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O conflito no Oriente Médio entre Israel e Irã está movimentando os mercados. Pedro Lara Nogueira, gestor e analista de ações da Lev Asset, analisa os impactos no petróleo, ouro e bolsa de valores, além dos riscos para o agro brasileiro.

Acompanhe em tempo real a cobertura do conflito entre Israel e Irã, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/conflito-israel-e-ira/

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Transcrição
00:00A escalada de tensão no Oriente Médio vem afetando os mercados e a precificação de alguns ativos, como o petróleo.
00:07Também lança dúvidas sobre cadeias produtivas.
00:10Para analisar os impactos desse conflito, eu converso com o Pedro Lara Nogueira, gestor e analista de ações da Lev Asset.
00:19Pedro, boa tarde para você. Obrigado por abrir um espacinho para a gente aqui na sua agenda do feriado.
00:23Pedro, antes de mais nada, analisando o que se tem de informação do conflito e que está se arrastando,
00:31e também o quanto já subiram esse ano, petróleo e ouro, na sua visão, continuam com uma tendência de alta?
00:40Boa tarde, imagina, prazer estar aqui.
00:43Então, acho que assim, contextualizando um pouco, no primeiro momento a guerra sempre gera um choque negativo.
00:49O movimento de saída de ativos de risco, busca por liquidez, por segurança.
00:56Mas acho que trazendo até um pouco aqui para o nosso ambiente, para o Brasil, que foi um impacto mais brando.
01:02Até a gente tem ali um PIB um pouco mais positivo ainda, empresa com bons resultados,
01:07e também principalmente uma subalocação em ativos brasileiros.
01:11Teoria, de fato, os emergentes deveriam sofrer um pouco mais,
01:14mas esse movimento eu acho que não foi tão acentuado aqui exatamente pelos motivos que eu trouxe.
01:20Mas, de fato, acho que o petróleo é o principal, onde a gente vê o principal impacto de todo esse conflito.
01:32Mas parece um movimento mais especulativo, relacionado a um potencial impacto no fornecimento de petróleo no mundo.
01:40Isso, inclusive, fica até evidente ontem, quando a gente viu o Trump falando um pouco do potencial,
01:44algumas negociações que poderiam vir a acontecer, o petróleo que estava subindo acaba caindo, acaba voltando.
01:49Mas, de fato, aí esse risco se materializaria para um possível fechamento ali do Estreito de Hormuz,
01:56enfim, para onde passa a parcela importante do fornecimento de petróleo.
02:01Mas, enfim, acho que a gente, quando a gente olha do ponto de vista dos ativos,
02:06até a nossa bolsa aqui está até em níveis de preços,
02:10em níveis superiores ao que estavam quando teve a escalada, os ataques de Israel, enfim.
02:15Então, acho que é uma coisa, há uma certa volatilidade e realmente é uma questão um pouco mais especulativa.
02:22Mas, de fato, o petróleo está ali perto de US$ 75 por barril, estava perto de US$ 65 mais ou menos antes de tudo isso acontecer.
02:31E acho que onde fica mais evidente, acho que talvez o que chame mais atenção seja a própria Petrobras,
02:35que acho que talvez tenha sido o ativo, quando a gente fala de Brasil, que mais chama atenção,
02:40que é onde a variação do preço do petróleo acaba impactando mais.
02:44Agora, nesse mundo que a gente vive, que está em transição energética, muito mais lenta do que a gente gostaria, mas está,
02:52e também com a OPEP já tendo anunciado o aumento de produção, o teto para o petróleo subir, dá para dizer que ele está mais baixo?
03:01Olha, talvez, mas talvez olhando um pouco mais a longo prazo.
03:07Nesse curto prazo, acho que a transição energética é um tema de longuíssimo prazo.
03:10Querendo ou não, a gente ainda depende do petróleo, ainda vamos depender por algum tempo, como fonte principal de matriz energética.
03:18Mas, como eu disse, acho que guerra e o impacto, o St. Jormuz é por onde passa uma parcela muito relevante do fornecimento de petróleo.
03:28Então, qualquer risco de fechamento, impacto no escoamento do petróleo do Golfo Pérsico, vai gerar um choque com certeza.
