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O presidente da CPMI do INSS, Carlos Viana (Podemos-MG), decretou na segunda-feira, 29, a prisão do presidente da Conafer, Carlos Roberto Lopes, por falso testemunho à comissão que investiga o roubo de aposentados e pensionistas, cometido por meio de descontos não autorizados em folha de pagamento.
Conafer é a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais, uma das entidades investigadas no escândalo.
Carlos Roberto Lopes, porém, pagou fiança e acabou solto por volta das 4 horas da madrugada.
Felipe Moura Brasil, Duda Teixeira e Ricardo Kertzman comentam:
Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.
Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.
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Conafer é a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais, uma das entidades investigadas no escândalo.
Carlos Roberto Lopes, porém, pagou fiança e acabou solto por volta das 4 horas da madrugada.
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NotíciasTranscrição
00:00O presidente da CPMI do INSS, Carlos Viana, do Podemos de Minas Gerais,
00:05decretou no fim da noite de segunda-feira 29 a prisão do presidente da Conafer,
00:09Carlos Roberto Lopes, por falso testemunho à comissão que investiga o roubo de aposentados e pensionistas
00:14cometido por meio de descontos não autorizados em folha de pagamento.
00:19Conafer é a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais,
00:24uma das entidades investigadas no escândalo.
00:27Carlos Roberto Lopes, porém, pagou fiança e acabou solto por volta das 4 horas da madrugada.
00:33Agora nós vamos exibir e comentar vídeos com trechos emblemáticos e até impagáveis da sessão.
00:40Repita, é o resumão mais completo e minucioso que você vê em programa audiovisual jornalístico.
00:46O relator da CPMI do INSS, Alfredo Gaspar, da União Brasil de Alagoas,
00:50confrontou o presidente da Conafer com imagens de termos de adesão assinados por mortos.
00:57Em 2024, de acordo com Gaspar, a Controladoria Geral da União, CGU,
01:01obrigou a entidade a enviar 100 fichas para conferências de regularidade nas adesões de filiados.
01:09Entre os documentos enviados, estava um assinado por uma pessoa, Maria,
01:14que já havia morrido há 5 anos, e outro por um indivíduo, Gilberto, que morreu há 20 anos.
01:20O relator fez então uma pergunta curiosa sobre esse padrão repetido, segundo ele, mais de 300 vezes.
01:27Vamos assistir.
01:27O senhor presidente da Conafer, o senhor mandou, não foi a CGU não, foi o senhor.
01:37O senhor mandou a ficha da dona Maria Rodrigues.
01:41A dona Maria Rodrigues já tinha morrido há 5 anos e fez uma assinatura.
01:48Olha, esse padrão se repetiu mais de 300 vezes pela Conafer.
01:56O Gilberto morreu há 20 anos, mas assinou.
02:05É padrão da Conafer ressuscitar mortos para assinatura de descontos associativos?
02:11É padrão do INSS ter defunto recebendo benefício?
02:18É padrão do INSS aceitar desconto em defunto?
02:25A pergunta é bem objetiva.
02:28É padrão Conafer ressuscitar mortos para conseguir descontos associativos?
02:35Sim ou não?
02:37Se o morto estiver recebendo benefício pelo jeito sim, né?
02:40Presidente, eu quero parabenizar que a Conafer botou no bolso 800 milhões de aposentados e pensionistas,
02:50sendo que 100% do recorte feito pelo CGU não tinha autorizações válidas.
03:00A pergunta ao depoente.
03:03A Conafer repetiu esse padrão centenas de vezes.
03:09O senhor tinha conhecimento disso?
03:12Eu não.
03:12A Conafer desconhece que pessoas em óbito recebam benefício, nobre relator.
03:18Tá aí.
03:19Vocês viram a pergunta.
03:21É padrão da Conafer ressuscitar mortos para conseguir descontos?
03:25E ele respondeu ali de uma maneira até ousada e gerou um burburinho na sessão.
03:30Então, se o morto estiver recebendo benefício, pelo jeito sim, né?
03:33Meio que debochou ali do próprio relator.
03:37E o considerou ousado pela sua reação também.
03:40Alfredo Gaspar apontou ainda que a Conafer saiu de 400 mil reais de arrecadação em 2019
03:45para 300 milhões de reais em 2024.
03:49Foi aumentando ano a ano.
03:50Então, ele questionou a que se deve esse salto
03:53e como o presidente da entidade explica as reclamações
03:56de mais de 71 mil aposentados e pensionistas
03:59de que a Conafer meteu a mão no bolso deles sem autorização.
04:03Vamos assistir.
04:04Em 2024, arrecadou quase 300 milhões de reais.
04:11A que deve esse salto ano após ano de arrecadação?
04:15Organização e entrega de trabalho.
04:17E como é que o senhor explica nessa organização e entrega de trabalho
04:22ter um recorte da CGU mostrando que nenhum aposentado entrevistado
04:28tinha dado essa autorização?
04:30Eu desconheço tal metodologia do CGU que levou a tal afirmação.
04:33Como o senhor explica que mais de 71 mil aposentados e pensionistas
04:39disseram que a Conafer meteu a mão no bolso deles sem ter autorizado?
04:43Reparando todos que fizessem algum tipo de reclamação associativa.
04:47Eu não estou perguntando isso.
04:49Não é roubando o celular na esquina devolvendo o celular.
04:52Ninguém agradou todo mundo.
04:53Eu quero saber...
04:54Tem gente que se associou e tem que mostrar social.
04:55Então, o senhor acha normal 71 mil reclamações de descontos não autorizados?
05:01Só te mostrar o que eu acho normal.
05:02Não, a pergunta é essa. O senhor acha normal?
05:04Não, não acho normal.
05:05Tá.
05:06Agora, se a gente sabe, a prestação de serviço...
05:08A pergunta o senhor já respondeu.
05:10Senhor presidente, senhor presidente, a pergunta já respondeu.
05:13Eu quero responder, senhor presidente.
05:14Olha, eu vou finalizar fazendo duas perguntas ao senhor.
