Em uma nova escalada da crise diplomática com o Brasil, o Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental dos EUA publicou uma postagem condenando a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. O comunicado, que segue a linha das sanções impostas por Donald Trump contra Alexandre de Moraes, intensifica a tensão entre os países.
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00:00A partir da decisão do ministro Alexandre de Moraes, muitas dúvidas surgiram qual seria a reação do governo dos Estados Unidos
00:07em meio ao tarifácio e também às sanções contra o ministro Alexandre de Moraes.
00:11O Departamento de Estado americano fez uma postagem na rede social X justamente falando sobre quais podem ser as consequências do governo americano.
00:21Nós temos aqui, inclusive, o governo de Donald Trump.
00:24Diz o seguinte, o juiz Moraes, agora um violador de direitos humanos, sancionado pelos Estados Unidos,
00:30continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia.
00:36Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender em público não é um serviço público.
00:43Deixem Bolsonaro falar, os Estados Unidos condenam essa ordem de Alexandre de Moraes,
00:48fazem críticas ao ministro Alexandre de Moraes e destaca ainda o governo americano.
00:54Em responsabilizar quem colaborar com condutas do ministro.
00:59Foi essa a questão, o posicionamento do Departamento dos Estados Unidos, Departamento de Defesa.
01:06Quero chamar aqui o Nelson Cobaiacho mais uma vez com a gente.
01:09E isso vai alimentando essa questão entre Brasil e Estados Unidos.
01:14Temos a discussão econômica, mas tudo respingando uma questão política.
01:18É perfeito ou cabe ao governo americano fazer uma reação de um assunto interno aqui no Brasil?
01:24Voltamos a essa discussão, Cobaiacho.
01:26Essa é a discussão da soberania, né?
01:28Até que ponto a crítica sobre o que acontece em outro país está dentro ou não do ataque à soberania do outro
01:34ou da própria liberdade de expressão que lá nos Estados Unidos funciona, né, Tiago?
01:37Em relação a este último trecho que você traz, a possibilidade de punir aqueles que concordem
01:44ou que apoiem as decisões do ministro, eu entendo como uma clara mensagem aos outros integrantes da Suprema Corte.
01:51Aqueles que podem convalidar, referendar em um eventual recurso, essa decisão do ministro Alexandre de Moraes.
01:58É uma mensagem também que está sendo passada.
02:00E aí a gente vai vendo essa corda tensionando cada vez mais, né?
02:04Se a sanção a um ministro, o relator, gerou todo este embate de lado a lado,
02:10o que pode acontecer se isso se estender aos demais membros da primeira turma, por exemplo,
02:16ou ao presidente da Suprema Corte no Brasil, ou a outros atores políticos aqui do território nacional,
02:22do poder legislativo, por exemplo, que eventualmente não se manifestem,
02:26não se posicionem em relação ao que os Estados Unidos entendem ser o cabível neste caso?
02:31É uma situação que politicamente toma também desdobramentos imprevisíveis a partir de agora
02:36em se tratando da relação Brasil-Estados Unidos.
02:39Presidente Lula, Alexandre de Moraes, Suprema Corte e Donald Trump.
02:43Henrique, que que eu também te pergunte sobre essa reação do governo americano,
02:47se é algo que acaba alimentando ainda mais esse conflito diplomático entre os dois países,
02:53se é uma afronta à soberania, não é?
02:55Quero ouvir o seu posicionamento. Valeu.
02:57Tiago, eu diria que não é uma afronta à soberania justamente porque, na verdade,
03:04em qualquer país isso acontece muito quando existem decisões internas,
03:10e vamos lembrar que isso aqui não é uma decisão processual comum,
03:13nós estamos falando de um julgamento de um ex-presidente,
03:17e esse presidente tem aliados, esse presidente também representou um período de parceria
03:23entre dois países que são grandes parceiros comerciais como o Brasil e os Estados Unidos.
03:28Nesse sentido, não é uma interferência à soberania,
03:30porque é uma opinião que se é emitida por ali, pelo outro país.
03:36Agora, é de se esperar que isso aconteça, e eu posso dizer aqui sem medo de ser um profeta do caos,
03:42é de se esperar que outras medidas, inclusive, sejam tomadas,
03:46porque a questão política fazia parte, e faz parte ainda,
03:51de todo o estresse que tem acontecido entre Estados Unidos e Brasil.
03:56O próprio presidente Lula disse, a equipe do presidente Lula, na verdade,
04:00disse que não gostaria de negociar, a condição para negociar com os Estados Unidos,
04:05com o presidente Trump, seria não mencionar na questão Bolsonaro,
04:08o que é impossível, é impossível de dizer que essa não vai ser uma carta
04:14sendo falada na mesa de negociação, que a negociação vai ser meramente econômica,
04:18porque para o presidente Trump é importante entender como é que se dá isso.
04:22Agora, também é importante a gente fazer um recorte aqui, Tiago,
04:25que não é uma questão de mero capricho ideológico do presidente Trump.
04:29Nesse momento em que os Estados Unidos estão se redefinindo
04:32na questão de orientação comercial, de orientação internacional e geopolítica,
04:38os Estados Unidos também têm feito a pergunta, internamente,
04:42quem são os nossos aliados.
04:44O Brasil sempre foi um aliado americano no hemisfério sul,
04:47claro, numa política externa muito bem feita,
04:51muito traçada por parte do governo brasileiro anteriormente,
04:54de ser pragmático.
04:55Hoje, infelizmente, esse pragmatismo não existe mais.
04:59Então, o governo americano tem perguntado,
05:01o Brasil está mais ao lado da outra potência mundial
05:04que arrisca a hegemonia americana, que é a China,
05:07ou o Brasil ainda continua como sendo alguém que compartilha
05:12dos mesmos valores e ideais como os Estados Unidos,
05:16que os Estados Unidos, no caso.
05:18Então, ele está tentando entender qual é o papel do Brasil
05:20nesse cenário internacional e geopolítico.
05:23E o Brasil não dá cartas claras.
05:25Na verdade, tem dado cartas claras dizendo que tem um alinhamento
05:28cada vez mais com a China, não só na questão comercial,