao querido assinante da Jovem Pan.
04:40É o que eu perguntei para o Fabrício, professor.
04:41A bola agora está com os Estados Unidos?
04:44Agora, em diplomacia é assim mesmo?
04:46Demorado, demorado, demorado?
04:48E isso já era mais ou menos esperado, professor?
04:52Olha, isso é esperado em qualquer negociação,
04:55principalmente envolvendo uma potência média,
04:58que é o Brasil, com uma superpotência,
05:00que são os Estados Unidos da América.
05:02Os Estados Unidos da América, na minha visão,
05:04passam por um período de uma certa demonstração
05:08de perda de poder relativo, essa é a minha opinião,
05:10com relação principalmente ao governo Trump.
05:13Ele admite essa perda de poder relativo nas suas ações.
05:16Ao mesmo tempo, é um cenário internacional muito grave,
05:19que exige a participação dos Estados Unidos da América
05:22em alguns pontos.
05:24O Brasil, mesmo com o tarifato,
05:26aumentou as suas exportações para outros países.
05:29Essa é a informação que eu tenho.
05:31Para a China, para a Índia, para as Filipinas,
05:34o Brasil conseguiu buscar novos compradores
05:38para os seus produtos, principalmente na Ásia,
05:40os países que orbitam a China.
05:43Então, a posição do Brasil,
05:44agora acabou ficando uma posição um pouco mais confortável.
05:48O Brasil deve retomar a exportação de café para os Estados Unidos.
05:52O Tiago está vendo inflação de demanda nos Estados Unidos
05:55com relação ao acesso ao café.
05:57Os norte-americanos necessitam do café,
06:00faz parte da dieta norte-americana diária.
06:03Então, eu vejo a posição do Brasil agora
06:05um pouquinho mais confortável.
06:07E os Estados Unidos com muitas responsabilidades
06:11a tratar no sistema internacional,
06:13no campo estratégico militar,
06:15de segurança, de comércio, de imigração.
06:18Então, eu sinto hoje que o Brasil tem brechas
06:22para conseguir pontos positivos na negociação.
06:26Fabrício?
06:27Professor, boa noite.
06:28Quando o Donald Trump decretou as tarifas lá atrás,
06:31a gente já dizia que isso teria efeitos negativos
06:34na economia americana, principalmente a questão da inflação.
06:37A Casa Branca correu contra o tempo
06:40para fechar acordos com vários países que foram afetados.
06:43O Brasil não está nessa lista de países
06:45que fecharam acordos com os Estados Unidos.
06:48Dá para dizer, nesse momento,
06:49que a corda do lado dos Estados Unidos
06:52já foi esticada ao máximo?
06:55Ou eles ainda têm fôlego
06:56para ficar nessa situação por mais algum tempo?
07:00Fabrício, os Estados Unidos têm fôlego para muita coisa.
07:02Quando acabou a Segunda Guerra Mundial,
07:05os Estados Unidos tinham fôlego estratégico militar
07:08para uma guerra nuclear contra a União Soviética
07:11durante a Guerra Fria
07:12e uma guerra convencional contra a China ao mesmo tempo.
07:16Hoje, eles não teriam mais este tipo de fôlego,
07:18na minha visão,
07:19de cunho estratégico militar.
07:21Todavia, eles têm muito fôlego
07:23na área comercial e econômica,
07:25uma potência econômica,
07:26ainda a principal potência econômica do sistema.
07:29um país de 30 trilhões de PIB,
07:33de dólares de PIB.
07:36Abaixo, a China,
07:37mas os Estados Unidos ganha muito ainda
07:39em pesquisa e desenvolvimento.
07:41Os Estados Unidos têm uma indústria de serviços enorme.
07:44É um país que importa o que necessita
07:47e deveria continuar importando,
07:49mas exporta produtos de alto valor agregado,
07:52principalmente na área de produtos industriais
07:54com alta tecnologia e serviços variados,
07:57ligados à ciência e tecnologia.
07:58Então, é uma potência.
08:00Eu acho que eles têm ainda
08:01autonomia para manter essa postura dura
08:07na área de comércio.
08:08Mas o que o presidente Trump ganha com isso?
08:11Ele ganha uma percepção
08:13de que os Estados Unidos são uma potência
08:17com nível de autonomia
08:18e quase uma potência que não necessita
08:21do sistema internacional?
08:22Eu não sei se isso, na verdade,
08:25interessa ao eleitor de Trump.
