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O economista Luiz Alberto Machado analisa o impacto das decisões de Donald Trump sobre juros, impostos, recessão e comércio global. Entenda como isso pode afetar o Brasil e o mundo.

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Transcrição
00:00Eu tenho o prazer de receber aqui no estúdio o economista Luiz Alberto Machado,
00:05professor também de economia e, além de tudo, analista do Think Tank Espaço Democrático.
00:11Uma das especialidades do Machado é o estudo da economia internacional.
00:16E aí, Machado, a gente não sabe muito bem o que vai ser a economia americana
00:20sob a tutela, sob a batuda de Donald Trump.
00:24Não estou fazendo nenhuma crítica, nenhuma propaganda contra o presidente americano.
00:27Eu só trouxe aqui o que são dados concretos, por enquanto,
00:31e essa briga dele com o Jeremy Powell sobre a recessão americana.
00:37Perdão, estou falando de recessão, daqui a pouco a gente chega nisso.
00:40Eu apontei aqui, taxa de juros nos Estados Unidos, 4,5.
00:46Ele está maluco com isso, com o Jeremy Powell, o presidente do Federal Reserve, o Banco Central.
00:51O Trump pressiona por uma baixa na taxa de juros e, no discurso de hoje, ele falou, entre outras coisas,
00:59sobre o custo que essa alta taxa de juros gera na dívida americana, 300 bilhões de dólares.
01:08Se fosse 1% a menos, 2 pontos percentuais a menos, repetindo o Donald Trump, 600 bilhões de dólares.
01:15Mas a gente não vê nenhuma sinalização, por enquanto, de baixa de taxa de juros.
01:19E olha que mais cedo ele falou, estou pensando em já indicar o próximo presidente do Banco Central dos Estados Unidos
01:25para ver se pressiona a saída do Jeremy Powell.
01:29Na tua experiência, Machado, o que a gente pode esperar para cá, quando se fala em taxa de juros nos Estados Unidos?
01:36As tais duas reduções ainda podem ser esperadas para 2025?
01:41Bom, a primeira coisa, Favale, que eu gostaria de mencionar é um paralelo entre o discurso do Trump e o discurso do Lula,
01:51que era contra o ex-presidente do Banco Central, o Roberto Campos Neto, como se ele fosse o único culpado,
02:00substituiu pelo Galípoli e a taxa de juros continuou aumentando.
02:04Se bem que, aí vamos falar uma coisa, há uma diferença brutal entre os Estados Unidos e o Brasil.
02:08No Brasil, não há como o Brasil controlar totalmente a política cambial, que é um dos instrumentos de política econômica.
02:16A política fiscal está muito frouxa porque o Lula insiste em continuar gastando.
02:21Resultado, sobra tudo para a política monetária.
02:24Em outras palavras, a Selic acaba sendo a responsável quase que única para cuidar da inflação.
02:31No caso dos Estados Unidos, ele falou que não tem inflação e que, então, não se justifica manter a taxa de juros nessa base.
02:38Ele defende baixar isso acentuadamente e, se houver inflação, aí sim aumenta um pouquinho.
02:46O grande problema é que hoje a gente não sabe do que o Trump fala, o que é para levar a sério e o que não é.
02:51Até porque ele está esperando e pressionando.
02:55O que a gente exibiu foi um trecho de um evento que ele recebeu americanos comuns para falar de economia.
03:00Todos os presidentes americanos costumeiramente fazem isso.
03:04Tinha outro trecho em que eu vi todo o discurso, destaquei esse, em que ele fala de redução dos impostos.
03:12E uma pressão para que agora o Senado americano aprove o orçamento desenhado por ele na Casa Branca.
03:19Já passou pela Câmara abaixo, os deputados, mas ainda está enroscado no Senado.
03:23Ele gostaria muito dessa aprovação até o dia 3 de julho para, no discurso do 4 de julho, data da independência dos Estados Unidos,
03:30super importante para qualquer presidente, ele apresente esse orçamento que vai cortar impostos, como ele fala aí, duramente para a classe trabalhadora.
03:40Vai tirar impostos de gorjeta, o que faz diferença para quem está na classe média baixa.
03:45Agora, isso vai reduzir o cofre público, vai aumentar a dívida.
03:50Tem essa questão dos juros de pagar a dívida.
03:52Essa conta vai fechar, Machado, ou é só discurso?
03:55Pode ser até que seja só discurso, mas tem um dado que é importante.
04:01Acabam de sair os números do primeiro trimestre com um crescimento abaixo do que se esperava das exportações e do consumo.
04:10Então, esses cortes de impostos podem se transformar em aumento de consumo.
04:16Uma coisa compensa a outra.
04:18É uma maneira de enxergar, não sei se é isso que está na cabeça do próprio Trump e da sua equipe econômica.
04:25Machado, tem uma palavra que os economistas detestam, quem está com pouco dinheiro no bolso mais ainda, que é essa daqui, recessão.
04:36Olhando para a história dos Estados Unidos, esse gráfico tem um arco de tempo de 25 anos,
04:41a gente tem aqui a taxa de juros e as linhas de recessão.
04:48Quais são as combinações?
04:51Quando se tentar altas taxas de juros, como aqui, a 6%, a 6 pontos, a mais de 5 e aqui que a gente está na casa dos 4,5, surge a recessão.
05:05Aqui a gente tem um ponto fora da curva porque é Covid.
05:08Mas depois da crise, aqui a gente tem a invasão ao Iraque.
05:16Depois que tem aqui 2007, 2008.
05:172007, 2008, aquela quebradeira dos bancos.
05:20E estamos olhando para um cenário que não tem invasão.
