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  • há 4 meses
O economista Guilherme Mello, coordenador do Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas/Economia do PT, se reuniu ontem à noite com economistas dos principais bancos do país, na sede da Febraban. No encontro, foi questionado sobre as diretrizes econômicas de um eventual governo Lula e como pretende conciliar responsabilidade fiscal com gastos públicos.

Mello deu poucos detalhes sobre o plano de governo. Disse que o PT quer dar "previsibilidade e transparência no orçamento" e que, pessoalmente, defende "uma regra de gastos combinada com uma regra de resultados". As regras, porém, ainda serão construídas.

Defendeu a reforma tributária, "desonerando consumo e aumentando renda". Não foi explícito sobre carga tributária, mas deu a entender que não aumentaria. Mas falou que é inevitável gastar mais no primeiro ano, principalmente com o Auxílio Brasil.

O equilíbrio das contas será buscado apenas no longo prazo.

Chamou atenção quando insistiu na fórmula vencida de usar investimento público para promover crescimento econômico. Falou da necessidade de financiar a indústria com dinheiro mais barato e citou o BNDES como grande pilar dessa política.

Questionado sobre como o Tesouro financiaria tais projetos, não respondeu.

No geral, os economistas dos bancos não gostaram do diagnóstico de Mello sobre a economia hoje. Ele pareceu ignorar que é preciso arrumar a parte fiscal para que os juros caiam e deu a entender que um novo governo Lula vai acabar subsidiando financiamento para setores errados de novo, sem conseguir promover crescimento sustentável.

2023 já está precificado. O problema vem depois.