05:20O careca do INSS tem vínculo direto com o Maurício Camisote.
05:25Meter a mão com força no dinheiro do povo.
05:28Mas hoje, a gente descobriu outro Maurício Camisote.
05:33Se chama Carlos Roberto Ferreira Lopes.
05:38Pelas mãos da Conafé, passaram mais de 800 milhões de reais.
05:42Aqui, nós descobrimos, porque o tempo foi curto,
05:45que 140 milhões foram direcionados diretamente para o assessor dele, Cícero Marcelino.
05:52Se isso não for lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e formação de organização criminosa,
05:57é melhor fechar a CPMI.
05:59Obrigado.
06:02Obrigado, relator.
06:05Muito bem.
06:06Preciso frisar, porque esse é um trecho impagável para quem não pegou ali.
06:09Quando o relator questionou, como é que ele explica 71 mil aposentados e pensionistas
06:16dizendo que a Conafé meteu a mão no bolso dele sem ter autorização,
06:19ele fala assim, reparando todos que fizessem algum tipo de reclamação associativa.
06:24O que isso quer dizer?
06:25é que você tem a possibilidade de estar havendo um desconto indevido e se colar, colou.
06:34Quer dizer, se ninguém reclamar, a arrecadação da entidade vai aumentando.
06:39Quando ele é questionado sobre a reclamação, ele fala,
06:42olha, quando isso acontece a gente repara quando alguém reclama.
06:45E aí o relator solta uma frase muito boa no momento.
06:48Ele fala assim, não estou perguntando isso.
06:51Não é roubando o celular na esquina, devolvendo o celular.
06:56Quer dizer, não é a questão de você já ter feito algo indevido e aí depois você devolve se há a reclamação.
07:03Ele está perguntando como é que o senhor explica que tem essa reclamação.
07:07Quer dizer, não era para estar acontecendo nem na base do se colar, colou, que é o que fica aparecendo.
07:11E aí o depoente dá uma resposta que é de uma cara de pau muito grande.
07:16Ele fala assim, ninguém agradou todo mundo, o relator.
07:19Mas, olha, entre não agradar todo mundo e desagradar 71 mil pessoas, aposentados e pensionistas,
07:26que estão reclamando por não terem autorizado o desconto, vai a uma distância bastante grande.
07:30E aí depois ele aponta ali lavagem de dinheiro, etc.
07:34Faz uma comparação do Carlos Roberto Lopes, presidente da Conafer, com o careca do INSS,
07:39que é o Antônio Camilo, lobista, e com o Maurício Camisotti, que foi preso junto com ele,
07:44outro lobista, no dia 12 de setembro.
07:47Preventivamente, claro.
07:48E depois disso, o deputado federal Kim Kataguiri da União Brasil de São Paulo
07:51encurralou o presidente da Conafer, Carlos Roberto Lopes.
07:54Sob a gestão de Lopes, a Conafer realizou um pagamento de 100 milhões de reais
07:58para Santos Agroindústria Atacadista e Varejista,
08:03uma empresa que o depoente identificou como fornecedora de insumos para a confederação.
08:08O Lopes, porém, disse não saber que o dono dessa Santos era o Cícero Marcelino de Souza Santos,
08:15seu próprio sócio em outra empresa, a TB Holding Financeira.
08:20Vamos assistir a esse trecho ilustrativo.
08:22Uma questão fundamental, que eu acho que é um ponto central das afirmações que você fez ao relator,
08:29é que foi feito o pagamento de 100 milhões de reais para aquela empresa, Santos,
08:35e quando o relator questionou, o senhor disse que não conhece o dono,
08:39que não sabia quem era o dono dessa empresa.
08:41O senhor ainda sustenta essa afirmação?
08:44Eu me reservo ao direito constitucional do primeiro e sem silêncio.
08:47É, o senhor se reserva esse direito porque logo depois o senhor disse que ele é seu sócio.
08:52Então, como que a Conafé, sob a sua gestão, com a caneta na sua mão,
08:58ela faz uma compra de 100 milhões de reais com uma pessoa,
09:01e aí o relator pergunta, você sabe quem é o dono dessa empresa?
09:04Aí você diz, não sei, porque o que me interessa são os insumos,
09:07o que me interessa são os serviços, o que me interessa são os produtos.
09:10Até aí, uma resposta duvidosa, porque assim, eu nunca geri uma empresa de 100 milhões de reais,
09:19mas eu imagino que se eu gerisse e eu comprasse 100 milhões de reais de alguém,
09:23de qualquer empresa que seja, eu conheceria o dono.
09:25Não só o dono, como boa parte da diretoria.
09:27Mas até aí ainda é possível, vamos dizer, que você cometeu um erro excusável.
09:33Mas a partir daí a gente tem a revelação de que essa compra de 100 milhões de reais
09:37é do dono de uma empresa que é seu sócio.
09:39Então, peraí, você tem um sócio num negócio privado seu,
09:43e aí você diz que enquanto presidente da Conafé você pagou 100 milhões de reais
09:46pra uma empresa que você dizia que não sabia o dono, mas o dono é seu sócio.
09:49Então, assim, é natural que você exerça o direito de ficar calado, porque isso te incrimina.
09:55Inclusive, presidente, eu terminaria essa minha fala porque é patente a mentira que foi colocada,
10:02não é, assim, nenhum juiz consideraria aceitável uma testemunha dizer
10:09que pagou 100 milhões de reais pra uma empresa, que não conhece o dono dessa empresa,
10:15sendo que é público que essa pessoa é sócio dessa empresa.
10:20Então, eu solicitaria, senhor presidente, ao final dessa reunião,
10:25como foi feito em outra ocasião, com base no 342 do Código Penal,
10:29no 301 e no 302 do Código de Processo Penal,
10:32a decretação de prisão em flagrante por falso testemunho.
10:36E o presidente da Conafé não soube explicar ao senador Sérgio Moro, da União Brasil do Paraná,
10:41pagamento de 29 milhões, de 64 milhões e também esse de 100 milhões de reais feitos pela entidade.
