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NotíciasTranscrição
00:00O senhor Marcelo Bahia de Breche sabe quais são os fatos desse processo, que são tratados ao senhor, né?
00:05O senhor fez um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público, já homologada,
00:10então sabe do dever de falar a verdade sobre pena de rescisão do acordo, né?
00:14Sim.
00:17Objetivamente, dos anos 2000 até 2012, qual que eram as suas atribuições dentro da Odebrecht?
00:23Eu assumi a construtora da Odebrecht como L.E., que era o líder empresarial que a gente chama, em 2002.
00:32Fiquei até, como ele é, até final de 2008 e assumi como diretor-presidente da Odebrecht S.A. em 2009.
00:42E, especificamente no caso da Braskem, eu assumi como presidente do conselho em agosto de 2008.
00:48Tá.
00:49Por conta dessas atribuições, o senhor chegou a ter contato próximo com o ex-presidente da República em algum momento?
01:01Tinha alguns contatos institucionais, a relação próxima era de meu pai, que usava mais a Alexandrina para esse contato.
01:08Eventualmente, em obras, inaugurações de obras, quando meu pai não podia ir, ou algumas viagens com o presidente,
01:16eu tive, sim, alguns contatos, mas sempre no que tange a mim institucional com ele.
01:22Tá.
01:22Essas reuniões que foram citadas aqui, com o início da presidência, para tratar de assuntos de interesse da Braskem,
01:29ou de outros assuntos de interesse do grupo, o senhor se recorda de ter ido...
01:33Não, essas reuniões que foram citadas, esses acertos com o Paulo Roberto, Youssef, Janine, todos eles foram anteriores a eu assumir como presidente do conselho.
01:45Então, eu não tinha envolvimento nisso.
01:47Tá.
01:47Isso, inclusive, eu acho que foi dito até pelo próprio, o meu antecessor no cargo, que era Pedro Novis, e o, acho que meu pai também já confirmou, o Alexandrina,
01:58eu não tive envolvimento nisso, porque foi anterior, foi, acho que foi de 2006, 2007, primeiro mandato do presidente Lula.
02:04Tá. Mas a partir do momento que o senhor assumiu, o senhor tinha ciência dos acertos que eram feitos nos contratos da Petrobras e de outras...
02:13Não, aí tem que separar duas coisas, tem a construtora e a Braskem.
02:19No caso específico da construtora, eu já tive a oportunidade de relatar, eu coloquei o meu relato do seguinte,
02:25era sabido que havia um loteamento nas diretores da Petrobras, tá.
02:31Então, e era de conhecimento de que algum tipo de contribuição política se fazia a pedido dos diretores da Petrobras,
02:44a pretexto de doação eleitoral ou não, mas isso era sabido por todos, inclusive, eu sempre digo, estava na mídia,
02:51que os partidos loteavam o carro da Petrobras.
02:53Eu não tinha conhecimento dos acertos, detalhes específicos, entendeu?
03:00Isso eu não tinha envolvimento.
03:02Você contrata a contrata?
03:03Não.
03:04De ponto a ponto, o senhor não sabia, mas sabia que existia algo dentro do governo?
03:06Não, eu sabia que havia, eu sabia de que de algum modo, meus diretores se entendiam com o diretor da Petrobras
03:14e que faziam contribuição política, isso eu sabia.
03:17Mas, por exemplo, eu não sabia que faziam pagamentos a Paulo Roberto,
03:21porque até, inclusive, a orientação era não fazer pagamentos ao que a gente chama de PEP, né.
03:27Os pagamentos, a gente sabia que tinha caixa 2, sabia que fazia contribuição política,
03:32muita coisa de caixa 2, mas não devia se fazer a PEP.
03:35Então, eu não tinha conhecimento dos acertos, nem relativos a contrato, nem a qualquer outro.
03:42O que eu sabia, sim, é que de alguma maneira eles se entendiam.
03:47Isso no caso da CNO.
03:49A partir de 2008, menos ainda, porque a partir de 2008, quando eu fui para a diretoria,
03:55quando eu fui DP da Rolge, aí eu tive menos contato ainda com esses assuntos.
04:01Quando, no caso específico da Braskem, eu não tinha envolvimento, não tinha conhecimento.
04:06Quando eu assumi a predenda do conselho, em algum momento, que eu não sei precisar quando,
04:11eu soube que havia sido feito um acerto com o PP.
04:20Nunca me envolvi nesse assunto, mas soube que tinha sido feito um acerto em 2006, 2005,
04:27com o PP.