05:24Não teve o 11 de setembro, não tem invasão ao Iraque, Afeganistão, esses custos.
05:30Não tem Covid.
05:30Teoricamente, estamos em condições normais de pressão e temperatura.
05:35Seguindo estes pontos, aqui pandemia, mas seguindo estes pontos da história, se projeta talvez uma recessão aqui.
05:44O que acontece com os Estados Unidos se a história se repetir?
05:48Eu acho muito difícil porque eu acho que o Trump, com todas as loucuras do efeito que você possa apontar nele,
05:54ele olha muito para isso.
05:56Ele é um empresário no governo e ele faz questão de manter o nível de atividade relativamente aquecido.
06:05Então, eu acho muito difícil.
06:06Agora, a conjuntura internacional é muito complicada hoje.
06:11Ele mesmo, contrariando até as expectativas, está tomando muito cuidado, sobretudo na questão do Irã.
06:18Então, eu acho que todos esses fatores interferem na atual política americana.
06:25Interferem na política do mundo inteiro, mas também na política americana.
06:28Tem agora uma notícia mais recente do final aqui dessa quinta-feira, que a União Europeia está tendo um encontro em Bruxelas
06:35para falar de segurança, falar de temas internos, mas obviamente que o tarifaço de Trump acabou dominando as discussões.
06:44Já houve uma reunião sobre segurança da OTAN, eles estavam levando essa discussão para outro campo,
06:49e o tarifaço, obviamente, liderou.
06:52E a Ursula von der Leyen, que é a diretora, chefe da Comissão Europeia, que é a parte burocrática, executiva,
07:00gerencial da União Europeia, pressionando para um acordo União Europeia-Estados Unidos.
07:06Isso pode ser vantajoso para os dois lados, diminuir as tarifações,
07:11mas acaba minando o projeto do Trump de levar as indústrias de volta para o território americano?
07:18É, eu acho que me marcou muito o discurso pré-eleitoral e dos primeiros meses do Trump.
07:27Ele deixou muito claro que ele não ia aceitar o que a Europa vinha fazendo com os Estados Unidos.
07:33A Europa ganha em cima dos Estados Unidos.
07:35Então, ele falou muito da Índia, falou muito da China, mas hoje ele está assinando acordo com a China,
07:40está assinando acordo com a Índia, e o grande problema dele hoje é a União Europeia.
07:44Eu acho que a União Europeia vai ter que ceder um pouco, porque ela vai precisar dos Estados Unidos
07:50mais do que os Estados Unidos vão precisar da União Europeia.
07:53Vamos sair desse micro, como se fosse pequeno, Estados Unidos e Europa,
07:57mas eu queria olhar o macro, eu sei que você é um ótimo leitor de macroeconomia.
08:02Vai sobrar produto de alto valor agregado no mundo, se houver ainda esse bloqueio entre Estados Unidos e União Europeia?
08:08Porque nós estamos falando do maior mercado consumidor do mundo.
08:12Os Estados Unidos, embora não seja o mais populoso, tem um perfil de consumo muito alto nos Estados Unidos.
08:18O americano gosta de trocar de carro de tempos em tempos, adoram os carros europeus.
08:23Eles, carro europeu, um dos melhores exemplos, ficou 25% mais caro.
08:27Então, BMW, Mercedes-Benz, Porsche, vai vender menos.
08:30Vão sobrar esses produtos no mundo?
08:33Pode ficar mais barato para o resto do mundo, leia-se, para nós?
08:37Ou eles vão ajustar alguma coisa para não perder esse faturamento, Marcelo?
08:42Eu aposto tranquilamente nessa segunda hipótese.
08:45Com o mesmo argumento, o Trump é um empresário no governo e ele não quer saber de perder negócio.
08:52Então, eu acho que as medidas vão ser tomadas.
08:54Ele vai fazer essa mise-en-scène que ele costuma fazer, mas o interesse do make America great again não sai da cabeça dele.
09:03Machado, para a gente encerrar, quero trazer um elemento que é fundamental.
09:07A China.
09:08A gente ainda não sabe, porque o Trump faz isso, ele anuncia.
09:12Assinei um acordo com a China, chama drop the mic, ele solta o microfone e sai correndo.
09:18Está todo mundo esperando, mas que acordo é esse?
09:20Ainda não tem detalhes, mas aparentemente eles chegaram aí num ponto comum tarifário.
09:27Os Estados Unidos precisam da China e vice-versa.
09:30O que pode sobrar aí?
09:32O que você fareja que pode ter sido esse acordo?
09:36Vai ser mais vantajoso para um lado, para o outro?
09:39Será que eles encontraram equilíbrio?
09:40Eu acho que eles encontraram equilíbrio, porque como você bem mencionou, um depende do outro.
09:45Nem para os Estados Unidos faz sentido a China se afundar, nem para a China faz sentido os Estados Unidos se afundar.
09:52Agora, veja que o Trump é tão matreiro que ele já está fazendo paralelamente acordo, ou pelo menos está tentando fazer um acordo com a Índia,
10:01que é o outro gigante que vem crescendo por fora, enquanto todo mundo olha só para a China.
10:07Quer dizer, é o outro polo manufatureiro que ele vai aproveitar.
10:10Sem dúvida.
10:11Luiz Alberto Machado, do Espaço Democrático, muito obrigado mais uma vez.
10:17Sempre um prazer de receber aqui.
10:19Até breve, Machado.
10:20E olha, pode anotar, a pauta vai ser Donald Trump, viu?
10:23É, acho que estamos condenados a isso por algum tempo ainda.
10:28Obrigado, até a próxima.
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