10:50Moro apontou que não são valores triviais,
10:52considerou muito difícil entender a falta de memória de Carlos Roberto Lopes nesse momento
10:56e questionou se ele administrava mesmo a Conafé ou se é um laranja.
11:00Vamos assistir.
11:02Milhões da Conafé foram pagos para nobres serviços e eventos entre fevereiro de 22 a janeiro de 24.
11:08O que faz a Nobre Serviços? Também é do Cícero?
11:12Presta serviços, presta fornecimento de bens e serviços para a Conafé.
11:16Quais serviços?
11:19Estarei apresentando a CPMI quais os objetivos de cada mês de pago, o que foi realizado e executado.
11:26Aqui eu não tenho a objetividade da pergunta.
11:28Consta que a Nobre Serviços recebeu 27 milhões da Conafé,
11:32daí mandou 8 milhões para a Santos Consultoria,
11:34e a Santos Consultoria devolveu 7 milhões para Nobre Serviços.
11:40Pode esclarecer essas transações?
11:42Não posso aqui ditar a resposta de relações de terceiros.
11:46Consta que a Too Hard Cars também é do senhor Cícero?
11:50Não posso responder, não conheço.
11:52O senhor pagou 64 milhões.
11:54A Conafé pagou, dirigida para o senhor, pagou 64 milhões entre março de 22 a janeiro de 24,
12:01para a Hyder Cars, 64 milhões.
12:06Nobre senador Moro, a Conafé atende 27 estados e 2.950 municípios.
12:11Mas 64 milhões é algum valor trivial para o senhor?
12:14Não, senhor, não desconheço tal objetividade.
12:16O senhor administrava realmente a Conafé ou o senhor é um laranja, então, do senhor Cícero, alguma coisa parecida?
12:21Não, eu sou o presidente da instituição.
12:22O senhor não saber, 100 milhões para Santos Consultoria, 27 milhões para Nobre Serviços,
12:28114 milhões para Too Hard Cars, para mim parece muito difícil de entender a sua falta de memória nesse momento.
12:35Silêncio, por favor.
12:36Não é falta de memória, não, nobre senador.
12:37Silêncio.
12:38Não ter a especificidade da informação.
12:42Não ter a especificidade da informação.
12:45Reparem que ele, assim como aconteceu com o careca do INSS, enrola a respeito de qual foi o serviço prestado
12:53para que fosse justificável o pagamento milionário.
12:58Lembram que o Sérgio Moro, nós mostramos aqui no Papo Antagonista, o corte inclusive viralizou,
13:02está disponível no nosso baú, na nossa playlist no canal de YouTube.
13:05Ele ficou questionando detalhes a respeito dos serviços prestados e aí o careca do INSS foi se enrolando.
13:13Esse aí mal começou.
13:15Ele falou, não tem essa informação, depois eu passo para vocês, etc.
13:18Muito bem, então a desconfiança é de que você tem um serviço não prestado
13:23ou um serviço prestado de uma maneira pequena simplesmente para encobrir um repasse de dinheiro
13:27num escândalo de desvios, etc.
13:30Vamos assistir por fim ao momento em que o presidente da CPMI do INSS, Carlos Viana,
13:34deu voz de prisão ao presidente da Conafer, Carlos Roberto Lopes.
13:39Esta CPMI advertiu o depoente desde o início da sua obrigação legal de dizer a verdade.
13:49Entretanto, durante essa sessão, ficou constatado que o depoente omitiu diversas informações
13:55deliberadamente, entrou em contradição em várias delas e, ao ser questionado novamente
14:03pelo relator e por membros desta comissão, manteve as afirmações.
14:09Essas contradições configuram uma mentira deliberada e ocultação de informações
14:14com o intuito de prejudicar as investigações dessa comissão.
14:17O Código Penal, no artigo 342, tipifica o crime de falso testemunho.
14:23Além disso, nos termos dos artigos 301, 302, 304 do Código de Processo Penal,
14:28está caracterizado o flagrante delito.
14:30Eu sei que a nossa voz de prisão aqui se repetirá, como todas as outras, em que a pessoa será
14:40ouvida, liberada e possivelmente teremos mais uma vez.
14:44Mas há um grito na garganta de todos os brasileiros em relação a essa impunidade.
14:50Portanto, em nome dos aposentados, das viúvas, dos órgãos, dos órfãos brasileiros, decreto
14:56a prisão em flagrante do depoente pelo crime de falso testemunho.
15:00Determino a Polícia Legislativa que proceda imediatamente à condução do preso, com todas
15:04as garantias constitucionais, comunicando-se à autoridade judicial competente.
15:10E afirmo diante do Brasil, o senhor está preso em nome dos aposentados, das viúvas e
15:16dos órgãos, dos órfãos do nosso Brasil.
15:18Quem rouba aposentado, rouba do nosso país, dos brasileiros.
15:22E aqui quem mente, paga o preço.
15:24Peço à Polícia Legislativa que cumpra a determinação.
15:29Nada mais havendo a tratar, agradeço a presença de todos, declaro encerrada a presente reunião,
15:35convidando-os para a próxima a ser realizada no dia 2, no 10 às 9 horas, neste mesmo plenário
15:41com pauta a ser divulgada pela Secretaria.
15:45Muito bem, repito o que eu falei no começo, o Carlos Roberto Lopes acabou pagando fiança
15:49e sendo solto por volta das 4 horas da madrugada.
15:51Depois, inclusive, a gente vai ver que o presidente da comissão, o Carlos Viana, ele criticou
15:57o STF, criticou o PGR, falou a respeito dessa questão de soltura, da investigação no próximo
16:02bloco.
16:03Doutor Teixeira, para começar a comentar, o que você destaca?
16:05Acho que o Carlos Roberto Lopes, ele teve uma atitude ali que parecia um pouco de deboche,
16:12ele escuta as acusações e em vez de responder ou de não responder, ele vai lá e improvisa
16:21uma resposta para tentar ali, talvez meio que quebrar o gelo, então se eles estivessem recebendo,
16:30então eles poderiam ser descontados, né?
