O presidente argentino Javier Milei afirmou que o pacote de ajuda financeira dos EUA restaurou a confiança na economia do país. Em entrevista exclusiva à CNBC americana, Milei detalhou o swap de US$ 20 bilhões e os investimentos que prometem impulsionar crescimento e estabilidade cambial até 2027.
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00:00E o presidente da Argentina, Javier Milley, declarou que o pacote de ajuda financeira dos Estados Unidos
00:06reestabelece a confiança absoluta na economia de seu país.
00:11Segundo ele, o apoio reforça o compromisso dos Estados Unidos como um parceiro estratégico.
00:17E a gente confere agora a entrevista exclusiva do presidente argentino concedida à CNBC americana.
00:24O presidente se reuniu ontem com Javier Milley, o presidente da Argentina.
00:27O Tesouro dos Estados Unidos anunciou recentemente uma troca de moeda de 20 bilhões de dólares com esse país.
00:32Nossa Sarah Eisen conversou com Milley e nos traz alguns detalhes. Olá, Sarah.
00:38Olá, Carl. O presidente Milley tem sido um apoiador de longa data do presidente Trump desde o primeiro governo.
00:43Na verdade, Milley foi o primeiro líder estrangeiro a se reunir com o presidente em Mar-a-Lago após a vitória de Trump nas eleições mais recentes.
00:51Iniciei minha conversa com o presidente Milley perguntando sobre o que eles discutiram na Casa Branca ontem.
00:55Estivemos discutindo como abrir o mercado americano para os produtos argentinos.
01:02O presidente pegou muita gente desprevenida quando disse hoje com o senhor que, basicamente, o apoio estava ligado à sua sorte política.
01:10Esse comentário o surpreendeu?
01:13O que recebemos foi um forte apoio às ideias de liberdade.
01:16E também elogiou essa visão com seu tributo a Charlie Kirk, dizendo que os Estados Unidos estão dispostos a apoiar a Argentina,
01:25desde que continuemos a promover as ideias de liberdade.
01:29Portanto, pelo menos até 2027, temos esse apoio garantido.
01:35Você tem mais dois anos no cargo.
01:36Acho que o mercado, pelo menos em casa para o senhor, não reagiu bem, porque acho que houve uma certa confusão se ele estava falando sobre o seu partido obter vitórias nas atuais eleições de meio de mandato, que ocorrerão em algumas semanas.
01:50Quando você vê o quadro completo, e também como foi a reunião, e como todos os arranjos prévios foram feitos, quero dizer, fica claro que, digamos, o apoio é contínuo.
02:01Quero dizer, pelo menos, que estarei no cargo até 2027, e se formos reeleitos depois disso, também.
02:10Como está se sentindo em relação às eleições de meio de mandato?
02:13Basicamente, vamos melhorar a composição da Câmara.
02:16Teremos um nível de apoio muito maior, e isso nos permitirá avançar ainda mais com as reformas estruturais.
02:24E o mercado ficou muito animado quando o senhor começou a fazer esse tipo de reforma, reduzindo a inflação e impulsionando o crescimento, melhorando o quadro fiscal.
02:34Então, o que aconteceu este ano que levou ao colapso da confiança do mercado?
02:38Porque também é verdade que o mercado, diante das contínuas ações negativas do Congresso, em um ano eleitoral, se sente exposto a um risco maior, e, portanto, está se retirando da Argentina, o que se refletiu nos preços das ações.
02:55E quando surgem notícias que confirmam o caminho e a direção, o mercado melhora.
03:00Mas isso ficará muito claro a partir de agora. Na verdade, não tenho intenção de mudar de rumo até o final do meu mandato.
03:08Em outras palavras, estou comprometido com a agenda de redução de impostos, desregulamentar e manter a economia.
03:17Quanto de confiança acha que foi restaurada com a intervenção do Tesouro com a linha de swap de 20 bilhões de dólares?
03:23Total e absoluta. Digamos que, em hipótese alguma, essa é a opinião, palavra ou ação do Tesouro dos Estados Unidos.
03:33Mas, novamente, o status quo tem outras apostas. De fato, eles perderam muito dinheiro nessas apostas contra o país.
