Donald Trump anunciou tarifas de importação sobre 14 países e ameaçou taxar em 10% membros do Brics. O presidente também criticou Vladimir Putin e pressionou o Fed a reduzir juros. O líder de política internacional da BMJ Consultoria, Vito Villar, analisa o impacto político e econômico global dessas declarações.
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NotíciasTranscrição
00:00O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segue naquela reunião de gabinete
00:04e a gente vai voltar a escutar um pouco. Felipe, me acompanha aqui.
00:07Vamos lá.
00:19Ele está falando de uma missão muito importante.
00:25A missão provavelmente do Irã, ele falando que muitos detalhes tinham que estar perfeitos
00:29e coordenados, numa sincronia perfeita, que se ele tivesse uma região onde tem séculos
00:35de ódio entre os países, era uma operação muito sensível, muito delicada, que se tivesse
00:42qualquer tipo de erro, seria um preço muito caro a pagar.
00:55Agora, falando sobre a situação da Rússia e Ucrânia, ele está muito infeliz com essa
01:03situação.
01:04Fernando Souza também está ligado nessa reunião.
01:07Renan, quando quiser participar com a gente, fica à vontade.
01:10Está certo, Nath.
01:14Muito boa tarde para você e para todos que nos acompanham aqui no Money Times.
01:20Eu acho que um grande destaque que a gente viu até agora do presidente Donald Trump falando
01:25foi alguns minutos atrás ele dizendo que eu não estou feliz com o Putin, não estou
01:30nada feliz com o Putin.
01:32Ele está matando seus próprios soldados.
01:34Ele estava justificando a sua ação em relação ao Irã, dependendo da operação dos Estados
01:40Unidos, e aí foi um assunto Rússia e, de maneira mais crítica, diretamente crítica
01:46a Vladimir Putin, essa mudança de som que a gente vem analisando, que o presidente Donald
01:53Trump está adotando, e agora ele é aumentando o som mais uma vez, dizendo que não está feliz
01:58com Vladimir Putin e com o que Vladimir Putin está fazendo na guerra na Ucrânia, Nath.
02:04Obrigada, Renan.
02:08Boa tarde para você.
02:10Já cheguei, já chamei, né, com tudo, nem te dê boa tarde.
02:12Obrigada.
02:15Ele está falando sobre a Ucrânia, né, Felipe?
02:16Sim, ele falou sobre a Ucrânia e ele falou assim que era uma guerra que era esperada que
02:20acabasse muito rapidamente, dada a diferença de poderio militar entre Ucrânia e Rússia,
02:26mas a Ucrânia só conseguiu resistir graças justamente à ajuda dos Estados Unidos.
02:30Então, ele está valorizando isso e dizendo que os Estados Unidos gastou 300 bilhões
02:34de dólares com a ajuda militar à Ucrânia.
02:36Nath, assim, ao longo dos últimos dias, Donald Trump está numa posição muito de trocando
02:41de ideia muito rapidamente.
02:43Ele anunciou que ele ia parar, interromper ali o envio de armas para a Ucrânia e, depois,
02:49ontem, ele voltou a dizer que ia voltar a enviar armas para a Ucrânia.
02:53Ele está numa posição mudando de ideia muito rapidamente, até mais rápido do que
02:57já é o normal, no que ele costuma fazer.
03:00Então, nesse momento, Donald Trump está dizendo que vai mandar mais armas para a Ucrânia.
03:04Agora, o Donald Trump usou até um palavrão, Nath,
03:33para se referir ao Barack Obama, assim, à condição anterior do Barack Obama.
03:40Ele criticando as ações militares do presidente Barack Obama e falou que era muita bobagem,
03:45mas usou uma expressão um pouco mais dura que essa.
03:48e eu tenho que olhar para que ele é muito firme.
03:51E eu estou me olhando muito forte.
03:52the Council of Economic Advisers
03:55released a report saying
03:56que importations de cobertos
03:58have actually decreased in price
04:00from December to March.
04:02Well, my question is
04:03the Fed Chairman keep saying
04:05that tariffs are going to
04:07cause price increases.
