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'Green Deal do Brasil': escalando a energia limpa e impulsionando a renovação industrial. O tema foi painel do FT Climate & Impact Summit Latin America e Brasil 2030 – Uma Nação de Oportunidades, promovido em conjunto pelo Financial Times e o Times | CNBC. Confira o debate na íntegra!

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Transcrição
00:00A gente vai agora para o nosso painel, o Green Deal do Brasil, escalando energia limpa e impulsionando
00:19a renovação industrial. Painel esse realizado pelo Times Brasil CNBC junto com o Financial Times,
00:27uma parceria inédita entre os dois maiores veículos de economia, de negócios do mundo, uma parceria que nos honra muitíssimo.
00:37É um prazer mais uma vez estar aqui com vocês nesse segundo dia de evento.
00:43Esse painel marca, como eu disse para vocês, essa parceria inédita entre esses dois veículos de comunicação.
00:50Eu tenho mais uma vez a honra de chamar aqui ao palco o Michael Stott, que é o editor para a América Latina do Financial Times,
00:58que vai mediar esse debate junto comigo.
01:07Eu vou passar a palavra para o Michael. Michael, por favor, pode começar.
01:11Obrigado, Cris. Vou começar perguntando o Muninho, que está aqui representando o agronegócio.
01:17Muninho, um dos pilares da economia brasileira, gerando empregos, renda, tudo isso.
01:23Como você analisa esse movimento contribuindo para o agronegócio mais sustentável?
01:29Sobretudo neste momento que passou aquela lei no Congresso Infeliz no mês passado,
01:33que tem causado muito problema, muito barulho lá fora do Brasil, a chamada lei da devastação.
01:40Como está você achando isso que está afetando a sustentabilidade da agricultura brasileira?
01:44Boa tarde, Michael, Cristiane, a todos.
01:49Primeiramente, eu quero agradecer, em nome da CNA, o convite do Financial Times e também da CNBC
01:55para este importante evento, com uma plateia tão seleta.
01:59E colocar, primeiramente, que é fato que o agronegócio tem um papel cada vez mais importante,
02:08central no desenvolvimento da economia nacional, seja pelo prisma da geração de emprego e renda,
02:15da segurança alimentar, do superávit da balança comercial, da geração de divisas.
02:23O agro-brasileiro que, sem dúvida alguma, hoje é uma potência agroambiental energética de escala mundial.
02:30E que se notabilizou pela construção de uma agricultura tropical muito poderosa e baseada,
02:40sobretudo, num crescimento verticalizado.
02:43Um crescimento a partir de ciência e tecnologia e aumento de produtividade.
02:48E, no quesito transição energética, que me parece o foco do nosso evento aqui e da sua pergunta,
02:58nós acreditamos que o agro pode ser um vetor estratégico para essa transição,
03:05para uma matriz energética cada vez mais limpa e sustentável no nosso país.
03:10Mas aquela lei da devastação não parece ser partitíssima.
03:13Já chegarei nessa sua opinião, mas já antecipando, nós, a nossa ótica,
03:24respeitamos as demais, é de que o PL do novo marco legal do licenciamento ambiental
03:31é uma legislação muito apropriada para o nosso país.
03:37fruto de um debate de quase 20 anos, um PL que, em resumo, traz na nossa ótica simplificação,
03:48desburocratização, sem comprometer em absolutamente nada a rigidez da lei ambiental brasileira,
03:57que, diga-se de passagem, é uma das mais rigorosas do mundo.
04:01Então, a nossa visão é essa e nós esperamos que o Parlamento Nacional, na apreciação dos vetos,
04:09faça valer a sua vontade.
04:11Então, você acredita que o presidente errou em vetá-lo?
04:15Eu diria que o Parlamento Nacional expressou a sua vontade e nós, do setor privado do agro,
04:22entendemos que aquela votação atende os requisitos, sem comprometer o rigor ambiental da legislação ambiental brasileira.
04:31Clarissa, quero passar para você, vocês focam muito em energia solar.
04:36Como é que a gente pode, de fato, adotar a energia solar mais rapidamente?
04:41É viável?
04:42E como a tecnologia, especialmente a inteligência artificial, pode ajudar nisso?
04:48Bom, boa tarde.
04:49Obrigada, Cris.
04:50Obrigada, Michael.
04:50Boa tarde a todos.
04:52Sem dúvida, a energia solar já é uma realidade no Brasil.
04:56É uma realidade em muitos países do mundo, mas no Brasil, especialmente, a gente tem muito
05:01recurso e muito espaço para essa energia.
05:05A gente já tem uma matriz energética renovável e o solar contribuindo cada vez mais, seja
05:13na energia centralizada, nas grandes plantas, seja na energia distribuída.
05:19Mas a gente tem espaço para muito mais, você não acha?
05:21A gente tem espaço para muito mais, a gente precisa estimular também o consumo, trazer
05:29mais investimentos para o Brasil, trazer mais indústria como data centers, para que a gente
05:35possa ter essa indústria cada vez maior no nosso país.
05:41A inteligência artificial é muito importante para que a gente use a energia de uma forma
05:48eficiente, né?
05:50Então, como é que a gente usa tecnologia a nosso favor para que ela seja utilizada da
05:55forma mais eficiente possível?
05:56O que eu quero dizer com isso?
05:58A gente hoje consegue medir o consumo dos nossos clientes.
06:02A gente tem, lá na Comer, que nós somos uma empresa de soluções de energia e a gente
06:08tem, por exemplo, a gestão de energia, que a gente faz a gestão dos nossos grandes clientes,
06:13que a gente sabe exatamente o que eles estão consumindo, o que eles podem reduzir de consumo,
06:18né?
