Haddad vê chance de diálogo entre Trump e Lula para reverter tarifaço: "Deu uma química"

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, na noite desta terça-feira (23), que há perspectiva concreta de conversa entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump com foco na revisão do tarifaço sobre produtos brasileiros. Segundo ele, “deu uma química” no recente contato entre os líderes, o que abre uma janela para reduzir tensões e recolocar a relação em uma agenda de integração econômica, investimentos e parcerias.

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00:00E vamos direto a um destaque do nosso site.

00:03Haddad vê chance de diálogo entre Trump e Lula para reverter tarifácio.

00:08Deu uma química?

00:09O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na noite de ontem

00:13que há perspectiva concreta de conversa entre os presidentes

00:17Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump

00:20com foco na revisão do tarifácio sobre produtos brasileiros.

00:24Segundo ele, a declaração de Trump deu uma química

00:28em relação ao recente contato entre os líderes.

00:31Abre uma janela para reduzir tensões e recolocar a relação

00:35em uma agenda de integração econômica, investimentos e parcerias.

00:40Para Fernando Haddad, o bom clima entre os presidentes

00:43cria o momento para discutir tarifas, sanções e uma pauta positiva de investimentos.

00:50E este foi o destaque do Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.

00:54Acesse www.timesbrasil.com.br

00:58Porque aqui na TV são 15 horas de áreas de jornalismo de negócios

01:02com conteúdo inédito.

01:05E você também pode acompanhar a nossa programação completa ao vivo

01:08de segunda a sexta no YouTube.

01:10É só você acessar o nosso canal e as redes sociais.

01:13Arroba o Times Brasil, maior canal de negócios do Brasil.

01:18Mariana Almeida já está com a gente aqui chegando no Agora.

01:21Mariana Almeida, muito bom dia para você, a nossa analista, Mariana Almeida.

01:24Bom dia, Eric, para você e para todo mundo que nos acompanha aqui no Agora.

01:28Mariana Almeida, a gente viu aí que Fernando Haddad, o ministro da Fazenda,

01:32se animou com esse contato entre Donald Trump e o presidente Lula.

01:37Eu comentava aqui nos bastidores também com o time do Real Time,

01:41essa chance da conversa de Lula e Trump poderia ser uma armadilha.

01:47Não vejo assim, dessa forma, como foi, por exemplo, com os elentes,

01:51que o presidente da África do Sul, que eles foram, passaram por uma saia justa.

01:56Acho que com o presidente Lula pode ser diferente.

01:59Acho que o Brasil pode capitalizar um pouquinho mais em relação ao tarifácio,

02:02Mariana Almeida?

02:03Essa é a perspectiva positiva, otimista, que o próprio ministro Fernandade

02:07também está trazendo.

02:08que, em situações normais de civilização, a ideia de dois chefes de Estado

02:13sentarem para conversar depois que foi colocado um tarifácio bastante à revelia

02:19das condições econômicas e que mexe tão profundamente com os setores econômicos

02:24de ambos os países, seria meio que o óbvio acontecer.

02:27Então, isso aconteceu em julho, então o tarifácio anunciado em julho,

02:30a gente já está no final do mês de setembro e parece que agora vai ter essa reunião.

02:34Então, é o razoável que assim aconteça e a gente espera que, podendo sentar e conversar,

02:40tenham sim tratativas, que haja explicações e que se coloque num caminho de maior negociação.

02:45Principalmente porque tem muito espaço para ganha-ganha econômico dos dois lados.

02:49Então, assim, isso é uma coisa que está falando desde o início.

02:52Se for falar explicitamente sobre questões econômicas e parâmetros econômicos,

02:57vale a pena conversar, reduzir essas tarifas, pensar em investimentos mútuos

03:00e reorganizar essa relação.

03:02Então, dito isso, dentro dessa racionalidade, estamos otimistas.

03:10É claro, Donald Trump joga com um zigue-zague muito profundo em relação à maioria dos temas.

03:15Só ontem a gente viu algumas voltas, inclusive com Zelensky.