04:09Chairman of the Fed?
04:11Atalha, ele falando um pouquinho sobre as tarifas, eu estou achando que essas perguntas foram,
04:32os jornalistas foram escolhidos a dedo pela Casa Branca, porque o jornalista perguntou o seguinte,
04:36ah, falaram que as tarifas iam causar inflação, mas na verdade o que a gente está vendo são os preços caindo, presidente.
04:41Ah, perguntas favoráveis.
04:43Ele falou assim, ah, quem disse que ia fazer inflação? Por acaso foi o Jerome Powell?
04:46Porque você estaria fazendo um trabalho melhor que ele se estivesse no Banco Central americano, falou para o repórter.
04:51Então, perguntas escolhidas a dedo pela Casa Branca, provavelmente de veículos um pouco mais alinhados com a mensagem da Casa Branca,
05:00então permite que o Donald Trump seja essa, o repórter levanta a bola e o presidente pode cortar,
05:06como se fosse mais ou menos um jogo ensaiado.
05:10É, ele está justificando justamente as tarifas e tudo mais, mais uma vez criticando o ex-presidente Joe Biden,
05:38e falando também, ressaltando que ele, essa conquista, que realmente foi uma conquista de obrigar, de certa forma,
05:44exigir e pressionar os países da OTAN a gastarem os seus 5% do PIB para ser uma relação mais equilibrada.
05:51Os Estados Unidos tiram um pouco do seu investimento ali no OTAN e os outros países passam a investir 5% dos seus próprios respectivos PIBs.
05:58Então, ele está valorizando isso e realmente essa foi uma grande vantagem, uma grande vitória dele na política internacional.
06:03Agora, acho que não foi uma pergunta amigável.
06:33Ele está falando agora do presidente Jerome Powell, do Banco Central, e agora o repórter chamou uma atenção para uma questão mais delicada.
06:50Ele disse que o Jerome Powell mentiu no Congresso e se isso não seria um motivo para tirá-lo do cargo.
06:57E daí o Donald Trump falou assim, não, então você, por favor, vamos começar a exigir que ele renuncie, para não precisar tirar ele do cargo.
07:05Ele deveria renunciar porque ele é muito atrasado, está tomando decisões mais atrasadas e tudo mais.
07:10Então, é uma questão que talvez tenha sido até combinada também, mas para pressionar mais uma vez o Jerome Powell para baixar os juros.
07:17E aí
07:46Agora, levantando aquela questão, né, que o Musk, na verdade, levantou, né, sobre o envolvimento de Donald Trump em um dossiê.
07:57E, Jeff, você quer gastar o tempo e você acha que a resposta?
08:01Eu não acredito que você está perguntando uma pergunta sobre isso.
08:07Ninguém falou mais sobre esse caso durante muito tempo.
08:10E agora o Donald Trump entrou e ficou um pouco nervoso com essa pergunta, né?
08:17É um assunto delicado para ele.
08:18Isso. E a pergunta foi direcionada à procuradora, né, F.M. Bondi, e ele até disse, você quer responder sobre isso?
08:40E aí, você quer dizer, você quer fazer um livro que ele fez um livro que ele deixou um livro que o livro que ele deixou,
08:50ali no exemplo, ele ficou um livro que ele deixou, não vai ver a primaver.
08:54Ele deixou um livro para a primeira vez em um afetó,
09:08Agora ela está falando sobre imagens fortes, né?
09:23Esse caso, só para acabar de ouvir, para a gente...
09:25Acho que precisa trazer o contexto, né, Felipe?
09:27A gente vai terminar de ouvir só.
09:38Essa é uma questão bem delicada, até porque o presidente Donald Trump ficou um pouco nervoso.
09:46Porque é a associação que o Elon Musk acusou ele de fazer parte daquele grupo do Jeffrey Epstein,
09:51que foi um condenado americano por pedofilia, que inclusive se matou na própria prisão, se enforcou.
09:57Essa lista é uma lista...
10:00Dizem que o Donald Trump está na lista de clientes do Jeffrey Epstein, né?
