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  • 19/06/2025
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Transcrição
00:00Perfeito, estou na ação penal 506, 31, 30 e 17, depoimento do senhor D. Amaral Gomes, continuidade, eu devolvo a palavra à defesa do senhor Luiz Inácio.
00:11Perfeito, então eu estava perguntando ao senhor se por ocasião desse depoimento que o senhor disse que prestou em Campo Grande para o órgão americano, quem estava presente?
00:24Só o juiz, um representante do Ministério Público, que eu não me recordo o nome, Ministério Público Federal, e os meus advogados e os advogados da Petrobras.
00:40Eu pensei que seria feito por teleconferência, alguém acompanhando, alguém ouvindo, não apareceu ninguém.
00:48Eu mesmo perguntei aos advogados da Petrobras, por que não tinha aparecido ninguém?
00:56Eles não souberam explicar na hora.
00:58Certo, e nesse depoimento o senhor foi indagado em relação a supostos ilícitos envolvendo a Petrobras?
01:09Na verdade, eles prepararam um rol de perguntas, mas uma coisa muito típica da justiça americana.
01:20Perguntas que praticamente as respostas fazem parte das colaborações que foram feitas.
01:26Então, eu confesso ao senhor que eu fiquei até meio constrangido, porque eu dizia para o juiz,
01:32mas isso está na minha colaboração, a resposta está na colaboração.
01:35Para ser muito sincero, todos nós ficamos numa saia justa danada lá nessa audiência,
01:42porque no final das contas ninguém entendeu direito por que aquilo aconteceu lá em Campo Grande.
01:48O Ministério Público deslocou o seu procurador, o juiz, os advogados, a parte interessada não estava presente.
01:56Certo, mas então havia coincidência entre o objeto das perguntas que foram formuladas ao senhor naquela oportunidade
02:03e o objeto da delação premiada que o senhor firmou aqui no Brasil com o Ministério Público brasileiro.
02:10Eles não entravam, eu agora, confesso ao senhor, eu preciso dar uma rebobinada nessa audiência,
02:19mas eram perguntas de caráter geral, não eram perguntas específicas.
02:22O senhor pode dar um exemplo?
02:24É do tipo assim, o senhor colaborou com a justiça em 19 de fevereiro num acordo que foi homologado?
02:30Sim.
02:33O senhor participou de algum ato ilícito dentro da...
02:41O senhor era diretor, até me surpreendi, uma das perguntas, eu era diretor da Petrobras.
02:46Também foi feita essa pergunta, senhor.
02:47Foi feita essa pergunta para mim.
02:49E outras perguntas que, às vezes, um dos advogados da Petrobras, que inclusive é advogado em Nova York,
02:55ele... o juiz não entendia as perguntas.
03:00Aí ele procurava traduzir como é que o direito americano via essas coisas.
03:05Então foi uma audiência, no mínimo, surpreendente.
03:10E havia um representante do Ministério Público Federal nessa audiência?
03:15Sim.
03:16Só não se recorda do nome?
03:18Eu não me recordo, mas coloco a discussão do doutor Moro aí, isso é muito rápido.
03:22É só levantar e eu tenho isso.
03:24Tá certo.
03:27Durante as respostas à pergunta da doutora procuradora,
03:32o senhor fez referência a uma atuação, uma suposta atuação do senhor José Carlos Bunlai
03:44para estruturar, segundo o senhor disse, o Instituto Lula.
03:51O senhor disse que isso teria sido por uma solicitação do ex-presidente Lula.
03:56O senhor participou de alguma conversa entre o ex-presidente Lula e José Carlos Bunlai,
04:01no qual houve esse pedido?
04:04Não.
04:05Tanto é que, muito alinhado com a minha colaboração,
04:08esses relatos todos, eu enfatizei agora,
04:11tomaram por base o que foi relatado a mim pelo senhor José Carlos Bunlai.
04:18Certo, mas de conversa...
04:20Não, com o presidente Lula, ele nunca me deu essa...
04:24Eu nunca tive essa oportunidade de discutir o Instituto Lula com ele.
04:30Jamais.
04:30Certo.
04:31O senhor, qual foi a primeira vez em que o senhor esteve no Instituto Lula?
04:39O senhor se recorda, o ano?
04:40Difícil, mas eu posso checar na minha agenda e responder.
04:45Certo.
04:46Eu estive muitas vezes, foram poucas não.
04:48Certo.
04:49Antes, o senhor chegou a ir ao local quando funcionava,
04:55naquele endereço, o Instituto Cidadania?
04:57Que antecedeu ao Instituto Lula?
05:01Eu fui pouquíssimas vezes ao Instituto Cidadania.
05:04E quando fui, normalmente com o ex-governador Zeca.
05:08Certo.
05:08Que eu me lembre.
05:09E o senhor sabe dizer se o local onde funcionava o Instituto Cidadania
05:14é o mesmo local onde hoje funciona o Instituto Lula?
05:18Não sei responder para o senhor isso.
05:26Não sei responder.
05:27O senhor sabe dizer se o prédio onde funciona o Instituto Lula
05:33é um prédio que já era utilizado pelo ex-presidente,
05:40seus colaboradores para atividades anteriores,
05:45antes dele ser eleito presidente da República?
05:47Não, eu só estive no Instituto Lula quando o ex-presidente
05:53terminou o mandato de 2011 para frente.
05:57Certo.
05:58O senhor sabe dizer se dessas que o senhor chamou de tratativas
06:17do senhor José Carlos Bunlai para estruturar o Instituto Lula,
06:21se isso resultou, se foi entregue ao Instituto Lula
06:26alguma nova sede?
06:30Não.
06:31Não.
06:32A única coisa que o Zac Carlos Bunlai dizia para mim
06:35era que ele estava cuidando especificamente
06:39da implementação do Instituto Lula.
06:42Mas eu nunca me interessei em saber exatamente onde era,
06:46os desafios, nunca me interessei por isso não.
06:50Mas repito aqui o que ele falou para mim.
06:52Certo.
06:52Mas então, o desfecho disso,
06:54o senhor não tomou conhecimento,
06:56não sabe se foi entregue algum prédio para o Instituto Lula
07:01em virtude dessa atividade do José Carlos Bunlai.
07:03Não, o que o José Carlos Bunlai me disse é que,
07:06quando terminou o governo,
07:07que a missão dele tinha sido cumprida com relação ao Instituto Lula.
07:10Eu nem entrei em detalhes.
07:12Certo.
07:12Mas o senhor não sabe dizer se ele teve alguma atuação
07:17para entregar um prédio para o Instituto Lula.
07:20Não.
07:20Ele, quando disse para mim,
07:21ele falou de uma maneira muito geral.
07:23Estou cuidando da implementação do Instituto Lula.
07:28E assim ficou.
07:28Está certo.
07:29Sem mais perguntas, silêncio.
07:30Outros defensores ainda gostaram?
07:32Silêncio.
07:36Refesantou no Palocci, silêncio.
07:40Boa tarde, senhor Deusígio.
07:41Boa tarde.
07:43O senhor poderia informar ao juízo
07:44se o senhor tem conhecimento
07:46a respeito dos fatos que são narrados aqui nessa denúncia,
07:50nesse processo de crime,
07:51que justifica a audiência de hoje?
07:54Que é a questão do Instituto Lula?
07:56Na verdade, a aquisição de dois imóveis.
07:57Não, eu acabei de responder claramente com relação a isso.
08:03As informações que eu tenho
08:04e sendo fiel à minha colaboração
08:12e sempre à disposição da justiça,
08:15o meu testemunho é o que o Zé Carlos Bunlai me relatava
08:20com relação ao Instituto Lula.
08:22E eu nunca ouvi do Zé Carlos Bunlai,
08:25pelo menos com relação a mim,
08:26qualquer referência ao ex-ministro Palocci.
08:29Perfeito.
08:30Estes fatos aqui retratados
08:32também não fazem parte dos seus anexos
08:34entregues à Procuradoria da República.
08:36Correta essa minha afirmação?
08:37Sem dúvida nenhuma.
08:39Sem mais perguntas, silêncio.
08:40Outros defensores têm negações?
08:44Os clarecimentos muito rápidos do juízo.
08:46O senhor mencionou a respeito desse papel do senhor Palocci
08:51em arrecadação de valores de campanha.
08:54O processo aqui em específico tem por objeto supostos
08:58acertos de propina, de vantagem devida
09:01entre o grupo Odebrecht e o senhor Antônio Palocci
09:04em prol do Partido dos Trabalhadores.
09:07O senhor tem conhecimento a respeito desse fato específico?
09:10Não, desse fato específico não, doutor Mouro.
09:13Mas tenho certeza que o ministro Palocci
09:16era uma pessoa muito influente
09:19nessa área de arrecadação.
09:21Mas nunca fui
09:22do grupo do ministro Palocci.
09:25Eu nunca convivi com ele
09:27no dia a dia.
09:29Apesar de reconhecer a importância
09:31que ele teve, a importância que ele tinha
09:33no diálogo com o presidente Lula.
09:35O senhor me permite só acrescentar um detalhe?
09:38Pequeno.
09:38Além da influência que o ex-ministro Palocci
09:43sempre teve no partido
09:46e como ministro da Fazenda no governo Lula,
09:49eu que vivi, por exemplo, a CPI dos Correios,
09:52eu conto até isso de uma forma
09:55mais resumida, procurando,
09:59nos meus depoimentos.
10:01Eu tive, inclusive,
10:03uma situação com o Marcos Valério,
10:05e o Marcos Valério reclamando
10:07de uma suposta indenização
10:08que ele teria que receber
10:09para se calar.
10:14E logo, quando recebi essa informação,
10:17eu tive uma conversa com ele
10:18como presidente da CPI.
10:21O que tem a ver com o Palocci?
10:22Não, eu alertei,
10:24eu procurei o presidente Lula
10:25e disse, olha,
10:26presidente, eu quero ser muito rápido,
10:28eu disse a ele,
10:30o senhor não precisa nem
10:31se preocupar com o tempo.
10:34eu vou falar rapidamente,
10:35eu ouvi coisas de Minas Gerais
10:37que são complicadas.
10:39E o professor vê a importância
10:41do ex-ministro Palocci.
10:43No dia seguinte,
10:44o ministro Palocci me liga
10:46e diz assim,
10:47esteve com o presidente Lula,
10:48ontem estive.
10:51A conversa foi boa?
10:53Para mim, pelo menos,
10:54eu tirei um peso da consciência,
10:56agora para ele,
10:57não sei se foi boa.
10:58Aí ele disse assim,
10:59eu agora vou cuidar desse assunto.
11:01Então, é uma pessoa que tinha
11:03intimidade, proximidade,
11:05inegavelmente.
11:06Certo.
11:06Quando o senhor falou ali
11:07da estruturação,
11:08da questão do Instituto Lula,
11:10eu não sei se eu entendi bem,
11:12mas foi mencionado
11:14pelo senhor Bunlay
11:15o envolvimento da Odebrecht?
11:17Ele falou para mim,
11:18porque ele tinha procurado o Marcelo
11:20para ajudá-lo
11:22na implementação do Instituto Lula.
11:24Ele falou para mim isso.
11:25Para ajudá-lo financeiramente?
11:26Ele não falou,
11:30mas eu imagino
11:31que seria alguma coisa
11:33nesse sentido,
11:33porque vai procurar
11:35o Marcelo Lula de Odebrecht
11:36para fazer o que?
11:36Pela ordem,
11:38excelência,
11:38gostaria que a vossa excelência
11:40pedisse a testemunha
11:41que se ficasse
11:42restrita aos fatos
11:44e não a ilações
11:46ou, enfim,
11:49conclusões
11:50que não são próprias
11:51do depoimento.
11:52Ele não detalhou, então,
11:53o que seria...
11:54Não, não detalhou.
11:55Mas, evidentemente,
11:57doutor Moro,
11:59estruturar um instituto
12:00não é uma coisa
12:01simples,
12:03fugaz.
12:03Não, ele nunca detalhou.
12:06E o Zé Carlos Bunlay,
12:07eu tinha uma conversa
12:08com ele, assim,
12:10era uma conversa,
12:11era como um jogo
12:12de xadrez.
12:13Cada um falava
12:14o mínimo necessário.
12:15Mas essas afirmações
12:16com relação ao Instituto Lula,
12:18ele me disse.
12:19Certo.
12:20Era a escalação do juízo,
12:21então,
12:22pode entrar no percurso.
12:25Tchau.
12:26Tchau.
12:27Tchau.

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