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NotíciasTranscrição
00:00Gente, o Wilson fez uma entrevista hoje com um dos novos ministros, aqui em primeira mão, a gente vai pôr para tocar agora o papo que o Wilson fez com o novo ministro da agricultura. Vamos lá, Joel?
00:19Aconteceu, você fica sabendo aqui, Papo Antagonista.
00:23Então, Carlos Graebi, aproveitando essa sexta-feira, dando um aperitivo para todo mundo que nos assiste nesse último Papo Antagonista de 2022, estou aqui com o ministro, o futuro ministro da agricultura, o senador Carlos Fávaro.
00:45Ministro, primeiramente, antes de lhe desejar boa noite, o senhor quer que eu lhe chame como senador ou já posso chamar de ministro, apesar de só ainda não ter sido impossável?
00:56Fique à vontade, como quiser, como amigo eu prefiro.
01:00Boa noite, boa noite, Wilson, boa noite a todos do Pacto Antagonista, é uma honra, um orgulho falar com todos vocês.
01:05Ministro, o senhor vai comandar uma pasta, que é uma pasta estratégica para o governo Lula, principalmente no que se refere a uma recomposição de forças políticas, né?
01:20Foi uma pasta que foi muito usada pelo bolsonarismo, inclusive, para fins partidários, para incitar essa militância, né?
01:27Então, eu acredito que também tenha um pouco dessa reestruturação, para além da questão técnica da pasta.
01:34Como é que o senhor vai trabalhar para tentar trazer setores do agro, para passar essa mensagem do futuro governo, de que o futuro governo, de fato, está aberto, inclusive, a setores do agro que fizeram ampla oposição ao governo Lula?
01:51Como é que o senhor vai conseguir trazer isso? É possível? É uma missão que o presidente eleito Lula lhe deu? Como é que o senhor vai ser feito, ministro?
01:58Mostra.
01:59Wilson, é claro que é possível, e é mais do que isso. É demonstrado que já como foi o presidente Lula governando esse país para o próprio agronegócio.
02:11Quando o presidente Lula assumiu, a retórica e os medos, lá em 2002, talvez eram quase os mesmos.
02:17Insegurança jurídica, de invasão de terra, de tomar o direito de propriedade, de taxar exportação.
02:24E o que nós vimos foi completamente o contrário. Nós vimos um presidente comprometido com a nossa agropecuária, que tomou medidas de apoio, por exemplo, ao combate ao endividamento, que era gritante,
02:37repactuou dívida, criou programas de investimento, fez o Moderfotra, o Moderinfra, o Programa Mais Alimento para Pequenas Propriedades, taxas de juros para esse investimento muito reduzidas.
02:47Chegamos ao momento de 2,5% ao ano. Hoje é de 13% a 18% ao ano, inviabilizando o crédito e o investimento na agropecuária brasileira.
02:57Fez infraestrutura, logística, terminais portuários, terminais rodoferroviários, asfalto, pontes, regulamentou os transgênicos, fez o Código Florestal, foi um grande embaixador vendendo, abrindo mercados para os produtos brasileiros muito afora.
03:15Então, portanto, e mais do que isso, um governo que tinha diálogo.
03:18Eu estava do outro lado do balcão, eu era presidente de entidade de classe, com crise, a maior crise do agronegócio brasileiro, e nós vínhamos no governo Lula e tínhamos,
03:28e éramos recebidos pelo ministro Roberto Rodrigues, depois pelo ministro Reis Estefanes, por todos eles, e trazíamos propostas para a melhoria do agronegócio,
03:38aquilo que era sim, era sim, o que era não, era não, mas achávamos alternativas.
03:41Então, o que nós vamos fazer a partir de agora? A eleição acabou, nós respeitamos as divergências, a democracia, quem apoiou o atual presidente,
03:51quem ajudou, quem a militância foi para a rua, tudo certo, nós tomamos outro lado, ganhamos as eleições e agora vamos governar.
