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O presidente Lula destacou abertura para negociar com Donald Trump em encontro que pode incluir minerais raros, investimentos e tarifas comerciais. A conversa busca fortalecer laços entre Brasil e EUA, ampliando oportunidades de negócios e reduzindo tensões políticas. Marcio Sette, professor de relações internacionais do Ibmec-RJ, e o analista Vinicius Torres Freire comentaram os desdobramentos desse possível encontro.

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Transcrição
00:00O presidente estava ali acompanhado por alguns dos seus ministros, a gente viu, por exemplo, Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, que falou, também fez uso da palavra,
00:08Ricardo Lewandowski, da Justiça, estava ali também em meio aos jornalistas, além de outras autoridades que acompanharam o presidente lá.
00:15Claro que um ponto fundamental da entrevista diz respeito à conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que o próprio Trump anunciou ontem,
00:23como uma conversa que seria realizada na semana que vem. O presidente Lula reconheceu que foi pego de surpresa, que não esperava que pudesse partir de Trump essa conversa
00:35e essa sinalização de uma negociação para a partir da semana que vem. Lula disse que foi uma satisfação encontrar Trump nos bastidores da ONU,
00:43que isso parecia impossível, mas aconteceu. Ele disse que falou a Trump que os dois têm muito a conversar,
00:50que chegou, inclusive, a convidar Donald Trump para participar da COP30 aqui no Brasil. Lula falou para Trump, ele contou aqui,
00:59que disse que a conversa entre eles não terá limite, que ele está aberto a conversar sobre qualquer coisa, mas logo depois ele voltou a reforçar
01:08que a soberania e a democracia no Brasil não são negociáveis, o que sugere que Lula está dizendo que dentro da pauta comercial,
01:16dentro da pauta econômica, leque aberto, está disposto a falar sobre qualquer assunto.
01:23Lula também foi perguntado aqui na coletiva sobre se aceitaria, eventualmente, que essa conversa fosse presencial,
01:30ou seja, que ele voltasse aos Estados Unidos a partir da semana que vem para encontrar Trump na Casa Branca.
01:36Lula falou que não teria problema com isso, que voltaria, até fez algumas ressalvas ali,
01:41de que não quer criar expectativa de que vai voltar, mas disse que, a priori, não teria problema.
01:48Há uma preocupação em relação a uma eventual hostilidade de Trump contra Lula, coisa que ele já fez esse ano
01:55com os presidentes da Ucrânia e da África do Sul, e Lula até fez uma referência ali à idade dos dois.
02:00Falou que os dois estão aí à beira dos 80 anos de idade, os dois têm 79 anos,
02:05e que seria uma conversa madura de dois homens de 80 anos de idade,
02:08que não teria espaço para brincadeira, que seria uma conversa séria.
02:12E Lula também defendeu que seja feito um acordo de ganha-ganha,
02:16que os dois lados coloquem na mesa as suas questões, os seus problemas, as suas demandas,
02:20e que se busque ali um meio termo, então, de ganha-ganha.
02:24Vamos entender um pouco melhor o significado do que o presidente apresentou aqui nessa coletiva
02:28com o nosso analista de política e economia, Vinícius Torres Freire, que volta aqui para o estúdio.
02:33Vinícius, você destacaria alguma coisa desses trechos aí do presidente Lula sobre um possível encontro com o Trump?
02:40Sim, ele disse basicamente duas coisas.
02:44Ele fez questão de dizer que quer muito esse encontro, recebeu isso com muita satisfação,
02:50quer que aconteça logo, como você disse.
02:53Pode ser presencial?
02:54E ele falou assim, pode ser até em público.
02:55Ele falou várias vezes, repetidas vezes, que quer muito, ficou satisfeito, foi uma surpresa,
03:04que quer conversar muito, que não tem limite à conversa e que não vai ter veto,
03:08exceto soberania e democracia.
03:10Isso foi a principal ênfase.
03:12A outra ênfase foi dizer, eu não vou dizer nada sobre o que pode ser conversado.
03:17Não vou, não vou, não vou.
03:18Agora eu vou para o Brasil, vou falar para os nossos diplomatas conversando com os deles,
03:22que tem um monte de tipo de conversa que nem é sobre a substância, mas é como se prepara a reunião.
03:27Mas ele refutou quase todas as vezes que pôde sobre o assunto.
03:32Mas no finalzinho ele deu uma escapada e falou assim, posso falar até sobre guerra.
03:36Sobre a guerra da Ucrânia, o Trump é amigo do Putin, eu sou amigo do Putin,
03:40então como está todo mundo amigo, a gente pode chegar a um acordo.
03:42É uma conversa meio doida, mas é o jeito do Lula.
03:45Enfim, ele quer muito o encontro, deixou muito claro, foi cuidadoso,
03:49não deu escorregada que pudesse estragar o momento, estragar a química,
03:54estragar a física do encontro, que é o mais importante agora.