06:18Como é que a gente faz também com que esse consumo ocorra de uma forma que ele pague
06:25menos no fim do dia, né?
06:27Mesmo a gente tendo uma competitividade muito grande na fonte, quanto menos você consome,
06:32menos você paga.
06:32Então, hoje a gente tem muito dado dentro da companhia.
06:36Telemetria é outro produto que a gente tem, que a gente mede ponto a ponto para saber se
06:41o consumo está sendo eficiente ou não.
06:42Essas métricas são fundamentais.
06:44Fundamentais para que a gente possa propor soluções para os nossos clientes que sejam o mais
06:50eficiente possível.
06:52Obrigado.
06:53Glauco, tenho uma pergunta para você, que é presidente da Retaxe, que está muito envolvido
06:57nas conexões eletrônicas, não da infraestrutura de transmissão.
07:01Entendo que no Brasil tem algumas talhas aí, ou seja, uma falta na rede de transmissão,
07:07sobretudo considerando a energia reservável, precisa de redes de transmissão um pouco diferente
07:12aos tradicionais e, sobretudo, tem uma falta de redes entre o Nordeste, que é grande fonte
07:17de energia renovável, e o Sul, que é grande centro de consumo.
07:20Como é que está contribuindo o Hitachi para resolver esse problema?
07:24Como está vendo você isso?
07:25Boa tarde, obrigado pela pergunta, Marco.
07:27Boa tarde, Cris.
07:29Primeiro, obrigado à Times Brasil CNBC pelo convite.
07:33Muito legal estar aqui com alguns amigos, o Miguel, a Clarissa, o Munique, que eu conheci
07:37agora.
07:37Um prazer estar aqui com vocês.
07:39Representa a Hitachi Energy, que é o braço de energia do Grupo Hitachi, uma multinacional
07:45japonesa, um dos cinco maiores conglomerados japoneses aqui.
07:49Marco, respondendo a sua pergunta e também complementando um pouquinho a da Clarissa, uma
07:57das belezas que a gente tem no Brasil, e aí é o meu coração engenheiro falando, é
08:03o Sistema Interligado Nacional, é o Sistema de Transmissão de Energia do Brasil.
08:09Ele é referência mundial.
08:10Pouquíssima gente sabe disso.
08:12Hoje, 97% do país está interconectado, está interligado, e agora, setembro, outubro,
08:19deve-se interconectar o último estado, que é a Roraima, vai se conectar a esse sistema
08:26e nós teremos todo o país interligado.
08:29Isso é o que os Estados Unidos hoje perseguem, é o que a Europa persegue, a interconexão
08:34dos estados, a interconexão dos países.
08:36Então, chegamos num momento muito bonito no Brasil, que é esse momento do Sistema
08:42Interligado, com mais de 85% da energia sendo gerada por fontes renováveis.
08:53Eu acho que a pergunta é, e agora?
08:56E a partir de agora, o que faremos?
08:59Então, o Brasil cresceu.
09:02De 2020 para cá, a nossa matriz energética cresceu em capacidade de produção 30%.
09:09E de acordo com o Plano Decenal de Energia do Ministério de Minas e Energia, tem que crescer
09:15mais 30% até 2034.
09:18Isso é possível, de fato?
09:19Isso é possível desde que exista como escoar essa energia e trazer essa energia para os grandes
09:26centros de consumo, Cris.
09:28Esse é o grande desafio.
09:30Então, eu tenho a rede, eu preciso reforçar, eu preciso melhorá-la e eu preciso investir
09:37nisso.
09:38Existe uma janela de oportunidade de indústrias eletrointensivas, e aí eu incluo a indústria
09:44dos data centers, hidrogênio verde, mobilidade elétrica, que está ali querendo o que a gente
09:53tem para oferecer, que é energia renovável, abundante e barata.
09:57A energia do Brasil é barata.
10:00O que empresas como a RITAT, e não só a RITAT, o Brasil tem, detém essa tecnologia
10:07com várias empresas, várias faces conhecidas aqui que trabalham nisso, meu amigo André
10:12ali da Siemens também.
10:13O que a gente tem para oferecer?
10:16São soluções que já vêm sendo utilizadas no resto do mundo para tornar essa rede mais
10:21flexível, resiliente e robusta.
10:24É isso que o Brasil precisa agora para não perder essa janela de oportunidade das indústrias,
10:31porque a transição é uma realidade, não tem mais como voltar atrás.
10:36A eletrificação, as novas tecnologias também.
10:39E a IA vai consumir energia.
10:42Existe um estudo da McKinsey que fala que o consumo de energia por data centers aumenta
10:49três vezes até 2035.
10:52Vamos supor que eles estejam errados e só consumam uma vez e meia a mais, porque os
10:58chips evoluem, tudo isso.
11:00Não acho que eles estão errados, mas vamos supor que estejam.
11:03O globo, o mundo não está preparado para suportar esse crescimento da inteligência artificial.
11:09Aqui no Brasil não é diferente.
11:11O legal é saber que as agências lideradas pela EPE já trabalham nisso, para trazer o
11:18que está sendo utilizado no resto do mundo aqui no Brasil.
11:22Tecnologia não será o gagalo para a transição de energia.
11:26Miguel, queria falar sobre o plano da coalizão de descarbonização que foi liderado por vocês.
11:32Reuniu 90 propostas de cerca de 50 associações, empresas, instituições acadêmicas, para
11:39reduzir em até 70% as emissões do setor até 2050.