10:03Existe esse rumor.
10:05O Elon Musk mesmo insinuou isso.
10:07E agora a procuradora-geral, Pam Bond, foi questionada sobre isso e ficou um pouco ali nervosa.
10:13O Donald Trump entrou na discussão, também mostrou um certo incômodo com essa questão
10:19e disse que tem tantas tragédias, tragédias do Texas, desenchentes do Texas, por exemplo.
10:24Por que querer saber desse assunto, ainda esse assunto, né?
10:26Então ele mostrou um pouco se incomodado com essa questão.
10:30E ela disse que a lista dos clientes do Jeffrey está na mesa dela, ela está revisando isso.
10:36porque estão cobrando a divulgação dessa lista.
10:38E ela disse que ainda está revisando.
10:40Deu uma enrolada ali, falou que ainda está revisando, vendo os detalhes.
10:43Mas esse é um assunto que deixa o presidente Donald Trump bastante incomodado
10:47pelo potencial destrutivo que ele tem de associação com crimes sexuais, né?
10:51Que são crimes muito sérios.
10:52É, agora ele está elogiando o ex-presidente McKinley, presidente americano,
11:21que, aliás, é o grande ídolo do presidente Donald Trump.
11:25É um presidente americano que aplicou tarifas no século XIX.
11:28Ele acabou de dar um exemplo de que ele aplicou as tarifas e depois arrecadou muito dinheiro com isso
11:33e depois o Ted Roosevelt veio na sequência como presidente e gastou todo o dinheiro
11:37e ficou sendo considerado um dos grandes presidentes da história.
11:40Então ele está atribuindo, na verdade, os elogios que a história americana faz ao presidente Ted Roosevelt
11:46há justamente o William McKinley, que foi o presidente anterior a ele, que foi responsável pelas tarifas.
11:50Mas temos que lembrar que era no século XIX, né, Natália?
11:53Quando a economia se baseava na troca entre bens, né?
11:56Não tinham serviços, não tinham tecnologia.
11:58Enfim, era uma outra época onde a economia se baseava realmente nessa troca, venda e comércio entre os países.
12:04Ele estava até, né, dizendo, ah, então tá, então vou abrir as portas, qualquer um pode vir, pode vender no meu mercado,
12:14pode fazer o que quiser, eu não vou cobrar nada de ninguém, né?
12:18Renan, tá na escuta?
12:22Sim, Nat, tô por aqui.
12:25E aí?
12:25Eu queria, inclusive, trazer alguns destaques que eu anotei aqui até agora, mas acho que, principalmente agora, em relação às tarifas,
12:33o presidente Donald Trump estava ali sob uma certa pressão, né, porque as pessoas têm dito que ele muda constantemente a data do início das tarifas,
12:42e ele acabou de dizer que não, a data sempre foi 1º de agosto, e que ele muda muito pouco a data das tarifas, né,
12:48algo que a gente sabe que não é real, né, e ele falou que o que acontece, muitas vezes, são só alguns ajustes.
12:55Mas que a data sempre foi 1º de agosto, e aí ele começou a cagar as questões, que, por exemplo, a Coreia do Sul deveria pagar mais para os Estados Unidos,
13:05porque os Estados Unidos ajudam a Coreia do Sul, com 45 mil soldados, a Alemanha tem 40 mil soldados norte-americanos,
13:14e esses países deveriam ajudar mais os Estados Unidos, né, então, sobre o tarifo, ele começou se explicando,
13:21porque essa é a grande crítica, né, que ele troca a data do dia, e aí foi se arrumando.
13:26E só um ponto importante, em relação à guerra da Rússia, foi que ele deixou claro que está considerando agora,
13:34severamente, sanções contra a Rússia, que esse texto já está circulando no Senado dos Estados Unidos,
13:40e a decisão vai ser dele, pessoal, sobre colocar ou não sanções em relação à Rússia.
13:46E aí ele usou uma palavra forte para definir Vladimir Putin, dizendo que Vladimir Putin fala um monte de besteiras sobre a guerra.
