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Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital, analisou os impactos do trágico acidente com o voo da Air India para a reputação e o valor das ações da Boeing. Ele falou sobre o histórico recente da empresa, a confiança do mercado e os possíveis desdobramentos.

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Transcrição
00:00As ações da Boeing negociadas na Bolsa de Valores Nova York, como a gente viu,
00:05despencaram perto dos 5% justamente após o acidente.
00:10Relativamente comum haver uma reação mais intensa dos investidores.
00:15O que os próximos dias irão esclarecer é se a maior fabricante de aviões do mundo
00:21vai seguir perdendo o valor de mercado.
00:24Lembrando que a Boeing enfrentou uma crise de credibilidade
00:28com os acidentes envolvendo outro modelo, o 737 MAX.
00:34Marcos Labarte, especialista em mercado de capitais e sócio-fundador da GT Capital,
00:40conversa conosco agora para a gente tentar prever o futuro próximo da companhia.
00:47Queria agradecer a presença do nosso entrevistado.
00:51Labarte, é claro que a gente está num momento muito sensível.
00:54O gráfico fala por si só.
00:56A partir do momento do acidente, as ações da Boeing despencam,
01:02se recuperam um pouco, mas fecham no patamar de uma queda perto dos 5%.
01:08Claro, às vezes a reação do investidor é muito visceral.
01:13Agora, a Boeing, repito o que eu fiz na introdução aqui da nossa entrevista,
01:19já teve uma série de acidentes recentes.
01:22Não é que eu estou voltando muito na história da Boeing, não.
01:25Entre ali 2018, 2019, voltar a acontecer em 2024.
01:30Isso pode reacender a preocupação do investidor e a gente consegue prever um futuro próximo,
01:38não muito próspero para a Boeing?
01:40Obrigado mais uma vez pela participação aqui na nossa programação.
01:45Obrigado, Marcelo.
01:47Obrigado a todos os telespectadores.
01:49A gente sabe o quanto é complexo uma indústria como a da aviação.
01:55Boeing é uma empresa mais do que centenária, criada em 1916,
01:59que praticamente representam o país que é os Estados Unidos.
02:04A gente sabe que, obviamente, essa tragédia, ela acende uma luz vermelha,
02:11porque recentemente a Boeing teve uma série de problemas com o 737 MAX.
02:17Foi motivo até de documentários através do Netflix sobre o que aconteceu internamente da Boeing
02:30ter ofuscado um pouco todos os problemas que teve com o MAX.
02:35O 787-8, um avião recente, de 14 anos, foi entregue para a India Airlines também em 2016.
02:46É bem recente, é a primeira queda desse avião.
02:50Tudo isso vai ser muito investigado, né, Marcelo?
02:53Lembrando que não só a Boeing fabrica todas as peças,
02:58mas também tem outras empresas que vão estar envolvidas nessa investigação.
03:05Mas, obviamente, uma queda de avião acende uma luz vermelha.
03:11A Boeing abriu com uma queda de mais de 8% na Bolsa Norte-Americana,
03:15acabou fechando com um pouco abaixo de 5%.
03:19Mas, conforme as investigações iniciarem, obviamente, isso pode ser melhorado ou não.
03:26E outra coisa também que eu quero lembrar é que a Air India,
03:31a dona da Air India é a Tata Group,
03:34que é um dos maiores conglomerados mundiais aí indiano,
03:39que também pode ser envolvido com queda nas ações nos próximos dias.
03:44Agora, Labarte, perdão pela frieza aqui.
03:48É claro que a gente não pode calcular o tamanho da perda humana.
03:53Foi um acidente que dá para usar, inclusive, a palavra tragédia.
03:57300 mortos, praticamente.
04:00Praticamente 50 pessoas atingidas em solo,
04:03fora as mais de 240 a bordo.
04:07Eu não quero perder a sensibilidade disso.
04:09Mas, falando da frieza e a crueldade dos números,
04:14a Boeing está ali, rivaliza com a Airbus.
04:18O que eu quero chegar, onde eu quero chegar é o seguinte,
04:20tem tantas fabricantes de aviões de grande porte,
04:24assim no mundo, diferente de montadoras de veículos,
04:28que estão na casa da dezena, quase centena,
04:31na montadoras de avião, a gente conta nos dedos de uma mão.
04:35Então, onde eu quero chegar para o investidor que seja um pouco mais ávido
04:39por riscos, que tenha mais esse apetite a risco?
04:43Convenhamos que o preço das ações da Boeing caíram aí a um valor atrativo.
04:50A tendência é de uma recuperação, porque, repito,
04:53não são tantas as fabricantes de avião assim.
04:56E as companhias aéreas é algo do século XXI,
04:59hoje a gente precisa de aviões.
05:01A tendência é que, de novo, para quem gosta do risco,
05:05é um bom momento de comprar,
05:07olhando aí um prazo um pouco mais elástico,
05:09uma recuperação, um lucro dessas ações?
05:13Marcelo, a gente sabe que, até analisando o Warren Buffett,
05:17o maior investidor do mundo,
05:19ele sempre fica fora desse setor.
05:22É um setor altamente complexo,
05:25porque envolve muitos valores.
05:27Quando a gente está falando de vidas humanas,
05:30obviamente a gente está muito...
05:33É uma tragédia que envolve muitas pessoas,
05:38mas que também vai envolver um grande montante de valores
05:41que vão ser pagos, talvez parte pela Boeing,
05:45parte pela Air India,
05:46e isso vai ser muito bem analisado.
05:49Mas a gente está falando de milhões de dólares
05:51que vão ser pagos,
05:53mesmo com empresas que têm seguro,
05:55como é o setor da aviação,
05:57vão ser pagos nos próximos meses.
05:59Então, eu ficaria fora das ações da Boeing no momento,
06:04apesar de que a Boeing é uma boa ação,
06:09pensando que o Donald Trump está realizando
06:14toda essa tentativa de fortalecer a indústria norte-americana,
06:21e a Boeing é uma das grandes que acaba fazendo com que o PIB dos Estados Unidos
06:26acabe melhorando,
06:27porque ela é uma grande exportadora.
06:29Como você mesmo disse,
06:31fora a Boeing, só existe a Airbus para aviões de grande escala.
06:36Então, no curto prazo,
06:38a gente realmente pode ver a queda nas ações da Boeing,
06:42mas a gente vai ter que ver isso,
06:44não vai ser do dia para a noite,
06:45com certeza vai levar alguns meses para chegar a uma conclusão
06:49do fato que aconteceu.
06:52Então, pode ser uma oportunidade,
06:54mas no momento ficaria de fora, com certeza.
06:56Agora, Marcos,
06:57olhando esse ainda pelo DNA do negócio,
07:02que é uma das premissas do nosso canal aqui,
07:05se a gente...
07:06É possível que a situação da Boeing,
07:08a perda nas ações,
07:10a complexidade da recuperação,
07:12como você colocou agora,
07:13isso pode virar um efeito dominó,
07:16um chain reaction,
07:18uma reação em cadeia?
07:19O que eu quero dizer com isso?
07:20Quer dizer,
07:21queda da Boeing pode levar a uma valorização da Airbus,
07:25porque elas são as concorrentes,
07:27ou praticamente elas duas,
07:28nessa produção de aviões de grande porte para passageiros,
07:32mas pode contaminar, por exemplo,
07:34o setor aéreo,
07:35quando a gente fala de turismo,
07:38as pessoas fiquem mais receosas em viajar,
07:40caiam as ações ou o movimento da indústria,
07:46da aviação, do turismo,
07:48ou você acha que isso é um movimento isolado,
07:51em comparação, por exemplo,
07:52com um traço histórico,
07:54em outros grandes acidentes,
07:55isso acabou afetando a indústria do turismo,
07:58quer dizer,
07:59contamina outras partes aí da aviação?
08:02Com certeza sim, Marcelo.
08:06Se a gente lembrar do 737 MAX,
08:10que é operado no Brasil,
08:11principalmente pela Gol,
08:14quando ocorreu os problemas com esse avião,
08:17teve, além da paralisação imediata,
08:22quando ele retornou o avião para voo,
08:25muitos passageiros não quiseram voar,
08:28ou tiveram uma série de receios
08:30para voltar a voar nesse avião.
08:33Isso pode acontecer com o 787 com absoluta certeza.
08:38Se for comprovado uma falha técnica,
08:42uma falha da Boeing,
08:44isso pode afetar, com certeza,
08:47o setor em especial, obviamente, a Boeing,
08:50e fazendo com que muitas empresas aéreas
08:54revejam contratos.
08:55A gente não pode esquecer que toda fabricação de avião
09:00leva alguns anos até ser entregue.
09:02E esses contratos, que são extremamente complexos,
09:06eles também podem ter uma cláusula
09:08no qual, caso ocorra algum problema com os aviões,
09:13uma reversão de compra
09:16e, obviamente, pode favorecer a Airbus,
09:19que é a principal concorrente da Boeing.
09:21Mas isso a gente só vai saber
09:23conforme a gente ter mais informações
09:27sobre a real causa da queda.
09:29A gente sabe que uma queda de um avião
09:32desse porte nunca é por um único motivo,
09:35mas por vários motivos.
09:37Mas o que parece ser complexo
09:41é saber que logo no começo do voo,
09:44mais de um minuto, dois minutos,
09:46o avião já caiu 190 metros,
09:49ele estava começando a levantar voo,
09:51o que demonstra que pode ter uma falha técnica
09:54e não humana para o caso.
09:56Mas as investigações vão ser feitas,
09:59as conclusões vão ser feitas,
10:01e, claro, isso pode manchar, com certeza,
10:03a imagem da Boeing,
10:05que ela é muito forte nessa aviação
10:07de alta escala para grandes destinos
10:11de voos longos.
10:13Como você mesmo disse,
10:14uma Embraer, por exemplo,
10:16não é uma concorrente da Boeing
10:18porque ela fabrica aviões de médio porte.
10:22Então, a Airbus pode ser, com certeza,
10:24favorecida com esses problemas
10:27que a Boeing deve enfrentar daqui para frente.
10:29Labarte, estamos vendo só um primeiro capítulo,
10:32a gente sabe que essas investigações demoram,
10:35haverá desdobramentos,
10:36queria agradecer os teus esclarecimentos
10:39e saber que a gente pode contar aí
10:42com as suas análises
10:45quando outros capítulos dessa história aparecerem.
10:49Queria agradecer aqui publicamente
10:50a conversa que eu tive com Marcos Labarte,
10:52que é sócio-fundador da GT Capital.
10:56Labarte, obrigado mais uma vez,
10:57até a próxima.
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