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Qual o futuro dos aliados de Bolsonaro nas eleições de 2026? No Visão Crítica, os cientistas políticos Eduardo José Grin e Paulo Niccoli Ramirez analisam as chances da oposição. Grin afirma que o grupo enfrenta um "grande desafio", já que a polarização se mantém, mas muitos candidatos querem se afastar da figura do ex-presidente.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/j7gsmyLWnIQ

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00:00Só relembrar quem nos acompanha, aqui no Visão Crítica, nas eleições presidenciais deste século.
00:07Em 2002, os quatro principais candidatos foram Lula, Serra, Ciro e Garotinho.
00:14Ninguém pode falar que um desses quatro fosse candidato de direita.
00:18Mesmo Garotinho, recorde-se, estava, salvo engano, no PDT e a vice tinha sido a Benedita da Silva
00:24que assumiu o governo, se eu não estiver enganado, lá em 2002.
00:28E acho que foi a última das ex-governadoras não presas do Rio de Janeiro,
00:33porque depois houve uma sucessão de prisões, quase todos, tragicamente.
00:37Em 2006, nós tínhamos Lula, Alckmin, Cristóvão Barca e Luiz Helena como os principais candidatos.
00:45E ninguém pode imputar ao PSDB uma candidatura nesse sentido do extremismo,
00:51do direito extremista, seria um equívoco em 2006.
00:54Lembrando que ele chegou ao segundo turno e teve no segundo turno,
00:57eu sempre digo, menos votos que no primeiro, que é um caso raríssimo.
01:01Em 2010, se nós olharmos, nós temos a Dilma, Rousseff como candidata, José Serra,
01:09e temos a Marina Silva, se não me engano, também com os três principais candidatos.
01:16Também não vamos dizer, evidentemente, que nenhum tenha sido candidato
01:19com esse perfil mais recente de extremismo.
01:22Em 2014, idem.
01:25Em 2018, não.
01:26Aí nós tivemos uma mudança, que nós teríamos de explicar até,
01:30se é que tem a ver, desde 2013, com uma certa insatisfação das ruas,
01:35insatisfação ou não, com a crise econômica de 2015 e 2016,
01:39o bieno tenebroso da economia brasileira.
01:42E em 2022, que seria óbvio, o presidente tentando a reeleição
01:46e pela primeira vez perdendo, para o presidente Lula,
01:50que assumiu pela terceira vez a presidência da República.
01:52Depois de fazer essa longa introdução a quem nos acompanha,
01:56eu pergunto ao senhor, que é uma questão,
01:59será que há uma possibilidade, há uma tendência, é possível,
02:05sei que nós somos no terreno das hipóteses,
02:08um descolamento dessa direita democrática,
02:12vamos chamar assim, do extremismo bolsonarista,
02:14ou seja, esse domínio que o bolsonarismo exerceu
02:18por uma série de circunstâncias em 2018 e em 2022,
02:22será que em 26 o quadro poderá ser diferente, na opinião do senhor?
02:28Essa é a pergunta de um milhão de dólares, vamos dizer.
02:32Primeiro, nós seguiremos tendo no campo da esquerda,
02:39da centro-esquerda, o presidente Lula disputando,
02:43possivelmente, a sua última eleição,
02:44até porque o PT e o governo não têm outra candidatura.
02:49No campo da oposição,
02:52eu começaria, Vila, te respondendo a entrevista
02:56que, terça-feira, o Gilberto Kassab deu,
03:01num diálogo com o presidente do PT, o Edinho Silva,
03:05e a gente sempre acha que tem que escutar muito do que o Kassab fala,
03:09porque ele consegue circular em diversos campos políticos,
03:14e a síntese do Kassab foi que ele vê a possibilidade,
03:19no ano que vem, de uma candidatura de oposição
03:22que, no seu modo de ver, reúna o centro e a direita,
03:27porque ele entende que o PSD não é nem centrão,
03:29e ele entende que o bolsonarismo não é a extrema direita.
