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O diretor executivo da Anfavea, Igor Calvet, analisou ao vivo a queda de 8,2% na produção em novembro e explicou como juros altos, importados e retração nos caminhões devem impedir o setor de atingir a projeção de 2025.

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Transcrição
00:00E a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfávia, divulgou mais cedo os resultados referentes ao mês de novembro.
00:08E o setor apresentou queda nas principais frentes analisadas.
00:11A produção de veículos caiu 8,2% em comparação ao mesmo período do ano passado.
00:17Com esses resultados, o setor não deve chegar à projeção prevista para este ano.
00:22E a gente vai ter uma conversa agora ao vivo sobre isso.
00:25O diretor executivo da Anfávia, Igor Calvé, está aqui ao vivo com a gente para falar mais sobre esses resultados.
00:32Tudo bem, Igor? Ótima tarde para você. Bem-vindo ao Fast Money.
00:36Tudo bem, Natália. Boa tarde. É um prazer estar aqui com vocês.
00:40Bom, vamos lá. Preciso começar te perguntando exatamente sobre os fatores e se esse resultado,
00:47então, abaixo, se a gente for comparar com o mesmo período do ano passado,
00:51se isso surpreendeu, se vocês já estavam esperando por isso, Igor?
00:57Bom, Natália, esse é um resultado que reflete o que tem acontecido ao longo de todo o ano de 2025.
01:08Essa queda de 8,2% é exatamente em relação ao que foi o mês de novembro de 2024.
01:16Mas nós temos que lembrar que o ano de 2024, do ponto de vista macroeconômico, foi muito diferente em 2025.
01:25Naquele momento, em 2024, nós tínhamos, por exemplo, uma taxa Selic de 11,4%.
01:32Hoje nós trabalhamos com a taxa básica de juros da economia de 15%.
01:38Logo, esse é um fator que constrange muito a produção. Por quê?
01:42Porque limita a venda e o licenciamento de veículos, uma vez que o consumidor final consegue comprar.
01:51Naquele momento, a taxa de juros para a pessoa física se encontrava em um patamar de 26%, 25%, 26%.
01:59Agora nós estamos com mais de 27%.
02:02Ou seja, nós tínhamos uma conjuntura muito diferente.
02:06Então, esse é o resultado, sim, de uma questão macroeconômica mais ampla.
02:11Outra frente, o que nós estamos vendo acontecer também é a entrada de muitos veículos importados no país.
02:19E a entrada de veículos importados significa também uma menor produção.
02:23Mas o que me chama bastante a atenção, não só na produção de veículos passageiros, como nós estamos vendo,
02:31mas me chama muito mais a atenção a queda que tem acontecido na produção de veículos pesados,
02:38os ditos caminhões, os caminhões pesados, que já acumulam uma queda de mais de 20% ao longo do ano.
02:45O que é um fato a ser registrado.
02:47Afinal de contas, o PIB está crescendo, nós temos uma safra muito boa no ar,
02:51mas a venda de caminhões não está acontecendo, tá?
02:56E você atribui isso à questão dos juros também, Igor?
03:00Sobretudo juros, né?
03:02Você tem que imaginar aqui, no caso dos caminhões, o que nós precisamos é que o comprador final,
03:09geralmente, são os grandes frotistas, né?
03:12São pessoas jurídicas, não são pessoas físicas que compram caminhões.
03:16Estão diante de uma taxa de juros de 15%, de juros básicos, né?
03:22Quando você vai financiar um CDC ou mesmo via o BNDES, o Finame,
03:28nós chegamos a uma média de 18%, 20%, às vezes 22% de juros,
03:33a depender do cliente.
03:34Significa dizer que, em pouquíssimos anos, você leva um caminhão, mas paga quase dois,
03:42dada a taxa de juros.
03:43Nesses cenários, né, de juros muito elevados, o que acontece é que um comprador,
03:49ele vai adiar o seu investimento.
03:52Comprar um caminhão é um investimento, é algo que indica a produtividade da economia.
03:57E, durante esse ano, nós tivemos uma retração.
04:01Quando a venda de caminhões cai, significa dizer que a produtividade brasileira também está caindo.
04:08Exatamente, né?
04:09E mostra muito, fala muito sobre a confiança, né, desse produtor por trás dessa compra do caminhão também, né, Igor?
04:18A confiança, ela é básica da nossa economia, né?
04:22Quando nós vemos um PIB subindo, numa expectativa que nós temos no próximo ano,
04:28também de PIB positivo, de uma safra talvez menor do que desse ano,
04:33o nosso comprador final, ali, você está confiante.
04:36Está confiante de que as coisas, o cenário macroeconômico vão melhorar.
04:41Nossa expectativa, como setor automotivo, é de que o indicativo da queda de juros
04:48vai acontecer no primeiro trimestre do próximo ano.
04:51Se assim acontecer, as expectativas já começam a se alinhar favoravelmente,
04:57mas o resultado prático, ele vai acontecer seis a nove meses depois da queda da taxa de juros.