03:59O diálogo está aberto, tenho certeza, e já estou percebendo isso, que a racionalidade já está tomando conta de novo das entidades de classe,
04:08dos produtores mais conscientes, e nós já vamos abrir o diálogo para que nós trabalhemos todos unidos em prol do agronegócio brasileiro.
04:17Agora, ministro, eu imagino, e isso com certeza foi alvo de conversas na fase de transição,
04:24como é que o Ministério da Agricultura vai trabalhar diretamente com o Ministério do Meio Ambiente?
04:30Fala-se muito dessa dicotomia entre meio ambiente e desenvolvimento agrário, dessa dicotomia entre produção e preservação.
04:42Como vai se dar essa interlocução com a Marina Silva, que tem uma outra cabeça,
04:48e como é que o agro vai lidar também com outras questões?
04:51Quer dizer, o senhor, como ministro, vai lidar com questões como agricultura familiar,
04:56que é uma questão histórica do PT, e a relação também do Ministério com movimentos sociais como o MST?
05:06Tá, perfeito. É uma pergunta muito importante, que a gente tem que deixar isso muito claro.
05:11Primeiro, que a nossa relação com a ministra Marina Silva vai ser a melhor possível.
05:15Estamos todos do mesmo lado.
05:17Nós queremos uma produção sustentável.
05:20O Brasil tem que ser um celeiro do mundo da produção de alimentos,
05:24mas com responsabilidade ambiental.
05:26Até porque, Wilson, nós somos esse grande produtor de alimentos,
05:31temos grandes ativos, gente vocacionada, máquinas de última geração,
05:35terras propícias, sementes, fertilizantes, tudo de última geração,
05:40mas de nada valeria isso se nós não tivéssemos o principal ativo,
05:45que é clima, que é chuva. Imagina se fosse um grande deserto, nós não iríamos produzir.
05:49A galinha dos ovos de ouro é clima, é o meio ambiente, é a sustentabilidade.
05:54Acontece que, neste modelo atual, onde se podia tudo, passa a boiada, passou a vigorar,
06:00e arranhou a imagem brasileira lá fora,
06:02e começou a afetar também a estabilidade climática aqui no Brasil.
06:07Nós estamos vendo enchentes, secas, já começando a avançar,
06:10e nós temos que conter isso.
06:11Os produtores têm que ter consciência, voltar a ter consciência.
06:15Alguns, a imensa maioria tem.
06:18O comando e controle vai acontecer.
06:20O desmatamento ilegal vai ser reprimido,
06:22as queimadas ilegais serão reprimidas,
06:25o garimpo ilegal, o desmatamento,
06:28o setor de base florestal cometer ilegalidade serão reprimidos.
06:32Em contrapartida, nós vamos oferecer políticas públicas da produção sustentável.
06:36O BNDES pode, e vai cumprir um grande papel de financiamento
06:40para a conversão de pastagens de baixa produção e pastagens degradadas
06:45em produção de agricultura e alimentos de alta escala,
06:49quer sejam em pequenas, médias e grandes propriedades.
06:53Podemos acrescentar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas
06:58ao sistema produtivo, financiando calcário, financiando fosfato,
07:02financiando potássio, financiando plantio de matéria orgânica
07:07para depois vir à produção.
07:09Com isso, nós podemos dobrar a produção de alimentos no Brasil
07:13nos próximos 20 anos, um crescimento sustentável
07:15de pelo menos 5% ao ano de área plantada,
07:20dobrar a necessidade de equipamentos,
07:23dobrar a necessidade de trabalhadores no campo,
07:25dobrar as exportações, dobrar a oferta de alimentos
07:29na mesa do brasileiro, acabar com a fome e não ter pressão
07:33sobre desmatamento, porque a pessoa, o produtor,
07:35vai ter a opção de buscar financiamento para fazer essa conversão
07:38com dinheiro do BNDES, que tem que pagar, é óbvio,
07:42mas com juros reduzidos, com longo prazo,
07:44ao invés de ter que tirar do seu próprio bolso dinheiro
07:46para desmatamento, correr risco de repressão,
07:48de embargos, de todas as sanções legais.
