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O professor de Relações Internacionais, Vladimir Feijó, teme que a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro possa prejudicar as negociações do "tarifaço" com os Estados Unidos. A medida pode levar o governo de Donald Trump a retroceder em possíveis acordos e até mesmo a aplicar novas sanções ao Brasil, em resposta à ação judicial. Feijó analisa a crise política e diplomática, destacando a incerteza para a economia nacional.

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Transcrição
00:00Bom, e ainda sobre as possíveis detalhações de Donald Trump, a gente conversa agora,
00:04temos mais um convidado, o professor de Relações Internacionais, Vladimir Feijó, da Unianaldo.
00:09Como sempre, professor, uma honra te receber aqui. Bem-vindo, boa noite.
00:13Boa noite, Tiago. É uma satisfação estar de volta e poder contribuir com as discussões.
00:17Bom, professor, é uma discussão, claro, que tem a ver com questões diplomáticas,
00:23mas há uma mistura da política com a economia.
00:25E eu pergunto, essa manifestação que nós trouxemos agora há pouco já do Departamento de Estado dos Estados Unidos,
00:31fazendo críticas ao ministro Alexandre de Moraes e saindo em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro,
00:38é um ataque à soberania? Não é? Essa é uma questão de visão?
00:42O que é possível falar nesse momento?
00:44Porque a relação do Brasil com os Estados Unidos, que já vem difícil nas últimas semanas,
00:49deve se ampliar essa rusga entre os dois países, não é, professor?
00:55Sim, deve sim. É coerente com a postura que vem o secretário de Estado,
01:02Marco Rubio, adotado no ambiente internacional, buscando alinhamento automático com o Trump,
01:09esse grande jogo geopolítico que ele imagina que está antecedendo uma eventual nova Guerra Fria
01:17ou escalonado caso aconteça uma Terceira Guerra Mundial e exige alinhamento automático,
01:24dentre outras coisas, envolvendo ter aliados de primeira monta e, portanto, dentro do Brasil,
01:31a atual gestão do Executivo não é coerente com essa expectativa,
01:36assim como o Jair Bolsonaro, se obtivesse um segundo mandato, seria diferente, muito mais próximo.
01:43Tiago, eu levantaria três cenários possíveis de resposta dos Estados Unidos.
01:49Essa postagem do Ministério de Relações Exteriores, secretário de Estado,
01:55pode vir acompanhada com uma postagem também do Donald Trump,
01:58por enquanto a True Social dele está em silêncio sobre este tema.
02:03Ele não costuma fazer postagem a esse horário também,
02:06mas a gente pode esperar alguma coisa amanhã,
02:09formando, portanto, a primeira hipótese de uma retórica bastante agressiva,
02:14mas de ação limitada, diante de um conjunto de outros temas
02:19que os Estados Unidos têm que lidar no ambiente internacional.
02:23O Brasil caiu, imagino eu, para um terceiro nível de prioridade de atenção
02:29e poderia, portanto, ficar só na retórica.
02:31Na segunda hipótese, exatamente oposta, a gente teria o escalonamento das sanções
02:38com novas medidas econômicas, não só a aplicação da lei magnítica
02:43para outras autoridades brasileiras, mas assim como fez contra a Índia recentemente
02:49aplicar as chamadas sanções secundárias por países que fazem comércio
02:54com países sancionados pelos Estados Unidos.
02:57No caso da Índia foi justificada a Rússia, o Brasil também poderia sofrer
03:02esse tipo de sanção secundária.
03:03E uma terceira hipótese seria a utilização de pressão diplomática
03:08abrindo o Donald Trump, naquela linha dele de buscar um prêmio Nobel pela paz,
03:16o pedido de um canal paralelo para o diálogo Brasil e Estados Unidos,
03:23quem sabe sugerindo a intermediação do México ou de outro país
03:27para ver se essa relação poderia ser aperfeiçoada com a ingerência
03:33ou com a ajuda de países que seriam amigos recíprocos dos dois países.
03:38Por enquanto, eu não consigo fazer uma aposta exata
03:40de qual seria desses três cenários o mais provável.
03:44Perfeito. Agora, Nelson Kobayashi, a pergunta.
03:47Professor Vladimir, um prazer falar contigo.
03:49A minha pergunta, professor, é se, diante disso, dessa decisão
03:53do ministro Alexandre Bonaise de prisão domiciliar ao ex-presidente Bolsonaro,
03:57não teremos a oportunidade de uma prova real envolvendo o presidente americano
04:02para saber, de fato, qual era a motivação da tarifa, da taxação de 50%,
04:07não da imposição da lei Magnitsky, mas da taxação de 50%,
04:11porque se aquilo que estava na carta for verdadeiro,
04:14teoricamente, isso deveria impactar agora nos acordos,
04:18na negociação envolvendo a taxação.
04:21Como o senhor analisa isso agora do ponto de vista da expectativa
04:24da reação americana ou da não-reação?
