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00:00Senhor Marcelo, no depoimento que o senhor prestou, que está juntado a evento 1293, anexo 2, o senhor dizia o seguinte,
00:08toda edital tem dono, e o que se costuma dizer em negócios de construção é o seguinte,
00:13quando o edital sai na praça é porque teve alguma empresa com algum acesso maior a determinado cliente,
00:18ou com influência maior que trabalhou edital para edital vir, mas é contento.
00:21O senhor confirma essas declarações?
00:22Contento, eu confirmo, mas isso não é muito Petrobras não, eu estava falando mais da administração pública de modo geral.
00:28Mas os seus diretores tinham autonomia e os senhores tinham ciência de que eles de alguma forma faziam algum tipo de ajuste de mercado?
00:35É que não é meu diretor, vou explicar o seguinte, isso aí é 40 anos do setor de construção,
00:39então antes eu nem tinha nascido essa realidade, quando tinha um edital, normalmente até pela capacidade que tinha maior no privado
00:49do que no público há muito tempo, o que aconteceu é o seguinte, normalmente alguém do setor privado
00:55que tinha relação com aquele cliente, e não necessariamente uma relação ilícita, às vezes uma colaboração proativa,
01:01lícita, legítima, ele ajudava, depois até agora cresceu o PPI, agora até institucionalizou isso,
01:08porque a gente pode, o privado pode, de uma maneira explícita, ajudar a construção de obra.
01:14Então, alguém ajudava na elaboração de tal, comprou a rede de engenharia, tá?
01:19E, obviamente, o que é que ganhava com isso?
01:22Ganhava uma condição diferenciada de conseguir apresentar uma proposta com o menor tempo possível,
01:28uma proposta mais adequada ao seu.
01:30Então, isso sempre soube.
01:32Então, é comum, isso muito antes de eu me formar como engenheiro, a gente dizer o seguinte,
01:36quando tem um edital na praça, alguém ajudou esse cliente a fazer um edital.
01:42Ok.
01:42Então, alguém tá mais propício ou capacitado pra ganhar aquela obra do que você que não tá sabendo.
01:49Então, a gente dizia isso porque, sabendo o seguinte, se você ganhar aquela obra do qual você não ajudou o cliente,
01:55quer dizer que você, com certeza, vai ter um custo maior do que aquele outro.
01:59Ok. O senhor tinha ciência aqui...
02:01Petrobras, desculpe, mas Petrobras não é muito realidade disso, porque a Petrobras, assim como outras estatais,
02:08digamos assim, mais estruturadas, não faziam esse tipo de coisa.
02:12Então, a Petrobras era mais hermética do ponto de vista...
02:15Ok. O senhor tinha ciência aqui, se os diretores, os seus aliés, fazem ajustes de mercado com outras empresas pra obter algo do Petrobras?
02:21Não, eu não realmente os ajustes de mercado, detalhe, não.
02:23Eu sabia da questão da contribuição política.
02:25O que eu sabia, obviamente, que tinham conversas de mercado, mas não necessariamente que...
02:32E o que é que é normal?
02:34Eu também já fui engenheiro, já sei o que é normal.
02:37Você sinaliza ao mercado quais são suas prioridades, é que nem faz o pessoal de qualquer mercado.
02:41Você sinaliza, é que nem faz, por exemplo, no setor de capital intensivo,
02:46você sinaliza que você vai fazer investimento.
02:48Aí o outro vai e não faz aquele investimento porque você sabe o que você vai fazer.
02:51Então, na verdade, você sinaliza pro mercado quais são aquelas obras, e aí o mercado, informalmente, vai se ajustando.
02:58Agora, o ponto de vista...
02:59O senhor sabia que isso ocorria.
03:00Práticas anticompetitivas...
03:01O senhor sabia que esse tipo de coisa ocorria, essa sinalização...
03:04Não, prática anticompetitiva.
03:06Essa sinalização de preferências, o senhor sabia que isso ocorria.
03:10Não, esse tipo de coisa de conversa de mercado, tudo, que não bela o governo, é normal em qualquer negócio.
03:17Então, o senhor sabia que isso ocorria.
03:18Eu sabia que alguma coisa ocorria, mas não que o que ocorria, e se era ilícito ou não.
03:24O senhor falou que, embora você não sabia no detalhe, então, mas eu sabia que poderia ter esse tipo de conversa de mercado, de preferências.
03:34Sabia que poderia ter...
03:35Sabia que poderia ter contribuições para a pretexto das ações políticas dentro da Petrobras.
03:40Eu sabia que, com certeza, havia.
03:42Eu não sabia que poderia.
03:43No caso de contribuição política, eu sabia que meus...
03:46E o senhor não fez nada para acessar essas práticas?
03:49Hein?
03:49O senhor não fez nada para acessar essas práticas?
03:51Eu não fiz nada...
03:52Primeiro, vamos separar duas coisas.
03:54A questão do conduta de mercado, eu não sabia de nada de ilícito em relação ao conduta de mercado.
04:00O que sabia é que se tem...
04:02E essa questão de conduta de mercado é muito perigosa, porque é difícil você saber a zona...