13:55Para dizer o mínimo, ele não falou besteiras, mas para dizer que a palavra mais suave que ele falou
13:59é que Putin está falando um monte de besteiras sobre a guerra, Nath.
14:03Foi até uma expressão curiosa, né, Renan?
14:10Ele tem usado alguns palavrões ao longo dos últimos dias, né, mostra um certo, não sei se um certo nervosismo,
14:16uma certa necessidade por ser mais informal, né, uma certa raiva também, né, por falar,
14:21ele usou o fucking em outro momento, agora usou bullshit, então ele está usando algumas palavras
14:27um pouco fora do padrão para um presidente americano.
14:29Fora do protocolo, né? E o Renan vai continuar acompanhando, né, Renan, essa entrevista coletiva,
14:35tendo qualquer novidade, então só sinalizar e voltar na hora aqui com a nossa audiência, tá?
14:40Enquanto isso, a gente vai continuar falando de Donald Trump e das novas tarifas, né,
14:45que ele andou anunciando, inclusive estava comentando a respeito nessa coletiva agora,
14:49nessa reunião, na verdade, né?
14:51Donald Trump, então, anunciou na segunda-feira a imposição de tarifas amplas
14:56sobre importações para pelo menos 14 países, tudo valendo a partir de 1º de agosto.
15:02Essa divulgação, né, o anúncio foi feito via redes sociais, as redes do republicano,
15:08e ele repostou ali as cartas enviadas aos líderes dos países afetados.
15:13E a gente vai repercutir melhor, né, os impactos na economia mundial e o Brasil com tudo isso.
15:19A conversa agora é com o Vitor Vilar, que é líder de política internacional na BMJ Consultoria.
15:25Tudo bem, Vitor? Boa tarde para você. Bem-vindo de volta ao Money Times.
15:30Muito obrigado pelo convite. Boa tarde, Natália. Boa tarde, Felipe.
15:34Boa tarde aos nossos espectadores aqui. É um prazer estar de volta.
15:38Prazer o nosso. Acho que você já está na escuta aí, né, acompanhando a transmissão da entrevista ao vivo de Donald Trump.
15:44Ele voltou, né, a protagonizar as conversas, principalmente por conta dessas novas tarifas, né, Vitor?
15:51Então, agora afetando 14 países. Queria te ouvir sobre isso, quais são os principais objetivos dessa nova fase, né,
15:58das tarifas de Donald Trump e quais são os impactos que já dá para calcular delas?
16:05É bastante complicado mesmo, né, porque como o Renan está muito bem observando,
16:10o Trump, ele fala que ele não vai e volta no seu discurso, mas ele mudou de opinião algumas vezes, né,
16:16especialmente o quanto que vai ser cobrado, a data de início.
16:20Então, é bastante interessante a gente acompanhar e entender melhor como que serão aplicadas.
16:25Mas, de fato, né, o que foi divulgado são essas pouco mais de 10 cartas para alguns países,
16:30incluindo aliados históricos dos Estados Unidos, como o Japão, como a Coreia do Sul,
16:34que já tinham tarifas específicas, né, e recíprocas mais altas do que outros países
16:39que nem são tão próximos politicamente ou historicamente dos Estados Unidos
16:43e que gerou bastante rebuliço no comércio internacional.
16:48São países, inclusive, que procuraram os Estados Unidos para negociar,
16:51para entender como que seria possível reduzir esses impostos de importação
16:56e buscar uma preferência tarifária, o que até o momento parece que não foi possível.
17:01E os impactos são claros, né, no primeiro momento a gente já tem observado
17:06os Estados Unidos com uma maior arrecadação do imposto de importação,
17:09lembrando que quem arca com isso, de fato, são os próprios consumidores dos Estados Unidos
17:15e também algumas gerações de postos de emprego, alguns setores que foram mais protegidos,
17:22como é o caso do ácido alumínio, dos automóveis,
17:25e aqueles países que enxergam nos Estados Unidos um destino favorável às suas exportações
17:30ou até mesmo essencial, como é o caso da própria Coreia do Sul,
17:33como é o caso do próprio Japão,
17:35podem ter o crescimento econômico muito afetado.