04:28Não sabia que esse acerto é...
04:30Inclusive, tinha recurso de acionar a Paulo Roberto, mas sabia que tinha um acerto com o PP.
04:34E que esse acerto foi até, mais ou menos, em algum momento, 2010, alguma coisa disso, acabou.
04:41Entendeu?
04:42Então, digamos assim, eu soube, como presidente do conselho, que havia esse acerto,
04:46mas não me envolvi nele e também não dei nenhuma orientação nesse sentido, mas também não...
04:50Não deu em sentido contrário.
04:52Mas também não dei em sentido contrário.
04:53Tá.
04:53Durante as investigações e depois, confirmado na Corte de Colaboração Premiada,
05:00descobriu-se que a empresa tinha um setor de operações estruturadas que eram para tratar de pagamentos não contabilizados.
05:06Eu expliquei isso uma vez o seguinte.
05:09Na verdade, não era um setor.
05:10O que havia é o seguinte.
05:11A gente tinha, desde a década mais ou menos de 80,
05:15uma ou duas pessoas, ou algumas vezes mais,
05:18pessoas que faziam pagamentos não contabilizados, de toda a natureza.
05:22Grande parte disso, caixa 2, e não tem a ver necessariamente com o que chama de propina.
05:29Havia caixa 2, bônus não declarado e tudo mais.
05:34Então, nunca houve um departamento.
05:36Havia essas pessoas.
05:38O que acontece é que, eu pelo menos conheço três pessoas,
05:44quatro pessoas que vinham desde a década de 80.
05:47Eu entrei na consultora em 90, já tinha esse esquema,
05:50já tinha exatamente esse módulo de operações, não mudou nada.
05:53A única diferença que houve é o seguinte.
05:56Humberto assumiu esta posição por conta de que o antecessor dele,
06:01sem mudar nada, o antecessor dele teve um AVC,
06:05ele assumiu isso em 2006.
06:07O que é que ele fez?
06:08Ele me pediu, porque antes dele,
06:11as pessoas que assumiam esse papel tinham um cargo de assessor.
06:15Tinha no crachá assessor.
06:16Ele disse, ó, Marcelo, eu vou assumir esse papel,
06:20e essa pessoa sempre fica conhecida na empresa como fazendo isso.
06:26Então, eu queria o cargo de operações estruturadas.
06:31O que é operações estruturadas?
06:32É porque toda garantia,
06:34toda operação de financiamento que tem garantias,
06:37chama-se operação estruturada.
06:38É um do setor financeiro que faz isso.
06:41Então, ele falava, é a maneira que eu tenho de circular por toda a empresa,
06:45conversar com os contratos,
06:47e aqueles que não sabem o que é que eu faço,
06:49não precisam saber.
06:51Então, ele colocou.
06:52Agora, o que aconteceu de diferente,
06:55aparentemente, o que aconteceu de diferente com o Humberto em relação aos outros,
06:59ele, por iniciativa própria,
07:01sem orientação minha e sem conhecimento de quase ninguém,
07:06ele começou a estruturar coisas
07:07que não tinham orientação nem legação para tanto.
07:10Então, o tal dos sistemas, ninguém sabia.
07:13Por exemplo, os próprios já tinham oportunidade,
07:16os próprios colaboradores já falaram,
07:17pegou todo mundo de surpresa.
07:19Ninguém sabia que ele tinha sistema,
07:20ninguém sabia que tinha registro.
07:22Ele, por exemplo, não tinha orientação para abrir contas,
07:26ele tinha que fazer os pagamentos como sempre foi feito através de doleiros,
07:30ele não podia pagar PEPs.
07:32Na verdade, o que ele fez foi que ele acabou destruindo,
07:35apesar de ser um sistema que não tinha controle de supervisão,
07:40ele tinha um check-in balance natural do mercado.
07:43Quando ele começou a fazer tudo isso,
07:44ele tirou o check-in balance do mercado.
07:47Então, quando ele chega e faz um,
07:50ele abre uma conta no banco
07:51e dá o nome do Odebrecht por trás,
07:54ele acaba ampliando a capacidade de pagamento
07:57que um doleiro não tinha.
07:58Então, ele fez tudo isso sem avisar ninguém.
08:01Então, quer dizer, não existia um departamento, existia sim.
08:03Mas antes, esse assessor, antes dele,
08:06assim, tem que ter algum controle, né?
08:07Não era para ter.
08:09A orientação que sempre foi, e isso pegou todo mundo de surpresa,
08:12é que não era para ter controle.
08:13A orientação é o seguinte,
08:14o empresário, qualquer executivo da organização
08:17que fosse responsável por um centro de resultado,
08:20um projeto, uma empresa,
08:22ele tinha autorização, se tivesse caixa positivo,
08:25ele tinha autorização para fazer um pagamento.
08:27E como que se sabia o saldo desse caixa sem controle?
08:30Não, é o caixa, é o saldo positivo oficial.
08:35Digo o seguinte,
08:36a pessoa para fazer um pagamento,
08:38ele tinha que checar na área financeira
08:40se ele tinha saldo positivo.
08:43Se a área financeira,
08:44se alguém da área financeira
08:45dissesse que ele tinha um saldo positivo,
08:48esse movimento depois acabou consolidando em uma pessoa.
08:51Aí ele podia fazer esse pagamento
08:53até o limite do saldo positivo dele no caixa oficial.
08:58Ele avisava ao antecessor de Huberto e Huberto
09:02qual era o pagamento,
09:04avisava como seria feito o pagamento,
09:07em tese ele não deveria explicar para o antecessor de Huberto
09:11qual era o pagamento,
09:12e não devia ter nenhum controle.
09:13O controle que quem deveria fazer
09:15era o próprio empresário que fez esse pedido.
09:18Era um sistema totalmente baseado na confiança.
09:21Mas as decisões do quanto e do como era o Huberto?
09:29Era do executivo, quem autorizou.
09:31Quem autorizou o pagamento.
09:33Todos os pagamentos não contabilizados
09:36feitos pelo Odebrecht a partir de então
09:38eram feitos, passavam por ele?
09:41Por quem?
09:42Pelo Huberto, por esse setor?
09:44Em tese,
09:45em tese,
09:46isso,
09:47em tese,
09:48desde o início de 90,
09:50quando teve aquele problema com os anões do orçamento,
09:53a gente foi que aí que se estabeleceu a época
09:55que todos os pagamentos não contabilizados
09:57deveriam passar por essa pessoa.
09:59Exatamente para evitar
10:02que se usasse outros caminhos
10:04que viessem a dar problema.
10:06Então, se definiu lá atrás
10:08que todos os pagamentos não contabilizados
10:10feitos pela empresa
10:11deveriam passar por essa pessoa.
10:13Independente de ser caixa 2,
10:14de ser propina,
10:16de qualquer coisa.
10:16Pagamentos não contabilizados.
10:17Na verdade,
10:18a única pessoa que poderia dizer
10:20se aquele pagamento não contabilizado
10:22era propina,
10:25ou caixa 2,
10:26ou bônus,
10:27ou pagamento para fornecedor,
10:28seria o executivo que autorizou.
10:30Ninguém mais deveria saber.
10:33Por que bônus não contabilizado?
10:34Não é propina?
10:36Não, bônus não contabilizados para,
10:38desculpa,
10:38PLR,
10:40quer dizer,
10:40bônus para os executivos.
10:43Para os executivos,
10:44mas sem contabilização.
10:45Sem contabilização.
10:46Bônus não declarados.
10:51Especificamente em relação
10:52à reforma do sítio de Atibaia,
10:56a partir de que momento
10:57que o senhor soube dessa questão?
10:59Eu soube em algum momento.
11:01A obra já estava em andamento.
11:04Deve ter sido lá para final de nove dezembro.
11:07Em algum momento eu soube,
11:07não sei se por Alexandrino,
11:09por meu próprio pai,
11:11ou por alguém que eu me encontrei.
11:12Em algum momento eu soube.
11:13No início eu inclusive reagi,
11:16fui contra,
11:18por duas razões específicas.
11:19Eu até reclamei,
11:20porque primeiro eu achava
11:21que era uma exposição desnecessária,
11:24porque seria até então,
11:27fora a questão que eu já sabia que havia,
11:28que eu também tinha me posicionado contra,
11:30mas que era uma coisa bem antiga,
11:32que era o assunto,
11:32até eu já protocolei o e-mail,
11:35que era o assunto do irmão,
11:36o apoio ao irmão,
11:38mas pelo que eu soube,
11:39era uma coisa bem antiga.
11:40Fora, e que foi renovado,
11:43e chegou um momento,
11:44eu acho que acabou.
11:45Fora essa questão,
11:46seria a primeira vez
11:47que a gente estaria fazendo uma coisa
11:49pessoal para o presidente Lula.
11:51Até então, por exemplo,
11:53tinha tido o caso do terreno do Instituto.
11:55O terreno do Instituto,
11:56bem ou mal,
11:57era para o Instituto Lula,
11:58não era para a pessoa física dele.
12:01E além do que,
12:02você vai fazer um...
12:02Quando eu vi lá,
12:03eu soube,
12:04tinha um bando de gente
12:06trabalhando na obra.
12:08Quer dizer,
12:08a dificuldade de você manter isso em sigilo,
12:10em algum momento vazar,
12:12era enorme.
12:13Outra coisa,
12:14que aí é uma coisa mais pragmática,
12:17eu tinha uma discussão com o meu pai,
12:19que o alinhamento que eu tinha com ele
12:21era de que tentasse,
12:24todo o acordo que ele fizesse com Lula,
12:27passar pelo contexto da planilha italiana,
12:30quer dizer,
12:31o conta corrente que eu tinha com o Palocci,
12:33para que a gente não pagasse duas vezes.
12:35Deixa eu só interromper,
12:38o senhor falou que não tinha essa contabilização
12:40lá dos pagamentos
12:41daquele assessor,
12:44ou setor,
12:44ou seja,
12:45mas essa planilha Palocci,
12:47o senhor tinha controle...
12:48Sim, porque era minha,
12:48eu era empresário desse assunto.
12:50E isso o senhor planilhava e gerenciava?
12:52Não, não, não, não.
12:53Esse assunto,
12:54eu pedi para,
12:56no caso,
12:56o Huberto,
12:57que não tem nada a ver com o programa dele,
12:58mas o fato era que o Huberto
13:00era a pessoa que conhecia
13:01Mônica e João Santana.
13:04Não tem a ver com o programa dele,
13:06a operação de estudar.
13:06Como era a pessoa que conhecia
13:07Mônica e João Santana
13:08e a maior parte do dinheiro
13:10iria para Mônica e João Santana,
13:13eu acabei pedindo a Huberto.
13:14Mas eu que falava com o Huberto,
13:15eu acertei com o Palocci,
13:17ou depois Guido Mantega,
13:18tanto,
13:21e a mais de saldo,
13:23então eles passam a ter saldo,
13:24e também os pagamentos
13:25que o Guido e o Palocci iam pedindo,
13:27eu também ia falando com o Huberto.
13:28Então, na prática,
13:29eu dizia para ele,
13:30mas quem planilhava
13:31era, digamos, ele.
13:34Então, eu tinha dito para meu pai,
13:36inclusive,
13:36era uma discussão antiga
13:37quando eu vi o assunto do sítio,
13:39que eu disse o seguinte,
13:40olha,
13:40você acaba,
13:41é mais uma coisa,
13:42você está pagando,
13:43não pagou, pronto.
13:44Eu até tenho,
13:45eu vou até juntar depois,
13:48nesse momento que tem as 402,
13:51vou juntar os e-mails restantes,
13:53até aproveitando,
13:54eu tinha juntado um e-mail,
13:57eu tenho feito,
13:58desde que eu saí,
14:00eu tive acesso ao meu computador.
14:02Então, eu tenho protocolado,
14:04eu tenho feito as pesquisas,
14:05identificado os e-mails,
14:06tenho protocolado,
14:07fiz uma petição de juntar de e-mails
14:09em fevereiro,
14:12mas de lá para cá,
14:14eu já identifiquei outros e-mails,
14:15que eu já protocolei a PGR,
14:17porque eu estou protocolando sempre junto a PGR,
14:19todos os e-mails,
14:20e eu vou juntar todos os e-mails que tem a ver com o contexto da relação do Odebrecht e Marcelo com o presidente Lula,
14:28que faz parte do anexo 5,
14:30eu estou juntando também para ajudar a refatizar.
14:33Então, uma desses e-mails, por exemplo,
14:35mostra que eu tinha feito,
14:39inclusive,
14:39quando eu vi esse processo de meu pai a fazer vários acertos com o Lula,
14:43sem passar pelo contexto da planilha italiana,
14:45eu até combinei com o Palocci,
14:48de,
14:49ó Palocci,
14:49vamos fazer aqui,
14:50eu nem me lembrava disso na época do acordo,
14:52o e-mail me lembrou,
14:54vamos fazer aqui um débito na planilha italiana de 15 milhões,
14:58eu e você,
15:00que é para atender esses pedidos que nem eu nem você ficamos sabendo que Lula e meu pai acertam.
15:06E aí, não se falou na época sítio,
15:08não se falou sítio,
15:09até o e-mail deixar claro que falou palestra, aviões.
15:13Agora, digamos assim,
15:14o sítio poderia se enquadrar no contexto do que eu acertei com o Palocci.
15:19Mas bom,
15:20por conta disso eu fui contra o negócio do sítio,
15:22mas a orientação é de meu pai,
15:23meu pai era meu líder,
15:24ele que acertou,
15:25está em frente.
15:26Aí, eu na prática,
15:28antes da reunião,
15:30sim, aí teve a reunião,
15:31eu até protocolei esses e-mails todos que eu achei.
15:34Então, o primeiro e-mail que eu achei
15:36é sobre o sítio,
15:37é de um ou dois dias antes da reunião,
15:42que é o Alexandrino me atualizando,
15:45quer dizer,
15:45eu na verdade falei para o Alexandrino sobre um assunto
15:48que eu estava perguntando sobre um jantar, eu acho,
15:51e aí o Alexandrino me atualizou,
15:53eu perguntei, é sítio?
15:54Aí ele me atualizou,
15:54me disse que estaria pronto dia 15,
15:58eu nem sabia a época, a data,
15:59depois ele até me mandou umas fotos,
16:01eu não achei as fotos,
16:02mas tem um e-mail vazio,
16:04mas é as fotos que eu não achei,
16:06mas ele mandou as fotos,
16:07eu até disse,
16:07ó, esse negócio não vai acabar dia 15.
16:09Quando eu olhei as fotos,
16:10eu até falei,
16:10a piscina está,
16:11não vai acabar.
16:12Eles me garantiram que ia acabar dia 15,
16:14para que meu pai pudesse atualizar Lula nessa reunião do dia 30.
16:21no final do ano,
16:23tanto eu como meu pai sempre passamos na Bahia,
16:25a gente sempre passava na Bahia,
16:28tá,
16:28e tem um e-mail também que eu protocolei,
16:31eu devo ter conversado com meu pai,
16:34sobre a agenda,
16:36que nós teríamos em conjunto com Lula e com Dilma,
16:40eu botei esse e-mail,
16:42e nesse e-mail fica claro,
16:45e aí eu devo ter anotado a agenda,
16:47a gente alinhou,
16:48eu devo ter escrito a agenda,
16:49e eu passei a agenda para a secretária dele,
16:52e para a minha,
16:53não sei se a versão final acabou sendo aquela,
16:57mas aquele foi,
16:59refletiu a conversa que eu tive com meu pai,
17:01o alinhamento prévio,
17:02mandei para a secretária dele.
17:03E nessa agenda,
17:05tem os pontos que ele deve falar com Lula,
17:09entre eles tem o sítio,
17:10aí é só ele e Lula.
17:12Eu me lembro,
17:13eu tenho certo na cabeça,
17:16que o assunto do sítio foi conversado com Lula.
17:19Agora,
17:20eu não me lembro,
17:22se foi meu pai que me disse depois da reunião,
17:25que ele falou,
17:26não, eu participei da reunião,
17:28só que eu não me lembro,
17:29só que teve um momento da reunião,
17:31que meu pai se afastou,
17:34se afastou para conversar com o presidente Lula,
17:37e eu fiquei com a presidente Dilma.
17:39Então,
17:40eu não me lembro,
17:41se esse assunto do sítio,
17:42foi no momento que estávamos nós presentes,
17:45ou nesse momento que meu pai se afastou.
17:47Mas eu me lembro,
17:49que seja,
17:49eu tenho participado,
17:50seja meu pai me dito,
17:52esse assunto foi tratado,
17:53e ele...
17:55Ele tinha ciência.
17:56Ele tinha ciência,
17:57foi dito.
17:57Da reforma que estava sendo custeada,
17:58em parte,
17:58pela Debrecht.
17:59Ah, tinha.
18:00Com certeza.
18:01E, olha,
18:02ele sabia que tinha,
18:03eu acho que meu...
18:04Eu não discutei isso de Lula,
18:05mas meu pai sempre deixou isso claro para mim,
18:08que ele sabia que estava sendo custeado,
18:10e dentro de casa,
18:12todos nós entendíamos que a Crescente é de Lula.
18:15Quer dizer,
18:15nunca soube de outra...
18:17O senhor,
18:17naquela época,
18:18não soube que o terreno estava registrado em nome de outra pessoa?
18:22Não.
18:22Eu não tinha mais detalhes.
18:24Eu não tinha mais detalhes.
18:25Quando eu soube...
18:26A obra era feita no interesse do ex-presidente,
18:30segundo a orientação de quem?
18:32Quem que decidia as questões?
18:33Olha, o que eu soube foi que esse pedido chegou e foi autorizado,
18:38chegou via Alexandrino,
18:39foi autorizado por meu pai,
18:41e a obra era para o sítio do presidente.
18:44Digam assim,
18:45eu não entrei...
18:46Nos outros detalhes.
18:46Nos outros detalhes.
18:49Nessa reunião,
18:51além dessa questão do sítio que o senhor falou,
18:55também se tratou da continuidade dos contratos
18:59que eram de interesse do grupo com a sucessão.
19:03Bem, eu não diria contratos.
19:05Na verdade, a gente tratou os temas.
19:09A gente nunca discutiu...
19:10Eu, acho que também meu pai,
19:11nunca discutiu detalhe de contrato com o presidente.
19:15Eu acho que a gente foi discutir...
19:17A agenda é bem clara.
19:18Os temas que a gente achava relevante
19:20da relação, seja da Odebrecht com o governo,
19:24seja da Odebrecht com outros países de geopolítica brasileira.
19:29Alguns temas que a gente sempre levava para contribuir com o presidente
19:33de maneira institucional, com o país.
19:34Quer dizer, não foi nada a ver com o contrato.
19:37Eu, pelo menos, eu acho que...
19:39Meu pai também nunca discutimos contratos, essas coisas, com os presidentes.
19:45E essas primeiras reuniões que eu perguntei, acho que no começo,
19:50o senhor não participou no início do governo Lula reclamar
19:54de dificuldade com a diretoria de Petrobras?
19:57Esse tipo de reunião o senhor não participou?
19:58Não, eu não participei dessas reuniões.
20:01Essas reuniões foram, antes de eu assumir com o presidente,
20:03foram mais no contexto da Braskem.
20:05Em relação a Petrobras, por exemplo, eu tinha uma discordância com meu pai,
20:12por exemplo.
20:13Eu sempre entendi que Petrobras deveria ser tratada pelos executivos
20:18que lidavam com a Petrobras, junto aos diretores,
20:20se isso incluía fazer contribuição política, eles que deveriam avaliar.
20:26Já meu pai, então eu nunca levei, nunca tratei esse assunto,
20:30Petrobras, por cima, digamos assim.
20:34Eu achava que isso deveria ser conduzido pelos executivos.
20:37Meu pai tinha uma visão um pouco diferente,
20:40ele gostava do tema Petrobras, principalmente relativo à relação Petrobras com Braskem.
20:44Então, ele costumava ter o tema Petrobras na agenda dele com o presidente.
20:51Não estou dizendo que tratava-se nada ilícito,
20:53mas que o tema Petrobras, de modo geral, na agenda com o presidente.
21:00Quando eu assumi como diretor da Aldebrecht em 2009,
21:04é provável até que dê para perceber, pelas agendas de meu pai com o presidente,
21:10com certeza, escassearam os temas Petrobras na agenda.
21:16Porque exatamente a minha postura é não levar os temas Petrobras para cima,
21:20os diretores, e também tinha o fato de que, a partir do governo Dilma,
21:26o ministro Guido, que era uma pessoa da minha relação,
21:29ele era o presidente do Conselho da Petrobras,
21:31e eu também tinha uma relação com Graça Foster.
21:33Então, era mais complicado ainda levar os temas Petrobras para cima,
21:37por conta dessa relação.
21:37Então, não, eu nunca me envolvi nessas conversas sobre Petrobras
21:43que meu pai ou qualquer outro teve, principalmente relativo à Braskem.
21:48Pelo Ministério Público.
21:50Boa tarde, Sr. Marcelo.
21:53Boa tarde.
21:55Marcelo, o senhor assumiu presidência do grupo em agosto de 2008, é isso?
21:59Não, presidente do Conselho da Braskem em agosto de 2008,
22:03e assumi a diretor-presidente do grupo em janeiro de 2009.
22:06Ok.
22:10Aqui nós temos quatro contratos que são apontados crimes de corrupção,
22:15o René de Conest em 10 de dezembro de 2009,
22:18o René de Conest e o UDA em 10 de dezembro de 2009 também,
22:21o outro era o UGHT e o UGH,
22:24o consórcio Pipe Rack,
22:26Pipe Rack, em 2009 de 2011,
22:28o consórcio Tupcomperge em 27 de dezembro de 2011.
22:33E também tem a questão, como crime antecedente,
22:36o contrato de nafta é em 24 de julho de 2009.
22:39Então, nesse período, o senhor, então, era presidente do grupo.
22:42Eu era o presidente do grupo.
22:43Em relação a esses contratos, eu queria...
22:46Ok, eu vou questioná-lo, depois você faz crescimento.
22:49Quem eram os líderes empresariais que tratavam desse assunto na Petrobras?
22:53Desses contratos, era o Masfaria.
22:57E quem era o Rogério Araújo?
22:58O Rogério Araújo era ligado à Masfaria,
23:00era a pessoa dele que tinha relação com o Petrobras.
23:03Ok.
23:03Em relação ao contrato de nafta,
23:05quem eram os líderes empresariais da Braskem que tratavam desse assunto?
23:08Bom, a nafta sempre foi um tema presente na discussão da Braskem com o Petrobras.
23:14Então, todos os LEs, até 2008, foi Zé Carlos Grubizic.
23:23Inclusive, o acerto feito com Janene, Paulo Roberto e Yussef
23:31foi conduzido, pelo que eu entendi, para o Zé Carlos Grubizic.
23:34Depois assumiu o Bernardo, que, digamos assim, é Bernardo Gradim,
23:38que herdou este acerto e parece que honrou.
23:42E depois assumiu Fadigas em 2010, final de 2010, início de 2011,
23:47e foi Fadigas que parece que encerrou o contrato em algum momento.
23:51Mas foi honrado durante todo o período?
23:53Foi, pelo que eu fui informado, foi honrado...
23:55Era uma coisa que eu não me envolvia, mas parece que eu fui informado,
23:58foi honrado em todo o período.
23:59Era um valor anual que era pago ao PP, a pedido de Yussef.
24:05O senhor relatou que tinha conhecimento que as diretorias da Petrobras
24:07eram loteadas partidos da base aliada do governo, não é isso mesmo?
24:11Tinha.
24:12A diretoria de abastecimento do PRC era vinculada a qual agremiação?
24:17A diretoria de abastecimento, pelo que me foi informado,
24:21no início era só o PP, e em algum momento, até porque começou a se tornar muito grande,
24:31parece que o PT e até parece que o PMDB, isso eu escutei, digamos assim,
24:38escutei dos meus executivos, e que o PT e o PMDB também começaram, digamos assim,
24:43a ter influência nessa diretoria e, portanto, exigir também contribuições
24:48a pretexto de doações políticas.
24:52A diretoria de serviços era comandada por quem?
24:54A essa eu sempre soube que seria o PT.
24:57E o diretor?
24:58Era o Duque, né?
25:00Ok.
25:01A direita internacional, na época do ser herói do selado, era vinculada com a agremiação?
25:05Eu sou... no caso da diretoria nacional, eu sempre soube que era o PMDB.
25:08Ok.
25:08O senhor prestou em depoimento anterior, juntado no evento 1293, anexo 2,
25:17e o senhor disse o seguinte, você não tem como transitar sem fazer algum tipo de compromisso,
25:21algum tipo de pagamento a pretexto do ação eleitoral,
25:25como a maior parte disso vai para a Caixa 2, você nunca sabe se o valor privado é realmente para a Caixa Eleitoral.
25:30E o senhor esclareceu o seguinte, quando questionado a respeito dessas indicações,
25:34indicações, é uma indicação política, com certeza, está lá para obter algum benefício político para alguém que indicou ela.
25:41E esse benefício político passa por uma contribuição ao projeto de campanha, ou pelo menos a pretexto da campanha.
25:46Agora, se depois vai para a campanha ou não, você nunca sabe.
25:49Isso é para toda indicação política que existe no governo,
25:51se alguém fazer um esforço para botar alguém lá, é porque alguém se beneficiar politicamente daquela atuação.
25:57O senhor confirma essas declarações?
25:58Infelizmente, essa é a realidade da época.
26:00O senhor confirma essas declarações?
26:01Sim.
26:01Mas, Fari, Rogério Araújo, eram as pessoas que transitavam na diretoria de abastecimento para esse fim de contribuições?
26:09Em relação, veja bem, em relação aos contratos dele, se tinha alguma demanda política em função da atuação deles, seriam eles.
26:20Mas se era uma atuação, se era uma coisa relativa a Braskem, seria o LE da Braskem.
26:25Que seriam os três que o senhor nominou.
26:26É, depende da fase.
26:27Poderia me repetir, por favor?
26:28É, o Zé Carlos Grubizic até 2008, agosto de 2008, porque eu assumi, o Bernardo assumiu junto.