03:40E, bem, digamos que é por isso que eles reagem da forma como reagem.
03:45Mas o fato é que, por exemplo, o swap tem o objetivo de fornecer à Argentina o financiamento para honrar sua dívida.
03:53E o Tesouro dos Estados Unidos mostrou que é ainda mais do que isso, porque também comprou pesos no mercado de câmbio.
03:59Como esse acordo foi fechado? O senhor procurou o secretário e solicitou isso?
04:04Foi um projeto que começou em março ou abril deste ano.
04:09Pode e pode ser concretizado, digamos, recentemente.
04:13Gostaria que o senhor esclarecesse o que ele realmente faz para restaurar a confiança no peso argentino e o que está tentando fazer.
04:20Porque muitos americanos estão se perguntando, por que nossos impostos estão indo para a Argentina?
04:25Não é disso que se trata.
04:27Na realidade, digamos, primeiro ponto, assim como o swap não aumenta a dívida da Argentina,
04:32ele também não aumenta a dívida dos Estados Unidos.
04:36É uma troca de moeda.
04:37Por outro lado, é prática normal dos bancos centrais comprar moedas para acumular reservas de outros países
04:45e até mesmo para comprar títulos públicos.
04:48Portanto, não há nada que não esteja dentro da lógica do que um banco central faz.
04:53E se você perceber que alguns ativos estão muito baratos, como o peso argentino
04:58ou as posições dos títulos do governo argentino, eu digo, bem, é uma boa oportunidade.
05:04E foi isso que o secretário do Tesouro, Besant, disse.
05:09Houve mais alguma discussão na reunião de hoje?
05:11Ou de outra forma sobre outras maneiras pelas quais os Estados Unidos podem investir ou apoiar?
05:18Bem, vejamos.
05:19A Argentina está recebendo muitos investimentos de empresas americanas.
05:23O mais recente é o anúncio feito pelo próprio Sam Altman, da OpenAI,
05:28onde eles vão investir 25 bilhões de dólares.
05:32E também há um grande interesse em diferentes áreas em que a Argentina é muito competitiva,
05:38seja em mineração, minerais, terras raras, urânio, energia nuclear
05:44ou setores mais tradicionais da Argentina, como petróleo e gás.
05:49No momento, queremos muito minerais de terras raras.
05:52Esse é um setor importante.
05:54Bem, digamos que as portas estão abertas para, digamos, receber investimentos e gastar o regime da RIG.
06:01E isso está funcionando.
06:03Já anunciamos investimentos da ordem de 20 bilhões de dólares e há outros 60 bilhões pendentes.
06:10E a isso devemos acrescentar os 80 bilhões de dólares entre a OpenAI, a ITU-PF e a NI
06:16e outros investimentos adicionais que foram anunciados na semana passada.
06:20Maria Almeida, a gente pode dizer que o Donald Trump ofereceu um colete salva-vidas para o presidente argentino
06:29ou também a gente sempre tem que pensar que tem toda uma estratégia por trás?
06:34Não é só, ah, não, vou ser bonzinho e vou oferecer um colete salva-vidas para eles, né?
06:37Tem muito interesse por trás.
06:39É, acho que sempre tem interesse por trás, mas por outro lado, acho que foi até um botezinho, viu, Paula?
06:43É, um colete é muito pouco, né?
06:45É, um colete é pouco.
06:47Mas é importante entender por que precisava também do colete e qual que é o fio aí dessa relação.
06:52Em primeiro lugar, o Milley, ele veio com essa agenda que ele inclusive menciona aí na entrevista,
06:57que é uma agenda de corte radical de gastos, né?
07:00Um processo de contracionismo econômico muito intenso como um mecanismo de redução da inflação.
07:07Muito bem, ele fez isso, aumentou enormemente o desemprego, aumentou a pobreza na Argentina
07:11e, de fato, baixou a inflação bastante, o que começou a restabelecer uma certa confiança na moeda.
07:17O problema é que boa parte do que foi feito nessa restabelecimento de confiança na moeda
07:22foi, inclusive, gastar fora.