16:32Quer dizer, e aí eu acho que essa CPMI do INSS que está sendo acompanhada pela população
16:39brasileira, a gente sabe que há uma irritação muito grande da população e uma cobrança da
16:48população para que os parlamentares realmente façam alguma coisa, para que isso não acabe
16:53em pizza.
16:55E aí eu acho que o Carlos Roberto Lopes acabou abusando ali do direito dele de participar
17:01da CPMI, de dar as respostas e aí levou o Carlos Viana a tomar essa decisão de emitir
17:10ali uma ordem de prisão.
17:12Eu acho que também, eu acho que o Carlos Viana e as pessoas que participam dessa CPMI também
17:20precisam aprender que não podem ficar toda hora dando voz de prisão, isso é contraproducente.
17:27O que que isso pode levar os depoentes, possíveis depoentes a fazer?
17:32Não vou lá porque senão vão me mandar me prender, né?
17:35Vou pedir um habeas corpus no STF para não correr o risco de ter um vexame lá na CPMI.
17:43Então isso acaba, pode prejudicar as investigações.
17:46Acho que é melhor que eles aprendam aí e façam só boas inquirições.
17:53E a gente estava comentando aqui os vídeos da sessão de ontem da CPMI do INSS, o Duda
17:58Teixeira começou a analisar, eu quero ouvir Ricardo Kertzmann e depois vocês fiquem à
18:02vontade aí nessa rodada de comentários pós-resumão mais completo de programa audiovisual
18:07jornalístico.
18:08Diga, Ricardo.
18:08Olha, Felipe, em primeiro lugar, é muito impressionante quando a gente se depara com
18:14esses números e com a facilidade com que essas pessoas vão discorrendo sobre suas
18:21atitudes.
18:22E é mais impressionante ainda a gente constatar que esse esquema já havia há cinco ou seis
18:28anos que se encontrava em operação e só foi descoberto, na verdade, só veio à tona
18:33isso tudo e a gente só tem uma CPMI, a partir do trabalho da própria imprensa que investigou
18:38e trouxe luz a esses fatos, porque senão talvez isso continuasse a ocorrer de forma camuflada.
18:45É impressionante como não há controle na burocracia brasileira ou se há controle, há uma tremenda
18:52de uma falta de vontade de verificar, de observar esses controles.
18:57O Felipe, eu queria chamar a atenção para dois pontos aqui, dois fatos, você já destacou
19:03um, é a tremenda cara de pau do depoente, quando ele diz que nem todo mundo, ninguém
19:09pode agradar a todos, diante do fato que mais de 70 mil pessoas, 71 mil pessoas pensionistas
19:16reclamaram dos descontos indevidos.
19:19Mas mais cara de pau ainda é ele justificar o aumento de cerca de 400 mil reais de faturamento
19:25da entidade dele para mais de 300 milhões de reais, porque, abrindo aspas para ele
19:31aqui, isso significa muita organização e entrega de trabalho, fecha aspas.
19:37Ou seja, ele realmente faz chacota com a sociedade brasileira, com os congressistas, mas com
19:43a sociedade brasileira.
19:45Felipe, a prisão, a voz de prisão propriamente dita, que o senador Carlos Viana acabou proferindo
19:53em razão do falso testemunho, isso está amparado na lei, né?
19:58Você tem artigos no Código Penal que facultam essa voz de prisão a quem profere, a quem
20:05dá falso testemunho.
20:06Mas como muito bem observou o Duda, essa aplicação dessa lei, desses artigos da lei, eles têm
20:12que ser produtivos, têm que ser producentes.
20:15Não adianta você aplicar uma lei se à frente isso vai acabar trazendo malefício e não
20:20um benefício.
20:22No momento em que você começa a utilizar esse instrumento, você não só desestimula
20:27novos depoentes, como você faz com que esses depoentes procurem, batam as portas do STF
20:33e consigam, peçam e consigam aquele habeas corpus preventivo, né?
20:38Que permite a essas pessoas ficarem caladas, a não produzirem provas contra si mesmas.
20:42Que é um instituto constitucional, isso é garantido por lei.
20:46Então tem que dosar muito bem.
20:48Eu entendo que não cabe a um agente público, principalmente aos parlamentares que estão
20:52nesse papel de investigadores, eles também não podem desconsiderar a lei, né?
20:56Sob pena inclusive de eles mesmos estarem infringindo essa lei, né?
21:01O tal da prevaricação.
21:02Ele tem o dever de agir diante de alguém que está mentindo.
21:05Mas tem que dosar, Felipe, porque senão isso acaba sendo, como o Duda lembrou, contraproducente.
21:09Muito bem.
21:11Então, só registrando aí, as duas questões, está previsto legalmente que o presidente
21:16da CPMI faça exatamente aquilo que ele fez, que ele detecte um falso testemunho, depois
21:21inclusive de pedidos de vários parlamentares para que ele desse voz de prisão e mande
21:25prender.
21:26E aí a polícia legislativa conduz o depoente.
21:30A outra questão é o cálculo, é a questão estratégica, etc.
21:34Cada um faz, evidentemente, o seu juízo.
21:36Por outro lado, só para registrar, é claro que daqui em diante isso pode ser contraproducente.
21:42Então, tudo tem que ser pensado.
21:44Mas, houve a prisão do Rubens na semana passada, que era aquele administrador de empresas
21:52do careca do INSS.
21:55No entanto, o Carlos Roberto Lopes, ele foi lá.
21:58E pelo que a gente vê do vídeo, no momento em que o Carlos Viana dá voz de prisão,
22:01ele não parece estar tão preocupado, porque já está orientado previamente pelo advogado
22:07que, olha, pode ser, é muito provável, inclusive, que o senhor receba voz de prisão no final
22:13da sessão.
22:14Isso não vai gerar uma prisão alongada para o senhor.
22:18A gente vai pagar a fiança, o senhor vai sair.