03:19Aqui o Eric Lai trouxe a relação do Zelensky,

03:22teve uma péssima reunião com o Trump em algum momento.

03:25Foi constrangido no Salão Oval, né, Mari?

03:26Foi fortemente constrangido, né, ali no Salão Oval.

03:30Teve, durante algum tempo, a negociação do seu território, da Ucrânia,

03:34negociado a revelia de Zelensky e Trump dizendo que teria que abrir mão.

03:39Ontem reverteu.

03:40Falou, não, ontem Donald Trump, a gente vai falar mais disso depois,

03:42mas ontem Donald Trump falou que não, que tem que lutar pela recuperação

03:46das fronteiras ucranianas pré-guerra.

03:49Então, mudou completamente o posicionamento.

03:51Então, isso é parte, estou trazendo esse assunto porque é parte do método de Donald Trump.

03:54Tem esse zigue-zague, importante lembrar que nos mercados, no geral,

03:59ganha-se às vezes com o zigue-zague e ele acaba tendo isso como método também

04:03que confunde, traz essa dificuldade da gente dizer, será que agora dá para confiar?

04:08Economicamente faz sentido, politicamente precisa ver como vai ser a constância,

04:12a consistência desse chamado.

04:14Vale a pena apostar, obviamente, para o Brasil o interesse é que se ensaia

04:18e que a gente esteja falando que essa química permaneça, seja real.

04:22E aí o fato de ele não ter mencionado o Jair Bolsonaro da questão política

04:25ter saído da pauta, dá uma possibilidade que a gente realmente use, então,

04:29essa janela que por hora é positiva para negociar e tentar consolidar

04:33porque não faz sentido economicamente esticar essa corda com o Brasil.

04:37E, aliás, nem politicamente, se a gente pensar no conjunto da geopolítica internacional,

04:43Donald Trump não tem por que ganhar com uma rixa com o Brasil no momento atual.

04:47E a perspectiva comercial é interessante, é positiva, até porque há uma pressão também

04:53de empresários norte-americanos para esse encontro entre Trump e o presidente Lula.

04:59E a gente viu no discurso de Trump, ele fez afagos também a Lula, defendeu os seus ideais,

05:05fez uma defesa da sua política econômica, da sua política migratória,

05:11mas fez afagos ao presidente Lula.

05:14Tem uma frase, um ditado que diz o seguinte,

05:18o fantasma sabe para quem aparece.

05:19Então, eu acho muito difícil que o presidente Lula,

05:22mesmo que haja essa conversa pessoalmente,

05:24seja constrangido pelo presidente Donald Trump,

05:27até porque hoje o Brasil tem um protagonismo muito maior,

05:31por exemplo, que a Ucrânia e a África do Sul no cenário mundial

05:34e tem apoio de grandes potências como a China, por exemplo.

05:37Sim, e aliás, esse talvez seja um pouco uma consideração a ser feita, né?

05:40Porque se tem algum bloco que talvez coloque uma pedra nos sapatos de Donald Trump,

05:45são os BRICS.

05:46E os BRICS têm essa composição nada simples também de ser mantida.

05:50Temos Rússia, China, Índia, Brasil, África do Sul como países originários.

05:54Tem mais gente agora no BRICS, mas os principais.

05:56E aí, Donald Trump agora atacando Rússia e China novamente.

06:01Atacando no sentido de colocar os limites desses dois países em relação à sua economia.

06:06O Brasil vinha fazendo um papel de democracia, a âncora de valores dos BRICS.

06:11E agora Donald Trump, talvez nesse jogo, ao fazer o afago,

06:14também de alguma maneira coloca um pouquinho mais de azedando esse caldo para dentro dos BRICS.

06:20Porque se ele briga com alguns e afaga os outros,

06:23a unidade dos BRICS em conta Trump diminui.

06:26Isso pode ser parte da jogada também política que ele tem como uma cartada na manga.

06:31Vamos ver se é por aí ou não, né, Cláudia?

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