04:09É uma zona cinza, muitas das vezes, tá?
04:11Então, só quem está no detalhe é que pode saber se é realmente anticompetivo ou não.
04:15Mas que todo negócio, em todos os setores, pratica alguma conduta de mercado, pratica.
04:20Na questão dos pagamentos aos políticos, eu sabia que grande parte dos meus executivos,
04:28inclusive os executivos que lidavam com a Petrobras, faziam, sim, pagamentos a pretexto de doações políticas
04:36e que uma parte disso era a Caixa 2 e que, no caso do Márcio, por exemplo, e do pessoal da Liberdade,
04:43eu sabia que eles tinham esse alinhamento com os diretores da Petrobras.
04:47Agora, eu não sabia qual era o tipo de acerto, o valor...
04:50O detalhe é o que o senhor não sabe, mas o senhor não fez parar essa política dentro da companhia, como presidente do grupo.
04:58A verdade é o que eu digo, é uma prática...
05:01Infelizmente, nós sempre tínhamos noção de que essa era a questão.
05:06Errado, tá?
05:07Aqui estou reconhecendo, já confessou, mas, infelizmente, foi assim que eu entrei,
05:13foi assim que isso já existia há muito tempo antes de mim, e realmente eu não fiz nada para mudar isso.
05:18Ok.
05:22Nesse setor...
05:23Souto aí, eu posso só esclarecer?
05:25Ótimo.
05:25Não, porque eu acho importante, porque a denúncia menciona especificamente esses contratos.
05:28Eu acho importante esclarecer o seguinte, foi aí que eu trouxe...
05:32Tem um depoimento que já está juntado aos autos, que é o...
05:36Você pode dizer o depoimento de Márcio?
05:39O Márcio faria...
05:41Eu fiz até um cuidado seguinte, quando começou esse processo de depoimentos e colaboração,
05:45eu até fiz questão de não ficar lendo ou assistindo muitos depoimentos dos meus executivos,
05:51até para eu não me confundir, porque depois de três anos,
05:54você chega ao ponto que você começa a se confundir entre o que você sabia a época
05:57e o que você soube depois de ver os depoimentos.
05:59Mas, tem uns depoimentos de Márcio que ele explica muito bem como eram a questão...
06:07É esse aqui?
06:08Evento 624, termo 3.
06:12E tem um outro que é o evento 686, termo de transcrição de...
06:28O que é isso?
06:312.
06:31É, que é da ação penal 506-3130-17-20116, 4 do 4, 7 mil.
06:40Esse depoimento...
06:41Eu tenho o depoimento dos autos, doutor.
06:42Pronto.
06:43Eu estou falando aqui até...
06:44Todo mundo que tem.
06:45Todo mundo que tem.
06:46Desculpe, meu senhor advogado me orientado.
06:47Eu esqueci o cheque.
06:48Só para identificar o depoimento.
06:49Então, veja bem.
06:51Esse depoimento, Márcio, deixa muito claro.
06:54Eu acho até importante ler, porque tem muito a ver com essa denúncia,
06:58que ele diz muito claro o seguinte.
07:01E mais especificamente, os contratos da Petrobras com a área que ele está perguntando de propina.
07:07Mas não é o depoimento?
07:09Não, é um trecho só.
07:12Aí, o Ministério Público pergunta assim.
07:15Em termo de colaboração número 4, que está juntado,
07:18O senhor relata pagamento de propina a Pedro Barusco.
07:23E que uma parte era destinada à casa e uma parte ao partido.
07:27Aí, Márcio responde.
07:28Doutora, via de regra, quando os pagamentos eram destinados à diretoria de serviço,
07:33a gente pagava o Barusco.
07:35E ele dizia, inclusive, eu vim ao conto deles,
07:38que a metade desse dinheiro era para o que ele chamava de casa e metade para o PT.
07:45O que eu digo é o seguinte.
07:46O que o Márcio disse, e deixou bem claro,
07:49é que os pagamentos,
07:51a parcela que era para direitos de serviços,
07:53que era a parcela que ia para o PT,
07:56ele dizia, que o Barusco dizia a ele como pagar,
07:59tá certo?
08:00Ele não sabe informar quanto desse dinheiro ia para o Barusco,
08:05ou para outros executivos, ou para o partido.
08:07O que o Barusco dizia era que metade ia um apoiar, metade para outro.
08:10E, num depoimento que teve, que eu já juntei aos autos,
08:13e que só é da ação do Instituto Lula,
08:17o César Rocha, que é o financeiro de Márcio,
08:20apresentou uma planilha, inclusive, desses três contratos,
08:25onde ele detalha todos os pagamentos indevidos,
08:30acertados e pagos para estes contratos.
08:33Eu não conhecia essa plena época, não conhecia esses acertos,
08:36mas está lá.
08:37E ele diz claramente para onde foi cada centavo acertado.
08:42Então, o que eu quero dizer é o seguinte,
08:43se Lula recebeu alguma coisa desses contratos,
08:48não foi através de mim,
08:50não foi através de nenhuma tratativa minha,
08:52foi através dessa questão do Barusco.