22:20Então, me parece que já tem, inclusive, esse cálculo, essa orientação de que aquilo
22:26não vai durar muito, o sujeito sabe, ele prefere esclarecer alguns pontos, eventualmente
22:31se enrola sobre outros.
22:32Vamos ver como é que vai ser daqui em diante.
22:34Diga, Duda.
22:34É, tem um momento, um outro momento que o Carlos Viana até fala, eu não vou pedir
22:38a prisão, né, porque tinha um outro ali, parlamentar, pedindo, ele falou, eu não vou fazer.
22:43Então, assim, eu acho que ele já começou a entender que, no final, isso não funciona,
22:48porque quem tem a incumbência de decretar uma prisão no Brasil é o poder judiciário.
22:56Depois de uma investigação, depois de um julgamento, e aí tem a condenação, e aí
23:03a gente ainda tem o trânsito enjogado, e aí sim você tem a prisão.
23:07É claro que existem exceções para a prisão preventiva, pode acontecer em algumas situações
23:12específicas, mas isso é tarefa do judiciário.
23:16Só um detalhe, Duda, perdão, é que a prisão, nesse momento, é pelo falso testemunho apenas.
23:23Não é, evidentemente, por eventuais crimes cometidos, de lavagem de dinheiro, etc.
23:28Essa, sim, é que caberia ao poder judiciário.
23:30Agora, a prisão por falso testemunho, você também precisa ter as evidências para poder
23:38fundamentar uma prisão.
23:41Então, é que nem, sei lá, um outro crime, por exemplo, um homicídio.
23:44Você quer prender alguém, você pode prender alguém quando você vê um flagrante,
23:48e aí também entra a questão do flagrante.
23:51Então, você acha, escuta o barulho do tiro, vai lá, a pessoa toca a mão na arma,
23:56e aí você pode virar para um policial e falar assim, olha, aquele ali acabou de cometer um assassinato,
24:02você prende ele.
24:03Nesse caso, você precisa ter uma investigação melhor para ver realmente quais são as evidências
24:10que existem na informação, qual é a prova que o sujeito realmente mentiu ali no que ele falou,
24:18ou que ele está, tem outros casos também, né, obstrução de justiça, está impedindo
24:23que aconteça, de fato, uma investigação.
24:26Isso aí não é uma coisa fácil que acontece, assim, de um minuto para o outro.
24:31Então, por isso que até teve um caso, que eu acho que é o caso do Rubens,
24:34que a Procuradoria Geral da República nem apresentou uma denúncia, né,
24:38porque de cara ali eles já viram que, olha, não tem evidência suficiente,
24:41então a gente nem vai denunciar.
24:44E aí fica meio que, não faz muito, assim, acaba meio que banalizando também
24:49essa prisão legislativa na CPMI, porque no fim ela acaba não tendo efeito nenhum.
24:56Então, acho que o Carlos de Viena já deu umas demonstrações que ele já começou a entender isso,
25:01acaba desgastando esse expediente, né, qual é o risco ainda da população começar a dizer,
25:08é, prende, mas solta depois. Então, assim, pode gerar até uma imagem negativa desse trabalho da CPMI.
25:16Então, eu entendo que no final ele mesmo vai começar a dosar esse tipo de coisa.
25:21A alegação dos parlamentares, só para deixar claro, é que eles têm uma documentação
25:25e aí eles contrastam a alegação que o depoente dá durante a sessão com aqueles documentos.
25:30Como fez ali o Kim Kataguay, o senhor, então, mentiu para o relator, o Alfredo Gaspar,
25:40e depois a gente verificou que o sócio do senhor numa empresa privada
25:45era o sócio daquela empresa para a qual o senhor pagou,
25:49e o senhor não quis dizer isso e aquilo, então isso configura falso testemunho.
25:54É a alegação dos parlamentares, evidentemente, cada um pode fazer a sua análise sobre o conteúdo.
25:57Depois eles emitem uma ata, inclusive, para trazer a argumentação.
26:02E, claro, cada um vai fazer o seu juízo sobre cada caso, o que é justo, o que é injusto,
26:05o que foi devidamente investigado ou não.
26:08A gente vai ver, inclusive, declarações do presidente da CPMI, Carlos Viana, nesse sentido.
26:13Vamos assistir agora a essas críticas feitas pelo Viana, ao STF e à Procuradoria-Geral da República,
26:19antes e depois da sessão de ontem, por interferências no trabalho investigativo e na autonomia da comissão.
26:25Pode soltar a primeira.
26:26Continuamos com o judiciário invadindo as nossas competências, como tem feito nos habeas corpus,
26:33permitindo que as pessoas não venham depor.
26:36As questões de nós fazermos uma prisão dentro da CPMI,
26:40com uma testemunha que está flagrantemente mentindo,
26:43e a Procuradoria da República pedir arquivamento.
26:46Então, qual é o sentido de ter CPMI?
26:48Qual é o sentido de a gente continuar investigando aqui?
26:50Eu defendo com clareza que essa CPMI tem que deixar claro que nós é quem temos que reagir.
26:56Agora, o mais importante, essa é uma CPMI autônoma,
27:02é uma investigação do Parlamento,
27:04é uma investigação que está dentro da Constituição.
27:07Nós não vamos abrir mão de dizer quem é testemunha e quem é investigado.
27:11A Procuradoria da República tem todo um alcance sobre essa decisão em relação aos processos no Código Penal.
27:20Dentro do trabalho do Parlamento, somos nós quem decidimos,
27:24e eu, como presidente, vou dar continuidade ao trabalho,
27:27vou continuar conversando com os líderes, com os secretários da advocacia do Senado,
27:31porque nós é quem vamos fazer a investigação,
27:35independentemente de qualquer decisão que venha em relação à Procuradoria da República,
27:41e vamos continuar lutando.
27:44Vamos, se for necessário prender novamente quem estiver mentindo,
27:47eu vou dar a voz de prisão novamente,
27:49isso é uma atribuição da Presidência do Senado,
27:52é uma questão, uma decisão minha de ofício.