11:44Minha pergunta é a seguinte, como é que vocês pretendem, de fato, transformar essas
11:48propostas em ações concretas a curto e médio prazo?
11:53E o que seria um curto e um médio prazos para você?
11:56Cris, obrigado pela pergunta, Michael.
11:59Queria saudar a todos, agradecer à Mónica, aqui o convite para estarmos aqui presentes,
12:03aqui a Times Brasil, e aqui aos meus colegas de painel também, dizer que é um privilégio
12:07estar aqui com vocês a partilhar este palco.
12:10Talvez um enquadramento antes de responder diretamente à pergunta, Cris.
12:14O setor dos transportes, que nós representamos aqui neste painel, representa 11% das emissões
12:19nacionais, 11% de todas as emissões.
12:22E recordar que 50% das emissões no Brasil, elas vêm de duas fontes, uma que é o desmatamento,
12:29dos biomas brasileiros, e outra que é o uso do solo, o pecuário, o uso do solo.
12:33Essas duas representam cerca de 70% das emissões no Brasil, 49% desmatamento e 21% o uso
12:40dos solos, dados de 2023, mais ou menos.
12:44Portanto, 11% é um setor relevante, tirando estes dois efeitos que são também muito estruturantes
12:51para o footprint, para aquilo que é a pegada carbónica do país.
12:54É o terceiro setor, então?
12:56É o terceiro setor, junto com outros, setor industrial, setor energético, são setores
13:00relevantes, mas o transporte em si é um dos principais ofensores na nossa matriz carbónica.
13:07Lembrar, aqui uma ressalva naturalmente, o Brasil é um dos países com a matriz energética
13:12mais limpa do mundo, não é?
13:13E, portanto, nós estamos muito bem posicionados quando comparados com o resto de outras grandes
13:19economias, não é?
13:21Eu não me canso de repetir estes números, porque acho que são números que nos impactam
13:24a todos.
13:25Quer dizer, 90% da energia gerada no Brasil é feita com fontes renováveis, não é?
13:30Quando nós comparamos com o G20, com qualquer país do G20, o Brasil dá, enfim, uma vantagem
13:36competitiva enorme em relação às grandes economias mundiais.
13:38E podíamos seguir por aí, quer dizer, a maior floresta tropical está aqui no país,
13:44a maior biodiversidade do mundo está no país, a maior reserva de água potável do
13:47mundo está no país, portanto, enfim, o país tem uma série de créditos internacionais
13:51que o posicionam como a grande potência, a grande superpotência ecológica do mundo,
13:55não é?
13:55No transporte temos uma oportunidade, como, enfim, em todos os outros setores, que é
14:00de passar de uma matriz hoje muito, uma matriz carbónica, não é?
14:04Muito dependente do segmento rodoviário, não é?
14:08A maior parte do transporte no Brasil é feito ainda em rodovias e o Brasil, sendo
14:12um país continental, tem uma série de alternativas de transporte que elas podem ser potenciadas,
14:19não é?
14:19E algumas delas até com vantagem ambiental.
14:22Estou falando, em particular, do transporte hidroviário e do transporte ferroviário,
14:27não é?
14:27São dois modais, o hidrovias e as ferrovias, que estão ainda, diria-se, subrepresentadas
14:34na nossa matriz de transporte.
14:35Portanto, há uma oportunidade estrutural, não só de descarbonizar, mas também de
14:41gerar valor e de um investimento que ele é produtivo, ele gera crescimento económico,
14:46não é?
14:46Nós, neste estudo, realizámos com o apoio da CNT, Confederação Nacional dos Transportes,
14:51do CBETS, nossa querida amiga Marina Grossi, está por aí também, creio eu, e do INSPER,
14:56do Laboratório de Sociedades Sustentáveis do INSPER.
14:59Portanto, foram estas quatro entidades que, junto com 50 empresas, 50 associações, produziram
15:04esse relatório da chamada Coalizão dos Transportes.
15:08Obrigado, Miguel.
15:08Vamos deixar lá para deixar mais tempo para...
15:11Vamos, muito bem, Mike.
15:12Vamos voltar a esses temas depois.
15:13Voltarei mais tarde.
15:14Isso.
15:15E o Muni, gostaria de perguntar a você, considerando o papel do Brasil como um grande exportador
15:20de proteína animal, quais desafios, oportunidades, poderiam ser destacados para tornar a cadeia
15:27produtiva mais descarbonizada, sem comprometer a competitividade?
15:31Bom, Michael, a nossa visão é que o grande potencial do agro-brasileiro, aliado à estrutura
15:40regulatória e investimentos em pesquisa e desenvolvimento, podem consolidar o nosso
15:46país como centro global de produção de energia renovável.
15:51Isso é muito importante, seja no que diz respeito à questão de segurança energética,
15:56sustentabilidade, agregação de valor a cadeias produtivas, o Brasil é destaque em etanol,
16:06biodiesel, biogás, biometano.
16:09E nós acreditamos que é muito importante esse contexto que favorece essa interação no
16:17nosso país, do campo com a indústria e que proporciona, consequentemente, benefícios
16:27para ambos os lados no que diz respeito a avanços duradouros da questão da sustentabilidade
16:36ambiental.
16:37Então, nós sabemos que a produção brasileira destaque, como eu disse, do etanol, no biodiesel,
16:46estamos nas dianteiras aí, segundo, terceiro lugar, respectivamente, a nível mundial e acreditamos
16:57que hoje o agro produz não só alimentos no nosso país, não só fibras, não só insumos
17:05para a indústria, mas produzimos pelo agro também energia renovável a partir de biomassa
17:13e também de coprodutos animais e vegetais.