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Transcrição
00:00Nós temos o VT do Lula, ontem o Lula esteve na CNN, dando uma entrevista para o William Wack,
00:06e foi apertado ali na questão econômica, porque o Lula e o PT, eles defendem um modelo,
00:14mais uma vez, aquela coisa de como chegar lá, eles defendem um modelo de desenvolvimento
00:18que já se mostrou falido, esgotado, mas ele insiste, eles querem insistir nesse modelo de desenvolvimento,
00:25e o Lula foi questionado sobre isso pelo William Wack e não conseguiu responder.
00:30A gente está com esse VT aí, Joelton, por favor?
00:34Vamos ver o que aconteceu nesse período, logo depois que o senhor teve dois mandatos, depois veio o Dilma.
00:40Nós tivemos, como o senhor descreve, uma política voltada para criar superávites primários,
00:46ou seja, a capacidade de pagar, de criar o superávit sem considerar o pagamento de dívida,
00:51isto foi se deteriorando já no seu segundo mandato.
00:54As propostas, foi, são os números, eu não vou brigar com o IBGE.
00:58Mas me dê os números.
00:59Não dá, os números são.
01:00O senhor passou de 3,5% de superávit primário para um déficit de 4,5% ao final do governo Dilma.
01:07Não, não é verdade.
01:09Não é verdade.
01:10Ok, a gente checa.
01:11Eu vou, eu vou, eu vou, eu vou, eu vou, eu vou, o que eu quero, o que eu quero descrever,
01:14para lhe mostrar, o que eu quero descrever e a partir daí lhe perguntar é o seguinte,
01:17a ideia de que o Estado seria um grande indutor do crescimento através de volumosos investimentos
01:26e papel dos bancos públicos, essa ideia acabou no maior desastre econômico brasileiro do século.
01:34Nenhum país que não esteve em guerra perdeu tanta renda como o Brasil perdeu ali entre 2014, 15 e 16.
01:42Ou seja, a fórmula aparentemente não funcionou.
01:49O que que acontece?
02:00Ontem teve, esteve lá na FEBRABAN, o economista do PT, que é o Guilherme Melo.
02:10Ele se reuniu com representantes dos bancos.
02:13E foi questionado naturalmente sobre as diretrizes econômicas de um eventual governo Lula
02:19e como ele pretende conciliar responsabilidade fiscal com gastos públicos.
02:25Eu apurei com fontes que participaram desta conversa que me disseram o seguinte,
02:30que o Melo deu poucos detalhes sobre o plano de governo,
02:33disse que o PT quer dar, quer dar previsibilidade e transparência no orçamento
02:41e que pessoalmente defende uma regra de gastos combinada com uma regra de resultados.
02:46As regras, porém, ainda serão construídas, ou seja, elas não existem.
02:51A gente está falando de conceitos.
02:56Defendeu a reforma tributária que seria focada na desoneração do consumo e no aumento da renda.
03:05Só que não foi explícito sobre a carga tributária.
03:08Deu a entender que não vai aumentá-la.
03:11Mas falou que é inevitável gastar mais no primeiro ano, principalmente com o Auxílio Brasil.
03:16O equilíbrio das contas seria buscado apenas no longo prazo.
03:21Chamou a atenção quando insistiu na fórmula vencida de usar o investimento público
03:25para promover crescimento econômico.
03:27Foi exatamente o que o Lula repetiu na entrevista ao William Wack.
03:31Falou da necessidade de financiar a indústria com dinheiro mais barato e citou, para surpresa de ninguém, o BNDES como grande pilar dessa política.
03:42Questionado sobre, e aí que interessa, questionado sobre como o Tesouro financiaria tais projetos, não respondeu.
03:49No geral, os economistas dos bancos não gostaram do diagnóstico de Melo sobre a economia hoje.
03:54Ele pareceu ignorar que é preciso arrumar a parte fiscal para que os juros caiam.
03:58E deu a entender que um novo governo Lula vai acabar subsidiando financiamento para setores errados de novo,
04:06sem conseguir promover crescimento sustentável.
04:102023 já está precificado, o problema vem depois.
04:14Ainda temos o orçamento já definido para 2023.
04:162023, inclusive, você aumenta o gasto.
04:20Se você aumentar o gasto, você vai jogando a conta para o próximo governo,
04:23que é justamente o que o Lula fez no caso da Dilma.
04:26Por isso que no segundo mandato do Lula, no final, já começou a ter déficit nominal severo,
04:33inclusive 2,5% do PIB, uma coisa assim.
04:38Hoje, para vocês terem uma ideia, 2021 fechou com 0, alguma coisa.
04:42Então, para vocês terem uma ideia de o tamanho do rombo que começou a ser aberto já no final do governo Lula.
04:48E isso, enquanto tínhamos ali, com ódio desbombando.
04:54Depois tivemos a queda, o problema de 2008, a crise de 2008.
04:59E aí você já tem o reflexo disso, que ele previa que fosse uma marolinha.
05:05E depois, o que aconteceu?
05:08Veio a Dilma Rousseff com a contabilidade criativa dela,
05:11com o senhor Guido Mântega, livre, leve e solto.
05:15E deu no que deu, o resto é história.
05:18Mas essa gente nos levou à maior crise econômica da história do Brasil, inédita.
05:26Então, assim, eles podem tentar apagar isso,
05:30tentar encobrir essa história com narrativas.
05:34narrativas, mas essas narrativas, elas se desfazem diante dos fatos, diante dos números,
05:41porque não dá para brigar com a matemática.
05:44Infelizmente, não dá para brigar com a matemática.
05:47Então, não adianta.
05:47O Lula pode levar para as entrevistas uma pilha de apostilas,
05:51como ele está levando aí.
05:52E não vai, vai se perder nos números lá.
05:57Tem coisa que aconteceu positiva?
05:59Tem, claro que tem.
06:00Só que você não aproveitou o bom momento, o boom das commodities,
06:07você não aproveitou isso da melhor forma.
06:10Isso está muito claro agora.
06:11Quando você subsidia, através de crédito barato, de expansão de crédito,
06:16determinados setores, que são dos amigos do rei,
06:19você molda um tipo de desenvolvimento econômico do país.
06:26Depois de duas décadas, isso se consolida,
06:30ou pelo menos isso fica mais evidente.
06:33E se a opção é equivocada,
06:36você jogou todo esse potencial, toda essa riqueza no lixo.
06:40Claro, você enriqueceu os seus amigos e a si mesmo,
06:44como aconteceu no caso da era do PT.
06:47A parceria com grandes empresários e banqueiros rendeu muita grana.
06:52Vários deles estão aí na lista dos bilionários da Forbes.
06:58O problema é que essa horda de miseráveis que nós temos agora
07:03é resultado dessas políticas infames também.
07:08Então, você não criou um desenvolvimento sustentável.
07:14Você repetiu aquilo que parece uma sina do Brasil,
07:18que é o voo de galinha.
07:38E aí, você vai fazer um desenvolvimento sustentável.
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