08:55Mas isso nem o executivo, que pagou o Barusco,
08:58sabe se o Lula recebeu ou não,
09:00desses contratos.
09:01Mas vamos voltar só àquela questão.
09:06O senhor disse o seguinte,
09:07eu entrei na companhia, já existia pagamentos indevidos,
09:10eu cheguei lá, continuava os pagamentos indevidos,
09:15e eu, como presidente do grupo, não fiz nada para cessar.
09:18O senhor confirma?
09:18Eu confirmo, é o que está no relato,
09:20eu fui punido por isso.
09:22O que eu estou dizendo é o que está na denúncia sobre os quatro pagamentos.
09:24Tudo bem, vamos continuar com as perguntas.
09:26Não, já respondeu, doutor.
09:27Com relação ao denominado setor de operações estruturadas,
09:34como é que o Huberto Silva assumiu essa condição de...
09:37Foi acho que 2006, não foi?
09:39Eu estou te perguntando.
09:40Acho que foi 2006, 2005, 2006,
09:42quando o antecessor dele teve um AVC.
09:45Ok.
09:45E quem encarregou ele de fazer essas funções?
09:48Foi eu que escolhi em alinhamento com, na época, o meu líder, o Huberto.
09:55Ok.
09:55Quem mais participava da equipe do senhor Huberto Silva?
10:00Eu escolhi o Huberto.
10:01Ele que estruturou a equipe, ele depois botou...
10:04Já tinha, na verdade, a pessoa anterior dele,
10:06já trabalhava com as duas meninas que estavam lá,
10:09eu acho que a Lúcia e a Ângela,
10:10ela já estava há bastante tempo, eu acho.
10:12E aí depois o Huberto chamou para a equipe dele o Luizinho e o Fernando Migliatti.
10:20E quem que é o Bira?
10:22Não, o Bira não trabalhava na equipe.
10:24O Bira é o seguinte,
10:26antes, até 2000...
10:27O Bira não tem nada a ver em tese com o Huberto,
10:29devia ter até um Chinese Wall,
10:31coisa que aparentemente não mantiveram.
10:34Mas é o seguinte,
10:35até 2004, 2005,
10:39e foi assim que eu encontrei na construtora,
10:41aquela checagem do Caixa Positivo
10:44se dava junto aos diversos financeiros do grupo.
10:49O que gerava o fato de que muitas pessoas do grupo,
10:54que além dos executivos,
10:56sabiam que estava ocorrendo essa questão do Caixa 2.
11:02Então, aí foi a mudança que eu fiz,
11:06eu defini o seguinte,
11:07ao invés de passar por todas essas pessoas,
11:09vão manter só um.
11:12Então, o Bira entrou para substituir
11:14todos os outros executivos.
11:17E o papel dele
11:18era fazer essa checagem,
11:19mas principalmente fazer a alocação gerencial.
11:23Porque aquilo que eu não esclareci na pergunta da eminência,
11:27é o seguinte,
11:28quando você tem um custo não contabilizado,
11:33em algum momento,
11:33esse custo tem que se refletir
11:35no resultado daquele projeto de engenharia.
11:37Aí era o que o Bira fazia,
11:38ele fazia uma alocação gerencial,
11:42certo?
11:42Por conta dessa informação que ele recebia
11:45de um custo não contabilizado.
11:48E esse resultado gerencial,
11:51que já tinha essas alocações gerenciais,
11:54é que era a base de avaliação dos projetos da engenharia.
11:58Tanto que na empresa,
11:59a gente trabalhava mais com o que a gente chama
12:01de resultado gerencial do que resultado oficial.
12:03Porque a gente sabia que no resultado gerencial
12:05já tinha o caixa 2.
12:07A Maria Lúcia também fazia parte dessa equipe?
12:10Maria Lúcia já estava antes,
12:11já trabalhava antes com o tecedor de Huberto.
12:13Ok.
12:15Os pagamentos desse setor de operações estruturadas,
12:18vamos se denominar,
12:19eles não entravam na contabilidade oficial, correto?
12:22Não entrava.
12:24Em algum momento,
12:25eles foram gerados,
12:26geraram planejamento fiscal,
12:27de algum momento,
12:29em grande parte no exterior,
12:31mas não,
12:32eles não entravam.
12:34A geração deles,
12:35em algum momento,
12:35entrou no planejamento fiscal.
12:37Então, todo registro que ocorreu,
12:38se ocorreu,
12:39foi de forma informal, correto?
12:41É, que não era para ver registro.
12:42Todo registro foi de ordem formal
12:44e por iniciativa de Huberto.
12:46Ok.
12:47E a ideia era evitar que,
12:50na transição da informação,
12:52era compartimentada.
12:53As pessoas não sabiam,
12:54às vezes, o motivo para quem era para pagar,
12:57ou para quem era.
12:57Só quem deveria saber a razão de tudo,
13:01era o executivo que aprovou.
13:03Ok.
13:03Na verdade,
13:04o Bira,
13:05só deveria saber que tinha um valor,
13:07Ok.
13:08de caixa 2,
13:09que ele estava alocando aquele projeto.
