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Vinicius Torres Freire analisou os impactos do encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin, destacando como a imprevisibilidade do presidente dos EUA pode gerar insegurança econômica, aumento de gastos militares e mudanças nos pactos comerciais. Especialistas alertam que decisões unilaterais podem afetar mercados e investimentos globais.

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Transcrição
00:00Boa tarde, Vinícius, tudo bem?
00:01Boa tarde, Fábio. Boa tarde para todo mundo.
00:03Vinícius, o que é que está em jogo aí? Dá para resumir?
00:07Olha, você e Felipe já deram uma esquadrinhada boa no que está acontecendo.
00:11Agora, o que está em jogo aí é o tamanho da concessão
00:14ou o tamanho da autoridade que o Trump vai se dar
00:19sobre o caso da Ucrânia e sobre a atuação dos europeus e tudo mais.
00:24Ele pode sair daí também com uma declaração do Putin
00:28e vaga e as coisas ficarem vagas como estão
00:31e o Putin, como está fazendo, empurrar com a barriga essa guerra
00:35e não ter nenhuma decisão.
00:37Pode ser que o Trump, diante de um caso que ele não vai conseguir nada
00:40para vender de maneira entusiástica, ele possa dizer
00:44que não, estamos progredindo, fizemos grandes progresso,
00:47agora a gente vai ver com a Europa, com a União Europeia e com a Ucrânia
00:49o que eles querem fazer. Pode enrolar.
00:52Ou ele pode, então, dizer que não, chegamos a um acordo
00:55que sem isso aqui não vai. Está tudo muito aberto.
00:58A gente sabe só que tem o seguinte, tem dois impérios conversando,
01:03como a gente não via faz muito tempo, pelo menos desde o final da guerra,
01:06mas aquela era uma situação de guerra,
01:08quando as potências aliadas à União Soviética,
01:12à Inglaterra e aos Estados Unidos dividiram a Europa.
01:17Olha, esse pedaço aqui vai ficar sob influência soviética
01:20e esse pedaço aqui vocês não mexem, a coisa não ficou muito bem acertada,
01:24começou a Guerra Fria dois anos depois, mas faz muito tempo
01:27que você não tem uma conversa imperial sobre o destino de um terceiro país
01:30e de interesse de um bloco inteiro que não está na mesa.
01:34Nós estamos conversando aqui sobre o mundo e vocês são secundários.
01:37Primeiro a gente conversa e depois a gente vê o que sobra para vocês.
01:40É uma nova mudança do sistema mundial que o Trump está implementando,
01:45pelo menos durante os seus anos de governo e de poder,
01:48vamos ver quanto dura o poder dele na Casa Branca.
01:51Segunda coisa é se o Trump pode sair irritado disso.
01:57Sair irritado disso, falar, se não der certo eu vou sair logo da reunião,
02:01pode ser um sinal de derrota.
02:02Eu fiz uma cúpula com o Trump, com o Putin, não saiu nada
02:05e agora eu tenho que tomar uma atitude.
02:07E essa atitude pode ser muito dura, além de ser uma admissão de derrota,
02:11que ele não tem influência sobre o Putin,
02:13e pode implicar que ele tenha que bater no Putin de alguma maneira
02:17e aumentar a tensão.
02:18Então a gente está vendo, e como o Trump é imprevisível,
02:21todas as possibilidades são razoáveis.
02:23A gente já viu ele fazer tais coisas e voltar atrás várias vezes.
02:27Mas a depender do que ele fizer, pode ter implicações muito grandes para o mundo.
02:31É óbvio que, né?
02:32Então a gente tem que esperar o que vai sair dessa loteria,
02:36porque é loteria.
02:37O comportamento do Trump é loteria,
02:39a política americana depende da cabeça dele,
02:41não tem uma linha organizada a não ser impor seu desejo ao mundo.
02:45Mas com o Putin e com a China é um pouco diferente,
02:49porque a China tem, além de arma nuclear, uma economia gigantesca,
02:52e o Putin tem arma nuclear e pode assediar o resto da Europa.
02:57Então é um pouco mais arriscado.
02:59Mas o interessante desse negócio é, pode sair qualquer coisa
03:03e ou a gente vai ter uma situação de a guerra sendo empurrada com a barriga,
03:08conseguimos aqui um prolongamento das conversas,
03:11agora a União Europeia e a Ucrânia falam alguma coisa,
03:14a primeira hipótese, e a outra é, não gostei nada,
03:16que é uma admissão de derrota,
03:18e vou ter que fazer, e se não fizer alguma coisa, vai ficar ainda mais derrotado.