03:37Mas, de novo, a gente ainda não viu nenhuma ação concreta, a gente teve alguns ataques ao longo desses últimos 20 meses,
03:44mais ou menos quando tudo isso começou, mas a gente não teve um impacto de fato de, opa, aqui parou, o fornecimento foi interrompido de fato.
03:52Então, parece mais uma questão especulativa mesmo.
03:55A gente deve se preocupar com o preço dos combustíveis no Brasil?
03:58Olha, historicamente a Petrobras é mais rápida no ajuste para baixo do que no ajuste para cima.
04:09Então, acho que a gente precisaria ter algum tempo de preços descolados da PPI para que ela, de fato, venha a aumentar os preços.
04:18Então, posso estar errado, mas acredito que leve algum tempo para que a gente tenha uma resposta.
04:24Você falou há pouco dos países emergentes, que havia, em tese, uma expectativa de que sofressem mais.
04:30E a gente está vendo que o dólar, primeiro com guerra comercial e agora com mais esse conflito no Oriente Médio,
04:37o dólar não vem mostrando força, vem inclusive mantendo a trajetória de uma queda leve aqui no Brasil.
04:44O dólar já não é mais o mesmo?
04:45Olha, acho que aí a gente tem algumas outras forças em jogo, vamos colocar assim, uma dinâmica de mercado.
04:57Claro, na hora de aversão a risco, talvez até haja uma vontade de ir para esses ativos, então o dólar, por exemplo.
05:05Mas, de novo, eu acho que a gente está com uma dinâmica um pouco mais positiva, pelo menos é a forma como os investidores estão enxergando nesse momento.
05:15E que acaba se refletindo em uma bolsa um pouco mais, preços da bolsa mais para cima, o dólar para baixo.
05:23Então, acho que a gente tem dinâmicas locais, vamos colocar dessa forma, inclusive técnicas.
05:28Até a própria alocação de estrangeiros em Brasil, que de fato aumentou aí nesses últimos meses, mas que segue ainda não muito elevada,
05:38isso acaba impactando positivamente o preço dos ativos.
05:41Então, como eu disse, a bolsa sobe, o dólar cai, por exemplo.
05:44Então, acho que vai um pouco além desse sentimento de aversão ao risco.
05:47Por isso, inclusive, que a gente acabou passando em colome, não sei se é a palavra, mas a gente passou muito bem em frente,
05:52é o que a gente pode olhar talvez em outros mercados.
05:54Como é que deve ser a estratégia de investimento para um investidor médio, num momento como esse que a gente está atravessando?
06:03Olha, eu diria que acho que tem que ter muita calma e ser frio no seguinte sentido.
06:09A gente tem choques de primeira ordem, mas tentar entender qual que é o impacto estrutural disso.
06:16Poxa, até que ponto, de fato, o Irã tem capacidade de retaliar e por quanto tempo essa retaliação duraria?
06:25Então, vamos dizer que ele decida fechar ali o estreito de Hormuz.
06:28Poxa, por quanto tempo ele consegue fazer isso?
06:31Por outro lado, a gente tem a Nábia Saudita, que é bem importante quando a gente pensa no PEC,
06:36e que tem capacidade ociosa de petróleo e deve, vamos colocar dessa forma, alguns favores ali aos Estados Unidos, ao Trump, enfim.
06:46Então, há uma capacidade de resposta.
06:50E até do ponto de vista, quando a gente olha o Irã, eles inclusive aumentaram a produção e a exportação nesse meio tempo,
06:55desde que a escalada começou, talvez até para gerar algum caixa ali e ajudar ele.
07:00Então, eu diria para não se tomar nenhuma ação muito contundente, tentar ser um pouco mais analítico,
07:09pensar com um pouco mais de calma e não responder a choques que podem parecer muito mais fortes
07:14ou com um impacto muito maior do que, de fato, eles venham se provar a ter.
07:20Quais segmentos da Bolsa estão mais vulneráveis a esse momento de incerteza,
07:26de novo, a incerteza agravada agora por mais esse conflito no Oriente Médio?
07:31Eu acho que mesmo as petroleiras, e acho que a Petrobras é o principal,
07:36e do seguinte sentido, a Petrobras chama muita atenção pelo dividendo que ela paga.