13:11Ok.
13:12E ele checar se aquilo não tinha,
13:13ou não,
13:14caixa positivo.
13:15E o Huberto,
13:17deveria receber um codinome,
13:20tá,
13:21e com um valor a pagar,
13:23em tal lugar.
13:24Ponto final.
13:25Quer dizer,
13:25só quem deveria ter essas informações,
13:29e,
13:29assim,
13:30tê-lo ou não o seu controle,
13:31como eu tinha no caso da Planeta Italiana,
13:33era o empresário que adotou.
13:36Por exemplo,
13:36eu, no meu caso,
13:37eu fazia a questão,
13:38eu tinha essa relação com o Palo ao seguido,
13:40era basicamente a única coisa que eu tinha,
13:42e eu fazia meu controle.
13:43Ok.
13:44Eram adotados codinomes e senhas para...
13:47Não,
13:47mas a questão de codinomes e senhas,
13:48tinha,
13:49de fato,
13:49porque você tinha que fazer,
13:50você tinha que passar essa informação para o Huberto,
13:53e tinha que passar essa informação para o Biraci.
13:56Então,
13:57se adotava um codinome.
13:58Agora,
13:59não tem a ver,
14:00necessariamente,
14:01com outros apelidos.
14:02Exemplo claro,
14:03assim,
14:03os apelidos,
14:04não necessariamente,
14:05é porque o cara
14:06tem este codinome
14:07nos pagamentos não contabilizados.
14:10Muitas vezes,
14:11pessoas eminentes,
14:12você adota um apelido,
14:15por exemplo,
14:15o Lula,
14:16era amigo de meu pai,
14:17o amigo de E.O.,
14:18a depender de quem está falando,
14:20entendeu?
14:21Por quê?
14:21Porque você está em público,
14:23falando pelo celular,
14:24alguém escuta,
14:25você está falando amigo de E.O.,
14:26e ninguém sabe o que é.
14:27Então,
14:27o apelido,
14:28não necessariamente,
14:29tem a ver com o fato
14:30de que vai ter lá um codinome
14:32com aquele apelido.
14:33Ok.
14:36O que vai ser chamado
14:37o tal do MyWebDay?
14:39Olha,
14:40o MyWebDay,
14:41era outra coisa que eu,
14:43pelo menos,
14:43não sabia da dimensão
14:45de uma série diferente.
14:46O MyWebDay,
14:46eu sabia
14:46que,
14:47de alguma maneira,
14:48o Bira,
14:49que fazia este controle
14:50gerencial de alocação,
14:52ele tinha que ter um controle,
14:53mas,
14:54na minha visão,
14:54ele fazia alocação gerencial
14:56e ponto final.
14:58Eu,
14:58e eu acho que grande parte
14:59dos executivos,
15:00não sabíamos
15:01que havia um sistema
15:02controlando tudo isso.
15:05Ok.
15:05Então,
15:06eu,
15:08no caso do Drauzio,
15:09o MyWebDay,
15:10eu só soube dele,
15:11realmente,
15:12no âmbito
15:12daquela operação,
15:13depois que teve a Sheep
15:15e a Karajé,
15:15foi que eu soube do Drauzio.
15:16O MyWebDay,
15:17eu sabia que havia
15:18algum tipo de controle,
15:20mas não da dimensão
15:21que era.
15:22Ele era um sistema
15:23para se comunicar.
15:25O MyWebDay,
15:26em tese,
15:27não,
15:27eu acho que ele era
15:28uma dimensão
15:29muito maior do que isso,
15:30não precisava,
15:31mas,
15:31o que eu sabia
15:32era que o Bira
15:33tinha algum controle
15:34para fazer essa alocação
15:35gerencial do custo
15:36não contabilizado.
15:38Ok.
15:39É,
15:40em depoimento prestado
15:40na ação penal,
15:42que está juntado
15:43em 293,
15:45o senhor foi indagado
15:46sobre esse setor,
15:46o senhor,
15:47aí o então
15:49juiz federal perguntou,
15:50senhor,
15:50senhor Marcelo,
15:51ainda prosseguindo
15:51nesse setor
15:52de refrações estruturadas,
15:54o senhor mencionou
15:54que fazia pagamentos
15:55não contabilizados
15:56entre esses pagamentos,
15:57não contabilizados,
15:59encontrava-se pagamentos
16:00de vantagens
16:00devidas para agentes públicos,
16:01ele pergunta,
16:02aí o senhor responde sim,
16:04aí ele pergunta,
16:04para agentes políticos também?
16:06Aí o senhor pergunta,
16:06o senhor responde também,
16:08o senhor confirma?
16:09Sim,
16:09inclusive a própria
16:10planilha italiana
16:12que eu autorizava
16:12tinha os dois casos.
16:14Ok.
16:14O senhor relatou também
16:16nesse depoimento
16:19juntado
16:20no 1293
16:21anexo 2
16:21que existia
16:23uma orientação
16:23que era para fazer
16:24três níveis de contas
16:25para evitar
16:26a identificação
16:27da Odebrecht.
16:29Você poderia...