04:27Exatamente. Se o Donald Trump fez questão de colocar nos três parágrafos,
04:31um dele específico, sobre a situação eleitoral,
04:35a ingerência de política e o ambiente geral sobre a liberdade de expressão,
04:42o Donald Trump, de acordo com a postura dele, é de se esperar que confirme
04:47essa visão e, de alguma forma, insista que nas negociações sobre alíquotas
04:53isso entre dentro de pauta de negociação.
04:56E como já foi visto agora há pouco, todos nós podemos ouvir o comentário,
05:02do lado brasileiro, a postura que o Lula encaminhou os emissários
05:07é de que o tema de separação de poderes, ele não tem autonomia de negociar
05:12e, portanto, não deve ser discutido.
05:14Então, é de se esperar, sim, uma postura.
05:17Se o Trump vai deixar isso de lado ou vai insistir no tema.
05:21Caso ele insista, eu acho que a gente vai enfrentar uma barreira
05:24e, portanto, um bloqueio e não haveria chance da negociação diplomática.
05:29Restando para os setores econômicos brasileiros
05:32e, em especial, os setores econômicos dos Estados Unidos,
05:35fazer o lobby interno e, quem sabe, aumentar a lista de exclusões,
05:39já que o tema da diplomacia entre Brasil e Estados Unidos
05:43ficaria cada vez mais difícil.
05:46E volto a levantar uma das hipóteses.
05:49Se houver uma escalada de sanções nesse aspecto diplomático,
05:54a gente pode ter a retirada do corpo brasileiro,
05:57a diminuição por determinação dos Estados Unidos,
06:00ou até a declaração de que os representantes do Brasil
06:04de alto escalão seriam persona não grata
06:07e demonstrando, claro, estranhamento dessa relação,
06:12exigindo o Brasil começar do zero,
06:14tendo que procurar novas pessoas,
06:16quem sabe, né, que poderiam ser aceitas para esse diálogo.
06:20Professor Vladimir Feijó, hoje, durante todo o dia,
06:22veio a informação de que o presidente Lula
06:25estaria pensando em ligar para Donald Trump,
06:28mas apenas assuntos econômicos seriam discutidos.
06:31Claro que não tem como garantir o que ia acontecer,
06:34quando essa conversa pode se dar,
06:36mas eu queria perguntar em relação à diplomacia brasileira.
06:40É algo que o presidente Lula deveria fazer
06:42ou ele corre riscos?
06:44Porque a ideia, ou pelo menos o que se imagina,
06:47é de que o presidente Donald Trump
06:48vá falar sobre as questões políticas
06:51envolvendo o Jair Bolsonaro também.
06:52E como é que fica isso, professor?
06:55Thiago, essa semana que passou,
06:57eu estive presente no Encontro Nacional de Relações Internacionais,
07:01não só como palestrante,
07:02mas ouvindo pessoas mais gabaritadas do que eu
07:05em análise de política externa,
07:07e foi unânime ali uma ideia de que acabou,
07:11pelo menos por enquanto,
07:13a chamada diplomacia de Estado,
07:15tanto do lado brasileiro,
07:16quanto do lado dos Estados Unidos.
07:18Nós temos prova de que os funcionários de carreira
07:22foram escantejados e colocados no lugar,
07:25pessoas pontualmente,
07:27sejam o chefe de Estado preferindo
07:29essa relação direta com a contraparte
07:32ou pessoas de confiança especial dele.
07:34Então, no caso dos Estados Unidos,
07:36a gente tem o Mark Rubio,
07:38e no caso do Brasil,
07:39o assessor especial, o Celso Amorim,
07:41no lugar da diplomacia tradicional.
07:44Dessa forma, seria realmente,
07:46como sinal do tempo atual,
07:49extremamente importante,
07:51em vez de usar os caminhos tradicionais,
07:53que o Lula tanto anda criticando que o Trump abandonou,
07:57esquecendo que o Brasil também
07:58deixou um pouco isso de lado,
08:01e usado a diplomacia presidencial,
08:04já que isso é parte, sim,
08:06do direito internacional,
08:08já que chefes de Estado e chefes de governo
08:10são chamados representantes natos
08:12para discutir qualquer tema
08:14em nome dos seus países.
08:16Então, se os Estados Unidos,
08:18através desse segundo mandato do Donald Trump,
08:20têm essa escolha,
08:21acaba que é, sim, extremamente importante
08:24ter um bom relacionamento
08:25e uma boa chance
08:26de que o telefonema,
08:28quando vier do lado brasileiro,
08:30será atendido do lado de lá.
08:32Como é, Ash?
08:33Professor, diante da possibilidade
08:35de extensão da lei Magnitsky
08:36a outras autoridades agora,
08:38conforme a Seno,
08:39que a gente viu em uma das publicações
08:41das autoridades americanas,
08:43a gente volta ao debate
08:44que foi muito repercutido na última semana,
08:46que é a extensão desta sanção americana,
08:49e como isso pode ou não
08:51influenciar outros estados
08:53a, de alguma maneira,
08:54olhar para essas questões
08:56aqui no Brasil,
08:57segundo o que tem dito
08:59o presidente americano.
09:01Como o senhor analisa
09:01essa possibilidade
09:03de uma amplitude ainda maior
09:04em relação às decisões
09:06dos Estados Unidos?