03:21E fazer alguma coisa é aquilo que a gente está discutindo há dias,
03:24e você conversou com o Felipe agora,
03:26pode implicar sanções a parceiros da Rússia.
03:29Então, assim, é uma coisa de louco,
03:32a gente está vendo dois impérios discutindo o destino de um país invadido,
03:36no meio da Europa,
03:37porque quando o país é invadido em outros lugares do mundo ninguém liga,
03:40e que pode implicar intenções ainda maiores.
03:43O destino do mundo pode mudar,
03:46e a gente tem que esperar que vai sair da bolinha de sorteio,
03:49só aquelas bolinhas da mega cena,
03:50que ficam pulando lá,
03:52e a gente aperta uma maquininha, uma alavanquinha,
03:54e sai dali alguma coisa.
03:56E a gente vai ter que esperar, pelo menos,
03:58lá pelas 9 horas da noite,
03:59se a reunião durar o que o Kremlin está dizendo que vai durar,
04:02para ver o que saiu.
04:03Mas, para o mundo,
04:06e assuntos tão delicados serem decididos dessa maneira,
04:08vê que a gente está numa ordem muito insegura,
04:10muito mais insegura do que foi nos últimos, vai, 80 anos.
04:16Para a história recente da diplomacia mundial,
04:19não é nada típico, nada usual isso aqui que está acontecendo, não é, Vinícius?
04:22Claro que você ter terceiros envolvidos como mediadores, sempre.
04:27Agora, os dois lados representados,
04:29os dois lados de uma guerra sempre representados, não é?
04:31Jamais a conversa do mediador com um lado apenas.
04:35E sempre com parceiros,
04:37com parceiros observadores,
04:38com parceiros tendo algum lugar de influência.
04:41Não tem isso.
04:43Não sei se a diplomacia do Trump vai ser essa.
04:45Diplomacia, vamos dizer assim,
04:46chamada diplomacia tecnicamente falando.
04:48Vai ser só essa.
04:49Vai ser sempre assim.
04:51Mas, como você acabou de dizer,
04:54as partes envolvidas estão na mesa,
04:56e tem parceiros envolvidos,
04:58tem mediadores,
05:00tem influenciadores diplomáticos,
05:02tinha sempre uma conversa de modo a limitar o conflito,
05:04e dizer para todo mundo o quê?
05:07Não temos aqui dois impérios decidindo o destino do mundo.
05:10Não que eles vão conseguir.
05:11Mas essa é a ideia.
05:14E o mais irônico,
05:16nem sei se essa é a palavra adequada,
05:18é que o mediador, no caso,
05:19que está sozinho com um dos lados,
05:21é esse mediador que despreza todo o multilateralismo.
05:24Quer dizer, a gente não tem ali um emissário
05:27da representatividade dos fóruns conjuntos de decisão mundiais.
05:34Não, é alguém que despreza todos os fóruns,
05:36que age contra todos os fóruns de decisão global.
05:40E esse é o mediador que está conversando
05:43com apenas um lado da história.
05:44Os fóruns, a União, a gente sabe que a ONU
05:48teve pouca influência nos destinos do mundo
05:50e foi tendo cada vez menos.
05:52A OMC acabou faz uns 10 anos,
05:54pelo menos na prática, por enquanto.
05:56Mas você criava fóruns temporários,
06:00parceiros para o acordo disso ou daquilo,
06:04que pelo menos tentava administrar a situação.
06:06E, de qualquer modo, tinha um compromisso plá,
06:08um taxa, sim, que todos os maiores poderes
06:10estariam envolvidos e os afetados também.
06:14Isso aconteceu tanto em Israel,
06:16não deu muito certo, obviamente.
06:17Aconteceu com os acordos do Irã,
06:19com a Europa envolvida.
06:21Então, em várias situações,
06:23tinha uma tentativa de fazer um conserto
06:25e dizer assim,
06:25ninguém vai usar o poder unilateralmente,
06:28o que diminui a sensação de insegurança.
06:31E quando você cria a sensação de insegurança,
06:32acontece isso que está acontecendo no mundo.
06:34Segurança econômica.
06:36O nacionalismo econômico é crescente.
06:38Os países estão adotando cada vez mais medidas de proteção,
06:41políticas industriais algumas vezes ineficientes
06:43e estão esquecendo a ideia de pactos multilaterais.
06:47e a insegurança está fazendo o que?
06:50Aumento de investimento em armas.
06:52Gasto em armas.