03:34Qual é o cálculo aí previsto?
03:36É de que seria possível uma composição política,
03:40a partir desse cenário,
03:43que não pode desconsiderar que hoje o bolsonarismo,
03:47inclusive sem Bolsonaro,
03:49ele tem na sociedade brasileira, gostemos ou não,
03:5212%, 13%, 15%, dependendo aí da circunstância,
03:57que são ferrenhamente favoráveis às ideias que a extrema direita defende.
04:02A ideia do apoio à ditadura militar,
04:05a ideia de que o Supremo Tribunal Federal é uma instituição
04:08que precisa ser controlada,
04:10de que direitos para as minorias não precisam ser defendidos,
04:13que liberdade de expressão é qualquer coisa
04:16que não precisa ter controle nenhum,
04:18dentre outras agendas que nós passamos a conhecer
04:21depois que o bolsonarismo chegou ao poder em 2018.
04:25Então, uma candidatura de oposição que, de fato,
04:28que queira ser competitiva, ela vive um dilema.
04:31Ela vive, digamos, uma síndrome de Estocolmo,
04:37porque ela foi sequestrada pelo discurso do bolsonarismo
04:40e não consegue se dissociar do bolsonarismo,
04:43porque faz as contas e vê que o candidato a presidente,
04:47que é Lula, já está no segundo turno, virtualmente,
04:51porque tem a máquina do governo na mão,
04:53porque mesmo que o governo venha sendo mal avaliado
04:57numa série de pesquisas de opinião,
05:00mas Lula segue sendo um candidato competitivo
05:02em todos os cenários que nós temos até agora
05:05tido conhecimento por vários institutos de pesquisa
05:09e, portanto, esse agrupamento do Centrão
05:14chega à seguinte conta.
05:16Sozinho nós não seremos competitivos,
05:19mas nós precisamos ter uma candidatura
05:21que, ao mesmo tempo, não seja tão moderada
05:25aos olhos do bolsonarismo
05:26e que também não seja tão bolsonarista
05:29aos olhos do eleitor de centro.
05:31O cálculo do Kassab, eu repito,
05:34que é um pouco aquilo que eu acho que está na cabeça do Centrão,
05:37é Lula perdeu o eleitor de centro,
05:40que foi aquele que deu voto para ele ser vitorioso
05:43em 2022 contra Bolsonaro.
05:46Nós seremos capazes de reconquistar esse eleitor
05:49a partir de uma candidatura,
05:51que seria, pelo menos no sonho ideal,
05:54representada por Tarcísio de Freitas.
05:57Volto a abrir um parênteses aqui,
05:58eu acho que Tarcísio de Freitas vai cometer
06:00um erro muito grande se ele queimar a largada
06:03e buscar ser candidato.
06:04Fechado o parênteses.
06:06Dito isso, então,
06:08esse cálculo que o Centrão
06:11ou que esses grupos que compõem
06:14o chamado Centrão do PP,
06:16sobretudo, do União Brasil, do PSD,
06:19eu acho que eles estão cometendo
06:21um equívoco muito grande,
06:22porque o bolsonarismo hoje virou criptonita.
06:25Como é que alguém vai disputar uma eleição ano que vem
06:28dizendo que está associado com um grupo político
06:31que tem um líder de organização criminosa?
06:35Eleitoralmente falando, isso é um suicídio.
06:38Isso será fartamente explorado
06:39pela candidatura governamental,
06:41pela candidatura de situação,
06:43que é representada por Lula,
06:45pelo PT, pelos grupos de esquerda,
06:47que poderão, de novo, dizer,
06:50vejam, em 2022 nós ganhamos
06:53porque tinha alguém que estava querendo
06:54derrubar a democracia.
06:56Agora a gente está lutando contra alguém
06:57que foi condenado por ser criminoso
06:59contra a democracia.
07:01Então, eu acho que, de fato,
07:03a meta, vamos dizer assim,
07:06o desafio que a candidatura de oposição
07:08tem para enfrentar Lula ano que vem
07:11é extremamente grande,
07:13é muito significativo.