07:52Por isso, os produtores podem ter certeza,
07:54quem quiser fazer o lado bem, assim como a outra parte
07:58da sua pergunta, já respondendo,
08:00com relação ao direito de propriedade.
08:03O presidente Lula sempre deixou muito claro na campanha,
08:06as pessoas não queriam ouvir, muitas vezes,
08:09a área invadida, a área produtiva invadida
08:12não é passível de reforma agrária, está na lei.
08:15E o que tem que acontecer?
08:16O judiciário manda fazer a reintegração de posse,
08:19o Estado vai lá e faz imediatamente a reintegração de posse.
08:22Não tem insegurança jurídica, não vamos tirar o direito à propriedade.
08:27Agora, nós temos que entender também
08:29o direito de brasileiros e brasileiras
08:32vocacionados a produzir alimentos
08:34que sonham com um pedaço de chão.
08:36Pode ser a reforma agrária feita através de terras públicas
08:39ou até de terras privadas,
08:41desde que indenize e seja o interesse do proprietário vender.
08:44E aí nós vamos ter que incentivar.
08:47Nós não podemos tirar essa vocação brasileira
08:50de homens e mulheres que querem produzir alimentos.
08:52Eu sou fruto de um assentamento em reforma agrária.
08:55Eu cheguei em Mato Grosso há quase 40 anos atrás,
08:58em Lucas do Rio Verde,
08:59quando era só um assentamento de reforma agrária.
09:01E hoje é uma bela cidade do agronegócio,
09:04da agroindústria brasileira.
09:06E assim nós sonhamos um agro sustentável
09:09para pequenos, médios e grandes,
09:10em todas as escolas desse país,
09:12passivo, ordeiro, organizado,
09:15que preserva o meio ambiente
09:16e que produz alimentos de qualidade.
09:18Agora, ministro,
09:22ainda quando se fala de política pública,
09:25e aí eu não sei se o senhor já teve tempo
09:28de formular alguma coisa
09:29e também de trazer para a gente algum anúncio.
09:33O senhor tomar posse na próxima segunda-feira
09:35e já vai ter algum anúncio na próxima segunda-feira?
09:39Já tem alguma política pública formatada,
09:41prontinha, já com o despacho pronto,
09:43apenas para ser publicado no Diário Oficial?
09:45Ou a gente ainda vai ter que aguardar
09:47até a próxima segunda-feira?
09:48Nós vamos gradativamente,
09:50como disse a você,
09:51não é um ministério que está desorganizado,
09:54não é um ministério que está descontrolado a gestão.
09:58Talvez é uma exceção na esplanada dos ministérios,
10:00mas o trabalho feito, como já disse,
10:03já só nos últimos agora,
10:04por Blairo Maggi, por Tereza Cristina,
10:07por Marcos Montes,
10:08antes um pouquinho por Cátia Abreu e Nery Geller,
10:11já dão um bom encaminhamento.
10:12É o rumo que nós vamos estar seguindo,
10:14é claro, com aperfeiçoando,
10:16modernizando,
10:17tendo as medidas mais importantes a implementar.
10:20Temos algumas pressões estruturantes,
10:22que nós já vamos estar tomando algumas medidas
10:23segunda-feira,
10:24mas a nível de Embrapa,
10:28de retomadas de investimento,
10:32de mudança no rumo,
10:34no compramento.
10:35A Embrapa hoje,
10:37só para você ter uma noção,
10:38ela está completamente desestruturada.
10:4296,5% do orçamento da Embrapa,
10:46que foi de R$ 150 milhões em 2022,
10:50é para custeio,
10:54pequenas manutenções e para folha de pagamento.
10:57Quer dizer,
10:57virou uma empresa de RH,
10:59para gerir o RH,
11:00a folha de pagamento,
11:01e deixou 3,5% para a sua principal função,
11:04que é a pesquisa,
11:05que é a ciência,
11:06que é a inovação tecnológica.