17:19Então, o agro, acreditamos, tem um papel muito importante integrado para a indústria
17:24no Brasil como dianteira da produção de energia renovável para o nosso país e para o mundo.
17:30Clarissa, vou insistir na questão da tecnologia, até porque é uma área que eu gosto muito.
17:36Como é que são aplicadas?
17:38Queria que você desse exemplos para a gente as tecnologias na análise de dados, de automação
17:43para otimizar essa geração de energia renovável como a solar, que a gente estava falando aqui
17:48mais cedo, e também modelos de distribuição como micro geração, potencializando, claro,
17:54a expansão dessas fontes renováveis no Brasil, com o objetivo sempre de aumentar a eficiência,
18:00a confiabilidade, a integração da matriz energética nacional.
18:05Claro, vamos lá.
18:06Sem dúvida, a matriz vem evoluindo bastante e mudando, né?
18:11Se pegar 20 anos atrás, a gente tinha uma matriz energética que ela era hidrotérmica.
18:16Então, ela tinha grandes hidrelétricas centralizadas e grandes térmicas, o que exigia uma distribuição
18:27dessa energia que estava em grandes localizações para ir para o Brasil todo.
18:34Por outro lado, você tinha uma matriz que você tinha grandes reservatórios hídricos
18:38e a térmica que você liga e desliga na hora que o consumo está acontecendo.
18:43Então, ela era mais simples de você operar, desse ponto de vista.
18:49Hoje, o que a gente tem?
18:51A gente tem uma matriz crescente de eólico, crescente de solar, que levou muita geração
19:00para o nordeste do país e o consumo continua em grande parte no sudeste do Brasil.
19:07E, por outro lado, você tem a geração distribuída em telhados das casas das pessoas,
19:13que é o autoconsumo.
19:16Então, isso gera uma complexidade muito maior, porque hoje você não tem um grande operador
19:22ligando e desligando toda essa geração à hora que quer, até porque o sol acontece
19:29nas horas que ele quer acontecer e o vento também.
19:32Então, tem uma complexidade muito maior nesse modelo, o que exige muito mais inteligência
19:41e muito mais essa inteligência minuto a minuto.
19:46Então, hoje eu não tenho a menor dúvida que a gente precisa trazer a bateria de uma
19:50forma relevante para a nossa matriz.
19:53Eu acho que, olhando para frente, olhando para o próximo passo, o que a gente precisa
19:58fazer nessa nossa matriz que está mais descentralizada, que ajuda, porque a geração está mais próxima
20:04do consumo.
20:05Mas, por outro lado, ela é intermitente e ela é muito mais distribuída.
20:10Então, a gente precisa das baterias, como grandes países do mundo já fizeram.
20:17Eu gosto sempre de dizer que no Brasil a gente tem um pouquinho de uma bola de cristal, porque
20:22muitas das coisas que a gente está vivendo agora já foram vividas em outros países.
20:27Seja a questão da geração distribuída, seja inclusive os clientes migrando para o mercado
20:33livre, para serem livres.
20:35A gente tem exemplos que a gente pode usar.
20:37A gente tem exemplos que a gente pode usar e que já estão funcionando.
20:42Então, sem dúvida, uma tecnologia que a gente precisa inserir de uma forma mais relevante
20:50é a bateria, para que ele possa ajudar a gente a regular esse momento onde eu gero demais
20:58e não tenho consumo, a gente pode carregar a bateria.
21:01E no outro momento que eu gero menos, a matriz brasileira gera menos e tem grande consumo
21:06como no final da tarde, a gente poder escoar essa energia.
21:13Então, a gente vem aí discutindo leilão de bateria.
21:17A gente já vem usando bateria em grandes clientes, em uma transmissora aqui, outra ali.
21:22No agronegócio, a gente já vem usando de uma forma bastante interessante para você poder
21:30levar um volume de energia para o interior.
21:33Então, a gente tem lá, por exemplo, em Luiz Eduardo Magalhães, grandes fazendas querendo
21:39usar pivôs.
21:40Tem a água, mas não necessariamente tem toda a energia necessária.
21:44Então, você coloca uma bateria lá que sai mais barata, inclusive, do que fazer uma
21:48linha de transmissão específica.
21:50Então, sem dúvida, tem muita coisa para fazer e eu vejo a bateria aí como central
21:57nessa evolução do nosso sistema.
21:59Obrigado, Clarissa.
22:01Glauco, estou muito interessado no que você falou sobre esse grande crescimento de demanda
22:06por energia por causa da inteligência artificial, dos data centers.
22:12Então, não é uma batalha perdida isso de tentar descarbonizar quando a demanda para a
22:17energia elétrica está aumentando tão fortemente no Brasil e no mundo inteiro.
22:21Você está falando de 30%, 40% mais de energia que vamos precisar para a inteligência artificial,
22:27depois mais energia para os carros elétricos.
22:29Como vai gerar tudo isso e, ao mesmo tempo, descarbonizar?
22:35Michael, eu acho que esse é o grande desafio que nós brasileiros temos na mão.
22:40Como equilibrar esse crescimento vertiginoso do consumo de eletricidade e a descarbonização
22:47do sistema de energia.
22:49O plano decenal de energia que eu falei que ele prevê 30% de crescimento, isso é uma
22:58realidade que está lá escrita, preto no branco.