17:39Olhando para o Brasil, as principais commodities ou produtos afetados
17:45ficam mais em torno do setor de aço e alumínio, também autopartes,
17:50e também do agronegócio brasileiro,
17:51que consegue exportar aos Estados Unidos principalmente produtos voltados
17:55ao setor de frutas, carnes e também café.
17:58Boa, Felipe, sua pergunta, então.
18:02Tudo bem, Vitor, boa tarde.
18:03Vitor, na lista, quando a gente olha para a lista dos países,
18:06realmente o Japão e o Coreia do Sul são dois países que chamam muito a atenção
18:09pela proximidade histórica com os Estados Unidos.
18:12Qual você acha que vai ser o impacto direto disso?
18:13O Japão, por exemplo, o governo do Japão já reclamou,
18:16já disse que o envio daquela carta, que é uma atitude unilateral,
18:20é uma ação lamentável do governo americano.
18:23Você acha que é possível uma aproximação maior entre Japão, Coreia do Sul e China?
18:28Visto que eles até já se encontraram recentemente,
18:30você acha que pode nascer dali uma aproximação maior?
18:33Inclusive tem um grupo econômico importante, o Eyes One,
18:37que é o grupo do Sudeste Asiático.
18:39Você acha que esse grupo da Ásia ali pode realmente se aproximar mais
18:42devido a esse afastamento dos Estados Unidos?
18:44É uma questão bastante complexa.
18:49Obviamente os países que possuem blocos econômicos, eles tentam negociar em bloco,
18:53só que aqueles que conseguirem vantagens específicas, eles vão sair na frente,
18:57como é o caso do Vietnã.
18:59O Vietnã estava com uma tarifa imposta de 46%, conseguiu em negociações se reduzir para 20%.
19:05Mesmo assim sendo bastante alta, ele consegue uma vantagem comparativa a outros parceiros da região,
19:09como o próprio Japão, Coreia do Sul, Malásia, que não necessariamente possuem a mesma economia,
19:17a mesma pauta exportadora, mas que conseguem ter um acesso facilitado e conseguir vantagens comparativas.
19:24Eu acho que para o Japão e para a Coreia é uma sinalização bastante perigosa,
19:27uma vez que essa região, além de contar com esses dois parceiros estratégicos e históricos dos Estados Unidos,
19:33também tem uma influência estratégica para a política americana na região,
19:39uma vez que é uma área de projeção da política chinesa,
19:42que pode agora ficar mais aberta a esse crescimento das tratativas com o Xi Jinping.
19:48Então o próprio Japão, como você disse, Felipe, já noticiou,
19:54dizendo que é uma visão unilateral que deverá ser contestada,
19:57mas a gente viu, ainda em abril, a China, o Japão e a Coreia discutindo uma posição comum dos três países,
20:04os três países com as principais economias da região, do Leste Asiático.
20:09Então uma formação de uma posição comum, uma formação de uma posição política alinhada
20:15é bastante perigoso para os interesses dos Estados Unidos na região.
20:20E, Vito, agora como você está vendo as ameaças,
20:23que foram ventiladas aos países alinhados ao BRICS, porque isso também está rolando,
20:30como que essas medidas podem influenciar relações diplomáticas, econômicas,
20:34entre Estados Unidos e o Brasil, mais propriamente?
20:38É uma situação que o Trump já havia comentado.
20:42Logo que ele assumiu o poder, um pouco antes, inclusive, quando ele estava em campanha,
20:46ele já tinha ameaçado tarifar aqueles países que busquem minar a hegemonia do dólar,
20:52uma vez que a hegemonia dos Estados Unidos, o poder do Donald Trump,
20:58ele é projetado não somente pelo poderio cultural e militar,
21:02mas também muito pelo poderio financeiro de controle das transações internacionais,
21:06uma vez que o dólar é uma moeda de troca internacional.
