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Especialista em relações internacionais, Danilo Porfírio de Castro Vieira (pós-doutor pelo Instituto Santiago Dantas) analisa os ataques israelenses no noroeste do Irã e os riscos de uma escalada global. Com o possível fechamento do Estreito de Ormuz e a paralisia do Conselho de Segurança da ONU, ele explica por que a Rússia perde influência com o enfraquecimento do Irã e como a Arábia Saudita e outros países do Golfo podem reagir.

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Transcrição
00:00Ataques israelenses atingiram várias áreas do noroeste do Irã neste domingo, segundo a mídia iraniana.
00:06Os bombardeios tiveram como alvo dois locais na região sudoeste da cidade de Tabriz, capital da província do Azerbaijão Oriental.
00:14Não ficou imediatamente claro quais foram os locais atingidos, mas os sistemas de defesa aérea foram ativados para responder ao ataque.
00:22É, e as consequências da escalada da guerra entre Israel e Irã com a participação dos Estados Unidos preocupam o mundo.
00:30A ameaça do fechamento do Estreito de Hormuz, que pode interromper os fluxos globais de petróleo, levou os Estados Unidos a pedir à China para intervir junto ao Irã.
00:41A gente conversa agora com o Danilo Porfírio de Castro Vieira, pós-doutor em relações internacionais pelo Instituto Santiago Dantas.
00:49Seja muito bem-vindo. Olá, Danilo. Bem-vindo aqui com a gente nesse plantão especial aqui do Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.
00:57Bom, Danilo, estávamos conversando, então, você também estava acompanhando aqui com a gente a reunião do Conselho de Segurança da ONU, todas as declarações, todos os discursos.
01:08O que você teria a acrescentar aí para a gente?
01:10A gente sabe também que o Parlamento do Irã aprova, já aprovou o fechamento ali do bloqueio do Estreito de Hormuz e que isso pode desencadear um efeito dominó aí na geopolítica.
01:24Sim. Quanto ao que está acontecendo ainda no Conselho de Segurança da ONU, em princípio, nada surpreendeu.
01:34A Rússia toma uma postura de apoio ao Irã e de condenação da ação norte-americana em apoio à continuidade da ação israelense
01:48na região, por meio da utilização das bombas MOPs, os caçadores de bunkers.
02:02E, ao mesmo tempo, o que nós observamos também é que a Rússia está preocupada com a perda de espaços na região.
02:11A Rússia, nós devemos lembrar que a questão de 10 anos atrás era uma potência protagonista dentro do palco político no Oriente Médio.
02:24Tinha uma presença muito forte na Síria e uma grande articulação com o Irã, ou seja, uma grande presença, uma grande influência naquilo que nós chamávamos de arco xiita.
02:35Agora, com o enfraquecimento do Irã, a Rússia também perde com essa situação.
02:42Enquanto a questão sobre o estreito de Hormuz, nós temos que lembrar que há uma região em disputa, historicamente em disputa,
02:52disputa entre o Irã e o Emirados Árabes.
02:56O fechamento desse estreito por parte do Irã causará problemas de distribuição de petróleo e de aumento de preços de diversos produtos.
03:08Aí há o quê?
03:09Um processo de inflacionamento dentro da economia mundial.
03:13Mas uma coisa que nós temos que também observar, é uma região em disputa e é uma região onde outros países,
03:20que também são fornecedores de petróleo, entre eles os países do Golfo, estou falando aqui de Emirados Árabes,
03:28Qatar, Oman, Kuwait e a própria Arábia Saudita, dependem também daquele meio de escoamento,
03:35deverão tomar um posicionamento.
03:37Até a semana passada, Mohamed Salman, príncipe da Arábia Saudita, de uma forma um tanto acanhada,
03:46apoia o Irã e condena os ataques israelenses.
03:51Eu quero ver agora, com o quê?
03:53Qualquer medida de bloqueio na região, como os países árabes sunitas vão se posicionar em relação a essa situação.
04:02Bom, já terminou nesse momento a reunião do Conselho de Segurança da ONU, aparentemente sem resultado.
04:07A gente nem esperava que houvesse um resultado hoje, pela divergência tamanha que existe entre os principais membros ali,
04:14especialmente Estados Unidos e Rússia.
04:16Mas essa reunião, o fato desse assunto ter sido discutido hoje, professor,
04:20muda alguma coisa na dinâmica do que pode acontecer nos próximos dias?
04:25Na prática, as ações do Conselho de Segurança gerarão pouquíssimos resultados,
04:30porque nós sabemos que qualquer medida incisiva passa pelo poder de veto.
04:37dos cinco integrantes, vamos dizer, essenciais da cadeira, que são Estados Unidos, Rússia, China, Inglaterra, França.
04:44E qualquer ação contra Israel será objeto de veto norte-americano.
