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  • há 4 meses
O governo Lula envia hoje ao Congresso Nacional a proposta do novo arcabouço fiscal que substitui o teto de gastos. A previsão é de que o documento seja remetido às 16h30.

Como especulado, parte de despesas específicas da União ficam fora do computo do novo arcabouço fiscal. Ao todo são 13 itens. Entre eles: royalties de petróleo; parcelas de renegociação de dívidas dos estados; fundo de desenvolvimento da educação (Fundeb), piso da enfermagem, despesas com aumento de capital de empresas estatais não financeiras e não dependentes.

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Transcrição
00:00E finalmente, ontem, chegou o nosso querido arcabouço.
00:06E agora, né?
00:07Vamos passar aqui, ó.
00:08Novo marco fiscal dá margem para levar a união de punição
00:12e imposto de cumprimento de meta.
00:14Guardem essa informação porque ela é a mais importante de todas.
00:18Tá bom?
00:18Vou explicar para vocês já, já.
00:20O que acontece?
00:21Lá no marco fiscal tem 13 itens que não entram no limite de despesas, certo?
00:27Fundeb, piso de enfermagem.
00:29Tá aqui, ó.
00:30Entrega a proposta.
00:31Eu acho que tá mais para baixo aí.
00:35Entrega do documento.
00:37Aqui, ó.
00:37Pode subir, pode subir.
00:39Mais, mais, mais.
00:40Não, pode ir.
00:42Ah, tá aqui.
00:43Obrigado.
00:44Ao todo, são três itens.
00:45Entre eles, são três itens que não estão limitados por esse crescimento.
00:50Eles não precisam crescer só 70% da receita, do crescimento da receita.
00:54Eles podem crescer mais do que os 70% do crescimento da receita.
00:58Ok?
00:59No fim de tudo, as contas têm que ficar próximo, têm que ficar dentro desse 70%, todas as despesas.
01:06Então, se aqui subir mais, vai sobrar menos para gastar em outras coisas, tá?
01:11Mas a ideia do governo, segundo os interlocutores que a gente tem aí no governo, é de que isso garante que alguns gastos que são considerados essenciais para o governo, para a política de bem-estar social do governo, sejam garantidos mesmo que você tenha receitas um pouco mais apertadas, tá bom?
01:32Então, entre eles aí estão royalties de petróleo, parcela de renegociação de dívidas de Estado, fundo de desenvolvimento de educação, piso da enfermagem, despesas com aumento de capital de empresas estrangeiras ou estatais, não financeiras e não dependentes.
01:46Isso aí seria uma boa notícia, porque você tira aí os bancos públicos de receberem aumento de capital, então de receberem financiamento direto do Tesouro, era um medo que o pessoal tinha com o BNDES.
01:58Mas, uma no cravo, outra na ferradura, Haddad já falou que vai mudar, sim, o juro praticado pelo BNDES.
02:07Esse é um risco para o mercado, o mercado reage mal a esse tipo de coisa, já está mostrando ali na corra de juros, porque esse é o tal do parafiscal, tá?
02:17Você fazer com a política fiscal, uma expansão, você vai fazer aí uma expansão fiscal que vai atrapalhar aqui o que o Roberto Campos Neto gosta de dizer, que é a potência da política monetária, tá bom?
02:33Então, a gente pode ter juros mais altos aí por mais tempo, se o Roberto Campos Neto permanecer no Banco Central do Brasil.
02:41Minha expectativa é que não muda o Roberto Campos Neto até o final de 2024, certo?
02:50Mas, sempre há um risco para esse tipo de coisa.
02:53Então, o governo trouxe esses 13 itens que eu já falei para vocês, a sétima B nunca morre na política brasileira,
03:00então 13 não é por acaso, né, para fazer um numerozinho engraçadinho, lembrar todo mundo que é 13,
03:08e ficar com essa coisa, essa ancoragem aí de economia comportamental, tipo um filme, né?
03:13Não tinha um filme que o cara ficava vendo um número, etc e tal, depois o outro apostava para ele que podia adivinhar qual era o número
03:23e acaba adivinhando aí, tudo isso.
03:26Então, é mais ou menos isso para ficar esse número 13 na mente de vocês, tá bom?
03:30Muito bem, então o governo trouxe esses 13 itens que estão fora do teto, né, do limite de gastos.
03:43Deve, eu não consegui identificar, mas pode ser uma falha minha aqui, não consegui identificar ainda ali,
03:49porque você tem que cruzar um monte de artigos e incisos e parágrafos da Constituição
03:55para ver do que eles estão falando exatamente, não consegui identificar ainda as emendas parlamentares
04:00que o governo prometeu que ficariam fora do limite também.