07:44Você tem ali um risco, por mais que esse risco seja infinitamente menor do que foi no passado,
07:47de uma possível intervenção, por exemplo, eu sou um pouco cético quanto a isso,
07:51esse risco paira. Então, o investidor está disposto a comprar a Petrobras pelo dividendo que ela paga.
08:00Tanto que a gente vê a Petrobras sofrendo bastante até o momento da escalada,
08:05dentre outros motivos, principalmente pela queda do petróleo até então.
08:09E com essa volta do petróleo, ela acaba subindo.
08:11Então, acho que impactada no seguinte sentido, ela é a mais exposta ao que esse conflito pode gerar
08:19de variações no mercado. Ele impacta diretamente o petróleo, como a gente vem falando aqui.
08:23E quanto mais alto o preço do petróleo, mais dividendo a Petrobras pode pagar.
08:27E quanto mais baixa o petróleo, se não fosse por esse choque,
08:29até pelos aumentos de oferta que a gente vê que vem acontecendo recentemente,
08:33o anúncio, ela também vinha sendo impactada negativamente.
08:38Então, talvez ela seja mais exposta a esse conflito quando a gente fala aqui de Brasil,
08:41e de Bolsa, principalmente.
08:43Eu vou voltar um ponto aqui do começo da entrevista, que é em relação ao ouro.
08:47O ouro, esse ano, já subiu cerca de 30%, incertezas ajudando a valorização do metal,
08:55os investidores buscando o tradicional e famoso porto seguro.
08:58Agora, depois de subir tudo isso no ano, dá para esperar que o ouro ainda tenha espaço
09:04para se valorizar ainda mais?
09:06Como é que o investidor deve olhar para o ouro nesse momento?
09:09É seguro? Agora, já não bateu no teto?
09:12Olha, eu vou dar aqui uma resposta que acho que não é muito o que você e quem nos vê e nos ouve aqui,
09:19talvez quisesse.
09:22É muito difícil saber até que ponto, até onde pode ir, se bateu no teto ou não.
09:27Talvez um ano atrás a gente já viu onde estava, a gente ia falar, opa, também já tinha se valorizado
09:35um bom montante.
09:39É difícil dizer, mas de fato, é um porto seguro.
09:43E é um ativo que, historicamente, é para onde as pessoas correm momentos de inflação,
09:48ou esse risk-off, que é saída de ativos de risco e busca por liquidez ou por ativos mais seguros.
09:56Então, acho que é muito, é difícil colocar, puta, onde pode ir.
10:01Acho que a gente tem que entender um pouco mais de como as coisas vão se desenrolar daqui em diante.
10:06Pedro, só para a gente fechar aqui a entrevista,
10:09já dá para dizer que acende-se um sinal amarelo no agro,
10:14por conta do fertilizante que a gente compra do Irã,
10:18que é fundamental para diferentes culturas aí,
10:21a uréia especificamente, é o fertilizante que a gente compra bastante do Irã.
10:25Qual nível de preocupação a gente deve ter nesse momento com o agro?
10:30Olha, eu confesso, eu não sou especialista nisso,
10:34mas eu diria que talvez ainda seja muito recente.
10:39Vamos ver como tudo vai se desenrolar, se de fato a gente vai ter alguma negociação.
10:44Também não sou, minha especialidade não é geopolítica em si,
10:50mas me parece que o Irã não tem muita capacidade de resposta
10:54e talvez esteja disposto ali a negociar de alguma forma ou de outra.
10:58Então, acho que isso é bastante importante a gente entender como as negociações,
11:02se elas acontecerem, como elas vão se desenrolar.
11:06E aí acho que a gente vai ter também um pouco mais de clareza.
11:08Querendo ou não, ainda está bastante incerto.
11:10Então, acho que conforme o tempo passe,
11:13a gente vai ter mais clareza sobre os impactos de fato.
11:16Pedro Lara Nogueira, gestor analista de ações da Leve Asset.
11:20Obrigado, Pedro, pela gentileza da sua entrevista.
11:22Bom feriado aí.
11:24Igualmente, obrigado.
11:25Obrigado.
11:26Obrigado.
11:27Obrigado.
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