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Bruna Allemann, head da mesa internacional da Nomos, sobre o cessar-fogo entre Irã e Israel, o impacto nos mercados globais e o papel estratégico do Estreito de Ormuz. O petróleo vai cair? A guerra acabou mesmo? E o Brasil, será afetado? Tudo isso nesta análise exclusiva.

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Transcrição
00:00Eu converso com a Bruna Allemann, que é head da mesa internacional da Nomos,
00:05para a gente tentar prever o que vai ser do mercado internacional.
00:10Amanhã, começo agradecendo a presença da Bruna aqui, porque, olha Bruna,
00:14está mais fácil a gente tentar adivinhar os números da mega cena do que saber o que vai acontecer
00:20num conflito que envolve aí 21 milhões de barris de petróleo por dia.
00:24Porque até 30 minutos existiu um risco, uma perspectiva da escalada do conflito.
00:32Fomos surpreendidos com um tweet, uma postagem na Truth Social do presidente dos Estados Unidos,
00:37dizendo que acabou a guerra e ainda sinaliza para algo que ele chamou de paz eterna,
00:42nunca mais os dois vão trocar tiros um contra o outro.
00:46Estamos torcendo em prol da paz mundial.
00:49Agora, você que é analista aí, head internacional da Nomos, isso tem convencido os mercados?
00:57Os mercados já festejaram, a gente tem aí os índices futuros.
01:00O mercado está comprando essa perspectiva de paz duradoura, um novo Éden entre Israel e Irã.
01:08Obrigado pela participação.
01:09Boa noite mais uma vez.
01:10Boa noite, eu adorei sua introdução, confesso.
01:15Foi assim, na verdade, agora a gente está respirando um pouco mais aliviado.
01:20E uma questão muito interessante que você trouxe é que o mercado sempre se antecipa.
01:26Então, parte do que o petróleo hoje, já recuada do petróleo,
01:30é que o mercado já estava respondendo e esperando por isso.
01:34Enquanto nós dormimos ontem esperando uma escalada muito grande,
01:38hoje já estava um pouco mais controlado.
01:41E de onde que isso veio?
01:43Então, assim, friamente, no meio do caos, nós precisamos organizar alguns determinados números
01:47e ver qual que era a importância, principalmente do estreito,
01:51não só em relação aos Estados Unidos, mas na economia como um todo.
01:56Hoje, ao longo do dia, quando nós vemos o Trump se referindo à China em relação ao estreito,
02:01por exemplo, quando nós vimos determinadas situações,
02:04e principalmente o ataque dos Estados Unidos sendo diretamente ao ponto focal que ele queria,
02:12que era o Irã não assinou o tratado e não pode ter enriquecimento de urânio.
02:17O que ele fez?
02:18Atacou diretamente o que colocava essa diplomacia e este tratado em risco.
02:26Então, ponto.
02:27Ele foi exatamente isso, ele não foi atrás de civis.
02:30Ao longo do dia, isso foi se desenhando e foram apresentados dados.
02:35O mercado já foi entendendo que qualquer outra resposta do Irã poderia ser muito pior para ele
02:42do que para todo o mercado em si.
02:44Os Estados Unidos entrou ali, por pior que seja, e é muito complicado quando a gente fala em conflito,
02:49mas o fechamento do estreito e o prolongar este conflito seria muito pior para o Irã.
02:55E principalmente quando ele coloca a China nesse meio do caminho, não era de interesse nem da China nem da Rússia,
03:01que apesar desse estreito passar um quinto do petróleo do mundo, 33% deste um quinto iria afetar diretamente a economia da China.
03:11Um pouco mais de 15, 16% iria afetar a economia da Rússia, sendo que no Irã o maior parceiro comercial é a China.
03:20Então, acho que o Irã e o mercado percebeu que não era interessante, inclusive para os aliados do Irã,
03:27que isso se continuasse.