06:53E, por exemplo, em País,
06:54ela usa o mundo todo endividado,
06:56mas a Europa está endividada de modo perigoso,
06:59está com déficit grande,
07:00e eles vão ter que gastar mais
07:01para comprar armas e refazer seus exércitos,
07:06que é o caso da Alemanha,
07:07que inclusive está usando isso como política industrial.
07:08Então, quando você tem insegurança,
07:10não tem acordos, não tem pactos,
07:12você tem mais ineficiência econômica,
07:13mais nacionalismo econômico,
07:15mais nacionalismo político,
07:16mais gasto em armas.
07:18É esse o mundo que está sendo criado
07:19com atitudes desse tipo.
07:21Isso não parece bom.
07:22Léz, por falar nisso,
07:23só um lembrete que a gente tem aqui representados
07:26os dois maiores arsenais nucleares do mundo.
07:28O primeiro da Rússia, o segundo dos Estados Unidos.
07:31E, recentemente, a gente acompanhou
07:33Trump mandando dois submarinos nucleares
07:35ali para a região da Rússia,
07:37evidentemente, sem especificar onde,
07:38por questões óbvias,
07:40por uma escalada de ameaças,
07:43no caso ali,
07:44era com o Dmitry Medvedev,
07:47que já foi presidente da Rússia,
07:48enfim, é outra eminência parda.
07:51Bom, não é parda,
07:51porque ele está sempre nos holofotes,
07:53mas outra autoridade da Rússia
07:55que está sempre acompanhando o Vladimir Putin também.
07:57O pessoal chama hoje o Medvedev,
07:59que já foi primeiro-ministro-presidente,
08:01mas é um aliado do...
08:02Mas está fora do poder,
08:04aliadíssimo do Putin,
08:06de troll do Putin.
08:06É aquela pessoa que vai para a internet fazer onda
08:09para agradar o Putin.
08:11Agora, essa história de mandar dois submarinos,
08:13não é assim que, olha,
08:14mandar a quinta, sexta frota lá para...
08:17não sei qual delas que é,
08:18mas alguma frota americana
08:20chegar perto do Irã para ameaçar de guerra.
08:23Ele não vai atirar na Rússia
08:24porque coisas muito graves acontecerão.
08:26Mas isso se torna a linguagem de sinais.
08:30Em vez de você conversar, ligar,
08:32olha, isso é muito grave,
08:33assim, estou mandando submarino.
08:35É uma linguagem de sinais entre países
08:37e é uma linguagem para o público.
08:38O que nós estamos...
08:39Como é que é a diplomacia agora?
08:40A gente vai jogar uma bomba no Irã,
08:42ou uma série de bombas no Irã.
08:44A gente vai mandar submarinos para a Rússia.
08:47Quer dizer, a linguagem...
08:48E aí, a linguagem que está sendo transmitida para o público,
08:52está formatando, inclusive,
08:53o espírito da burocracia,
08:55das políticas e dos intérpretes
08:57e dos outros analistas de outros países
08:59e de diplomacia e escorpos diplomáticos
09:01de outros países, é...
09:02A linguagem agora é...
09:04Está com problema?
09:05A gente manda um submarino.
09:06Não vai tacar bomba na Rússia
09:08porque aí a gente vai ter problemas terminais para o mundo,
09:11vamos dizer assim, literalmente terminais.
09:13Mas, se eu mandei dois submarinos para a Rússia,
09:16eu posso mandar dois submarinos,
09:19um cabo e um soldado,
09:20como dizia um personagem da política brasileira,
09:22tomar o Panamá.
09:24Ameaçar a Dinamarca.
09:26Parece maluco hoje,
09:28mas a gente está vendo que acontecem coisas
09:32que pareciam malucas há três anos,
09:34dois anos ou talvez seis meses.
09:36Então, a linguagem da diplomacia,
09:38a linguagem da relação internacional
09:39fica uma linguagem de violência.
09:41Você não vai negociar comigo nos termos que eu quero?
09:44Você vai pagar tanto de tarifa?
09:46Vai investir tanto
09:47e abrir tanto do seu mercado para o produto americano,
09:50senão você está fora.
09:52E talvez possam vir outras represárias,
09:56como é o caso do Brasil.
09:58E em outro caso,
09:59caso diplomático,
10:00caso de relações políticas,
10:01a gente pode mandar um submarino aí.
10:03E outra também, né, Vinícius?
10:04Quer dizer, se você já mandou dois submarinos nucleares
10:07e o outro lado escalou de novo,
10:09o que resta para você escalar?