21:10E os BRICS, ao buscar, não necessariamente substituir o dólar,
21:16mas sim aumentar as trocas dos países em moeda local,
21:19ou até mesmo discussões até um pouco mais embrionárias, na realidade,
21:22a criação de uma moeda de comercial comum entre eles.
21:25Obviamente, liga o sinal de alerta nos Estados Unidos
21:29de que essa questão pode começar a se ramificar com outros países.
21:35Bom, lembrar, os BRICS começaram com quatro países,
21:38depois esteve em edição da África do Sul,
21:39hoje já conta com mais de dez,
21:41e no futuro próximo pode continuar essa expansão ainda mais.
21:45Então, é preocupante para os Estados Unidos
21:48que países de economias em desenvolvimento busquem alternativas ao dólar.
21:52Então, nesse momento, faz sentido o comentário do Donald Trump.
21:57Ao mesmo tempo, os BRICS contam com países altamente aliados dos Estados Unidos,
22:02como a Índia, a Árabe Saudita, que está naquele vai e não vai com os BRICS,
22:06mas formalmente está dentro,
22:07a própria Indonésia, que tem relações bastante interessantes com os Estados Unidos.
22:12Então, são países que, aliados aos Estados Unidos,
22:15dificilmente receberiam essa tarifa,
22:17de 10%, de 15%, o quanto que os Estados Unidos decidem tarifarem.
22:23Então, eu acho que é muito pouco provável nesse momento,
22:26eu acho que cumpre mais como uma ameaça
22:28a esses países que quiserem discutir isso,
22:31mas no futuro médio prazo,
22:33acho que talvez seja uma discussão que deverá esquentar.
22:37Ô, Vito, inclusive Donald Trump voltou a falar agora
22:40sobre o BRICS e sobre o dólar como rei.
22:43Então, eu vou pedir pra você continuar aqui com a gente,
22:46enquanto a gente ouve o Renan de Souza,
22:49que vai trazer, então, os últimos destaques,
22:52as aspas mais importantes do momento aí, Renan.
22:57Exatamente, Nath.
22:58Numa coincidência, agora no meio da entrevista,
23:00justamente o presidente Donald Trump
23:02estava falando sobre os BRICS.
23:04E ele, um pouco mais claro,
23:05foi além daquela mensagem que ele postou na rede social,
23:08justamente dizendo que se os países fazem parte dos BRICS,
23:14então ele tem que pagar 10% de tarifa
23:17só por fazer parte do grupo.
23:20Ele disse que os BRICS foram criados justamente
23:23para valorizar, para questionar a hegemonia do dólar.
23:27E aí ele seguiu dizendo que acha que os BRICS,
23:30os países dos BRICS estão quebrados.
23:33Foi uma ideia que surgiu e não deu certo,
23:35não pegou e todas as nações estão quebradas.
23:39E aí ele fez uma ameaça num caminho de ultimato.
23:43E ele fez uma comparação,
23:45que perder a dominância, a hegemonia do dólar
23:48para os Estados Unidos,
23:50seria como perder uma guerra.
23:52E aí Donald Trump disse que
23:53quem quiser desafiar a hegemonia do dólar,
23:56pode até fazer,
23:57mas vai pagar um preço muito alto.
23:59Então, a mensagem dele foi em tom de ultimato,
24:03foi subindo o tom mesmo,
24:04em relação aos BRICS,
24:06especialmente, como a gente até falava aqui no Money Times ontem,
24:09na origem, a criação,
24:11o sentido da criação dos BRICS,
24:13só de questionar o Ocidente,
24:15as instituições desde Bretton Woods,
24:18isso já é, obviamente,
24:20um descompasso até em relação
24:22à agenda do presidente Donald Trump
24:23e o que ele representa.
24:25E agora ele explicou um pouco mais
24:27a mensagem e ele voltou
24:28em relação aos BRICS.
24:30Nath.
24:31Tá certo, Renan.
24:32E a gente volta, então.
24:33Bom, qualquer novidade, por favor, tá?
24:35Só chamar.
24:36E a gente vai voltar a falar com o Vito,
24:38né, que estava aqui.