27:55E se depois a Procuradoria decidir manter a posição que está aí,
27:59a advocacia do Senado vai recorrer, nós iremos levar os nossos argumentos,
28:04até que nós tenhamos uma nova legislação que esclareça.
28:08Ou a CPMI tem que deixar de existir,
28:11ou então a Procuradoria da República, o próprio Supremo Tribunal Federal,
28:15tem que começar a entender que aqui há um poder
28:17que tem capacidade de se administrar sozinho.
28:20E o Carlos Viana acusou o STF e a PGR de desrespeitarem o Congresso.
28:23Pode soltar.
28:24Nós não vamos deixar de investigar.
28:26É um direito nosso, está na Constituição,
28:29o Parlamento tem a obrigação de investigar
28:32quando o assunto é decidido pela maioria.
28:34O problema é que hoje no país nós temos uma zona cinzenta
28:38entre o Judiciário e o Poder Legislativo,
28:41que nós é quem temos que resolver.
28:43Não é o Judiciário, não.
28:44Eles dão lá as decisões deles,
28:46que hoje nós temos que respeitar,
28:48porque é uma questão de equilíbrio,
28:49mas nós precisamos voltar o mais rápido possível
28:52com o conceito que a Constituição de 88 criou,
28:56que é freios e contrapesos.
28:57O que é isso?
28:58Quando o Judiciário não tiver uma resposta,
29:01ele não legisla.
29:02Ele devolve ao Parlamento
29:04para que os poderes continuem equilibrados.
29:06Não está acontecendo isso.
29:08Infelizmente, o que a gente vê
29:10é o Supremo Tribunal Federal
29:12e agora uma Procuradoria da República,
29:14que se posiciona com muita clareza
29:16em completo desrespeito às decisões desse Parlamento.
29:18Muito bem, essas foram as duas partes do vídeo
29:23do depoimento à imprensa do Carlos Viana
29:27antes da sessão de ontem,
29:28antes de ele dar voz de prisão
29:30ao presidente da Conafer,
29:31o Carlos Roberto Lopes.
29:33Na volta do intervalo,
29:34a gente vai ver o que ele falou depois,
29:35rapidinho, no último vídeo,
29:36para a gente fazer uma rodada de comentário
29:38para passar para as próximas pautas
29:40de um dia bastante turbulento aqui no Brasil.
29:44Muito bem, então mostramos aí
29:45duas partes da coletiva
29:47do Carlos Viana, presidente da CPMI,
29:50antes da sessão em que ele deu a voz de prisão
29:52ao presidente da Conafera.
29:53Agora vamos ver o que ele falou depois,
29:56quando defendeu as prisões decretadas
29:57e disse que essas pessoas
29:58já deveriam estar presas há muito tempo
30:00e que os inquéritos só começaram a andar
30:03depois que a CPMI começou a jogar luz na roubalheira.
30:07Pode rodar.
30:08Professor, nós já temos agora
30:09as quebras de sigilo.
30:11Nós temos todos os dados
30:13de depósitos bancários
30:14nas contas particulares,
30:16nas contas de terceiros,
30:17todas as saídas de dinheiro da empresa
30:19diante dessa documentação
30:21que comprova uma mentira,
30:23não há como eu deixar de decretar a prisão
30:26por conta exatamente do desrespeito
30:29a essa comissão.
30:31E ainda que essa prisão
30:33faça como a anterior,
30:36que ele seja liberado,
30:38que a Procuradoria da República
30:39peça a liberação,
30:41eu sinto que o dever está cumprido.
30:45Porque o certo é que essas pessoas
30:46já estivessem presas há muito tempo
30:49e só começaram a ter movimentação
30:53nessa investigação,
30:54os inquéritos só começaram a andar
30:55depois que a CPMI
30:57começou a jogar luz nessa roubalheira toda.
31:00Porque os inquéritos estavam parados
31:02e infelizmente não havia nada bloqueado,
31:06ninguém com o pedido de prisão
31:08solicitado e atendido.
31:10As coisas começaram a funcionar, lentamente,
31:13mas estão funcionando.
31:15Está aí o recado do Carlos Viana.
31:17Ricardo Kerstmann, o que você destaca?
31:20Olha, Felipe, o Viana acerta em algumas coisas
31:23e ele erra feio em outras coisas também.
31:26Ninguém, nem o Poder Judiciário nesse caso,
31:29está tentando interferir na CPI,
31:31não está querendo reconhecer a legitimidade
31:34e a autonomia da CPI.
31:36Não há absolutamente nada disso
31:38que ele reclamou nos vídeos anteriores.
31:39O que há, Felipe, é o instituto da fiança.
31:42Qualquer pessoa que é presa,
31:44ela pode sim, dependendo do crime,
31:46dependendo do tipo da prisão,
31:48isso não é uma prisão provisória,
31:49não é uma prisão preventiva,
31:50essa pessoa pode requerer a sua revogação
31:54dessa prisão através de um pagamento de fiança.
31:56E se o Judiciário reconhecer isso, pronto,
31:59é uma garantia constitucional de qualquer um.
32:02Não pode o senador Carlos Viana
32:04querer ser ele o executor da voz de prisão
32:08e também o mantenedor dessa prisão em sequência.
32:12Para isso, há um trâmite legal e tem que ser respeitado.
32:14Eu acho indevido ficar incentivando, neste caso,
32:18essa briga, dizendo que o Poder Judiciário,
32:20principalmente o STF,
32:21fica se metendo nas prerrogativas do Legislativo.
32:25Neste caso, especificamente, não é verdade.
32:27Agora, quando ele fala que essas prisões...
32:29Olha, Ricardo, só um detalhe sobre esse ponto,
32:31só um detalhe muito rápido,
32:32porque é questão de informação,
32:33ele está falando disso no contexto também,
32:35e talvez o seu argumento seja válido,
32:37mas aí é o seu juízo também para esse caso.
32:40Mas é só para dizer que o Carlos Viana,
32:42ao falar a respeito disso,
32:43ele também está se referindo
32:45às decisões de habeas corpus
32:47tomadas pelo relator André Mendonça,
32:49do caso no STF,
32:52às decisões que permitem que
32:54aqueles que são arrolados para comparecer
32:57à sessão, eles não vão,
33:00que eles possam não falar nada, etc.