23:02O sistema que hoje gera 230 gigawatts, capaz de gerar 230, a gente demorou 120 anos para
23:09chegar até aqui, tem que gerar 320 em 2034, ao final de 2034.
23:16Então, a gente tem que fazer mais com menos.
23:23Bateria é uma solução que não funciona apenas para armazenar a energia que está sendo
23:30produzida em excesso.
23:31Por exemplo, resolver um pedaço do curtailment que vem ocorrendo hoje em dia.
23:36Ela pode ser utilizada para alimentação de serviços ancilares.
23:40Ela pode ser utilizada, inclusive, como um factis em alguns momentos para equilibrar potência
23:47ativa e reativa na rede.
23:49As soluções digitais e power quality que eu consigo extrair muito mais da rede existente
23:56sem mexer muito na rede.
24:00Soluções de transporte de energia em grandes blocos de energia, que são os HVDCs.
24:05soluções digitais, eu já falei a digitalização de subestações.
24:10Então, esse é o grande desafio do setor elétrico, como equilibrar tudo isso.
24:16Existe, para quem é engenheiro, já ouviu falar que existe um triângulo de energia que
24:20fala que a energia, ela deveria ser acessível, sustentável e segura, com qualidade.
24:27E você não consegue ter os três lados ao mesmo tempo.
24:31Se ela é segura e acessível, ela não é renovável.
24:35Se ela é renovável e acessível, ela não é segura.
24:39E hoje, a tecnologia, pela primeira vez, pode garantir esses três lados do triângulo
24:46ao mesmo tempo.
24:48Essa é a forma que as empresas de tecnologia têm contribuído, como extrair mais com menos.
24:54Porque esse é o grande pilar do modelo do setor elétrico do Brasil, que é a modicidade
25:02tarifária.
25:04Então, com um olho na modicidade e outro na tecnologia, o desafio é grande.
25:08Mas eu acho que a gente tem muito a contribuir.
25:10É o que a gente já vem fazendo.
25:12A RITAT acabou de anunciar um novo investimento.
25:17Acabou não.
25:18Anunciou ano passado, Pedra Fundamental, semana que vem.
25:21Um novo investimento, uma nova fábrica que dobra sua capacidade produtiva no final de
25:272028.
25:29Então, cada vez mais, os agentes do setor podem ter a certeza que fabricantes locais
25:36aqui estabelecidos por anos, a RITATIA 71, estarão aqui prontos para suportar esse crescimento
25:45que é vertiginoso.
25:46Hoje, eletricidade ocupa 20% da matriz energética do mundo.
25:53A tendência, segundo a IEA, é que em 2030, em 2040, 45, já ocupe 50% da matriz de energia.
26:05Olha o salto da eletricidade.
26:08Então, é um caminho sem volta.
26:09Muito bem.
26:09Mas que tem como resolver.
26:11Miguel, voltando à questão do plano de descarbonização que você estava falando,
26:17como articular esses pilares, como a motiva pretende articular esses pilares, essas iniciativas
26:25com os setores público e privado que usam rodovias, que usam ferrovias, que usam hidrovias,
26:31exatamente para garantir eficiência, competitividade?
26:36Cris, este desafio é um desafio sistémico, não é?
26:40É um desafio da sociedade, é um desafio que junta poder público, junta iniciativa privada,
26:47mundo associativo.
26:49Nós tivemos o cuidado, neste trabalho que fizemos, de fazer o advocacy das recomendações da coalizão,
26:55junto do Ministério do Meio Ambiente, junto do Ministério de Minas e Energia, junto do Ministério
27:00dos Transportes, de Portos e Aeroportos, portanto temos que ter a participação de todos os
27:05setores do poder público, digamos assim, para que estes planos possam ser suportados
27:13por política pública.
27:14Portanto, a política pública dá o sinal, ela dá a direção correta.
27:18Essa política pública tem que ser reverberada, tem que reverberar nos quadros regulatórios,
27:23em cada um dos segmentos, estabelecer os sinais de preços, estabelecer os incentivos
27:27para que as indústrias, para que os setores se mobilizem numa dada direção.
27:32Portanto, costumamos dizer que este é um daqueles desafios que tem que ser a todas as
27:37mãos, all hands on deck.
27:39Todo mundo tem que andar de mãos dadas, para que dê certo.
27:41Não se vai resolver simplesmente com a iniciativa privada ou simplesmente com o poder público,
27:45não é?
27:46E esse é o desafio que nós temos neste momento em cima da mesa.
27:50Eu há pouco não disse, mas são três alavancas principais nesta descarbonização.
27:54A primeira, estava a começar a falar sobre isso, é a alteração da matriz de transporte.
27:58A matriz de transporte hoje é muito rodoviária, tem que passar a ter mais presença hidroviária,
28:03ferroviária, não é?
28:04Hoje são cerca de 30% de todo o transporte no país que é feito com hidrovias e ferrovias
28:10tem que passar para 55, 60%.
28:12Portanto, essa é uma tendência.
28:132050, há pouco você falava o que é que é médio prazo, o que é que é curto prazo.
28:172050, não é?
28:18É a visão deste plano.
28:19Depois, a outra dimensão é a dimensão da eletromobilidade.
28:24Nós hoje ainda temos muito pouca mobilidade com veículos elétricos ou veículos híbridos,
28:29não é?
28:29E essa é uma dimensão, e o setor elétrico também sabe bem disso, que é muito transformadora
28:34no transporte, não é?
28:36Portanto, a penetração de veículos elétricos e veículos híbridos na nossa matriz de transporte.
28:40E a terceira, que é uma vantagem competitiva do Brasil, são os biocombustíveis, não é?