11:07E sobre a ótica de que esse investimento
11:11poderia e deveria ser feito pela iniciativa privada,
11:15que a Embrapa já fez muito com recursos públicos
11:17e não precisava mais por recursos públicos na Embrapa.
11:19O que nós consideramos um erro,
11:21porque, afinal de contas,
11:22o mercado apoia a pesquisa
11:24desde que visume lucro.
11:26Já o governo tem que ter estratégia.
11:29Por exemplo, pesquisar biológicos.
11:32São produtos que podem ser produzidos
11:34até na própria fazenda
11:36para combater as pragas das lavouras
11:38de baixíssimo custo,
11:40baixo impacto ambiental.
11:42Mas aí o próprio produtor vai produzir seu biológico.
11:44Por que a indústria vai querer financiar a pesquisa
11:46se depois ela não vai vender este produto
11:49e não vai ter lucro?
11:50Então, quem que pertence fazer essa pesquisa?
11:52Ao Estado.
11:54Por isso, nós vamos redirecionar,
11:55a partir de segunda-feira,
11:57o papel da Embrapa,
11:58estando aberta a fazer parcerias
12:00com a iniciativa privada.
12:02Mas tem coisa
12:02que a iniciativa privada não quer pesquisar
12:05porque não tem vislumbre de lucro,
12:07mas o Estado tem a obrigação de fazer
12:09e nós vamos direcionar nesse sentido
12:10um dos primeiros atos,
12:12meio a partir de segunda-feira.
12:14Ministro, e só para encerrar,
12:15eu sei que o tempo do senhor está corrido,
12:18depois do anúncio ontem
12:20do presidente eleito Lula,
12:22já temos nomes aí para Embrapa,
12:24Conab e Secretaria Executiva do Ministério
12:27ou ainda não?
12:27Estamos começando a pensar os nomes,
12:29falando com o presidente Lula,
12:31estamos sondando a disponibilidade de pessoas,
12:34mas não vamos fazer nada de forma abrupta,
12:36vamos conversando com as pessoas
12:38que estão nos cargos,
12:39fazendo pequenas mudanças
12:41e trazendo gente que ajudou.
12:43Afinal de contas,
12:45isso é uma retórica muito importante.
12:48Quem ajudou a ganhar
12:49tem que ajudar a governar.
12:51É claro que tem que ter conhecimento técnico,
12:53claro que tem que ter expertise,
12:56saber da pasta que está sendo convidado,
12:58e isso nós vamos fazer com muito critério.
13:01Mas sem caça às bruxas,
13:03sem desmonte imediato,
13:05nós vamos fazer essa transição
13:06com muita harmonia e com muito diálogo.
13:10Tá certo.
13:11Senador Carlos Fávaro,
13:13agora Ministro da Agricultura,
13:14muito obrigado pela atenção,
13:15boa noite,
13:17espero contar com o senhor
13:18em futuras participações.
13:19Sempre à disposição,
13:20a honra para mim, Wilson.
13:21Boa noite para você.
13:22Aconteceu,
13:24você fica sabendo aqui,
13:25Papo Antagonista.
13:28Tá aí, né?
13:30Entrevista quentíssima do Wilson
13:31com o senador Carlos Fávaro,
13:33agora Ministro da Agricultura,
13:35um posto importantíssimo no Brasil.
13:40Tem uma importância econômica enorme,
13:43o PIB do Brasil depende do agro,
13:46e passou a ter uma importância política
13:48muito grande também
13:50durante o governo Bolsonaro, né?
13:54Porque o agro, de fato,
13:57embarcou no governo,
14:00e tinha e tem ainda
14:03uma resistência muito grande
14:04ao Lula,
14:05tem medo do Lula e do PT,
14:08então a missão do Fávaro aí
14:11é considerável, né?
14:13Manter a energia econômica do agro
14:15e tentar diminuir essas resistências,
14:20criar um outro relacionamento
14:23do setor com o governo Lula.
14:27Vamos ver o que vem por aí.
14:29Parece que ele está animado, né?
14:31Parece que ele está com bastante energia.
14:45A...
14:46...
14:56...
14:59...
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