03:58Mas, de resto, ele deu uma pista do que ele está preocupando.
04:03O Trump está mal informado sobre o Brasil.
04:06Deu até uma aliviada para o Trump nesse sentido, né?
04:08Quer dizer, a questão foi a má informação que chegou até ele.
04:11Primeiro ele falou de maneira genérica,
04:13e dava quase a impressão que ele ia falar de família Bolsonaro,
04:17mas ele não caiu nessa esparrela,
04:20e falou que, quem disse para o Trump que a gente tem déficit comercial?
04:24Parece que essa é uma preocupação do Lula,
04:25que não é lá grande boa coisa, porque se a conversa está aberta,
04:29será que é o caso falar de comércio?
04:32Olha, o Brasil não tem déficit comercial, então não precisa de tarifa.
04:34Como se esse argumento fosse fazer algum sentido para o Trump,
04:37como se ele fosse se preocupar.
04:38E, aliás, se disserem para ele que o déficit é de 7 bilhões,
04:41se fosse isso eu pagava, ele ia dizer, mas é muito pouco dinheiro.
04:45Não é essa bem a questão.
04:46Mas eu acho que são as duas principais linhas.
04:49Ele disse, tudo é conversável, não vou antecipar nada,
04:53e estou muitíssimo interessado em fazer a conversa.
04:55E o Trump foi agradável, estava com uma cara boa,
04:58ele falou vários trechos sobre o encontro.
05:01Foi por acaso, foi surpresa, trombei com ele, estendi a mão.
05:06Ele falou, eu estendi a mão.
05:08Ele falou, eu.
05:08E o Trump estava com uma cara boa e muito agradável.
05:12Então, esse é o resumão da ópera.
05:15E o Lula vai enfatizar, e parece que vai ser essa a posição do governo brasileiro,
05:19que está tudo sobre a mesa e nada sobre a mesa.
05:23Vamos conversar para ver o que dá.
05:25Vinícius, vamos trazer de volta aqui para a conversa o Márcio Sete,
05:28professor de Relações Internacionais do IBMEC Rio,
05:31que ficou com a gente, com a gente aqui.
05:33Ele acompanhou a fala e depois a entrevista coletiva do presidente Lula.
05:37Márcio, primeiro, obrigado pela gentileza de aguardar, de acompanhar.
05:42O que te chamou?
05:43O que você destacaria, então, no que você viu aí,
05:45no que você acompanhou da fala do presidente?
05:48Olha, tem um elemento que é bastante importante
05:51quando se pergunta no que poderiam ser baseadas as negociações.
05:56E o presidente fala das terras raras.
06:01Talvez seja o tópico mais importante de todos a ser oferecido.
06:06A imprensa tem batido muito fortemente sobre essa tecla,
06:10no sentido de que seria algo que nós temos a oferecer.
06:13E o presidente deixou muito claro agora
06:14que não é oferecer apenas em termos de exportação,
06:17acordos preferenciais para exportação desses produtos,
06:20mas sim melhorar a cadeia dessa exportação
06:24implementando aqui no Brasil
06:27a possibilidade de melhor aproveitamento desses minerais
06:30com o processamento desses minerais.
06:33O Brasil tem hoje metade das reservas que a China tem,
06:37mas essas reservas não correspondem
06:40a uma capacidade de produção tão grande quanto a China tem,
06:43pois a China tem uma capacidade de processamento
06:45que é muito maior que a brasileira.
06:47O que gera ali em relação ao mercado norte-americano
06:51é uma grande preocupação,
06:53não só em relação ao amplo espectro de emprego
06:57desses minerais raros,
06:58mas também a um ponto muito específico
07:00que é a questão da segurança nacional nos Estados Unidos.
07:03Os caças F-35 necessitam desses minerais raros
07:07e os Estados Unidos não podem ficar dependentes
07:10de uma outra potência internacional
07:13e gostariam certamente de terem um acordo firmado com o Brasil
07:17e o presidente Lula colocou muito bem
07:19a questão de melhorar o processamento desses minerais no Brasil,
07:22inclusive para aumentar o valor agregado
07:25a ser exportado para aquele país.
07:27Havendo aí, evidentemente, outros elementos
07:30que nós temos que levar à mesa de negociação
07:32para ofertar e conseguir melhorar o perfil
07:36do relacionamento com os Estados Unidos nesse momento.
07:39O presidente até disse que está aberto
07:41à vinda de empresas de outros países
07:43e aí ele reforçou quaisquer países
07:44para explorar esses minerais críticos aqui no Brasil.
07:48Vinícius.