07:14E, para sinalizar,
07:17tirando o Tarcísio de Freitas,
07:18que hoje é o candidato, digamos assim,
07:21palatável para um conjunto
07:23de elites políticas e econômicas,
07:25é aceitável pela Faria Lima,
07:27é aceitável por parcelas da grande imprensa,
07:30seria o candidato ideal para o Centrão,
07:32não há outra candidatura competitiva.
07:35Ronaldo Caiado não é competitivo,
07:37Ratinho Júnior não é competitivo,
07:40Eduardo Leite, menos ainda,
07:41do Zema não vou nem me referir,
07:43porque o Zema é, eu diria,
07:46não tem estrutura partidária,
07:48e ele sozinho não tem musculatura pessoal
07:50para levar adiante uma candidatura
07:53de oposição ao governo Lula.
07:54Então, de fato, a extrema-direita,
07:58junto com o Centrão,
08:00está num desafio muito grande.
08:01Eu finalizo dizendo
08:02que nós temos que prestar atenção
08:05ao bolsonarismo mais radical,
08:08que julga que não quer perder o espólio eleitoral
08:10que supostamente julga ter,
08:12olhando 2030.
08:14Então, eu não descarto um cenário
08:16no qual a oposição ao governo Lula
08:18sai arraxada no primeiro turno,
08:21com a vaga ideia de que todos
08:22poderiam se reunir no segundo turno
08:24contra Lula,
08:26como se fosse possível coordenar
08:27os votos dos eleitores no segundo turno.
08:30Então, por exemplo,
08:32é possível que a família Bolsonaro
08:34tenha alguém disputando a eleição,
08:36e que não seja aliado ao Centrão,
08:38e esse sonho de consumo que eu mencionei há pouco,
08:41ele vire farelo,
08:42ele não se torna realidade.
08:45Mas, realmente, concluindo agora,
08:47eu acho que isso em nada
08:48significa que nós deixaremos de ter
08:50no ano que vem
08:51uma eleição que será novamente polarizada
08:54entre dois grandes campos políticos,
08:56tal como foi em 2022.
08:59Professor Paulo Ramirez,
09:01justamente essa questão
09:02analisada pelo professor Grimm,
09:06esse sequestro, vamos chamar assim,
09:08que o bolsonarismo fez
09:09da direita brasileira, né?
09:12E se tem a criptomania,
09:14que lembrando do super-homem,
09:17ser radioativo o contato do bolsonarismo
09:20para um candidato viável
09:22da direita,
09:24que respeita as normas democráticas,
09:26a Constituição.
09:27Como é que é a sua leitura?
09:28Primeiro, eu queria voltar na pauta da anistia,
09:31porque há duas leituras
09:32do ponto de vista da direita,
09:34para que serviria a anistia, né?
09:37E reforçando também,
09:38e baseando no professor Eduardo, né?
09:41Obviamente que os bolsonaristas
09:42queriam o retorno de Bolsonaro
09:44à vida pública,
09:45candidatando-se à presidência
09:47no próximo ano, né?
09:48Esse é o primeiro ponto.
09:49Porém, por que que o Tarcísio
09:51e outros governadores
09:53e o Centrão, principalmente,
09:54apoiava a...
09:56Se é que ainda apoia
09:57a questão da anistia?
10:00Porque seria uma anistia em termos, né?
10:01Ou seja, tirar o Bolsonaro da prisão,
10:04acabar com os tarifaços
10:05norte-americanos,
10:07mas, ao mesmo tempo,
10:09impedir que Bolsonaro
10:10fosse o candidato.
10:12Exatamente para receber
10:13esse espólio político,
10:15esse capital político, né?
10:16Que não foi pouca coisa,
10:1759 milhões de votos em 2022,
10:20que fossem transferidos
10:21para um candidato de centro.