03:29Porque estamos em períodos inflacionários, então qualquer aumento em relação ao petróleo
03:36cai diretamente na energia, não só aqui do Brasil, que a gente poderia ter um efeito cascata,
03:42mas também pressionando a inflação dos Estados Unidos e a economia global como um todo.
03:47Agora, Bruno, nós fomos rápidos o suficiente para produzir aqui, olha, tudo que você falou,
03:5433% para a China, 15% para outros países envolvendo a Rússia.
04:02Mas eu chamo a atenção para a Índia, Japão, Coreia do Sul, que precisam desse combustível,
04:09que passa pelo estreito de Hormuz e que produz, estes países produzem não só produtos de alto valor agregado
04:19para o consumidor final, mas também peças que vão sendo introduzidas na cadeia de produção
04:24de grandes centros fabris, a Europa Ocidental, os Estados Unidos.
04:29Então, claro, o investidor está olhando aí, ufa, aliviado, que esses combustíveis ainda, teoricamente,
04:38continuam para o seu destino.
04:41A gente também pode fazer uma aposta, o seu faro e olho fino, ele aponta para uma queda no valor do petróleo
04:50ou talvez, olhando o seguinte, opa, não vai faltar petróleo para a China, nem para a Índia, nem para o Japão,
04:56Coreia do Sul, nem para a Europa Ocidental, nem para os Estados Unidos.
05:01Vai continuar a demanda, quem sabe até aumente porque a gente não vai precisar queimar as nossas reservas.
05:07A tendência do preço do petróleo é cair por conta da paz ou é aumentar por conta da crença da alta demanda de combustível?
05:14Vamos lá, na verdade, eu acho que agora o desenho vai se estabilizar e a gente coloca aí um limite,
05:23vamos colocar entre 70 e 85 dólares.
05:26Eu acho que seria um cenário um pouco mais saudável, tanto para o que está acontecendo,
05:32também, vamos falar, poxa, mas 15 dólares ali que você está colocando dentro do cenário?
05:38Sim, porque apesar do cessar-fogo, apesar de tudo que está acontecendo, o mercado sempre tem aquele pé atrás
05:45do que pode movimentar e também essa questão da demanda.
05:49Ao mesmo tempo, acho que não deve aumentar muito mais do que isso, se controlado e agora as respostas dia após dia,
05:57porque o cessar-fogo vai acontecer em etapas e isso seguindo dessa forma,
06:01o mercado tende a trazer essa perspectiva cada vez mais para baixo.
06:06E sim, eu acho que o principal ponto de atenção, principalmente para mercados que a gente desenha,
06:11como Índia, como Japão, como Coreia do Sul, foi o mesmo que aconteceu no início da guerra da Rússia e da Ucrânia,
06:17onde alguns países da Europa tiveram que buscar alternativas para não ficar com um peso muito grande
06:26em determinados países, em determinadas origens, principalmente de energia ou de minérios, enfim.
06:33Cada guerra ali, cada conflito, ela tem ali a sua resposta, ela mexe em alguma coisa.
06:40Então, esses mercados vão começar a entender e se movimentar, porque essa dependência pode fazer mal para o mercado dele.
06:48Mas neste principal ponto, que vai controlar a principal, é o posicionamento da China e sim, iria afetar muito mais a China.
06:56Então, isso, eu acho que a China tendo se contrapondo, apesar das falas, tende a dar uma amenizada.
07:02Eu acho que esse cessar-fogo vai dar uma amenizada.
07:05O único ponto é que isso pode ou não, aqui no Brasil, a gente está num passo anterior.
07:11O PPI, a Petrobras, por exemplo, ela fez alguns determinados ajustes, mas ela ainda está muito abaixo,
07:18o preço da refinaria ainda está abaixo do que ela deveria fazer.
07:21Então, qualquer ajuste aqui no Brasil, tirando o foco do mundo, qualquer ajuste aqui no Brasil,
07:28não é por causa do mercado inicialmente, e sim porque a Petrobras está segurando por um determinado tempo,
07:35o que para o brasileiro vai ser muito bom, porque mesmo que ela faça um ajuste, ele não indo,
07:40essa perspectiva diminuindo bastante, o reajuste pode ser muito pequeno e acabar não afetando,
07:45não criando o efeito cadeia aqui dentro do Brasil.