04:04Então, pode ser que aumente isso, né, e aí talvez o governo não quisesse ficar com esse gasto,
04:10e aí deixou aí esse desgaste para a própria Câmara e para o Senado aprovar, certo?
04:15O Lira já disse que do jeito que está, não tem problema, vai passar facinho,
04:19e realmente não trouxe nenhuma novidade que faça com que a Câmara dos Deputados
04:25se debruce com mais cuidado sobre isso, não espero muitas alterações nisso.
04:31Pontos importantes do arcabouço e que tornam o arcabouço um pouquinho mais frágil.
04:36Um pouquinho não, o arcabouço já é frágil.
04:41Há bastante, né, o Pedro Cerise falava agora pela manhã, e eu concordo 150% com isso,
04:47que a única regra que deve ser cumprida nisso tudo é que a despesa vai aumentar a IPCA mais 0,6.
04:54E dane-se, basicamente isso, tá?
04:57Não tem trajetória de queda de dívida PIB, não tem...
05:02Porque quando você começa a ver de onde vai vir a receita, não tem de onde tirar,
05:07a discussão no Congresso para acabar com benefícios fiscais vai ser extremamente difícil,
05:13e aí até essa...
05:15E o governo não tem, não quer, né, não quer enfrentar nenhum momento de dificuldade,
05:22aparentemente, visto o que a gente viu aí com essa história da Xi'in,
05:26com a história da Shen, que a gente vai falar já já, tá?
05:32O ponto de atenção, então, é que a cada ano o governo pode rever a meta
05:38de resultado primário, certo?
05:41Então, vamos supor o seguinte, hoje, né, nessa LDO ele falou,
05:45olha, em 2024 a gente vai zerar o déficit,
05:49então a gente vai ter um resultado primário zero.
05:52O que é resultado primário?
05:53É receitas menos despesas,
05:56tirando aí o que se gasta com pagamento de juros por causa da dívida, certo?
06:00Então, receitas contra despesas zeradas, né?
06:06Isso é a meta do ano que vem.
06:09Para 2025, ele dizia, mas não veio inscrito em lugar nenhum,
06:13que isso iria para 0,5% do PIB superavitário,
06:18e depois, em 2026, 1% do PIB superavitário está lá na LDO,
06:22em um dos anexos, mas também não tem problema.
06:25Por quê?
06:26Porque no ano que vem, quando apresentar a nova LDO,
06:30o governo pode dizer, olha, mudamos tudo,
06:32a gente está achando que não vai dar certo,
06:33então a gente vai ter outro déficit.
06:35Que é o que o mercado está precificando, tá bom?
06:37Lá no Fox está assim, com todo mundo que você conversa,
06:41está todo mundo precificando três déficits consecutivos,
06:4524, 25, 26, para esse governo, tá?
06:48Resultado primário, negativo, ano após ano, certo?
06:53E aí, por que eu falei para vocês lembrarem daquela matéria?
06:59Pode colocar de novo, Joel, por favor.
07:01Dar margem para livrar a união de punição por descumprimento de meta.
07:06Porque é exatamente isso.
07:08Não interessa.
07:09Sabe por quê?
07:11Porque se eles não fizerem, se eles não conseguirem,
07:14se eles não chegarem nem perto, sabe o que acontece?
07:17Nada.
07:18Não há nenhuma previsão de regra, de algum regramento,
07:25para que você tenha alguma punição.
07:28Eles tentaram copiar um pouco a história do Banco Central,
07:31porque no Banco Central é o seguinte,
07:32se o Banco Central não atinge a meta,
07:35ele tem que, no final do ano,
07:37a meta de inflação, ele tem, no final do ano,
07:39que divulgar uma carta,
07:41e aí ele fica sujeito a uma indicação pela presidência da República
07:46ao legislativo,
07:48para que o legislativo avalie, então,
07:50a permanência ou não do presidente do Banco Central.
07:55Já aconteceu isso?
07:56Já, duas vezes,
07:57mas nunca ninguém colocou o cargo do presidente do Banco Central,
08:03pelo menos por enquanto,
08:04desde a lei de autonomia do banco,
08:07que só tem dois anos.
08:07nunca ninguém colocou o Roberto Campos Neto
08:11para ser julgado
08:13aí na
08:15na Comissão de Assuntos Econômicos,
08:18depois pelo Senado como um todo, tá?
08:20No caso
08:21do resultado primário,
08:23o que o governo
08:23preparou de punição?
08:26Se você não fizer,
08:28o presidente
08:29tem que mandar uma carta para o Congresso
08:31explicando por que não fez.