24:39Aí já está de volta o Vito.
24:41Felipe, quer já aproveitar e mandar uma pergunta?
24:43Vito, você ouviu essa colocação do Renan?
24:46Só para saber, eu queria a sua análise sobre isso.
24:48Quer dizer, ele...
24:49Donald Trump endurece a sua relação,
24:52endurece o discurso contra os BRICS
24:54e ameaça, né?
24:56Ameaça claramente que se os BRICS passarem
24:58a utilizar uma outra moeda,
25:00como vem sendo discutido e analisado e tal,
25:03ele pode taxar 10% a mais, enfim,
25:07e levar isso para uma outra questão,
25:09outro patamar, né?
25:10Queria saber a sua opinião sobre essa declaração.
25:14É, exatamente, Felipe.
25:15Como eu estava comentando,
25:16de fato, essa disputa pela hegemonia do dólar
25:20é algo que os Estados Unidos
25:21ele vai agarrar muito forte quando ele puder
25:23e enquanto ele puder fazer isso.
25:25Obviamente, não é do interesse dos BRICS
25:28que essa transição seja de uma forma rápida
25:33ou muito latente,
25:34que consiga, que gere disrupções muito grandes
25:37nos mercados internacionais
25:38e, obviamente, gerando consequências negativas
25:40para os países.
25:41Então, essa é uma busca, né?
25:42A substituição do dólar por uma moeda local
25:45ou uma outra moeda
25:46é um objetivo chinês de longo prazo.
25:49Então, há muito tempo,
25:50a China começa a financiar
25:51suas trocas ou linhas de crédito
25:53com os países,
25:54nossa própria moeda,
25:55não é o Yuan.
25:56E isso já acontece com o Brasil há muito tempo.
25:58A Argentina, mesmo sob o Miley,
26:00renovou sua linha de crédito com a China
26:01em moeda local chinesa.
26:03Então, trocas diretas entre o peso argentino
26:05e a moeda chinesa.
26:06Então, é algo que acontece.
26:08O próprio Brasil tem linhas de crédito
26:10dentro do Mercosul
26:10que podem ser feitas em moedas locais
26:12com a Argentina, com o Paraguai, com o Uruguai.
26:14Então, a troca em moeda nacional
26:16não é novidade.
26:18O que os BRICS querem nesse momento
26:20ou que eles parecem sugerir
26:23que talvez seja uma estratégia a longo prazo
26:26é o início do aumento das trocas
26:28em moedas locais.
26:30Especialmente capitaneado aqui pela China
26:31por esse interesse macrogeopolítico
26:33e pela Rússia,
26:34que agora, como a gente bem sabe,
26:36está banida com sanções diversas,
26:38não consegue mais utilizar o SWIFT,
26:40que é aquele sistema internacional
26:42de trocas que acontece em dólar,
26:44não consegue utilizar de bancos
26:45dos Estados Unidos
26:46ou da União Europeia.
26:48Então, de fato, é capitaneado
26:49por essas nações que não conseguem o acesso
26:51ou que têm o interesse macrogeopolítico.
26:53Agora, para o Brasil,
26:55mesmo com o Lula comentando,
26:56que ele acredita que faz sentido,
26:59não faz sentido para o Brasil
27:00capitanear essa discussão
27:02de uma maneira muito latente
27:03ou muito forte.
27:04Mesmo que essas discussões
27:05estejam acontecendo,
27:06elas estejam escritas, mapeadas,
27:09colocadas na declaração de líderes.
27:11Então, eu acredito que o Brasil,
27:13pelo menos nos próximos anos,
27:15ele vai levar com bastante cautela
27:16essa discussão,
27:17buscando evitar confrontos diretos
27:19tanto com os Estados Unidos
27:20ou perder credibilidade com a China,
27:23enquanto a China vai continuar
27:24nos seus passo a passo lento
27:26de aumento das suas trocas
27:27em moedas locais.
27:29A reação dos Estados Unidos,
27:30eu acho que é muito interessante
27:31nesse momento.
27:31Trump dobra a aposta
27:32e ele faz uma pressão ainda maior.