28:44Os biocombustíveis que já hoje estão muito presentes no nosso transporte e que podem ter
28:48uma presença maior.
28:49Portanto, este estudo advoga que nós podemos dobrar a dimensão de utilização dos biocombustíveis
28:53no país.
28:55E, portanto, tudo isso permitirá chegar a 2050 com um nível de emissões 70% menor, 70%
29:02menor do que se nós não fizermos nada.
29:04O país vai crescer, portanto, a emissão que é hoje de cerca de 260 milhões de toneladas,
29:12ela vai crescer para 420, não é?
29:15Se não fizermos nada.
29:17E esta colisão propõe 90 alavancas, 90 iniciativas, das quais estas três que eu mencionei representam
29:24mais de 90% do impacto, para reduzir no final desse período cerca de 70% dessas emissões.
29:30Muito obrigado, Miguel.
29:32Vamos fazer mais uma ronda de perguntas antes de abrir a vocês, o público, para fazerem
29:37as suas próprias perguntas.
29:39Então, Muni, o Miguel acaba de falar dos biocombustíveis e da sua vontade de que o Brasil dobrasse
29:46a produção.
29:48Também se ouve muito as críticas de que o aumento em produção de biocombustíveis poderia
29:53afetar, poderia prejudicar a produção de alimentos.
29:55O Brasil tem capacidade de dobrar a produção de biocombustíveis sem afetar negativamente
30:01a produção de alimentos?
30:03Sim, as nossas análises da CNA concluem que há perfeitamente, graças ao gigantismo
30:14do nosso país, a disponibilidade de áreas cultiváveis nos permitem conciliar essa expansão, tanto
30:25da produção de biocombustíveis quanto da produção de alimentos.
30:29Sem desmatamento?
30:30Sem desmatamento.
30:31E é bom que se diga que nós, do agro e a CNA, defendemos o estrito cumprimento dos limites
30:41legais.
30:43E é importante dizer que o desmatamento ilegal que nós condenamos é uma prática cada vez
30:49mais residual.
30:50Inclusive, segundo dados oficiais do governo, 1% dos produtores rurais brasileiros usaram
30:56desse expediente.
30:57Então, cada vez mais isso é residual e nós não podemos confundir 1% com a maioria absoluta
31:04de produtores rurais comprometidos em cumprir a nossa legislação.
31:08Para nós, do agro, os extremos não nos servem nem a exploração predatória e racional a
31:17qualquer preço, nem a intocabilidade, a santuarização.
31:22Nós defendemos o caminho do meio, baseado na ciência e na tecnologia, na produtividade,
31:29de mãos dadas com a Embrapa e fazendo essa caminhada.
31:33Para nós não há contradição, Michael, entre produção de alimentos e sustentabilidade
31:39ambiental.
31:40Nosso país, um país em desenvolvimento, com uma série de desafios, dificuldades, conseguiu
31:47ser um exemplo de produção de alimentos nos trópicos e que consegue avançar.
31:55Lógico, temos desafios, precisamos massificar assistência técnica, transferência de tecnologia,
32:02principalmente para a grande parcela de pequenos produtores que precisam ter essa assistência
32:08técnica.
32:09E aqui estamos tentando contribuir nesse sentido pela CNA com o nosso braço educacional,
32:14que é o SENAR, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, que atende milhares e até milhões
32:19de produtores de norte a sul do Brasil com formação profissional rural, com assistência
32:24técnica e gerencial gratuita em todas as áreas do agro brasileiro.
32:28Obrigado.
32:28Clarissa, para garantir segurança, rastrabilidade dos certificados de energia renovável e também
32:35dos créditos de carbono, como é que as tecnologias recentes podem contribuir para gerar confiança
32:41aos investidores e ampliar esse impacto positivo na cadeia produtiva sustentável?
32:47Boa.
32:49Quando a gente senta com o cliente para entender a necessidade dele de neutralizar o seu impacto,
32:57normalmente o que a gente começa é entendendo o seu consumo.
33:01Então, onde está o seu escopo 1, seu escopo 2, seu escopo 3?
33:04Inclusive, a gente até fez um investimento recente numa startup para poder fazer essa
33:11leitura.
33:12Então, o trabalho normalmente começa em reduzir a pegada de carbono.
33:16Então, como é que a gente consome energia renovável?
33:20O que tem de eficiência energética para ser feito no seu negócio?
33:25A gente tem uma matriz industrial brasileira com mais de 10, 15 anos que tem muita oportunidade
33:33para reduzir também consumo através de eficiência energética.
33:38Então, a gente começa por esse lado antes de chegar naquilo que o cliente, que a indústria
33:46consome e que precisa, muitas vezes, comprar créditos.
33:51Então, sem dúvida, tem toda uma tecnologia por trás dos créditos.
33:56A gente tem uma mesa de crédito de carbono justamente para juntar essa ponta de cliente
34:01com gerador, porque é uma preocupação.
34:04Se você está comprando um crédito bom, se você está comprando um crédito rastreável,
34:08tem várias tecnologias, inclusive de blockchain, você tem certificações internacionais.
34:13Então, dependendo do cliente, ele quer um tipo de crédito de carbono, pode ser de energia
34:21renovável, mas tem todos os tipos de crédito.
34:24Então, é importante a gente saber de quem que a gente está comprando para ter certeza
34:29que seja um crédito de carbono, seja também um iREC.
34:33Quando você compra energia, você quer também ter certeza que ela vem de fonte renovável.