08:26Eu acho que o que interessa ao eleitor de Trump
08:29é ter o produto que ele consome barato na sua mesa.
08:33Talvez interesse ao eleitor de Trump
08:34que os Estados Unidos não interfirem em todas as agendas
08:37do sistema internacional,
08:39principalmente na área de segurança.
08:41Mas eu não sei se o presidente Trump,
08:42e não estou o aconselhando,
08:45é apenas uma discussão,
08:46eu não sei se o presidente Trump deveria insistir tanto nisso
08:49de transformar os Estados Unidos
08:51em uma autarquia do ponto de vista econômico e comercial.
08:54Eu acho que ele deveria continuar
08:55mantendo os Estados Unidos como motor
08:57da economia internacional,
08:59cooperando com as partes do sistema.
09:01Eu acho que o presidente Trump ganharia mais,
09:03inclusive ele ganharia a simpatia
09:04de eleitores de centro mais independentes.
09:07Eu acho que seria, do ponto de vista político interno,
09:10seria melhor para o presidente Trump.
09:12Professor, até aproveitando,
09:14você mencionou agora a questão dos eleitores de centro,
09:16a simpatia do eleitorado.
09:18Os Estados Unidos vivem um momento conturbado politicamente,
09:21a Casa Branca vive um momento conturbado politicamente.
09:23A gente teve ontem a questão dos e-mails
09:25envolvendo o Jeffrey Epstein,
09:27a paralisação do governo federal que chegou ao fim,
09:29mas foi a mais longa da história.
09:31Na sua avaliação,
09:32quanto que isso tem pesado para Donald Trump,
09:34para a Casa Branca,
09:36conseguir entregar resultados econômicos
09:38o mais rápido possível?
09:41Fabrício, você é um analista da cena norte-americana.
09:44É importante o assinante da Jovem Pan entender
09:47que estruturas de governo não dominam estruturas de Estado.
09:51Há estruturas de Estado nos Estados Unidos da América,
09:53Pentágono, Departamento de Comércio,
09:56Departamento de Tesouro,
09:58a Corte Suprema,
10:00essas são estruturas de Estado.
10:02Por mais que o presidente Trump tenha voto
10:04e poder político,
10:05ele não vai conseguir interferir
10:07em todas as estruturas do Estado.
10:09Então, a agenda dele,
10:11que é muito dele,
10:12não é nem do Partido Republicano,
10:14é difícil que ele consiga,
10:15em todos os pontos da agenda,
10:17convencer os milhares de funcionários
10:20do Pentágono,
10:21os milhares de funcionários
10:23do Departamento de Comércio,
10:24os milhares de funcionários
10:26do Departamento de Estado.
10:27Por mais que ele tenha o Marco Rubio
10:29como alguém da sua confiança,
10:30o Marco Rubio não vai conseguir convencer,
10:33sobre a política externa norte-americana,
10:35a mais alternativa em Trump,
10:37todos aqueles que fazem a política externa,
10:40que são funcionários de Estado.
10:41essa questão é importante
10:43para o assinante da Jovem Pan,
10:44porque isso acontece no Brasil também.
10:46Os governos têm limitações.
10:49A estrutura do Estado
10:50é sempre maior que a estrutura do governo,
10:51ainda mais nos Estados Unidos da América.
10:53Fabrício, você deve ter essa informação,
10:55mas é importante passar
10:56para o assinante da Jovem Pan.
10:58No Pentágono,
10:59você tem mais ou menos
11:00em torno de 25 mil assessores
11:02na área de defesa,
11:04independente de quem é o presidente da República.
11:06Você acha que esses assessores
11:07na área de defesa
11:08vão fazer tudo o que quer a Casa Branca?
11:11Vai se negociar.
11:12É o que a gente chama de fogo amigo
11:14dentro da política.
11:14Isso vai acontecer o tempo todo
11:16no comércio,
11:17na segurança,
11:18na imigração,
11:20na diplomacia.
11:21Então, eu tenho a impressão
11:22que o presidente Trump deveria,
11:24e ele já está fazendo isso,
11:25dar passos para trás
11:27para negociar,
11:28tanto internamente
11:29quanto com os agentes internacionais,
11:32que são os outros Estados.
11:33Professor José Niemeyer,
11:35de Relações Internacionais
11:36do IBMEC do Rio de Janeiro,
11:37como sempre,
11:38obrigado por estar aqui com a gente.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado