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NotíciasTranscrição
00:01Então nessa ação penal 505.30.13.30, depoimento do senhor Eduardo Constantino da Cunha.
00:10Senhor Eduardo, o senhor foi acusado de um crime pelo Ministério Público.
00:14Excelência, só uma questão de ordem, antes do início do interrogatório, por favor.
00:17A defesa fez um pedido, a vossa excelência apreciou, mas depois do pedido, novos fatos corroboram o que foi colocado na petição.
00:26A defesa pediu o adiamento do ato, uma vez que uma mídia que supostamente contém a extração do celular do Eduardo Cunha, estava em perícia.
00:43E chegou um laudo pericial e a defesa de boa fé, ao ver os autos para poder ver se haveria um interrogatório,
00:51viu que havia um laudo que encaminhou uma nova mídia e disse que era razoável, eu supor, para usar a expressão utilizada pelo perito oficial,
01:01que a mídia que foi analisada pela assistência técnica da defesa estaria corrompida ou teria havido algum problema.
01:11Fato é que não há mais sequer como se saber se a mídia que está sendo utilizada pela perícia oficial é a mesma da defesa.
01:21Essa incerteza corrói qualquer chance da gente ter uma autodefesa efetiva aqui,
01:27porque a gente não vai saber se uma das provas que foi utilizada pela acusação foi analisada pela defesa tal como ela foi analisada pelo estado da acusação.
01:39Então, já que vossa excelência, inclusive, deu 10 dias de prazo para assistência técnica,
01:46na visão da defesa não custaria em nada a cautela de adiar o interrogatório depois desse momento processual,
01:55que aí sim o contraditório vai estar efetivado.
01:59O contraditório eventualmente efetivado após a autodefesa e nada adiantará,
02:04porque um dos pilares da ampla defesa vai estar esgotado.
02:07Essa questão já foi apreciada e foi indeferida remeto às razões do despacho.
02:11O fato é que esses elementos do celular estão nos autos há longo tempo e têm as mensagens.
02:17Se for o caso, o acusado, confrontado com elas, tem condições de reconhecer ou não a sua autenticidade.
02:23A questão ali que a defesa coloca são questões apenas técnicas e não há nenhuma suspeita fundada
02:30de que houve qualquer espécie de manipulação nessas mensagens.
02:33A defesa também não demonstrou minimamente que essa possibilidade tenha ocorrido.
02:37Então, ela tem plenas condições de realizar esse ato.
02:39Esse conteúdo já foi disponibilizado à defesa.
02:41A defesa tem esse conteúdo faz tempo.
02:43E o que existe é a defesa questionando a possibilidade de manipulação.
02:48O próprio acusado tem condições de responder diante de mensagens que lhe foram apresentadas.
02:52se elas foram manipuladas ou não, se ele reconhece ou não.
02:55Se ele afirmar que não reconhece, está dentro do direito de defesa dele.
02:59Faz parte do contraditório.
03:01Se ele é um documento subsidiário para que, considerando que a mídia tida como regular pelo perito
03:07não foi dada à defesa, então que não se façam perguntas sobre a prova que está incerta nessa mídia.
03:16Não, indifíduo, doutor.
03:18Sobre a manipulação à ampla defesa.
03:19Esse conteúdo já está nos autos faz tempo e você tem o documento, você mostra o acusado,
03:24o acusado reconhece ou não reconhece a autenticidade.
03:26Se é que vai chegar nesse, se é que isso vai ser mostrado.
03:30Enfim, não tem nenhuma dificuldade nisso.
03:32O exercício da ampla defesa.
03:33Só uma última questão de ordem, a defesa não teve como efetivar a ampla defesa anterior ao interrogatório.
03:44Embora a vossa excelência tenha deferido o interrogatório presencial, salvo engano, há quase dois meses,
03:51como se sabe, o ato é oral e como a característica do ato é oral, a reunião tem que ser um pouco prévia.
03:57Não adianta nada eu tratar de uma audiência com o meu cliente, isso é sediço na advocacia,
04:03imagino que também no ofício de vossa excelência.
04:06Não adianta nada se tratar de temas de uma audiência muito antes.
04:09Então, sobretudo pela defesa técnica, que tem outros processos, tem outras...
04:13Então, não houve o aperfeiçoamento de ampla defesa, não se tem como, às vésperas de uma audiência,
04:20de um tema dessa complexidade...
04:22Doutor, essa acusação foi feita há mais de um ano, a defesa teve inúmeras oportunidades
04:27para conversar com o cliente e preparar a linha de defesa.
04:30Essa argumentação de que não houve tempo para preparar a defesa é absolutamente inconsistente.
04:35Se você só concluir isso, porque tem alguns argumentos que eu acho que interessam...
04:39Tem algum requerimento quanto a isso?
04:40Não, isso já foi apreciado.
04:42Tem um requerimento. É porque, efetivamente, os fatos novos...
04:46Não tem fato novo nenhum.
04:48Se vossa excelência só permitiu eu apresentar os fatos novos, eu acredito que a vossa excelência vai entender que há.
04:54De fato, estivemos ontem no Complexo Médico Penal,
04:59na tentativa de ter uma entrevista que prestasse eficácia para a defesa,
05:06e não conseguimos.
05:06A gente chegou lá dez e pouco, acabou...
05:11O atendimento foi só onze horas, aí na hora do meio-dia já teve interrupção para o horário do almoço.
05:16Depois, a tarde, tudo isso por um parlatório, não houve a possibilidade de exibição de documentos.
05:22Tentamos ir de manhã, hoje.
05:24Com isso, não há possibilidade de um caso que envolve prova documental enorme,
05:29um caso desse tamanho, que a acusação teve tanto tempo para produzir as pretensas provas.
05:37A defesa não teve tempo.
05:39Lembrando que essa acusação foi recebida pelo Plenado Supremo Tribunal Federal.
05:42Eu não estou questionando esse momento.
05:44Estou só questionando que a defesa não teve tempo de tratar das provas com o acusado na véspera do interrogatório.
05:50A entrevista reservada é uma garantia.
05:52Então, se pede também, não haveria nenhum tipo de prejuízo no adiamento,
05:56e que se fosse, pode ser até aqui nas dependências da justiça,
05:59que fosse dada horas, três horas, como você lhe disse da última vez,
06:02de análise de documento, de entrevista pessoal com a defesa.
06:05É impiável, doutor.
06:05Existem horários em estabelecimentos carcerários,
06:09a defesa tem que trabalhar com esses horários.
06:11A entrevista por parlatório é a entrevista reservada do mesmo jeito.
06:15E num processo que já tem mais de dois anos, quase três anos de trâmite,
06:20a defesa argumentar que não teve tempo de conversar com o cliente
06:23é um total disparate aqui, com todo respeito.
06:26É só um registro.
06:28Eu falei que eu não tive tempo de conversar nas vésperas,
06:30que é o tempo que se trata...
06:31Então, a defesa tem que se programar melhor para fazer o contato com o cliente.
06:35Não precisa ir na véspera.
06:36Pode ir na antivéspera, pode ir semana passada, pode ir na semana anterior.
06:41Então, é um disparate essa argumentação da defesa.
06:44Está indeferido, doutor.
06:45Tudo bem.
06:46E agora eu vou começar o interrogatório.
06:48É só a defesa que é para estar eficaz.
06:50Não tem nada de disparatado.
06:51Olha, doutor, a ampla defesa do seu cliente foi totalmente respeitada.
06:55Se a defesa não foi diligente o suficiente para visitar o cliente
07:00tantas vezes quanto for necessário para apresentar a defesa,
07:03a deseja é da defesa e não do juízo.
07:05A defesa entende a defesa, excelência.
07:08E a defesa foi no limite que foi permitido pelo Estado, diligente,
07:12e não ocorreu em desílio.
07:13Talvez devesse ter sido mais diligente.
07:15Os limites...
07:16Talvez devesse ter sido mais diligente, então, doutor.
07:19E não transferir a culpa para o Estado.
07:22Vamos aqui começar, então.
07:23Então, senhor Eduardo, retomando.
07:25O senhor foi acusado de um crime pelo Ministério Público,
07:28na condição de acusado.
07:30O senhor tem o direito de permanecer em silêncio.
07:32Se o senhor fizer uso desse direito pela nossa lei,
07:35isso não lhe traz nenhum prejuízo.
07:37Eu vou falar.
07:38Certo.
07:39É a oportunidade que o senhor tem de falar.
07:40Tudo o que o senhor falar vai ser considerado por julgamento.
07:42Certo?
07:44Eu vou pedir só para o senhor puxar o microfone um pouco mais próximo,
07:46já que a audiência é gravada.
07:47Sr. Eduardo, antes de começar com só os questionamentos próprios aqui da acusação,
07:58alguns fatos notórios relativamente à sua carreira política,
08:02eu tenho informação aqui, o senhor só me confirma,
08:05que o senhor foi deputado estadual do Rio de Janeiro a partir de 2001, isso?
08:11Eu fui deputado estadual de 2001 a 2003, deputado federal de 2003 a 2016.
08:16Perfeito.
08:17O senhor também exerceu a presidência da Câmara, dos deputados?
08:19Exerceu a presidência da Câmara dos Deputados.
08:20Qual foi o período mesmo?
08:221º de fevereiro de 2015 a 7 de julho de 2016.
08:27Nós vimos aqui direto ao ponto, o senhor Eduardo,
08:30consta na acusação a afirmação do Ministério Público
08:33que o senhor teria recebido recursos provenientes de um acerto de corrupção
08:38envolvendo contratos na Petrobras.
08:42Existe alguma, em relação a essa acusação,
08:46é algum ponto verdadeiro?
08:48Ela é falsa.
08:48Só pela ordem, vossa excelência vai cumprir um 8.6 do CPP
08:51que fala que tem que haver a certificação do inteiro teor da acusação?
08:56Eu não estou nem dizendo para ler a denúncia inteira, mas é só esse o vídeo.
08:58Não, doutor, ele já não conhece?
09:00O senhor conhece a acusação ou o senhor Eduardo Cunha?
09:03O que está sendo formulado contra o senhor?
09:06Não, não sei, doutor.
09:09Quer que faça o interrogatório normal, a defesa vai ficar perturbando,
09:13ou condução do ato?
09:16O juiz conhece o Código de Processo Penal, doutor.
09:20O senhor conhece a acusação? Tem alguma dúvida sobre algum ponto dela?
09:23Se tiver, eu vou ao curso das respostas que eu posso formular.
09:28Tem sobre o embasamento de recepção da denúncia,
09:32daquilo que, eventualmente, assistido de depoimento,
09:35daquilo que eu cooperei com a defesa.
09:36Obviamente, na parte técnica, a minha defesa está habilitada a responder por mim.
09:40Perfeito.
09:41E seguirei o que ela determinar.
09:43Certo.
09:43Consta que, no âmbito dessa acusação, que o senhor Fernando Soares e o senhor Júlio Camargo
09:53teriam, como se fossem disponibilizados ao senhor recursos provenientes
09:58de um acerto de corrupção em contratos da Petrobras,
10:02envolvendo aqui o navio sonda Vitória 10 mil e o Petrobras 10 mil.
10:08O senhor conhece o senhor Fernando Soares?
10:10Conheço a excelência. Agora, é importante realçar que isso é a recepção da denúncia
10:14pelo Supremo Tribunal Federal, não abrangeu a contratação das sondas.
10:18Então, toda essa parte relativa à contratação das sondas não foi recepcionada na denúncia.
10:24Então, deixar isso bem claro.
10:26Certo. O senhor pode me descrever o seu relacionamento com o senhor Fernando Soares?
10:30O senhor Fernando Soares, diferentemente do dito por ele, até de local de tudo,
10:34fui apresentado a ele no fim do ano de 2009, pelo ex-deputado Alexandre Santos,
10:40casualmente, onde eu estava almoçando com o deputado Alexandre Santos,
10:43no restaurante Casa Vilarinho.
10:46E o senhor Fernando Soares chegou e sentou para almoçar, acabou almoçando com a gente.
10:50Essa é a forma que eu conheci.
10:51É uma pessoa muito, digamos assim, como a gente agora conhece todo lobista,
10:59uma pessoa muito educada, muito acessível, enfim, uma pessoa de boa conversa.
11:05E, a partir daí, ele passou a ter mais, procurou, pediu contato comigo,
11:10teve mais alguns contatos comigo no decorrer do ano de 2010 e em diante.
11:14E foi apresentado ao senhor como o que?
11:16Empresário. Ele representava empresas espanholas que tinham serviço no Rio de Janeiro.
11:20Ele representava, se eu não me engano, uma empresa que fazia a obra do Porto do Açú, no Rio de Janeiro.
11:25Ele foi apresentado com alguma solicitação?
11:29Não, não, nenhuma solicitação.
11:30Ele foi apresentado como empresário, representava a empresa espanhola que fazia a obra do Porto do Açú.
11:36Ele apresentou algum pleito da empresa ao senhor?
11:38Não, não, não. Apenas se identificou como representante dessa empresa.
11:42E eu não entendi bem. Após o senhor tê-lo conhecido, o senhor e ele mantiveram alguma espécie de relação?
11:47Ele me voltou a me procurar, à medida que a gente conhece, a gente entrega telefone, enfim, ele me procurou.
11:52Eu recebi mais, sei lá, umas duas ou três ou quatro vezes no ano de 2010.
11:57A partir até do início de 2010, tem o fato que ele coloca no depoimento dele de uma forma inverídica,
12:03que na medida que teve mais afinidade, ele passou a, inclusive, frequentar a minha casa.
12:07A verdade não tem afinidade nenhuma.
12:08A verdade é que eu fraturei meu joelho.
12:10E com a fratura de joelho, foi pública isso, durante três meses eu fiquei de cadeira de roda
12:15no Congresso Nacional do ano de 2010, e eu passei a atender na minha residência, porque tem um escritório.
12:19Então eu passei a atender todo mundo, ele e todo mundo dentro do meu escritório, na minha residência,
12:23porque eu não podia me deslocar.
12:24Eu tinha que ir para Brasília quase como uma operação de guerra,
12:28porque eu tinha que ficar com a perna levantada, em cadeira de roda.
12:30Foi uma fratura muito, muito enjoada.
12:32Mas eu tinha que ir a Brasília porque eu me tratava no Saracubixeque.
12:35Então eu precisava ir a Brasília, até por causa disso.
12:37E recebi ele em casa a partir daí, como recebi todo mundo.
12:41Então não teve nenhuma afinidade para eu recebê-lo em casa.
12:43E eu tenho realmente um escritório em casa, às vezes é muito mais cômodo para mim,
12:47às vezes, trabalhar em casa do que me deslocar, já que eu morava na Barra da Tijuca,
12:51e meu escritório era um ser da cidade.
12:52Quantas vezes o senhor teve com ele aproximadamente, tem alguma ideia?
12:56Em que período?
12:57Eu tive com ele muitas vezes.
12:58Mais de uma dezena de vezes?
13:00Eu diria, talvez, por uma dezena, talvez.
13:04E o que eram as pautas desses encontros?
13:06A partir de 2010, ele tinha muito, é muito normal a gente,
13:10quando é um parlamentar que tem, de uma certa forma, um bom trânsito,
13:15as pessoas querem obter, de uma certa forma, conversar sobre conjunturas.
13:19Era muito normal eu receber as pessoas que queriam conversar sobre conjunturas.
13:22Eram as pessoas que procuravam.
13:24Então, às vezes, ele aparecia no meu escritório,
13:26às vezes, esperava uma, duas horas para ser atendido no meu escritório,
13:29que as pessoas que iam sem aparecer, eu recebia todo mundo,
13:32e recebia na ordem de chegada.
13:35E muitas das vezes ele ficava, foi aí, inclusive, que ele conheceu
13:38quem trabalhava comigo no escritório, que ele cita o nome,
13:42que ele ficava na sala dessa pessoa,
13:44que acabou fazendo até uma relação de amizade com o Altair,
13:46e ficava na sala do Altair conversando com o Altair,
13:49enquanto me esperava.
13:50Então, efetivamente, nem tinha nem essa preponderância,
13:55porque se tivesse, talvez eu me encontrasse fora.
13:57Então, ele ia lá normalmente, eu recebia,
14:00às vezes, como ele foi também, como eu recebi em casa,
14:03ele até fala no depoimento dele, uma vez que ele foi,
14:05teve que esperar, porque eu estava atendendo outra pessoa.
14:07Era muito normal isso, a gente recebe.
14:08Então, é uma conversa sobre conjuntura.
14:11Ele foi, ele se auto-qualifica, ou foi qualificado com alguns,
14:15com uma espécie de lobista, mas ele mesmo confessou,
14:19em vários episódios, a intermediação de pagamento de vantagem devida
14:23a executivos da Petrobras, principalmente.
14:27Ele, alguma vez, vamos dizer assim, fez alguma solicitação
14:31no âmbito de negócios ao senhor, para que o senhor intercedesse?
14:34Não, não, não fiz, não.
14:35Não fiz, não posso fazer acusação pela qual eu não,
14:38até porque não tinha esse espaço.
14:40Agora, como ele era uma pessoa que mostrava um bom relacionamento
14:43no setor empresarial, e eu, no ano de 2010, no período de eleição,
14:48eu solicitei a ele, como se solicitava todo mundo,
14:51que pudesse, se tiver alguma possibilidade, de obter doação eleitoral.
14:54E ele, nesse momento, que inclusive vai contra
14:58grande parte do depoimento dele, o depoimento do senhor Juro Camargo,
15:03ele, o senhor Fernando Soares, me levou ao escritório
15:07do senhor Juro Camargo no ano de 2010,
15:10para pedir doação eleitoral.
15:11E o senhor Juro Camargo, que eu não conheci,
15:14foi a única vez que eu tive com o senhor Juro Camargo,
15:15que eu me recorde.
15:17Eu não tive com o senhor Juro Camargo em nenhum dos outros momentos
15:19que são ditos nos depoimentos, nem em 2011, nem em 2012, nem em 2014.
15:23Mas em 2010, ele me levou, e eu guardo isso por uma razão muito simples.
15:28O escritório do senhor Juro Camargo,
15:29ele era num andar, num prédio da rua da Assembleia 10,
15:32cujo o andar, metade do andar ali, era ocupado pela Rádio Manchete.
15:37Então, eu, inclusive, quando eu saí do escritório dele,
15:39eu encontrei pessoas que eu não gostaria de ter encontrado,
15:41saindo da rádio, dando entrevista.
15:43Por isso é que eu guardei na minha memória isso,
15:45no fato do período ao qual eu estava lá.
15:48Porque eu tenho um desafeto meu,
15:49que fazia programa diário na Rádio Manchete,
15:52e eu tive o desprazer de encontrá-lo na hora que eu saí
15:54do escritório do senhor Juro Camargo.
15:56Isso foi em 2010?
15:57E o senhor pode me descrever melhor as circunstâncias desse encontro?
16:01O que foi?
16:02O senhor foi levado lá pelo senhor Fernando Soares?
16:04Fui levado pelo Fernando Soares.
16:05Nem sabia quem era.
16:06Ele me levou lá, chegou lá,
16:07tudo assim, o deputado Eduardo Cunha,
16:08ver se eu tenho possibilidade de fazer alguma doação eleitoral e tal.
16:12Aí o Júlio, na época, disse,
16:14ah, eu vou ver se é possível fazer.
16:15E depois nunca mais tive o Fernando Baiano,
16:17depois que é conhecido com o Fernando Baiano,
16:20essa alcunha dele,
16:21era uma coisa que todo mundo se referia a ele como esse nome.
16:24O Fernando Baiano disse que,
16:25me respondeu depois que ele não tinha condição de fazer a doação
16:28pelas empresas dele.
16:30Foi somente isso.
16:30Ele não fez uma doação, então?
16:31Não, no ano de 2010, não.
16:33E depois ele fez alguma doação?
16:35Ele fez doação no ano de 2012.
16:38Que ele, inclusive, ele diz no depoimento dele
16:39que fez doações ao PMDB,
16:41mas que não foi através de mim.
16:45E nem o senhor Fernando Baiano fala disso,
16:47a delação dele.
16:48Mas no ano de 2012,
16:49o senhor Juro Camargo,
16:50não foi pedido ao Juro Camargo,
16:52eu pedi de novo ao Fernando Baiano.
16:54E o Fernando acabou trazendo
16:56três doações do senhor Juro Camargo
16:58que totalizaram R$ 400 mil,
17:00R$ 150 mil da empresa Peamonte,
17:02R$ 150 mil da empresa Treviso
17:04e R$ 100 mil da pessoa física do senhor Juro Camargo.
17:06Foi para o Diretório Nacional do PMDB.
17:08E essas doações foram registradas?
17:10Registradas, oficiais.
17:12Estão na prestação de contas do PMDB.
17:13São as únicas doações?
17:15São as únicas doações que o senhor Juro Camargo fez,
17:17que eu tenho conhecimento.
17:18Embora o senhor Juro diga claramente
17:20que não foi o meu pedido.
17:20E o senhor Fernando Baiano,
17:22nas suas delações,
17:23nos seus depoimentos,
17:24não fala dessas doações.
17:26O senhor falou
17:27que só teve uma vez, então,
17:29com o senhor Juro Camargo.
17:30Eu posso ter encontrado,
17:32eu posso ter encontrado fortuitamente
17:34em algum local,
17:34que eu não assemelhe,
17:35mas sentado com ele,
17:37na frente,
17:37como eu estou aqui com a vossa excelência,
17:39somente essa vez.
17:39Há uma referência na denúncia
17:45a um encontro
17:45no escritório do Júlio Camargo,
17:47em 2014,
17:49Avenida Macalhães de Castro,
17:504800, Torre 2.
17:52Inclusive, eu vi no depoimento dele
17:53que ele ia apresentar a prova,
17:54e ele não apresentou.
17:55Certo.
17:55É esse endereço que o senhor teve em 2010?
17:57Não,
17:58estive na rua da Assembleia nº 10,
18:00Rio de Janeiro.
18:03E esse encontro em São Paulo,
18:04que nos depoimentos dele
18:06disse que ia apresentar a comprovação,
18:07ele não apresentou.
18:09Eu gostaria que ele apresentasse.
18:10O senhor mencionou de passagem
18:12o nome Altaíro.
18:12O senhor pode me descrever melhor
18:14a sua relação com essa pessoa?
18:16Posso, sem problema nenhum.
18:17O senhor Altaíro é uma pessoa
18:17que há muitos anos
18:19ele tem relação comigo,
18:21que trabalha comigo.
18:22Ele estava lotado
18:22na Assembleia Legislativa
18:24do Estado do Rio de Janeiro,
18:25cuidava da minha principal dobrada eleitoral,
18:27que era o deputado estadual Fábio Silva.
18:29E quando eu estava no Rio de Janeiro,
18:31ele tinha uma sala no meu escritório
18:33e ficava lá comigo
18:34nos dias que eu estava no Rio de Janeiro.
18:35Além disso, ele é empresário,
18:36tem um pequeno negócio,
18:38uma marmoraria,
18:39e ele trabalhava uma parte do tempo
18:41nesse negócio dele.
18:42Durante os dias que eu estava no Rio de Janeiro,
18:43ele ficava segunda,
18:45basicamente as segundas-feiras,
18:47porque as sextas-feiras
18:47basicamente era raro ele estar.
18:49Então, as segundas-feiras
18:50ele ficava
18:51e o Fernando Paiano
18:53conheceu o senhor Altaí
18:55e espera
18:56para falar comigo no escritório.
18:58Porque nesse meu escritório político
18:59eu tinha apenas quatro pessoas
19:01que ficavam comigo lá.
19:02Era o Altaí,
19:03uma secretária e um boy.
19:03Então, não tinha mais ninguém.
19:05Então, o seu
19:06o seu Fernando Baiano,
19:08quando usou o nome do Altaí
19:09para querer simular
19:11que tinha feito qualquer tipo
19:12de entrega de valor indevido
19:13para ele,
19:14foi o único nome que ele tinha
19:15no meu escritório
19:15que ele conhecia
19:16e que ele tinha relação.
19:17E o senhor tem um...
19:19Eu não sei se eu entendi bem,
19:21ele presta algum serviço
19:22para o senhor?
19:23Não, ele prestou,
19:24ele cuidava,
19:25como eu estava falando,
19:25ele cuidava do trabalho político
19:28da dobrada principal
19:29que eu tinha.
19:30tanto que ele era lotado
19:31no gabinete da Assembleia Legislativa
19:32e ficava comigo
19:33nas segundas-feiras
19:34quando eu estava no Rio.
19:35E o que ele fazia assim,
19:36exatamente?
19:37Políticas,
19:38eram coisas políticas,
19:39assessoria política,
19:40nada mais do que isso.
19:42E quando eu estava lá,
19:43ele cuidava de
19:44organizar a minha fila de espera.
19:47Então, digamos assim,
19:48para poder ver aquilo
19:50que estava dando mais problema,
19:51como o escritório não era muito grande,
19:52ele botava a pessoa na sala dele,
19:54botava a pessoa na outra sala,
19:55enfim,
19:56para não ter tumulto.
19:58Às vezes tinha 20, 30 pessoas
19:59esperando para falar comigo.
20:01Era uma coisa muito complexa.
20:03O senhor utilizou já,
20:06vamos dizer assim,
20:08serviços de táxi aéreo
20:09providenciados pelo senhor Júlio Camargo?
20:11Não, não, não.
20:13É uma afirmação dele nesse sentido?
20:15É uma afirmação dele nesse sentido.
20:16A afirmação dele está dentro de um contexto,
20:18se eu quiser ir todos os contextos dele,
20:20não podemos falar.
20:21Mas esse contexto dele,
20:22em primeiro lugar,
20:23essa reunião em 2014 não houve.
20:25Em segundo lugar,
20:26ele diz que em 2014,
20:27ele fez um acerto
20:28numa suposta diferença comigo.
20:31E dentro dessa suposta diferença
20:32que ele diz em 2014,
20:34ele fala que entre a forma
20:36que foi feito o pagamento
20:37dessa suposta diferença,
20:38seriam horas de voos,
20:40doação à igreja
20:42e o valor em espécie.
20:44O valor em espécie,
20:45ele nem diz o montante
20:46nem como foi entregue.
20:48E a doação à igreja
20:48foi dois anos antes
20:49da data da reunião.
20:51Então em 2014,
20:52no depoimento está muito claro,
20:53ele diz que a doação à igreja
20:55foi uma correção do valor
20:56de um fato dois anos antes.
20:58Tem até uma inconsistência
21:00no depoimento dele.
21:01Com relação às horas de voos,
21:03tem muitas contradições
21:06entre o que ele fala,
21:07entre o que o Baiano fala,
21:08entre o que, inclusive,
21:09quem depois aqui da Global,
21:11o senhor Ricardo Gorberte.
21:12Em primeiro lugar,
21:13o senhor Júlio Camargo
21:13disse que fez um acordo
21:14de ceder horas de voos.
21:17Ele fala um valor diferente
21:18do que o Baiano fala,
21:19ele fala 300 mil reais,
21:20o senhor Fernando Baiano
21:20fala 500 mil reais.
21:21Em segundo lugar,
21:24entregou notas fiscais
21:25que foram trocadas depois,
21:27porque elas não se consumaram.
21:29Na audiência acabou gerando
21:30um tumulto, inclusive,
21:30na audiência em que ele
21:31depois por isso.
21:32Foi dado prazo à Global
21:34para apresentar as notas
21:35que foram substituídas.
21:36Segundo,
21:37a planilha que ele apresentou
21:38foi confeccionada
21:39a pedido dele pela Global
21:40e modelo old posterior.
21:42Só tem dados
21:43que são preenchidos
21:44por eles mesmos.
21:45Não tem comprovação
21:46que eu embarquei
21:47em nenhum desses voos.
21:48Não há uma comprovação
21:51que eu embarquei
21:51em nenhum desses voos.
21:52Nós, por exemplo,
21:53estamos pedindo,
21:53oficiando pelo nosso 402,
21:55que ele disse
21:56que tem que oficiar
21:57a Polícia Federal,
21:58tem que oficiar a Infraero,
21:59que traga esses ofícios.
22:01Em segundo lugar,
22:02tem um voo
22:03que ele atribui
22:03que teria sido voado
22:05pelo seu Lúcio Funaro
22:06e a sua esposa.
22:07O seu Lúcio Funaro
22:08era cliente da Global.
22:10O seu Lúcio Funaro
22:11foi quem me apresentou
22:12o dono da Global,
22:13que era o seu Henrique Constantiano,
22:14da família da Gol.
22:15Em terceiro lugar,
22:16o seu Lúcio Funaro
22:17manda um e-mail
22:18que nós temos a cópia aqui
22:19que está no processo,
22:20pedindo, dizendo
22:20que teve um equívoco
22:21no faturamento desse voo
22:22que tinha que mandar
22:23esse faturamento para ele.
22:24Então, eu não tenho nada.
22:27Pelo contrário,
22:28eu voei
22:28e tem acusação disso
22:29em outras situações.
22:31Eu voei cedido
22:32pelo seu Lúcio Funaro.
22:33Jamais o seu Lúcio Funaro
22:34voa cedido por mim.
22:35Isso não tem
22:35o menor cabimento.
22:37Agora, eu voei
22:38em táxi aéreo,
22:40fretado,
22:41voei pela Global.
22:42Inclusive, tem um voo
22:43que ele atribuiu
22:43ao seu Júlio Camargo,
22:45que foi o único voo
22:45desses que estão atribuídos,
22:46que foi o que eu voei,
22:48que foi do dia 26 de outubro
22:49de 2014.
22:50E não está,
22:51a fatura não foi feita
22:53em nome da empresa
22:54Júlio Camargo
22:55e sim da empresa intermediária
22:56que é a Extra.
22:57Então, esse voo eu voei
22:58e o meu nome
22:59não está na lista de passageiros.
23:00Por que eu tenho certeza,
23:01eu provo que eu voei nesse dia?
23:03Porque era o dia
23:04do segundo turno
23:05da eleição de 2014.
23:06Eu tinha ido fazer
23:07o programa da Bandeirantes
23:08ao vivo
23:08e saí de lá para Brasília
23:10e eu tenho a prova
23:11de quem me levou
23:12para embarcar no avião,
23:13quem me buscou em Brasília.
23:14Eu fretei o avião
23:15porque eu precisava
23:16ir para Brasília
23:17e não sabia a hora
23:17que ia acabar.
23:18Tanto que o avião
23:19podia se deslocar
23:20para se passasse
23:21a hora de 11 horas,
23:22tinha que ir para Guarulhos.
23:23Então, esse voo
23:24eu fretei e eu paguei.
23:26Então, não há...
23:27E está na lista
23:28como sendo o voo
23:29do Sr. Júlio Camargo.
23:29O senhor até acabou
23:30provavelmente respondendo,
23:31mas só para então
23:32deixar claro
23:33que é uma pergunta direta.
23:35Então, o senhor
23:35nunca utilizou
23:36serviço de taxa aérea
23:37e pago...
23:38Pago para o Sr. Júlio Camargo
23:39nunca?
23:40Nunca.
23:40Essa companhia global
23:42taxa aérea
23:42e o senhor confirma
23:43que fez alguns voos nela?
23:45Eu...
23:45Às vezes...
23:46A Global
23:47é uma empresa muito grande.
23:49Então, às vezes,
23:50tinha serviços
23:51de recepção na Global
23:52que eu não sei
23:53se exatamente
23:53o voo era da Global.
23:55Aconteceu muitas vezes
23:56eu embarcar
23:56e chegar na Global.
23:58Porém, não necessariamente
23:59que o voo era da Global.
24:01Quem fretava meus voos
24:02todos
24:03era essa empresa extra.
24:05Eu tenho vários voos feitos
24:06que estão...
24:07Extra locação de...
24:08Eu tenho vários voos
24:10feitos por ela
24:10que estão na prestação
24:11de contas
24:11da minha campanha eleitoral
24:12de 2014
24:13e estão na prestação
24:14de contas
24:14do PMDB
24:15nacional.
24:16Inclusive,
24:16na minha campanha
24:17para presidente da Câmara
24:18eu devo ter tido
24:19mais de um milhão de reais
24:19de voos
24:20feitos com a extra
24:21colocados na prestação
24:22de contas do PMDB.
24:24Então, isso tudo
24:25está lá documentado
24:26mas vários
24:27não são vários.
24:29Então, eu tinha uma relação
24:30e essa extra
24:31me foi apresentada
24:33pelo Sr. Lúcio Funaro
24:34era a empresa
24:36brokerage
24:36que trabalhava para ele.
24:39Então, toda confusão
24:41que pode haver
24:41com o Sr. Lúcio Funaro
24:42eu que fui apresentado
24:43pela empresa por ele.
24:45Então, eu não tenho razão
24:45de ter nenhuma responsabilidade
24:46sobre o voo dele.
24:47E os meus voos
24:48que foram pagos por mim
24:50estão faturados.
24:51Eu eventualmente
24:52posso ter voado
24:53de voo com terceiros
24:54eventualmente voei.
24:55Voos cedidos
24:56para o terceiro
24:56que foram basicamente
24:57o Sr. Lúcio Funaro voou
24:58mas jamais
24:59do Sr. Juro Camargo.
25:00E além disso
25:01o Sr. Juro Camargo
25:01no depoimento dele
25:02ele diz o seguinte
25:03que quando me cedeu
25:05o crédito de voo
25:06ele disse que não podia
25:07usar os aviões dele
25:08ele tinha dois aviões
25:08locados lá.
25:09O Sr. Ricardo Gorbet
25:10diretor da Global
25:11quando depois
25:12disse que não teve
25:13essa instrução
25:13do Sr. Juro Camargo
25:14para poder restringir
25:16o uso do avião dele.
25:17E segundo lugar
25:18ele diz
25:19aí confrontado
25:20o Sr. Juro Camargo
25:21porque vários políticos
25:22voaram no avião dele
25:23inclusive Dilma Rousseff
25:24Geraldo Alckmin
25:25Zé de Seu
25:27Palocci
25:27vários voaram
25:28no avião dele
25:29ele disse que
25:30ele não tinha esse controle
25:32porque a Global
25:34locava.
25:35E o Sr. Ricardo Gorbet
25:35da Global
25:36quando depois
25:36disse que toda
25:38a locação
25:38que ele fazia
25:39dos aviões dele
25:39ele pedia autorização
25:40antes.
25:42Ou seja
25:42o Sr. Juro Camargo
25:43se contradiz em mente
25:45em muitos detalhes
25:46que nós vamos
25:47querer confrontar
25:48esses detalhes dele.
25:49Outra empresa
25:50Real e Taxi
25:51a Real e a empresa
25:52da Global
25:52O Sr. mencionou
25:55agora há pouco
25:55o seu escritório político
25:56na avenida
25:57Lino Peçanha
25:5850?
25:5850 sala
25:59eu tenho
26:00eu tenho 3 escritórios
26:02dentro da Lino Peçanha
26:0450
26:043201
26:053202
26:07e 2909
26:08Certo
26:09O Sr. Alberto
26:11o Sr. chegou a conhecer?
26:13Nunca tive com ele
26:13na minha vida
26:14nunca o vi
26:15na minha vida
26:15aliás
26:17ele diz isso
26:17no depoimento dele
26:18que não me conhece
26:19mas depois
26:20no meio do depoimento
26:20ele diz
26:21ele chega no momento
26:22que ele diz o seguinte
26:23há uma vez
26:24Paulo Roberto
26:25Fernando Baiano
26:27levou o Paulo Roberto
26:28no meu escritório
26:28e Eduardo Cunha
26:29apareceu
26:30quer dizer
26:30ele diz que não me conhecia
26:32depois diz que eu aparecia
26:33no escritório dele
26:34Paulo Roberto nega
26:35então é
26:36só as contradições
26:37que precisam ser checadas
26:38há uma referência
26:40a um entregador
26:40aliás para dizer
26:41que eu não vi
26:41o Sr. Lucef
26:42eu vi na
26:43na surpreendência
26:44da Polícia Federal
26:44no momento que eu estive
26:45detido lá
26:47há uma referência
26:48na denúncia
26:49ao nome
26:50Jaime Careca
26:51que seria
26:51não conheço
26:52não conhece
26:53a pessoa
26:53não
26:54nunca vi
26:55esse endereço
26:57na avenida
26:58Heitor
26:58Doyle
26:59é minha residência
27:00sua residência
27:0198
27:02consta que foi
27:04apreendido um telefone
27:05celular
27:05nesse local
27:06que foi objeto
27:07desse exame
27:08qual que era o número
27:09do celular
27:10que o senhor utilizava
27:11só pela ordem
27:11a respeito
27:12da
27:12orientação
27:14da defesa
27:15para
27:15um fit
27:17preservado
27:17para a defesa
27:18tendo visto
27:18que já foi exposto
27:19aqui
27:19para que não
27:20seja respondido
27:21a defesa
27:21não teve acesso
27:22a mídia
27:23que a perícia
27:24diz que é
27:25a mídia correta
27:25do celular
27:26eu posso
27:30fazer qualquer
27:31resposta
27:31em tese
27:31mas eu não vou
27:32até porque
27:33pelo seguinte
27:33não é só
27:34esse detalhe
27:35que a minha defesa
27:36falou não
27:36a perícia
27:38técnica que foi
27:38feita
27:38não foi feita
27:39sobre o aparelho celular
27:40aparelho celular
27:40encontra-se um supremo
27:42e a perícia
27:42o laudo fala
27:43claramente
27:43foi feita
27:44sobre a extração
27:45feita pela própria
27:46polícia federal
27:46então eu estou pedindo
27:48eu pedi isso hoje
27:49a minha defesa
27:50que peça a perícia
27:51do aparelho celular
27:53que ela não foi feita
27:54entendeu
27:54os dados foram extraídos
27:56constam nos autos lá
27:57esses dados foram
27:58disponibilizados
27:58a sua defesa
27:59provavelmente o senhor
28:00teve acesso a isso
28:00o senhor não reconhece
28:02o conteúdo
28:02eu não tenho
28:03eu não vou
28:04eu não tenho
28:05a lembrança
28:06específica
28:07sobre isso
28:08então eu não posso
28:08reconhecer
28:09eu posso em tese
28:10esclarecer
28:11qualquer fato
28:12que vossa excelência
28:12colocar
28:13mas com a ressalva
28:14de que eu não confirmo
28:15nem desmento
28:16nem confirmo
28:17então mostrar as mensagens
28:19para o senhor
28:19que estão nos autos
28:20faz tempo
28:20não
28:21não
28:22só pode em tese
28:23fazer qualquer pergunta
28:24sobre detalhes
28:25que eu posso
28:26responder
28:26em tese
28:27eu posso responder
28:28e qual que era o telefone
28:29o número do telefone
28:30então
28:31excelência
28:32eu tinha
28:32eu não sei qual foi o telefone
28:33que foi apreendido
28:34eu tinha dois telefones
28:35celulares e um nextel
28:36eu tinha telefone celular
28:3721-99-85-2929
28:41tinha um celular
28:4261-981-11-8844
28:45e tinha o nextel
28:46que o número do nextel
28:48eu não sei
28:49eu sei
28:49apenas o grupo
28:5015-545
28:51e o grupo era mil
28:52o senhor utilizava
28:54Blackberry
28:54nas suas comunicações
28:55o aparelho
28:56o aparelho
28:57tinha Blackberry
28:57sobre esse tema
28:58só para esclarecer
29:00é que não haja resposta
29:01porque
29:01remete indiretamente
29:03a uma perícia
29:04que na visão de defesa
29:05não está
29:05efetibilizada
29:07em tese
29:08eu responderei
29:08sobre o conteúdo
29:09se vossa excelência
29:10quiser fazer alguma pergunta
29:11sobre algum conteúdo
29:11duvidoso
29:12sobre o resto de detalhes
29:13eu estou apenas
29:13declinando os telefones
29:15mas aí é o seguinte
29:15o senhor advogado
29:17orienta uma coisa
29:18o senhor me diz outra
29:18então assim
29:19só para definir
29:20então vai responder
29:21ou vai responder
29:21a minha orientação é essa
29:22a minha orientação é essa
29:23o senhor fica à vontade
29:24se vossa excelência
29:26me perguntar
29:27um detalhe
29:27de um conteúdo
29:28sem admitir
29:29que efetivamente
29:30isso é
29:30posso até esclarecer
29:31o senhor está querendo dizer
29:33é perguntar dos fatos
29:34que podem
29:35e que efetivamente
29:36sejam traçados
29:36nas mensagens
29:38isso sim
29:39isso eu admito falar
29:40agora
29:40mais do que isso
29:41eu prefiro não falar
29:43prefiro atender a defesa
29:44por exemplo
29:45nesse
29:46relatório
29:49de mensagens
29:49que se encontra
29:50nos autos
29:50há muito tempo
29:51do aparelho celular
29:53constam aqui
29:55ou eu vou interromper
29:56aqui pelo tamanho
29:57do áudio
29:57já retomamos
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