33:03Que existe, evidentemente,
33:04uma margem jurídica para esse tipo de decisão.
33:08Mas ele está criticando aquilo,
33:10assim como critica a PGR
33:11por pedir arquivamento de prisão
33:13que foi decretada pela CPM.
33:15Então, são várias frentes ali
33:16que ele está criticando só para completar.
33:19É, por isso que eu estou delimitando
33:21a esse caso.
33:22E isso que você acabou de se referir, Felipe,
33:25também são prerrogativas constitucionais,
33:27são garantias constitucionais.
33:30É dever de um advogado
33:32pedir isso em favor do seu cliente
33:34e é obrigação do judiciário analisar
33:36acatar ou não.
33:38É nesse sentido e delimitado esse caso
33:40que eu estou dizendo que, a meu ver,
33:42não assiste razão a Carlos Viana.
33:43Mas quando ele fala
33:44que as investigações só começaram a andar,
33:46só começaram a caminhar
33:47depois de que a CPI começou a funcionar,
33:51isso também é fato.
33:52E aí, o que cabe
33:53é tanto o parlamento
33:54quanto a imprensa,
33:55a sociedade civil de modo geral,
33:57cobrar do judiciário o porquê.
33:59O porquê que antes as coisas não andavam.
34:00Mas não justificar, né?
34:02Não querer impedir
34:03o livre exercício do judiciário
34:05nesse caso
34:05por causa de um erro anterior.
34:07É aquela velha história, né?
34:08Que dois erros
34:09nunca produzem um acerto.
34:11Dua Teixeira.
34:12O Ricardo colocou muito bem
34:14essa questão.
34:14Quer dizer, existe um trâmite legal
34:15que precisa ser respeitado.
34:17Então, a questão do habeas corpus
34:19também é um direito.
34:21O advogado pode ir lá pedir
34:22e se o ministro do STF entender,
34:25o juiz entender que sim,
34:26ao caso, ele pode dar o habeas corpus.
34:30Não necessariamente a Procuradoria
34:32Geral da República
34:33precisa entrar com uma denúncia.
34:35A PGR avalia as coisas
34:37e pode entender
34:38que não existe evidência suficiente.
34:41Então, cada instituição
34:43tem o seu papel
34:44e o trâmite legal tem que ser respeitado.
34:46O que me parece
34:47desses vídeos do Carlos Viana
34:50é que ele entendeu
34:51que tem ali uma prerrogativa
34:54que a CPMI
34:55é o principal órgão de investigação
34:59e pode prender qualquer um
35:01quando perceber ali
35:02que alguém mentiu
35:03e fez falso testemunho.
35:05Só que não é bem assim a coisa
35:08porque o Legislativo
35:11continua tendo como principal função
35:13legislar.
35:14o Legislativo não virou
35:17um órgão de investigação
35:19e não virou um órgão
35:21do Executivo
35:22com poderes
35:23que seriam, desculpa,
35:24do Judiciário
35:25que podem sair prendendo
35:27as pessoas.
35:28Você não imagina,
35:28precisa criar uma prisão
35:30anexa ali
35:32ao Congresso
35:33porque imagina
35:34que em qualquer CPI
35:35alguém ali,
35:36um deputado
35:37ou um senador
35:38viu que alguém
35:39falou uma mentira
35:40e manda prender.
35:41Quer dizer,
35:42as coisas não podem ser
35:44distorcidas
35:45a esse ponto.
35:47E a CPMI,
35:48a função dela
35:48não é só essa de
35:49investigar e mandar prender.
35:52A CPMI também tem
35:53outros objetivos,
35:54a gente já conversou aqui
35:55sobre eles,
35:57que é esse de
35:58prestar contas
35:58a sociedade,
36:01ajuda na investigação.
36:02Mas o principal órgão
36:04que faz a investigação
36:05é a Polícia Federal,
36:07é o Ministério Público,
36:08não é a CPMI.
36:11E a CPMI também ajuda,
36:13a gente dá uma solução
36:15no jogo político
36:16para o que está acontecendo.
36:18Então,
36:19Volney Queiroz,
36:20que aparece ali
36:21fazendo foto
36:22com as pessoas
36:22envolvidas nesses escândalos,
36:24é o atual
36:24ministro da Previdência,
36:26ele deve continuar no cargo?
36:27São questões
36:29que a CPMI
36:30trouxe para a sociedade
36:32em geral,
36:32isso precisa ser discutido.
36:33Então, a CPMI
36:34ela não pega
36:36e se transforma
36:37num órgão do judiciário,
36:39ela tem uma função
36:40dela que continua existindo,
36:42que está ligada
36:43mais ao Legislativo.
36:44O que eu acho
36:45que está acontecendo
36:46hoje no Brasil
36:47é que
36:47há uma cobrança
36:49grande
36:49para o par da sociedade
36:50para que essa CPMI
36:51dê resultados.
36:54E a gente também
36:54tem parlamentares
36:56que têm um perfil
36:57mais
36:58punitivistas,
37:00que querem
37:00que tem essa coisa
37:02de
37:02o bandido
37:03tem que
37:04ser
37:05julgado,
37:07condenado
37:07e preso,
37:09a ordem
37:10precisa ser estabelecida,
37:12não pode ter impunidade,
37:14ok,
37:14mas assim,
37:15a gente também
37:16tem que respeitar
37:17a harmonia
37:19dos poderes.
37:20E é paradoxal
37:21que o Legislativo
37:22agora,
37:23que sempre,
37:24que tem
37:24nos últimos
37:25semanas e meses
37:26criticado
37:27as intervenções
37:28do Judiciário,
37:29hoje acha
37:30que pode assumir
37:31essas funções
37:32que são do
37:33Poder Judiciário.