16:30Isso foi novamente,
16:31foi o modus operandi
16:33do sistema
16:33que foi instituído
16:34antes mesmo
16:35de eu entrar na consultora
16:36no final de 90.
16:37Ela tinha um primeiro nível...
16:38Era a ideia de você ter...
16:39Você tinha a geração
16:40que normalmente
16:41se dava no exterior,
16:43que envolvia países
16:45que a gente tinha
16:46mais flexibilidade fiscal
16:47ou que a gente tinha
16:49que remeter dinheiro
16:50para fora
16:50e o país
16:51era complicado.
16:53Então você fazia...
16:54Normalmente você pegava
16:54um subempreteiro
16:55nesse país,
16:56você pagava ele
16:57um valor maior
16:58e ele te dava
16:58um percentual fora.
17:01Então você fazia
17:02outros tipos de geração
17:03que eu não me envolvia,
17:04mas você tinha uma geração
17:05e essa geração
17:07era colocada
17:07em contas offshores.
17:10Essas contas
17:11que vinham da geração,
17:13essas,
17:14a empresa sabia
17:15que existia,
17:16apesar de não saber detalhes,
17:17sabia que existiam
17:18essas contas
17:18e os próprios bancos
17:20sabiam que por trás
17:22daquelas contas,
17:23apesar de ser
17:23offshore e no later,
17:25eles sabiam
17:25que o Odebrecht
17:26estava por trás
17:26dessas contas
17:27porque era dinheiro
17:28que vinha
17:28de pregêndio fiscal,
17:29era dinheiro limpo.
17:32Bom, a partir daí,
17:34o que deveria
17:35ocorrer
17:36e que
17:36o Humberto
17:37mudou um pouco isso
17:38e aí começou
17:39a meter o pé
17:39pela mão,
17:40era que
17:40os pagamentos
17:41deveriam ir
17:42para doleiros,
17:43ser feitos através
17:44de doleiros
17:44e idealmente
17:46através de
17:46mais de um doleiro.
17:48Certo?
17:50Pronto,
17:50isso era o que
17:51todo mundo pensava
17:52que vinha sendo feito,
17:53mas o que ele acabou
17:54fazendo foi que
17:55como eu acho
17:56que ele não acabou
17:57achando os doleiros
17:59ou começou a ter
18:00dificuldade com o doleiro,
18:00ele começou
18:01a abrir
18:02algumas contas.
18:04Então,
18:04algumas contas
18:05começaram
18:07a receber,
18:08a fazer pagamentos
18:10e essas contas
18:11tinham por trás
18:12o Debreche.
18:12Isso nenhum
18:12sabia,
18:13os executivos
18:13sabiam,
18:14isso não era
18:14para ter sido
18:15feito,
18:16mas de fato
18:16era para
18:17esse sistema
18:18quando ele foi
18:18idealizado lá
18:20na década de 90
18:20era para ter
18:21esses três níveis,
18:23o nível da geração
18:24e depois pelo menos
18:25dois níveis
18:26de doleiros
18:26para fazer o pagamento.
18:28O senhor
18:30foi perguntado
18:31naquela ocasião,
18:33esses pagamentos
18:33feitos a esses
18:34agentes públicos
18:35ou políticos,
18:35havia pagamentos
18:36contas no exterior?
18:37Aí o senhor
18:37colocou.
18:40Sim.
18:40Sim,
18:41havia pagamentos
18:42em contas no exterior
18:42e em espécie,
18:43inclusive a própria,
18:44nesses meus pagamentos,
18:45eu autorizei,
18:46tinha pagamentos no exterior
18:47e pagamentos também em espécie.
18:47João Santana,
18:48ele recebia em espécie
18:49no Brasil
18:50e recebia
18:51também em contas no exterior.
18:54Aí o juiz perguntou,
18:55naquele processo já julgado
18:56em que houve
18:57identificação de pagamentos
18:58por esse setor,
18:59agentes da Petrobras
19:00como Paulo Roberto,
19:01Duque,
19:01Barusco,
19:02há uma série de empresas
19:03offshores que não estão
19:04em nome,
19:06mas que tem
19:07beneficiário ao debreche,
19:08mas que realizaram
19:08depósito nas contas
19:09dessas pessoas.
19:11Como funcionavam
19:11esses pagamentos,
19:12o senhor pode
19:12ou o senhor tem
19:13informação de como
19:14eram feitos esses pagamentos?
19:15Esses pagamentos em tese
19:16não deveriam haver,
19:17porque como Paulo Roberto,
19:18Duque,
19:18Barusco eram pepes,
19:20eles não deveriam,
19:21não deveria ter havido
19:22esses pagamentos.
19:23É o que eu acho
19:23que eu respondi na época.
19:24Ok.
19:26E o senhor...
19:27Mas acabou havendo.
19:29Aí o juiz perguntou,
19:30mas entre eles,
19:30pagamentos ao diretor
19:32da Petrobras,
19:32por exemplo.
19:33Aí o senhor respondeu,
19:34era uma coisa,
19:35por exemplo,
19:35nas minhas anotações
19:36tem inclusive várias
19:37interrogações,
19:37porque não deveria
19:39ocorrer,
19:40em que você está falando.