08:32E daí?
08:33E daí nada.
08:34Eu acho que nem deveria ser uma carta,
08:38deveria ser um tweet.
08:38Pô, não deu, foi mal.
08:40Vou tentar no próximo ano.
08:41E fim.
08:42Porque não serve para nada.
08:45Na própria lei do arcabouço,
08:48no projeto de lei,
08:49ele dá a seguinte redação.
08:51O descumprimento da meta de que trata o caput
08:54não configura infração a esta lei complementar.
08:59Tá bom?
09:00O trecho inclui um novo artigo aí na LRF,
09:02na Lei de Responsabilidade Fiscal.
09:03Relacionado ao Cumprimento das Metas Primárias
09:06estabelece esse trecho
09:07que eu acabei de ler para vocês.
09:08Então é isso.
09:12Numa pauladinha só,
09:13acabou com o teto de gastos
09:14e a Lei de Responsabilidade Fiscal.
09:16Pronto.
09:17Qual é a Lei de Responsabilidade Fiscal
09:19que vai vigir no país
09:21caso este arcabouço seja aprovado?
09:25Confia no par.
09:27Essa é a lei.
09:28Parabéns aos envolvidos.
09:30Vamos ver o que acontece no Congresso.
09:32Embora eu ache que não vai acontecer nada.
09:34O que o governo,
09:35o que essa lei está dizendo é o seguinte,
09:37pode pedalar.
09:38Pedala, Robinho.
09:39Não tem problema.
09:41Vamos impedir que o Lula seja empichado,
09:45empitimado
09:45por não cumprir.
09:49mas a gente não precisa se preocupar,
09:51segundo o próprio Lula.
09:52Por quê?
09:53Porque basta confiar no pai.
09:56Não é isso?
09:57É isso.
09:58Confia.
09:58O Lula, eu acho que vai fazer um pronunciamento
10:00à nação já já,
10:01dizendo
10:02mas que garantia vocês querem?
10:04A garantia está aqui.
10:05Olha no meu zóio.
10:07Olha no meu zóio e me diz aí
10:08se
10:09eu sou uma pessoa que parece que não vai cumprir
10:13meta fiscal.
10:14É isso.
10:17É isso.
10:18Essa,
10:19esse é o novo arcabouço fiscal.
10:21O arcabouço fiscal
10:22olha no meu zóio.
10:24É isso.
10:25O pessoal que assiste há mais tempo
10:26vai lembrar disso
10:28que eu já falei.
10:31Sobre outros assuntos também.
10:33Vamos lá.
10:34Bom,
10:35aparentemente,
10:36o pessoal vai confirmar
10:37aquilo que a gente já deu aqui no Antagonista,
10:39a apuração do nosso querido Wilson Lima,
10:41já há umas duas, três semanas atrás.
10:42Cláudio Cajado deve ser o novo relator
10:45do arcabouço fiscal.
10:46Cláudio Cajado é visto no Congresso
10:47como um cara um pouco mais alinhado ao mercado,
10:50porque ele sabe o que é o Ibovespa.
10:52Basicamente é isso.
10:53Também votou a favor do teto de gastos,
10:57reforma trabalhista.
10:59Ele já teve
11:01votações um pouco mais à direita,
11:04digamos assim.
11:06Beleza?
11:10Então é isso.
11:11Cláudio Cajado deve receber
11:13essa relatoria.
11:14Vamos ver, inclusive,
11:15se a gente consegue trazer ele para cá
11:16para falar um pouquinho
11:17sobre o projeto.
11:20Vai ficar bastante,
11:22como é que se fala,
11:25requisitado
11:26nesses próximos dias
11:27o nosso querido
11:27deputado Cláudio Cajado,
11:29mas vamos tentar.
11:30Vai que ele,
11:31já que o Fernando Haddad
11:33não me dá
11:34a graça de vir até aqui,
11:36vamos ver,
11:40se o pessoal não fica aí
11:42só na...
11:45Gilmar Souza
11:47dizendo que além de não falar
11:48da JHSF,
11:50ainda chamei ele de Gilmar Mendes,
11:52isso nos faz,
11:52é verdade, Gilmar.
11:53E logo você
11:54que me ajuda tanto,
11:55é verdade.
11:57E isso,
11:58sem sarcasmo nenhum,
12:00Gilmar,
12:00realmente me ajuda bastante.
12:01várias vezes
12:03me salvou aqui
12:05quando a gente estava
12:07olhando cotações
12:08aqui de empresas.
12:10Ai, ai, ai.
12:12Bom,
12:14deixa eu ver aqui
12:14que até me perdi, Gilmar.
12:17Então é isso,
12:17esse é o estado
12:19do arcabouço fiscal.
12:21Ontem,
12:22os juros não se mexeram muito,
12:24até fugiram um pouco
12:25das máximas
12:26em função disso,
12:27mas hoje
12:27está aí,
12:28juros subindo bem,
12:30aqui 12, 15,
12:3118,
12:3221 pontos,
12:3423,
12:3526
12:36nas pontas mais longas,
12:38tudo aqui acima
12:39de 20 pontos.
12:40E isso
12:41pode ser duas coisas,
12:43não dá para dizer nunca,
12:45a gente nunca consegue saber
12:47exatamente,
12:47colocar o dedo exatamente,
12:49a não ser que seja
12:49muito específico.
12:51Pode ser um pouco
12:52de a realidade
12:53se sobrepondo
12:54ao wishful thinking
12:55que o mercado
12:56estava tendo,
12:57aquele pensamento positivo
12:58de que estava tudo
12:59indo para o lugar certo.
13:00e agora
13:01com a regra,
13:02a gente está vendo
13:03que,
13:04beleza,
13:04não acho que a regra
13:05tenha mexido tanto
13:06nos juros hoje,
13:07porque ela veio
13:08muito em linha
13:09com o que já tinha sido
13:11adiantado,
13:12tá?
13:13Mas,
13:13a gente tem
13:14pressão aí
13:15dos juros lá fora
13:16e isso pode também
13:17estar trazendo um pouco
13:18dos nossos juros
13:18para cima.
13:19é claro que,
13:21como a Ponta Longa
13:21está respondendo
13:23com mais força,
13:24tem sim
13:25alguma influência
13:27desse receio
13:29com a situação fiscal
13:32do país,
13:33visto que
13:33começam a circular,
13:35acabei de falar isso
13:36ali no comecinho
13:37do nosso programa,
13:38começam a circular
13:39levantamentos
13:41de diversas entidades,
13:43de bancos,
13:44sobre quanto o governo,
13:46porque agora
13:46com a LDO
13:47você consegue ver,
13:48né?
13:49Quanto o governo
13:49tem de benefício fiscal
13:51para tirar,
13:53né?
13:54São 400 e poucos bilhões,
13:56120 bilhões disso
13:57é o simples
13:58e pelo resultado
13:59da campanha
14:00contra a Scheng,
14:02não vão mexer
14:03no simples,
14:03obviamente.
14:04Então,
14:04são 120 bilhões
14:05desses 400 e tanto
14:06que não serve para nada,
14:07não ninguém vai mexer.
14:09Então,
14:09sobrou aí 330,
14:11lembre-se que
14:11a gente está tentando
14:12chegar a 150,
14:13certo?
14:14E aí,
14:14quando você vai tirando
14:15os itens que ninguém
14:17provavelmente vai meter a mão
14:19porque vai dar muito ruim,
14:20como Zona Franca de Manaus,
14:22hospitais,
14:26entidades religiosas
14:28que não pagam imposto,
14:30etc e tal,
14:31você vê que sobra muito pouco
14:33e a briga vai ser muito dura
14:35no Congresso Nacional
14:37e o que a gente tem visto
14:38é que não tem
14:40todo esse capital político
14:43para gastar
14:43lá no Congresso,
14:45tá bom?
14:45então,
14:47provavelmente a receita
14:48não vai vir
14:49por aí.
14:50Vai ser alguma coisa
14:51extraordinária,
14:53serve para bater a meta
14:54de superávit,
14:55mas a gente vai ter problemas
14:57porque os problemas
14:57vão se anontoando
14:59conforme a despesa
15:00for crescendo
15:00e as receitas
15:01não forem acompanhadas,
15:02simples.
15:03Mesmo com essa história
15:04de gastar
15:060,70
15:07do crescimento
15:09da receita
15:09em
15:10crescimento
15:11da despesa,
15:12tá?
15:12porque
15:13e mesmo excluindo
15:15receitas extraordinárias.
15:17Vai ficar um número
15:18hoje,
15:19o Pedro
15:19lembrou disso também,
15:21um dos números
15:21que as pessoas
15:22vão começar a acompanhar
15:23com muito mais
15:24atenção no mercado
15:26vai ser
15:26o resultado
15:27da arrecadação
15:27para saber
15:29para onde vai,
15:30afinal de contas,
15:31essa matemática
15:32que o governo inventou
15:34para zerar
15:37o resultado primário
15:37no ano que vem.
15:38Tá bom?
15:39Tá bom?
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