34:39Então, parece simples, mas tem uma complexidade por trás para você ter certeza que você
34:44está comprando um produto de qualidade.
34:49Obrigado, Clarice.
34:51Glauco, como você é presidente da filial brasileira de uma empresa multinacional, mundial,
34:56que é a Hitachi, estou interessado em saber que tão competitivo está o Brasil agora
35:02para projetos de energia, energia renovável, transmissão.
35:05Quando você está brigando para recursos da Hitachi a nível mundial, quais são os positivos
35:10e negativos que tem o Brasil, comparado com outros países, como lugar para investir em
35:15projetos de energia?
35:18Excelente pergunta.
35:19E uma pergunta bem diferente.
35:23A Hitachi, ela tem uma...
35:30A estratégia dela é global, apesar de agirmos localmente.
35:35Então, hoje, a Hitachi, como provedora de soluções e transmissão de energia, ela
35:42está no lugar certo, na hora certa.
35:44Impressionante como os japoneses tiveram a perspicácia de adquirir esse negócio momentos
35:50antes do boom na transmissão.
35:54Então, toda a Hitachi hoje trabalha para atender essa demanda global de transmissão de energia,
36:01que é muito maior do que a oferta mundial.
36:05Então, hoje, o Brasil exporta como nunca exportou, graças à sua capacidade técnica, capacidade fabril,
36:19a empresa se preparou para isso, e recursos humanos, que é também um dos grandes gargalos.
36:25Mas os desafios são enormes.
36:28A Hitachi anunciou um investimento de 3 bilhões de dólares em tecnologia, inovação e digital em 2020,
36:38até 2023, que não foram suficientes para atender a demanda global.
36:44Mais 6 bilhões de dólares anunciados, de 2024 a 2027, dos quais 1,5 no aumento da capacidade de produção.
36:54E aí, foi um enorme exercício, porque o maior mercado consumidor hoje de transmissão de energia do mundo
37:03são os Estados Unidos.
37:04E a fábrica que foi designada para atendê-los, a princípio, era o Brasil.
37:12Mas essa é a beleza de uma empresa global.
37:15O tarifácio, ele vem para criar mais um desafio?
37:23Vem.
37:24Mas a demanda é enorme.
37:27A demanda dos Estados Unidos é enorme.
37:29Porque eles aceleraram a transição energética.
37:32Então, se eu não puder atender, atenderei de outros mercados e outros países o atenderão.
37:42Sobre o tarifácio em específico, a Hitachi é consignatária de alguns documentos enviados ao MEDIC
37:49que solicitam, na realidade que propõe um plano de contingenciamento para o tarifácio.
37:57E o plano Brasil Soberano, que foi lançado semana passada, ele engloba algumas dessas sugestões.
38:03Então, legal. Isso foi feito via BDIB, a BINI, consulado da Suíça.
38:07Mas a empresa continua investindo.
38:11Éramos 42 mil funcionários em 2020, o Brasil 1.077.
38:17E hoje somos mais de 50 mil no mundo.
38:19Aqui no Brasil, mais de 1.700.
38:22Com novos 600 chegando com as expansões.
38:25O legal é que sozinho a gente não consegue fazer nada, Maicon.
38:28Colaboração é essencial.
38:31E estava conversando com a Clarissa.
38:33A gente tem alguns projetos sendo discutidos em conjunto.
38:38Se Deus quiser, o primeiro saindo.
38:40Estava conversando com o Miguel.
38:41O Miguel tem sido um super parceiro no escoamento das nossas máquinas pela Via Dutra.
38:48Não sei quem teve a oportunidade de ver a maior transformadora já produzida do Brasil.
38:53Gostamos das parcerias entre os nossos parceiros.
38:56Essa palavra não para mais.
38:58Mas é algo...
38:59Exatamente nisso.
39:01Mas olha que legal.
39:02É o Brasil exportando o estado da arte na transmissão de energia e não apenas commodity.
39:09Olha que beleza.
39:10Vamos passar para o Miguel, então, antes de passar para a pergunta de vocês.
39:13Bom, Miguel, voltando ao plano para a descarbonização,
39:15o que vocês pretendem, projetam reduzir,
39:19é o equivalente à retirada de 62,4 milhões de veículos das ruas.
39:24Isso além de um potencial para mobilizar cerca de 600 bilhões de reais em investimentos verdes.
39:31A minha pergunta é o seguinte.
39:33Como se planeja medir e comunicar o progresso dessas ações?
39:38E assegurar que, de fato, isso vai acontecer.
39:39Acontece, não é, Cris?
39:41O próximo passo da colisão é estabelecer uma governança que permita fazer o acompanhamento deste plano.
39:46Portanto, até agora e estes próximos meses são momentos de advocacy,
39:51são momentos de influenciar a política pública,
39:54de estar junto do governo brasileiro nesta negociação que se vai realizar na COP30,
40:00e poder fazer parte da formação desse quadro regulatório,
40:05desse quadro de política pública que tem que estar conducente,
40:09que tem que estar ao serviço de uma descarbonização.
40:13Portanto, esse é o próximo passo.
40:15O passo seguinte, que é o pós-Coop, é esta estrutura, esta colisão com 50 entidades,
40:22ela vai fazer um acompanhamento, ano a ano,
40:24daquilo que são as várias frentes de trabalho que se recomendaram neste plano de trabalho.
40:31Eu dou o exemplo concreto da nossa empresa.
40:35A Motiva foi a primeira empresa no Brasil a estabelecer as chamadas metas SBTI,
40:40Science Based Target Initiative.