26:36Bernardo até final de 2010 e a partir daí o Fadigas.
26:40Ok.
26:42Na diretoria de serviços, quem interagia?
26:46Diretoria de serviços, se eu não me engano, era só a construtora.
26:49Eu acho que aí, no caso, seria basicamente o Márcio e o Rogério.
26:52Ok.
26:53Então o senhor confirma que, se eu tinha ciência, que os seus líderes empresariais tinham que efetuar pagamentos no interesse dos PT, PMDB e PP no âmbito das diretorias da Petrobras?
27:03Eu seria ingênuo se eu dissesse que eu não sabia.
27:07O senhor confirma que tinha ciência?
27:08Eu confirmo que eu tinha ciência.
27:10O senhor relatou em depoimento anterior que existia uma relação tripé com o poder público.
27:15Queria que você explicasse isso, por favor.
27:16Não, a questão do poder público, eu sempre digo, a relação, pelo menos da Aldebrecht com o poder público, sempre vazou num tripé que eu digo o seguinte.
27:23Primeiro, a gente tinha que performar.
27:25A gente tinha que ser uma empresa cumpridora.
27:27E as autoridades, os políticos, as pessoas que tinham o cargo, gostavam da Aldebrecht no sentido de que ela era uma empresa que cumpria o que prometia, executava as obras com qualidade, no prazo, no custo e tudo mais.
27:40Agora, além disso, tem a questão seguinte, você tem que ter a confiança desse agente público.
27:49Então, você tem que performar, mas você tem que criar uma relação de confiança.
27:52E nós tínhamos várias pessoas que tinham relação de confiança com várias pessoas que foram cultivando ao longo do tempo e você mantinha.
27:58E o terceiro é o seguinte, não adianta nada você performar e ter a relação se na hora da campanha você não ajuda o cara a se eleger.
28:07Então, era o terceiro tripé que eu digo que era a contribuição de campanha que, no Brasil, pelo menos na época, a grande parte era a Caixa 2.
28:21Como que era decidido na Aldebrecht o interesse da companhia em obter determinada obra na Petrobras?
28:28Tipo, quero participar da obra X ou quero ganhar o contrato Y.
28:32Como que se decidia isso internamente na construtora?
28:34Aí era uma decisão do... eu não sei exatamente como o Márcio fazia isso, mas, na verdade, o que eu entendo, ele sempre dizia o seguinte,
28:41ele se reunia com o executivo dele e via as obras que a gente tinha mais condição de participar, entendeu?
28:49E isso chegava ao conselho?
28:53Não, na verdade é o seguinte, o Márcio, a gente tinha um acompanhamento trimestral, junto com a equipe dele, junto com a minha,
29:00e ele já... e ele sinalizava sempre, isso não o Márcio, todos os Ls da construtora,
29:06eles sinalizavam qual eram a que... dentro do mercado, que a gente chamava.
29:12Então, vai ter os slides da apresentação, que é mercado.
29:14E dentro do mercado, que era as obras que estavam em concorrência nos próximos meses,
29:20qual... ou mesmo nos próximos anos, qual eram aquelas que seriam as prioridades dele.
29:27Então, se pegar a evolução, sempre tinha, eles apontavam dentro daquele mercado visualizado, qual eram as prioridades.
29:34Aí eles passavam isso para o senhor?
29:36Eles passavam.
29:37E o senhor?
29:38Não, e a gente discutia, ele explicava, tá? Mas, é um acompanhamento trimestral.
29:42Então, existia uma participação, uma interação nessa definição?
29:45Não, a definição era dele, a gente questionava, mas isso, a delegação era dele fazer.
29:51E mesmo que era uma tentativa, ele dizia qual eram as obras que ele estava visualizando.
29:56Obviamente que podia ter contribuição, por exemplo, do tipo, ó, você tem equipe para isso?
30:01Porque tinha uma questão da demanda, então, esse tipo de contribuição.
30:04Mas não tinha nenhuma discussão nesse ponto ilícito.
30:07Não, não estou falando que é ilícito, só para você saber como é decidir internamente.
30:11Não, a decisão era dele.
30:13Mas ele levava o senhor na reunião trimestral?
30:15Não, não levava, ele apresentava para mim e para a minha equipe.
30:18Ok.
30:19A ilícito estava, digamos assim, no subterrâneo, né?
30:26A gente se sabia que havia alguma coisa.
30:29Interrompeu o alto.
30:30Ok, silêncio.
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