37:35É,
37:35só para complementar
37:36as análises
37:37de vocês
37:37e tentar
37:38deixar fixadas
37:39algumas questões
37:40na cabeça
37:40dos nossos
37:41espectadores
37:42que são
37:42de base
37:43para a discussão
37:43independentemente
37:44do juízo
37:45de cada um.
37:46É que
37:46decisões
37:47dos ministros
37:47do STF,
37:49decisões
37:50do Procurador-Geral
37:51da República,
37:51que são
37:52aquelas
37:52que estão
37:52sendo contestadas
37:53ali pelo
37:53Carlos Viana.
37:54E as próprias
37:55decisões
37:56do Carlos Viana
37:57como presidente
37:57da CPMI,
37:59elas são passíveis
38:00de crítica
38:00por qualquer lado.
38:02Evidentemente,
38:03a gente sempre cobra
38:04que os juízes
38:05tenham autocontenção,
38:07que falem nos autos,
38:08etc.
38:08Os políticos
38:09têm mais essa liberdade
38:10de comentar,
38:11de criticar.
38:12Agora,
38:13a decisão
38:15de cada um,
38:16cada um vai fazer
38:17um juízo
38:17eventualmente crítico
38:19a respeito.
38:20Então,
38:20mesmo que
38:20eu não concorde
38:21com algumas coisas
38:22que o Carlos Viana
38:23diz,
38:24ele tem lá
38:25a sua liberdade
38:25para criticar
38:26e nós,
38:27comentaristas,
38:28podemos criticar
38:28o que ele está
38:29dizendo,
38:30etc.
38:31E aqui a gente
38:32reconhece quais são
38:33as atribuições
38:34dos ministros do STF,
38:35a atribuição
38:35da Procuradoria-Geral
38:36da República.
38:37Então,
38:37aquilo que está dentro,
38:38vamos dizer assim,
38:39de uma margem
38:40de argumentação,
38:41mas que faz parte
38:42da atribuição,
38:43a gente mostra.
38:44Olha,
38:45isso aqui
38:46é possível
38:47que o PGR
38:48decida assim.
38:49Talvez não fosse
38:49o que eu decidisse,
38:50talvez não fosse
38:50o que o fulano
38:51decidisse,
38:51mas é o que ele decidiu,
38:52existe uma margem
38:53para isso.
38:54Dito isso,
38:55tem dois pontos ali
38:57que o Carlos Viana
38:57ressaltou
38:58e o Ricardo
38:59frisou um deles,
39:02que são
39:03fatos objetivos,
39:06pelo menos aqui,
39:07conforme a gente
39:08avalia esse processo
39:09desde o começo
39:10com base
39:10nas informações
39:11do dia.
39:11os inquéritos
39:12estavam parados
39:13mesmo antes
39:14da CPMI.
39:15Lembra que o Toffoli
39:16estava travando
39:17em investigações,
39:18isso foi matéria
39:19de revista,
39:20isso veio a público,
39:21nós repercutimos,
39:22nós criticamos,
39:23nós desconfiamos,
39:24nós manifestamos
39:25esse exceticismo
39:27diante de condutas
39:28de um ministro
39:29que já tem um histórico
39:30aí de blindagem
39:31de políticos,
39:35de empresários,
39:36etc.
39:36Então,
39:38uma das defesas
39:39que eu fiz
39:40para que houvesse
39:42a CPMI,
39:43que eu considero
39:43importante quando
39:44há um escândalo
39:45desse tamanho
39:46e de tamanha
39:46complexidade,
39:48foi justamente
39:48para trazer a tona,
39:49trazer luz,
39:51eventualmente
39:51para empurrar
39:52certas investigações,
39:54mas para conscientizar
39:55a sociedade,
39:56como é papel
39:56da imprensa
39:57e como é,
39:58nesse caso,
39:59prerrogativa parlamentar.
40:01Então,
40:01os inquéritos
40:01estavam parados
40:02mesmo e o Carlos
40:02Biana tem razão
40:03nesse ponto.
40:04Outro ponto
40:05que ele falou ali,
40:07que foi do sistema
40:08de freios e contrapesos,
40:09mas ele citou
40:10especificamente
40:11um caso
40:11que a gente já apontou
40:12várias vezes aqui
40:13no Papo Antagonista,
40:14que é,
40:15quando o STF
40:17entende
40:17que não tem
40:18uma previsão legal
40:20para alguma coisa,
40:21que a lei
40:22não está cobrindo
40:23alguma coisa,
40:24etc.,
40:24o STF
40:25devolve para o parlamento.
40:27O STF
40:28não legisla,
40:30como fez
40:30num caso recente
40:32que foi aquele
40:33de ordens
40:33para remoção
40:34de conteúdo
40:34em plataforma
40:35de rede social.
40:36Lembra
40:37que o STF
40:37fez uma listinha
40:38como se fosse
40:39um poder legislativo
40:40de hipóteses,
40:42de exceção
40:43lá para o marco civil
40:44da internet.
40:45Eles não são
40:46senadores,
40:47não são
40:47deputados federais.
40:49Então,
40:49nesses pontos,
40:50eu acho,
40:51tenho certeza,
40:52na verdade,
40:52que o Carlos Biana
40:53tem razão
40:54porque já faz parte
40:55da nossa análise
40:56historicamente
40:56aqui no programa.
40:58Então,
40:58está aí todo o quadro
40:59sendo informado
41:01para vocês
41:01e discutido
41:02para que cada um
41:03raciocine
41:03e forme o seu juiz.
41:04e a gente viu
41:05no intervalo
41:05quantas opiniões
41:06tinham no chat
41:07contra,
41:08a favor da prisão,
41:09tem que prender,
41:10não,
41:10é verdade,
41:11tem que pensar,
41:11etc.
41:12Então,
41:13essa é a vantagem
41:14aqui de todo mundo
41:15ter as informações
41:15e cada um poder
41:16livremente,
41:17independentemente,
41:18formar o seu juiz.
41:19A gente volta
41:19depois no intervalo
41:20de dois minutos.
41:20Até já.
41:34Tchau.
41:36Tchau.
41:37Tchau.
41:38Tchau.
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