07:50Agora, Márcio, o Tom,
07:52o Lula tentou não dar substância muito para a reunião,
07:56enfatizou isso várias vezes,
07:57agora, o presidente pareceu muito interessado mesmo
08:01nesse encontro,
08:02ou ele pareceu ter algum jogo para a plateia,
08:05a impressão que eu tive foi que ele realmente está interessado
08:07com a possibilidade, embora passe,
08:09tente transmitir para o pessoal em torno dele
08:12a ideia de que é preciso ter muita cautela.
08:14O que que te pareceu?
08:16Olha, a questão da cautela, ela é evidente.
08:19Nós já temos aí um presidente extremamente
08:22habilidoso na negociação
08:27e que está ciente do que já aconteceu
08:30com o presidente da África do Sul,
08:31com o presidente Zelensky,
08:32que tomaram descomposturas no salão oval da Casa Branca.
08:35Então, o presidente está muito preparado
08:40para o que pode vir em termos de reunião.
08:41O que falta agora é o time aqui no Brasil
08:44preparar propriamente a reunião
08:46que deverá ser realizada.
08:48Levando em consideração também
08:50que nós temos ano que vem
08:51um ano de eleições aqui no Brasil,
08:53e para o presidente Lula
08:55desatar esse sinó no relacionamento com os Estados Unidos
08:58e melhorar o perfil das relações bilaterais
09:00é algo que soa bastante positivo
09:03para o eleitorado que no Brasil
09:06também é composto naturalmente
09:09pelo setor produtivo nacional.
09:11Tanto o setor do agro
09:13quanto o setor empresarial
09:14se preocupam muito com a melhoria
09:17das relações bilaterais com os Estados Unidos
09:20e se o presidente Lula
09:21conseguir desatar esse nó
09:23e levar adiante uma negociação
09:25a bons termos
09:26que produza melhores resultados comerciais
09:29e de investimentos para o Brasil,
09:30isso é um ganho bastante substancial
09:33que deve ser notado
09:34no contexto das eleições de 2026.
09:38Mas o presidente até fez uma ressalva ali
09:42de que ele não olha a ideologia,
09:43que ele conversa com qualquer um,
09:45que ele se pauta pelo fato
09:47de o líder ter sido eleito pelo povo ou não.
09:51O que, claro, tem algumas ressalvas, né?
09:53Por exemplo, ele não tinha feito um contato
09:55com o presidente Trump até hoje
09:56desde a eleição do americano,
09:58que está no campo oposto ali do espectro ideológico
10:01e também não deixa de se relacionar
10:03com ditadores que não foram eleitos.
10:05Mas, enfim, feita essa ressalva,
10:07o presidente Lula parece estar tentando
10:09despir a conversa desse conteúdo ideológico.
10:12É um bom encaminhamento?
10:14Você acredita que isso pode ter algum efeito?
10:17Trazer a conversa para um plano mais pragmático
10:19em relação a Trump?
10:21Olha, o pragmatismo nesse momento
10:23é extremamente importante,
10:24até porque os dois são de linhas ideológicas distintas.
10:29Então, tirar essa linha ideológica da conversa
10:33já é um bom princípio de negociação,
10:36para que se negocie de forma pragmática
10:38e os melhores resultados possam ser obtidos.
10:40O presidente tem consciência disso,
10:42sabe-se que o presidente está buscando
10:46resultados práticos negociais,
10:47e os Estados Unidos já deixaram vez por outra
10:51bastante claro que tem interesses específicos
10:56aqui no Brasil,
10:57que o Brasil possa vir a ofertar
10:58na mesa de negociação.
11:01Então, há vários temas,
11:02não só minerais raros,
11:03mas há vários temas.
11:04Um deles, inclusive,
11:06é um tema bastante sensível
11:08que passa pela questão ideológica também,
11:11que é a questão da proximidade do Brasil
11:13com a China,
11:14ou há uma certa proximidade muito grande
11:18com a China,
11:19e um certo anti-americanismo
11:22que poderia evoluir
11:23desse relacionamento bilateral.
11:26Então, os Estados Unidos
11:27poderiam solicitar ao Brasil,
11:30não que deixe a China de lado,
11:31evidentemente,
11:32porque é nosso maior parceiro comercial,
11:34mas um cuidado maior
11:35nas questões referentes
11:37à proximidade ideológica
11:39e questionamentos
11:40quanto ao uso do dólar
11:42nas trocas internacionais
11:44e como moeda de referência internacional.
11:47Márcio Sette,
11:48professor de Relações Internacionais
11:50do IBMEC Rio de Janeiro,
11:51analisando aqui para a gente
11:52as perspectivas em torno
11:53de uma possível reunião
11:55entre Lula e Donald Trump
11:56e também a entrevista coletiva
11:58de Lula agora há pouco
11:59na ONU em Nova Iorque.
12:01Márcio, muito obrigado
12:02pela gentileza da sua análise aqui
12:03e uma boa semana para você.
12:06Muito obrigado a todos.
12:07Obrigado.
12:08Obrigado, Vinícius, também.
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