09:09Essa lei foi criada
09:10e tem como base
09:12a justificativa
09:13de sólidas provas
09:14de violação de direitos humanos
09:16e, portanto,
09:17outros países
09:18que têm isso
09:19como seu aspecto
09:20da política externa
09:22na relação
09:23podem usar
09:24sanções equivalentes
09:25se também fizerem
09:27a leitura,
09:28como o Donald Trump
09:30e o seu secretário de Estado,
09:32de que autoridades
09:33do judiciário brasileiro
09:35estariam cometendo
09:36abuso de poder.
09:38A gente tem,
09:39em especial,
09:40o núcleo dos países
09:41da OCDE,
09:42boa parte deles
09:43países europeus.
09:44e ali dentro
09:45a União Europeia
09:47poderia,
09:47como representante
09:48de boa parte
09:49desse país,
09:50determinar uma sanção
09:51conjunta
09:52ou, então,
09:53isso ficar a cargo
09:54de cada governo nacional.
09:56E aí a gente tem
09:57uma provável
09:58dificuldade
10:00de unidade europeia
10:02para dar sequência
10:03a esse tipo de sanção.
10:05Imagino eu
10:05que aqueles alinhados
10:07de primeira linha
10:08do Donald Trump
10:10especificamente
10:10poderiam seguir
10:11esse tipo de sanção,
10:13mas sem grandes
10:15questões mesmo
10:17de surtir efeito
10:18de pressão
10:19dentro do Brasil.
10:20Falo do caso
10:21da Hungria,
10:21por exemplo.
10:22Outros países europeus
10:24que são críticos
10:25ao trumpismo
10:26ou de aliados
10:27ao trumpismo
10:28talvez possam olhar
10:29a atuação
10:31do judiciário brasileiro
10:32como um exemplo
10:33a ser seguido
10:33dentro dos seus países
10:35e, portanto,
10:36se essa for a leitura
10:37destes,
10:38dificilmente dariam
10:39sequência
10:40e aplicariam
10:41sanção equivalente
10:42a lei magnítica
10:43dos Estados Unidos.
10:44Professor Lodimir,
10:45estamos falando
10:45sobre retaliações
10:47no caso
10:48do tarifaço.
10:49Vários produtos
10:50brasileiros
10:50ficaram isentos
10:51ou ficarão isentos
10:53do tarifaço
10:53que entra em vigor
10:54agora,
10:55mas é possível
10:56que em uma
10:58dessas retaliações
10:59o governo americano
10:59reveja todas
11:01essas isenções
11:02e tarife
11:02todos os produtos
11:03efetivamente.
11:04O senhor teme
11:05essa retaliação
11:06econômica
11:07mais uma vez?
11:09Ela sim
11:10e está dentro
11:11da pauta
11:11de possibilidades.
11:13Tiago,
11:13a gente tem
11:14que descobrir
11:15o quão efetivamente
11:16essa lista
11:17de exceções
11:18é fruto
11:19do lobby
11:20da economia
11:21americana
11:21e dos empresários
11:23americanos
11:24que ganham
11:25muito dinheiro
11:26exatamente
11:26com essa
11:27interconexão
11:28Brasil
11:29e Estados Unidos
11:30ou quanto
11:30foi decisão
11:31do Donald Trump
11:32de isso não afetar
11:34a inflação
11:35dos Estados Unidos
11:36evitando
11:37que produtos
11:38essenciais
11:39ao funcionamento
11:39da economia
11:40americana
11:41mine
11:41a sua
11:42opinião
11:43pública
11:43caso
11:44o primeiro
11:45seja
11:46a verdade
11:47é possível
11:48que essa lista
11:49de exceções
11:49será mantida
11:51caso o segundo
11:52seja uma questão
11:53de opinião
11:54pública
11:55ele pode
11:55tentar reverter
11:56e angariar
11:58votos
11:58dizendo
11:59que ele está
12:00lutando
12:00em favor
12:01da liberdade
12:02e isso pode ser
12:03que o eleitorado
12:04americano
12:04que não acompanha
12:05o dia a dia
12:06do Brasil
12:06tenha chance
12:07de aceitar
12:08esse tipo
12:09de discurso
12:10a minha maior
12:11visão
12:12de possibilidade
12:13é a aplicação
12:14de sanções
12:15secundárias
12:16portanto
12:17a exceção
12:18seria mantida
12:19porém a aplicação
12:20de alíquota
12:21superior
12:21sobre a justificativa
12:23de colaborar
12:24com a Rússia
12:24ou colaborar
12:25com o comércio
12:26do Irã
12:27já que o Brasil
12:27importa
12:28fertilizantes
12:29daquele país
12:30poderia entrar
12:31na lista
12:31de justificativa
12:33professor Vladimir Feijó
12:34de relações
12:35internacionais
12:35mais uma vez
12:36participou
12:37da programação
12:38da Jovem Pan
12:38como sempre
12:39professor
12:39uma honra
12:39te receber aqui
12:40boa semana
12:41voltaremos a nos falar
12:42um abraço
12:43espero que em breve
12:44abraço
12:45bom trabalho
12:45sem dúvida
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