07:48Bruna, está aqui, tem uma outra representação gráfica, então, o nosso ponto nevrálgico que nós estamos falando,
07:56do Estreito de Hormuz, para que todo mundo, então, reitere a importância dele.
08:00Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Iraque, Irã, estão ali na lista dos 10 maiores produtores de petróleo do mundo.
08:09Fora a produção, existe esse enorme, perdão, corredor, está aqui, esse corredor de entrega do petróleo.
08:17E esses números falam por si só, que é o tamanho do escoamento, mais de 20 milhões de barris por dia,
08:24não só de petróleo bruto, porque eu gosto muito dessa expressão, para que serve petróleo?
08:29Para nada.
08:30Petróleo refinado, vira combustível, plástico, a indústria química, parte dela é muito baseada em petróleo,
08:38então, o bruto e condensado e os derivados de petróleo, somando tudo, em determinados momentos,
08:43chegam a mais de 20 milhões de barris por dia.
08:46Esse é um número do primeiro quarter, do primeiro trimestre de 2025,
08:51a gente estava aqui batendo os tais 20 milhões de barris por dia.
08:54Eu vou tratar desse assunto ainda no Conexão, mas eu vou aproveitar a tua presença, Bruna, para fazer um spoiler.
08:59A OTAN subiu ali a pressão para os países membros, 32 deles, investirem mais PIB em armamento.
09:08Dá para esperar que a partir de amanhã a gente veja uma alta nas ações de empresas ligadas à defesa, armamento,
09:15produção, por exemplo, de itens de segurança para os países?
09:19Ou ainda é cedo?
09:20Ainda é um pouco cedo, até porque grande parte dessas determinadas ações,
09:25principalmente as negociadas na Bolsa de Valores dos Estados Unidos,
09:28elas já tinham crescido nas últimas semanas, nos últimos dias, vamos dizer, não nas últimas semanas,
09:34nos últimos dias, veja o que estava acontecendo.
09:37Então, o mercado sempre se antecipa, ele deu uma antecipada.
09:41Pode crescer um pouco?
09:42Pode ainda se desenvolver e ter ainda mais um determinado pico?
09:46Pode, mas agora, nessa primeira resposta, não é uma alta muito grande quanto a que já houve.
09:54Então, a gente deve ter uma alta estável, vamos dizer, um pouco mais tímida,
10:00até sim ver se isso realmente vai acontecer, se todo mundo vai começar a gerenciar isso
10:06e começar a direcionar os seus gastos para isso e aí sim ter uma segunda alta.
10:10Lembrando que o mercado de ações, principalmente os Estados Unidos, está sendo muito pressionado pela alta de juros.
10:17Então, ele está numa determinada, vamos dizer, instabilidade, principalmente em relação aos dados econômicos
10:24e a Bolsa de Valores americana, ela direciona grande parte das ações do mundo.
10:29Então, assim, tem dois pontos delicados.
10:31Já teve o crescimento, deve ter um crescimento um pouco mais tímido,
10:35esperar um pouco os resultados econômicos dos Estados Unidos
10:38e aí sim a gente tem um crescimento relativamente maior.
10:42Mas sim, direcionar para isso, esse tipo de empresa já tem crescido bastante desde o início do ano.
10:48Então, as apostas já tinham sido colocadas, principalmente devido a essa instabilidade aí do Oriente Médio
10:55que já vem ocorrendo há um determinado tempo.
10:57Bruna, nesse mundo cheio de dúvidas, a certeza que a gente tem,
11:00que sempre vai aparecer aqui para ajudar a gente a entender tudo o que está acontecendo.
11:04Conversei com a Bruna Aleman, que é Head da Mesa Internacional da Nomos,
11:09a quem eu agradeço mais uma vez, desejo uma ótima noite.
11:12Até a próxima, Bruna.
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