40:42Portanto, temos metas de descarbonização de redução de 59% até 2033,
40:47nos escopos 1 e 2.
40:49Escopo 3 também cerca de 27%.
40:51E, portanto, ter, digamos, um caminho para a neutralidade carbónica já pactuado,
40:56digamos assim, com o mercado.
40:57E estamos fazendo uma série de projetos.
40:59Estamos hoje, somos hoje sócios, como disse,
41:01de uma usina eólica no Piauí.
41:06Portanto, hoje somos produtores de energia renovável também, junto com a Neo Energia.
41:11Uma parte muito substancial do nosso consumo já é totalmente suprido com a energia renovável,
41:17com a energia eólica.
41:18Desde o ano passado temos 100% do nosso consumo renovável,
41:22ou com créditos de carbono, ou com a própria produção dessa energia.
41:27Utilização de biocombustíveis na nossa frota.
41:30Cerca de 95% da frota já é toda com biocombustível.
41:33Electrificação de frota pesada.
41:36Estamos fazendo guinchos elétricos.
41:38Nas nossas concessões já são tudo guinchos com equipamento elétrico.
41:43Utilização de asfalto, o chamado fresado, o resíduo do asfalto,
41:47para fazer pavimentação, portanto, fazer reutilização daquilo que são os resíduos
41:52da nossa atividade.
41:53E, portanto, temos um plano muito, muito extenso.
41:56É isso que, no fundo, essa escala, Michael, que é fazer com que as iniciativas privadas
42:01se multipliquem e ganhem escala com política pública bem direcionada
42:06e com os quadros regulatórios estabilizados e com os incentivos corretos.
42:10Esse é o segredo.
42:11Obrigado, Miguel.
42:11Acho que, Cris, vamos passar a...
42:13Vamos, vamos.
42:14Aqui, já tem uma pessoa aqui.
42:16Minha pergunta para ti, Munir, o que falta para que essa bolha águia fique mais clara
42:20para o resto do Brasil entender e ter orgulho do águia que a gente realmente deveria ter?
42:25Bom, Guilherme, excelente, concordo.
42:28Kleber, desculpa, Kleber, concordo integralmente com as suas colocações.
42:31Ficou tão emocionado com a pergunta, né?
42:35Mudou o nome dele.
42:38Temos total identidade, precisamos amplificar isso, né?
42:41E nós vamos participar, inclusive, da COP30 com esse objetivo, sabe?
42:46De tentar desmistificar uma série de narrativas que existem, que foram sendo criadas aí e que distorcem a imagem do nosso agro,
42:58do produto do agro brasileiro, entendeu?
43:00Que a gente precisa ter orgulho, entendeu?
43:02Nós temos, infelizmente, brasileiros jogando pedra no nosso país, né?
43:08A gente espera, então, na COP30, mostrar isso.
43:11Para o mundo que vai estar de olho, mostrar com orgulho, de cabeça erguida, esse agro brasileiro que é fantástico,
43:18que produz alimentos e preserva.
43:20A mesma mão que planta, preserva.
43:22Vamos exibir com orgulho, e mandamos já traduzir pela CDA, o Código Florestal Brasileiro para inglês e espanhol,
43:32para mostrar com orgulho, como um troféu, de que o nosso país tem a legislação ambiental mais rigorosa,
43:40ou uma das mais rigorosas.
43:41E vamos levar esses números.
43:43Vamos estar em estreita cooperação com a ciência brasileira.
43:47Vamos fazer, de forma inédita, a Agrizone, lá em Belém, na Embrapa, Amazônia Oriental,
43:52a Casa do Agro do Brasil, na COP30, para mostrar ao mundo, para os formadores de opinião,
43:58o Plano ABC, de Agricultura de Baixo Carbono, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta,
44:02o Plantio Direto, com uma prática conservacionista, que o Brasil é líder mundial.
44:06Então, mostrando que realmente nós temos vários dados, como você mostrou.
44:12Esse trabalho do IPEV, de logística reversa, isso é exemplo para o mundo inteiro.
44:17Reserva legal, isso só tem no Brasil.
44:21Esse mundo que tanto nos cobra, não tem isso na legislação.
44:25Não tem na União Europeia, não tem nos Estados Unidos, não tem na China,
44:29mas eles apontam o dedo para nós.
44:30Então, a gente precisa dizer isso com altivez, de que nós temos orgulho desse setor,
44:38que é gerador de emprego, divisa e superávit da balança comercial e comida.
44:43Então, porque a gente também preconiza que nós temos que discutir segurança climática,
44:48mas também segurança alimentar, como algo que está interligado com mais de um bilhão de seres humanos,
44:53que todos os dias não têm acesso à alimentação básica,
44:56e que o Brasil tem uma grande responsabilidade, reconhecida inclusive pela FAO,
45:01de saciar parte dessa fome mundial que existe.
45:05Bom, a gente agradece muito aqui a esse debate que trouxe caminhos
45:09para um futuro mais sustentável, mais competitivo.
45:13Um prazer de verdade ter vocês quatro aqui.
45:15Também queria agradecer a participação do público.
45:18A gente pede desculpas por não ter podido abrir para mais perguntas,
45:22mas o tempo urge, então não tem jeito.
45:24Obrigada a vocês, especialmente, e muito obrigada a vocês, Michael.
45:29Muito obrigado a todos.
45:30Muito obrigado por assistir.
45:31Aplausos.
45:35Aplausos.
45:37Aplausos.
45:38Aplausos.
45:39Aplausos.
45:42Aplausos.
45:44Aplausos.
45:45Obrigado.
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