10:11Quer dizer, pulou-se todas as etapas da conversa,
10:14como você falou, né?
10:15Você tem N degraus para escalar na retórica.
10:19Agora, você já tem dois submarinos lá e o outro lado reage?
10:22Esse é o problema.
10:23Quando é o caso de comércio,
10:25ainda não dá para voltar atrás.
10:27E quando você põe muito militar,
10:29eu acho que não é o caso agora,
10:30para a gente exagerar tanto com o caso de dois submarinos,
10:32mas quando você começa a envolver muita tropa,
10:36muita arma no meio da bagunça,
10:40acidentes podem acontecer.
10:43E, nesses casos,
10:45segurança, muita segurança,
10:47é recomendado.
10:49Porque é o caso de,
10:52se não tiver,
10:53se tiver um acidente,
10:54o que sobra?
10:55Então, você não pode chegar,
10:56a possibilidade é remota,
10:58mas se acontecer,
10:59ela é desastrosa,
11:00como se diz de seguros, né?
11:02Bom, eu vou pagar um seguro do meu carro,
11:03tem a chance de um em cem mil
11:05para roubarem o meu carro.
11:06Se roubarem o meu carro,
11:08é um acontecimento desastroso.
11:09É apenas uma metáfora.
11:11Se chegar no acidente,
11:12você não tem volta.
11:14Então,
11:14nas relações internacionais,
11:16pequenas mensagens são relevantes
11:18para você ter,
11:19como você disse,
11:20chance para escalar,
11:22chance para reduzir,
11:23o incremental é importante.
11:25Quando você chega perto da tensão limite,
11:28você está perto de um risco explosivo.
11:29E, às vezes, não tem volta.
11:31Às vezes,
11:31acontecem coisas malucas.
11:33Às vezes,
11:33tem uma declaração de guerra
11:34em dois países,
11:35para lembrar,
11:36em 1914,
11:37que vira um dominó gigantesco
11:39e o mundo fica durante quase cinco,
11:40quase seis anos
11:42em uma guerra mortífera
11:43que arrasou o mundo,
11:45acabou com a Europa Antiga
11:46e plantou as sementes
11:47da Segunda Guerra.
11:48Parece exagerado?
11:50Parece,
11:51porque a gente está falando
11:52justamente disso.
11:53Não chegue perto de um limite
11:55para não haver acidentes.
11:56Porque, quando há,
11:57a gente não sabe onde termina.
11:59Essa é uma lição de diplomática.
12:01Essa é uma lição muito básica
12:03de relações internacionais.
12:05Incremental,
12:06sem barulho,
12:08sem colocar todas as cartas
12:11e os seus dados na mesa,
12:12sem apostar tudo,
12:13porque, senão,
12:14você chega muito perto
12:15de um limite explosivo.
12:17Isso é meio assim,
12:18aula de relações internacionais,
12:20primeiro semestre,
12:22como se diz em inglês,
12:23one-on-one,
12:24primeiro semestre.
12:25mas a gente está vendo
12:26todas essas coisas
12:27serem atropeladas.
12:29Atropeladas em nome de quê?
12:30De o poder imperial do Trump.
12:32Não é nem americano,
12:33porque a gente não sabe
12:34se isso vai reverter
12:35em melhorias
12:36para a segurança americana,
12:37para a segurança econômica,
12:39para o progresso econômico americano.
12:40Porque tudo isso
12:41não tem medida
12:42nem cálculo organizado,
12:43pelo menos
12:44segundo os padrões conhecidos.
12:45Talvez o Trump tenha descoberto
12:47a nova fórmula
12:48de sucesso dos Estados Unidos,
12:49vamos ver.
12:50Mas, por enquanto,
12:50a gente só tem mais medo
12:52e insegurança.
12:53E um mundo aleatório.
12:56Como eu disse,
12:56o que vai sair daí?
12:58Ninguém sabe.
12:59Você vê os maiores analistas mundiais,
13:01inclusive analistas específicos
13:02do setor de segurança,
13:03diplomacia, falando
13:04não sei.
13:07Podem ser várias coisas,
13:08porque não tem um sistema
13:09de regras,
13:09não tem um sistema
13:10de pensamento organizado
13:11e não tem uma estratégia
13:13de ser nível
13:14que é tratada
13:15por gente
13:17que é acostumada
13:18a pensar nisso,
13:18um corpo burocrático,
13:19um corpo diplomático,
13:21técnicos, assessores
13:22que pensam no assunto.
13:23É algo que fica
13:24para o imperador decidir
13:25ao bel prazer dele.
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