07:24Olha, muitos argentinos, muitos investidores, no momento em que começaram a ter alguma estabilidade de preços,
07:29passaram a usar essa renda extra ganha com estabilidade de preços para importar, para viajar para fora
07:35e isso começou a pressionar câmbio de novo.
07:38Lembrando, a Argentina, a moeda interna, o peso, convive com o dólar internamente
07:43e a grande questão para a inflação interna é justamente conseguir sustentar a credibilidade cambial.
07:47Então, nesse movimento de saída, começou a cender um sinal amarelo, vai acontecer de novo.
07:52Por quê? Porque não conseguiu ainda construir uma situação de crescimento interna robusta
07:58que confie na economia, não só na moeda, não só ganhando um pouco de renda,
08:01mas que veja um país, a Argentina, crescendo.
08:04Bom, o sinal amarelo tinha que ser apagado para poder voltar com uma situação de confiança.
08:10E aí, é nesse lugar que entra Donald Trump.
08:13Falando assim, calma, que se tiver algum risco aí do ponto de vista cambial,
08:17os Estados Unidos vão entrar e vão ajudar fazendo swap.
08:20E aí, que é o quê? Basicamente, os Estados Unidos dão esse sinal de que ele vai, inclusive,
08:23adquirir pesos e que ele está pronto para, num momento de ampliação da crise,
08:28que o risco existe, entrar e fazer essa garantia.
08:30Por isso que eu falei que é um bote, né?
08:32Porque, na verdade, é o produtor de dólares dizendo,
08:35ó, se isso aqui ficar muito intenso, eu estou disposto a gastar.
08:38E aí, vem o lado Donald Trump.
08:40Está disposto a gastar?
08:41A entrevistadora da CNBC perguntou, né?
08:44Até, inclusive, falando, tem muita gente aqui nos Estados Unidos
08:46que não queria colocar dinheiro americano, impostos americanos, para salvar a Argentina.
08:51Construiu o bote argentino.
08:53E aí, ele fala, não, mas não vai colocar dinheiro, né?
08:56Ninguém vai colocar.
08:57É uma coisa que é boa para todo mundo.
08:59Porque a gente, na verdade, é uma troca, é um swap de moedas.
09:03Não vai colocar dinheiro se não tiver nenhum risco cambial.
09:06Ou seja, se pesos e dólares se mantiverem na situação,
09:09os americanos, de fato, estão só fazendo uma troca de moeda.
09:12Mas não existe só troca de moeda.
09:15Risco cambial é fundamental e foi a razão de enormes crises econômicas em diversos países.
09:20Os Estados Unidos estão apostando no peso.
09:22Se o peso não se sustentar, ele vai ter problema.
09:25Por que os Estados Unidos estão fazendo isso?
09:26Porque ele quer também manter essa possibilidade de dizer,
09:30olha, quem usa o dólar, quem aposta no dólar, tem ganhos com isso.
09:33Então, o sucesso da Argentina também é ainda um bote salva-vidas.
09:38Aí, talvez, não seja bem um bote.
09:39Talvez seja só um colete mesmo, pelo tamanho da Argentina.
09:42Mas é um colete salva-vidas para a fala de que o dólar continua sendo uma boa estratégia monetária
09:47para quem quer estabilizar sua economia.
09:49Isso começou lá no final dos anos 90, anos 2000.
09:53Essa estratégia, o Equador é dolarizado, os Estados Unidos ou a Argentina tem essa relação,
09:59que é, os Estados Unidos ajudam economias na estabilização.
10:02Usar o dólar é positivo, não nos afastemos do dólar.
10:05Essa é a fala que pode ser uma vitória aí para Donald Trump.
10:09É o reforço do dólar como moeda internacional, o reforço do dólar como moeda que estabiliza.
10:14Se países que usam o dólar se desestabilizam de maneira muito significativa,
10:18é mais uma ponta de dúvida em relação a isso.
10:20Então, um bote de um lado, porque garante dólar, garante estabilidade, garante confiança.
10:24E do outro, a ideia de usar dólar fica um pouco sustentada em uma economia argentina,
10:30graças à entrada de Donald Trump.
10:32Mas alguém paga a conta.
10:33Quem está pagando a conta do risco são, de fato, os contribuintes americanos.
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