27:34Mas eu reitero,
27:35eu acho muito difícil
27:36que ele vai criar
27:37alguma consequência direta
27:38nesse momento.
27:40Ô, Vito,
27:41e agora há pouco, né,
27:42estava vendo a manchete ali
27:44da CNBC,
27:45que ele disse que está
27:45há dois dias de mandar cartas
27:47também para países
27:48da União Europeia, né?
27:49E aí eu queria ouvir de você
27:51como é que você está sentindo
27:52o comportamento dos mercados, né,
27:54ontem, hoje,
27:55em relação à dólar,
27:57a bolsas,
27:58porque até então
28:00a gente tinha assim, né,
28:01nossa, Donald Trump
28:01fazendo o negócio,
28:03ele pensou,
28:04ele sugeriu que talvez
28:05pense tal coisa
28:06e o mercado já reagindo.
28:08Com tantas idas e vindas,
28:10essas reações continuam?
28:12O mercado ainda anda
28:12tão reativo assim?
28:14Ou já espera um pouco mais?
28:17Como que você está
28:18sentindo os ânimos?
28:20Bem, obviamente, né,
28:22eu acho que depois
28:23do Trump ter anunciado
28:23as tarifas recíprocas, né,
28:25o dólar, ele teve a maior,
28:26sua maior depreciação
28:27em toda a história, né,
28:29na verdade,
28:29nos últimos 50 anos,
28:30depois do Trump ter anunciado
28:32as tarifas recíprocas,
28:32o dólar teve a maior depreciação
28:34desde que ele virou,
28:36desde que acabou,
28:36na verdade,
28:37a paridade do dólar-ouro, né,
28:38então, ou seja,
28:39desde que o dólar acabou,
28:40parou de ser desvinculado ao ouro,
28:42teve a maior depreciação
28:43na história,
28:43mas depois disso,
28:44acho que teve uma estabilização
28:45nos mercados, né,
28:46os investidores,
28:47eles começaram a,
28:48eles precificaram
28:49o que estava acontecendo
28:49e teve uma estabilização
28:51bastante interessante do dólar,
28:53mas há outros indicadores
28:55que são bastante interessantes,
28:57o conflito do Trump
28:57com a presidente
28:58do Banco Central,
28:59do Banco Central dos Estados Unidos,
29:00né,
29:00do Fed,
29:01fazendo uma alusão
29:03até ao que aconteceu
29:03com o Brasil, né,
29:04bastante críticas
29:05com relação
29:05à alta taxa de juros
29:06e tudo mais,
29:07são indicadores
29:08que preocupam
29:10os investidores.
29:11Ao mesmo tempo,
29:12tem toda a sensação
29:14de que os Estados Unidos
29:15ainda continua sendo
29:16o mercado mais sólido,
29:17o mercado mais confiável
29:20para se investir
29:21e de fazer
29:22sua reserva monetária,
29:24financeira
29:24ou de investimentos
29:25do mundo inteiro.
29:27Então,
29:28ao mesmo tempo
29:28que você tem
29:29essa pressão,
29:30essa dificuldade
29:30de entender
29:31para onde que vai
29:32os Estados Unidos,
29:33você tem essa busca
29:34do mercado americano
29:35para conseguir
29:36uma solidez
29:37a médio prazo
29:38de investimento.
29:39Então,
29:39eu acho que na loucura
29:40que a gente está vivendo
29:42hoje em dia,
29:42o mercado dos Estados Unidos
29:43ou até outros mercados
29:44importantes como
29:45o da União Europeia
29:46são um refúgio
29:47para o investidor.
29:48Ah, certo.
29:49Quero agradecer demais,
29:50Vitor Vilar,
29:51líder de política internacional
29:52da BMJ,
29:53consultoria,
29:54participando ao vivo
29:55com a gente aqui
29:55no Money Times.
29:56Muito obrigada,
29:56viu, Vitor?
29:58Boa tarde para você.
29:59Boa tarde, pessoal.
30:00Um abraço.
30:01Até mais.
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