19:40Exatamente.
19:41Em tese não deveria,
19:42ou seja,
19:43sabia de alguma forma
19:44que os executivos
19:44atendiam os interesses
19:45políticos alocados
19:46na diretoria da Petrobras,
19:47o senhor confirma?
19:48Exatamente.
19:49Mas que não deveria
19:50pagar os diretores.
19:51Mas que eles atenderiam
19:52os interesses políticos
19:53alocados na Petrobras.
19:54Exatamente.
19:54Ok.
19:56O senhor falou também
19:57naquela ocasião
19:58que havia pagamentos
19:59em espécie no Brasil.
20:01E que normalmente
20:02isso significava
20:03uma operação no exterior.
20:06Em geral,
20:06envolvia,
20:06porque na verdade,
20:07envolvia uma operação
20:08no exterior,
20:09porque na verdade
20:09o doerio recebia
20:10o dinheiro nosso lá fora
20:11e mandava para o Brasil.
20:12Tem todos os tipos de casos,
20:14mas em geral
20:15a nossa geração toda
20:16era no exterior,
20:17quase toda.
20:18Então,
20:19em grande,
20:19o dinheiro acabava
20:20passando em algum momento
20:22pelo exterior.
20:23E aí o doleiro
20:24disponibilizava o dinheiro
20:27em reais no Brasil,
20:28é isso?
20:28No caso do Brasil,
20:29você botava numa conta
20:30de um doleiro do exterior
20:31e aí ele disponibilizava
20:33para você aqui no Brasil.
20:35Ok.
20:37Você falou um pouco
20:38aí do programa especial italiano,
20:39não é isso?
20:40É, exatamente.
20:42Na verdade,
20:43o contexto da minha relação
20:45indireta, digamos assim,
20:47com Lula
20:47se dava através
20:49da planilha italiana.
20:51Quem era o italiano?
20:53O italiano era Palocci.
20:54Ok.
20:55E qual era a sua relação com ele?
20:57Veja bem,
20:58na verdade,
20:59em algum momento,
21:00que eu não sei precisar
21:01quanto foi antes de mim,
21:02meu pai e Lula
21:04combinaram que,
21:06digamos assim,
21:06os detalhes,
21:07principalmente a ver
21:08com pagamentos
21:09e outros detalhes
21:10mais operacionais,
21:11seria feito por Palocci
21:13e, antes de mim,
21:15por Pedro Novis.
21:16Então,
21:16esse modus
21:17de assituação
21:18já vinha antes
21:19de eu assumir.
21:20Então,
21:20era Palocci e Pedro Novis
21:21até 2008.
21:25Aí, 2009,
21:25quando eu assumi,
21:26mas já em 2008,
21:27final de 2008,
21:28já na fase de transição
21:29com Pedro,
21:30eu comecei a assumir
21:31essa relação com Palocci.
21:33Então, digamos assim,
21:33a partir do segundo semestre
21:34de 2008,
21:36eu comecei a assumir
21:37essa relação com Palocci
21:38e aí,
21:39eu não sei como
21:40Pedro fazia,
21:41mas eu comecei
21:42a controlar
21:43nessa conta,
21:44tá?
21:44Eu já,
21:46na verdade,
21:47como é que nasceu isso?
21:48O Palocci chegou
21:48em 2008
21:49para mim
21:50e disse assim,
21:52ó, Marcelo,
21:53queria a contribuição
21:54de vocês
21:55para a campanha
21:55para prefeito.
21:57Eu falei,
21:57Palocci,
21:58eu não lido com isso,
21:59eu só lido
21:59com a campanha
21:59para presidente,
22:01tá?
22:01Aí, no final,
22:02o que a gente acabou
22:03acertando foi o seguinte,
22:04ó,
22:04em algum momento
22:04a gente vai acertar
22:05um valor
22:05para a campanha
22:05de presidente
22:06em 2010.
22:08Portanto,
22:08tudo que eu acertar
22:09com você agora,
22:10que eu for pagando
22:11a seu pedido,
22:12vou descontar
22:13deste valor
22:13que nós vamos acertar
22:14em 2010.
22:15Bom,
22:16entre 2008
22:17a 2010,
22:19eu e Palocci,
22:20digamos assim,
22:21com referendado
22:22por meu pai,
22:23Lula,
22:24acabamos acertando
22:25um valor
22:27que chegou
22:28até 2010
22:30a 200 milhões
22:31mais ou menos,
22:31tá?
22:32Esse valor
22:33de 200 milhões,
22:34dois desses valores
22:37eram,
22:38de fato,
22:39como eu falei,
22:39contrapartidas específicas,
22:42o que foi
22:42o assunto
22:43do refis da crise,
22:44que é, inclusive,
22:45objeto de uma ação penal
22:46aqui em Curitiba,
22:47que está em discussão
22:48com o âmbito,
22:49e o assunto
22:50que tem a ver
22:51com o rebate em Angola,
22:53de uma linha
22:53de crédito
22:54para Angola,
22:55que é um assunto
22:56que está sendo
22:57investigado
22:58no Supremo Tribunal Federal,
22:59que tem uma ação
22:59já em fase de denúncia.
23:02Esses dois assuntos
23:03tiveram contrapartidas
23:04específicas
23:05e geraram
23:06um crédito
23:07na planilha italiana,
23:08tá?
23:09Teve depois,
23:10outras foram
23:11alocações internas.
23:13Eu até,
23:14depois,
23:15com os e-mails
23:16que eu protocolei,
23:17até deu ajuda,
23:19porque,
23:20mesmo as alocações
23:21internas,
23:22ela,
23:22de certo modo,
23:23tinha algum,
23:24os e-mails
23:24demonstram que
23:25o Palocci
23:25tinha algum conhecimento
23:26das alocações internas.
23:28Ou seja,
23:29na prática,
23:30eu e Palocci
23:31sabíamos
23:31quais eram os itens
23:33que pesavam
23:34na minha agenda
23:36com ele
23:36e que geraram
23:37crédito,
23:38seja de contrapartida,
23:39seja por alocação interna.
23:40Então,
23:41foi o assunto,
23:41o rebate em Angola
23:42e refiz da crise
23:43que foram
23:43as duas contrapartidas,
23:45e teve dois assuntos
23:47que foram
23:48alocações internas,
23:49não teve nenhuma propina
23:50envolvida,
23:50que foi o assunto
23:51da área de infraestrutura,
23:52que é o meu anexo
23:534.1.2,
23:55e o anexo 4.4,
23:56que tem a ver
23:57com a área de energia,
23:58principalmente
23:58Belo Monte.
23:59Teve,
24:00obviamente,
24:00que eu já relatei
24:01nessa minha relação
24:02com o Palocci,
24:03teve alguns pedidos
24:05de propina,
24:08que inclusive
24:08foram negados
24:09com base
24:10na existência
24:11dessa planeta italiana,
24:12e que eu imagino
24:13que outras empresas
24:14acabaram tendo que pagar.
24:15Então,
24:16veio,
24:16por exemplo,
24:16a questão
24:17de Belo Monte,
24:19a questão
24:20de sondas,
24:22sobre isso aí,
24:22eu acho até importante
24:24entender o contexto
24:25dessa nossa relação
24:26com o Lula.
24:27Eu identifiquei
24:28mesmo,
24:28que eu já tinha
24:28protocolado a PGR,
24:30vou anexar ao processo,
24:31que é um e-mail
24:32que mostra
24:33uma conversa
24:34que Alexandrino
24:36teve com o Palocci,
24:38onde ele sinaliza,
24:39inclusive,
24:40que o pedido
24:40que a gente não aceitou
24:42de propina
24:43para Belo Monte
24:44e para as sondas
24:47da Petrobras
24:47iam para Lula.
24:50Esse e-mail
24:51eu vou anexar,
24:52mas,
24:53então,
24:53tinha essa relação
24:54e essa relação
24:55ela gerou,
24:56até 2010,
24:57200 milhões de créditos.
24:59Aí,
24:59foi aquela história
25:00que eu,
25:02eu já,
25:03eu,
25:03na época da colaboração,
25:05eu me lembrava
25:06de como,
25:07foi uma das maneiras
25:08que eu consegui
25:08de evidência
25:10de que Lula
25:11conhecia a planilha italiana,
25:13quer dizer,
25:14não a necessária
25:14a planilha italiana,
25:15mas a conta corrente
25:16com o Palocci,
25:17porque eu nunca
25:18conversei com Lula
25:19sobre isso,
25:20só conversava com meu pai
25:21e com o Palocci.
25:22Mas,
25:22uma das evidências
25:23que eu tive
25:23foi aquele assunto
25:24que tinha uma anotação
25:25minha,
25:25que eu cheguei
25:26para meu pai
25:26em 2010
25:28e disse assim,
25:30meu pai,
25:31é bom você avisar
25:32a Lula
25:32que nós já,
25:34eu já acertei
25:35com o Palocci
25:35200 milhões,
25:37sendo 100 milhões
25:38já pago,
25:39100 milhões
25:39a paga de saldo
25:41e,
25:42além desses,
25:42teve mais 100 milhões
25:43que eu imagino
25:45que estimava
25:46que meus executivos
25:47já acertaram
25:48com o PT.
25:49Aí foi aquela história
25:49de que meu pai
25:50foi para o Lula
25:51e a história
25:52que,
25:53apesar de eu discordar
25:54do nome que ele usa
25:56e da forma que ele usa,
25:57mas,
25:57foi a história
25:58do tal do pacto de sangue
25:59que o Palocci
26:01a que o Palocci
26:01se refere,
26:02apesar de eu discordar
26:03desse termo,
26:03mas,
26:04história para a sangue,
26:05que o meu pai
26:06foi para o Lula
26:06e falou dos saldos
26:07300 milhões.
26:09Aí o Palocci,
26:11por que eu tenho certeza
26:11que o Lula falou?
26:12Porque o Palocci
26:13voltou para mim
26:13e disse 300 milhões,
26:14eu falei,
26:14peraí Palocci,
26:15meu pai não disse
26:15que eu acertei
26:16com você 300 milhões,
26:17eu acertei com você 200,
26:19teve mais 100 executivos.
26:20Aí tem um e-mail
26:21que foi entre os e-mails
26:22que eu protocolei,
26:24que é um e-mail
26:25que eu protocolei
26:26nesse evento
26:26de março,
26:27de fevereiro,
26:28que é um e-mail
26:30que eu mando
26:32para o Brani,
26:34um e-mail
26:35que eu mando para o Brani
26:35em agosto de,
26:37em agosto de,
26:3823 de agosto de 2010,
26:40dizendo assim,
26:41Brani,
26:42por favor,
26:43diga ao chefe,
26:44que era o Palocci,
26:45o chefe dele,
26:46que do valor
26:47que meu pai
26:48se referiu,
26:49um terço
26:50são referentes
26:52ao apoio direto
26:53às bases,
26:53quer dizer,
26:54um terço,
26:55quer dizer,
26:55100 milhões
26:56dos 300
26:57eram os que meus
26:58executivos tinham acertado,
26:59que não passa por ele,
27:01Palocci,
27:02daí o valor
27:0350% maior
27:04citado por meu pai,
27:06quer dizer,
27:06meu pai chegou
27:07para o Lula,
27:08falou que tinha
27:08300 milhões,
27:09quando na verdade
27:10eu e Palocci
27:10só tínhamos acertado
27:11200 milhões,
27:12então,
27:13esse é o contexto
27:13da Plana Italiana.
27:14Então,
27:15toda a minha relação
27:16indireta
27:17com o Lula
27:18foi essa relação
27:21através de Palocci
27:22no contexto
27:23da Plana Italiana,
27:24onde os créditos
27:26e os débitos
27:27estão muito bem
27:28documentados
27:29e registrados.
27:30E que,
27:31volto a afirmar,
27:32que não passava
27:33pela relação
27:34e não passava
27:35por contratos
27:36com a Petrobras.
27:37Agora,
27:38que de fato
27:38envolviam
27:39outras questões
27:40ilícitas.
27:42Quem era o
27:42Pós-Itália?
27:44O Pós-Itália
27:44é o Guido.
27:45Ok.
27:45E como ele era
27:47tratado nessa planilha?
27:49Aí,
27:49com o Guido,
27:50eu abri uma outra
27:51planilha depois,
27:52que era o Pós-Itália.
27:53Ok.
27:54Como é que funcionava
27:55com ele?
27:55Não,
27:56a mesma coisa,
27:56mais ou menos
27:57o mesmo modo
27:57dos operantes.
27:58Aí,
27:58com o Guido,
27:58foi mais ou menos
27:59um...
28:00Na verdade,
28:01o refis da crise
28:02acabou...
28:02É a história
28:03mais complicada,
28:04mas o refis da crise
28:05acabou sendo usado
28:05pelo Guido
28:06e teve 100 milhões
28:08adicionais,
28:09123 milhões
28:10adicionais
28:10que eu acertei
28:11com o Guido.
28:11Ok.
28:12E o saldo amigo,
28:14como é que era
28:14utilizado?
28:14Não.
28:15Aí,
28:15em 2010,
28:16em algum momento
28:18que eu não me recordo
28:19quando,
28:20mas em algum momento
28:20de 2010,
28:21eu e o Palocci
28:22combinamos
28:22de reservar
28:23do saldo
28:23que havia
28:24nessa conta
28:26da Plana Italiana,
28:2735,
28:2840 milhões
28:29para Lula,
28:31para ele usar
28:32por indicação
28:35dele
28:35a partir de 2010.
28:37E uma parte
28:38desse valor,
28:38inclusive,
28:39acabou indo
28:39para o Instituto Lula.
28:40Aí eu tenho
28:41no meu relato
28:41como prova
28:42que eu sabia
28:43que esse dinheiro
28:44foi para o Instituto Lula,
28:45porque tem
28:45todas as quebras.
28:47o Ministério Público
28:52está formulando
28:53questões
28:54que são
28:54absolutamente
28:55estranhas
28:56ao que consta
28:57nessa denúncia.
28:57Doutor,
28:57não são estranhas,
28:58não.
28:59Essas são estranhas.
29:00Doutor,
29:01não são estranhas.
29:02É o contexto
29:03da planilha,
29:04está citada a planilha
29:06na denúncia.
29:08Doutor.
29:08Mas houve
29:09uma ação específica.
29:10Eu só pedi
29:10à vossa excelência
29:11para que pudéssemos
29:14nos ater
29:15objeto dessa ação.
29:16Está no objeto
29:16da ação, doutor.
29:17É o objeto
29:18da ação.
29:19Estamos tranquilos.
29:20Tudo bem.
29:20Estou dizendo
29:22o senhor
29:22que está no objeto
29:23da ação.
29:24É o objeto
29:24da ação,
29:25a planilha
29:26é citada
29:26e o funcionamento
29:27da planilha
29:29é objeto
29:31da denúncia.
29:33Vamos aproveitar
29:34e interromper
29:34o áudio.
29:35Ok.
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