10:22Por isso que o Tarcísio
10:23estava nas manifestações
10:24e eu diria que quem percebeu
10:26muito isso
10:27foi exatamente o Malafaia,
10:29Eduardo Bolsonaro
10:29e o Carlos Bolsonaro, né?
10:31Ou seja, estavam dando
10:33um golpe no Bolsonaro, na verdade,
10:35com essa ideia da anistia.
10:37Porque a ideia era
10:38tirá-lo da prisão,
10:40mas não que necessariamente
10:41ele fosse candidato à presidência.
10:43E é por isso que o Tarcísio
10:44era essa figura mais
10:45ponderada ali
10:47do espectro de direita,
10:50com nome forte
10:50para ser candidato,
10:51mas, como o professor Eduardo
10:52acabou de comentar,
10:54queimou a largada
10:55e, pior,
10:56com a criptonita na mão, né?
10:59Esse foi o grande problema, né?
11:02E queria chamar a atenção
11:03para um segundo ponto, né?
11:05Até hoje,
11:06o único governador,
11:09desde a redemocratização,
11:10que conseguiu se eleger
11:11foi o Collor.
11:12E foi na primeira eleição,
11:13quando, digamos,
11:15a sociedade brasileira
11:16ainda estava
11:17saindo das fraldas, né?
11:20Da ditadura ali,
11:21ingressando na democracia.
11:23Mas a gente teceu
11:24um histórico
11:24das candidaturas,
11:27nunca,
11:28tirando o Collor,
11:29nenhum outro
11:30ex-governador
11:31conseguiu
11:32ser eleito presidente.
11:34A gente tem o caso
11:35do Aécio,
11:35do José Serra,
11:37o próprio Alckmin,
11:38que hoje eu visse.
11:39a gente pode pensar
11:41em candidaturas,
11:43enfim,
11:43de outros que foram eleitos.
11:45É o caso da Dilma,
11:46que não tinha experiência
11:47no Executivo,
11:48o FHC não tinha,
11:49o próprio Bolsonaro,
11:51o Lula,
11:51muito menos.
11:52Claro que o Lula
11:53e o Bolsonaro
11:54foram deputados,
11:55o Lula
11:56da Constituinte,
11:57inclusive, né?
11:58Mas todos esses candidatos
12:00ou pretensos candidatos
12:02a governador
12:03que venham
12:04do espectro de direita,
12:05do centro,
12:06eles ocupam esses cargos,
12:08e esses cargos,
12:08eles acabam despertando
12:09mais visibilidade,
12:11consequentemente,
12:12mais críticas,
12:13o que dificulta
12:14ainda mais uma candidatura.
12:16Então, eu diria que
12:16se o centro e a direita
12:18tiverem alguma esperança
12:19de terem algum nome forte,
12:22capaz de disputar com o Lula,
12:24eu diria que o primeiro
12:25pré-requisito seria
12:26não ser governador,
12:28pelo histórico
12:29que nós temos.
12:29Claro que eu posso
12:30queimar minha língua aqui,
12:32mas diante dos fatos
12:34que nós temos,
12:35não há...
12:36A Ludória também,
12:37foi um exemplo
12:38de um governador
12:39que fracassa
12:40nessa passagem
12:41entre tantos outros,
12:42Eduardo Leite,
12:43assim por diante.
12:44Então, isso
12:44mostra pra gente
12:45que hoje existe
12:47um caráter de órfãos
12:49dos grupos de direita
12:51em relação
12:51ao nome forte.
12:53Fora que nenhum
12:53desses nomes citados aqui
12:54tem o mesmo carisma
12:55do Bolsonaro.
12:56Gostem ou não
12:57do Bolsonaro,
12:58ele tem um carisma ali,
12:59tem um apelo
12:59perante a população.
13:01O Lula,
13:02dada as suas características
13:03peculiares também,
13:05mas hoje,
13:05nos grupos de direita,
13:08existe um deserto
13:10em termos de candidatos,
13:11não há ninguém
13:12com nome forte.
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