04:51Então, nós vamos aqui perceber, talvez, uma ação, uma mobilização dessas potências no sentido de acomodar,
05:03buscar uma, vamos dizer, uma medida diplomática de atenuamento dessas ações conflituosas.
05:10Devemos aguardar os próximos capítulos.
05:14Professor, a gente sabe, historicamente, os Estados Unidos sempre teve essa questão de participação em guerras e tal.
05:27E alguns especialistas vêm falando sobre a possibilidade de uma terceira guerra mundial,
05:32outros dizem que não, porque, se não, talvez, muito provavelmente o Irã já teria feito essa retaliação de imediato.
05:40Na sua opinião, você disse que trabalha há muitos anos aí como um estudioso do Oriente Médio.
05:46Qual que é a sua análise, qual que é a sua leitura em relação a esse conflito que estamos passando,
05:53que estamos vendo e que está acontecendo em relação a tudo isso?
05:57Eu conto com a inteligência do Mossad e dos serviços de inteligência norte-americanos.
06:03Se existisse alguma suspeita de existência de armas nucleares, talvez o que estamos observando agora não teria acontecido.
06:14Um agravamento severo de conflitos envolvendo armas nucleares.
06:20O que está envolvido aqui é uma retórica de segurança fundada numa tradição de política externa americana,
06:28que é a tradição jacksoniana, que pressupõe que qualquer ameaça ao hegemôn americano e aos seus aliados
06:38é, sim, objeto legítimo de ação, inclusive preventiva.
06:44O que nós temos que observar é o papel das outras potências, Rússia e China,
06:51no sentido de uma busca de composição e atenuamento desse espírito beligerante.
07:00Não vejo ainda espaço para uma terceira guerra mundial.
07:03Essa reunião pode ser que tenha continuidade, professor, amanhã, por exemplo.
07:07Eu acredito que essa conversa não chegou ao fim.
07:13Existe esse processo dentro das reuniões do Conselho de Segurança,
07:18onde se busca um consenso em relação à construção de uma resolução.
07:23Não havendo um consenso, existindo um impasse,
07:27existe a possibilidade de novas tratativas
07:31até se chegar a um consenso considerado razoável por todos.
07:38Professor, mais cedo a gente comentou também, né,
07:41sobre outros analistas e comentaristas nossos aqui do Times Brasil,
07:46comentaram sobre o fato desse Conselho de Segurança da ONU
07:49ter perdido a credibilidade ao longo dos anos, né?
07:52E a gente tem visto muito isso, você concorda?
07:53Olha, a ONU nunca foi um poder efetivamente cogente em sua história.
08:02Ele é um palco de diálogo.
08:04É um palco que busca ações preventivas em prol da manutenção da paz.
08:12A questão é que hoje o modelo da ONU,
08:16que é um modelo pós-segunda guerra mundial,
08:18já não representa a realidade representativa
08:24dentro da comunidade internacional.
08:26A voz está restrita a um grupo
08:29que está ainda presa a um momento temporal
08:33e realmente não viabiliza o processo de voz representativa e plural
08:39na tomada de decisões.
08:42Professor, que tipo de consequência pode ter para a ONU
08:47a atitude que o Trump vem tendo com a entidade
08:49desde que ele assumiu o primeiro mandato, né?
08:52Ele está tentando enfraquecer a ONU,
08:54ele dizia no primeiro mandato
08:56que as pessoas vão em reuniões da ONU para se divertir,
08:58não decidem nada.
09:00O senhor acha que essa atitude do Trump,
09:03que também é seguida por outros líderes parecidos com ele,
09:06ela pode enfraquecer a ONU como espaço de mediação global?
09:10O Trump, ele tem uma retórica viril,
09:15muito própria do neopopulismo,
09:17que é um perfil muito próprio dele,
09:19que também revê uma lógica dentro da política norte-americana,
09:26que é o isolacionismo.
09:28Prevalecer os interesses americanos
09:31em detrimento dos interesses da comunidade internacional.
09:35Então, Trump tem uma retórica de crítica ao papel real da ONU
09:42nas ações e nas questões políticas.
09:44Mas também acusar o Trump de agente exclusivo
09:50do enfraquecimento da ONU também é um pouco exagerado,
09:53porque os americanos, desde o governo George W. Bush,
09:57fazem esse processo de preterir à ONU
10:01de decisões incisivas reforçando o unilateralismo americano
10:07quando os interesses norte-americanos estão em jogo no processo.
10:14Muito obrigada, Danilo Porfírio de Castro Vieira,
10:17pós-doutor em Relações Internacionais,
10:19pelo Instituto Santiago Dantas.
10:22Muito obrigada por ter essa disponibilidade
10:25em participar com a gente aqui nesse plantão especial
10:27neste domingo aqui no Times Brasil.
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