05:05O que significa dizer, praticamente, que ocorrendo a queda no primeiro trimestre do ano que vem,
05:12nós praticamente perdemos o ano de 2026.
05:15Será um ano bastante difícil, bastante desafiador para o mercado brasileiro.
05:21tanto dos automóveis, quanto dos caminhões, Natal.
05:25Certo.
05:25Super quarta vem aí.
05:27Imagino que vocês vão estar todos acompanhando atentamente,
05:30não só o que vem de divulgação oficial, mas o comunicado que acompanha do Banco Central.
05:36Agora, Igor, olhando para além de novembro, fazendo um zoom out para os dados de novembro,
05:42apesar desse recuo mensal, o acumulado do ano ainda está crescendo, correto?
05:49Eu queria te pedir uma avaliação, assim, do desempenho geral do setor de automotivo ao longo de 2025.
05:55É claro.
05:57Bom, o que nós temos, a Anfabia projetou esse ano, em termos de produção, um incremento de quase oito por cento.
06:05Significa dizer que nós produziríamos oito por cento a mais esse ano do que nós produzimos no ano de 2024.
06:14Nós tivemos um primeiro semestre bastante bom.
06:18Eu até diria que o primeiro quadrimestre, os quatro primeiros meses do ano foram muito bons.
06:22Depois disso, nós tivemos uma descendente, o consumidor comprando menos,
06:28as nossas exportações que estavam indo muito bem, continuaram crescendo, mas no ritmo menor.
06:33Então, o que nós temos hoje no acumulado é um crescimento de 4,1% da produção.
06:41Isso é, basicamente, 5% a menos daquilo que nós esperávamos.
06:48Então, o que nós temos?
06:48É um ano em que haverá crescimento de produção, mas ele é um crescimento menor do que aquilo que todos nós prevemos no final do ano passado.
06:58É muito importante lembrar que nós trabalhávamos com um cenário, seja ele fiscal, seja ele da nossa política monetária,
07:08seja ele das questões geopolíticas mundiais, muito diferente no final do ano passado.
07:13Por essa razão, as projeções foram loucas.
07:17Durante esse ano, nós tivemos questões geopolíticas muito importantes,
07:21que mexeram as placas tectônicas da geoeconomia mundial.
07:25Nós, durante todo esse ano, nós também tivemos várias ações do mercado,
07:31uma questão do IOF que mexeu muito conosco.
07:33Nós tivemos a crise recente dos semicondutores e dos chips.
07:38Ou seja, foi um ano bastante turbado, com bastante novidades,
07:44que estremeceram um pouco a base do nosso mercado.
07:47Então, basicamente, o que pode acontecer é que nós vamos fechar o ano
07:51praticamente a metade da projeção que nós fizemos no ano passado.
07:56Isso por quê?
07:58Porque todas as condições, várias coisas aconteceram, as variáveis,
08:01todas se misturaram ao longo desse ano.
08:04Mas, é importante dizer, ainda não otimizam.
08:07Vamos terminar o ano ainda com números positivos.
08:10Só esperamos que o ano de 2026 traga boas notícias para nós,
08:14no aspecto fiscal, na política monetária,
08:17e também que a gente tal marinha, que a instabilidade está muito grande.
08:22E os nossos investidores, assim como os nossos consumidores,
08:25eles são muito sensíveis a essa instabilidade.
08:29Quando você chega no momento em que o consumidor vai comprar,
08:32se ele sente que algo vai mudar,
08:34para melhor ou para pior, ali logo adiante,
08:37você tem uma antecipação da compra, que não acontece agora,
08:41ou você, na verdade, adia a compra,
08:44esperando que a situação se torne mais estável.
08:46A instabilidade, portanto, gera esses movimentos,
08:49que para nós, no setor automotivo, são muito ruins.
08:53Exatamente, porque a gente está falando de investimentos e de desembolsos
08:57que não são pequenos, são passos muito calculados, muito importantes
09:02na vida de cada um, na vida das empresas também.
09:05Igor, e lembrando que a gente está falando de um setor
09:08que tem um peso super importante no PIB, no PIB industrial,
09:12e gera muitos empregos também.
09:14Isso, o setor automotivo, ele corresponde hoje a 20% do PIB industrial.
09:23Isso quer dizer que a cada R$ 100 produzidos pela indústria,
09:28R$ 20 passam pelo setor automotivo no Brasil.
09:32Isso quer dizer que o setor automotivo, do ponto de vista industrial,
09:37é um setor de extrema relevância para a nossa economia.
09:40Todos nós estamos sofrendo essas imagens aí que passam,
09:43nós estamos falando de aço embarcado nos carros,
09:47nós estamos falando de estofamento também,
09:49nós estamos falando da parte eletrônica, de software,
09:53de borracha, de plástico, ou seja,
09:57o setor automotivo, ele tem uma cadeia muito longa.
10:00Então, quando o setor automotivo vai bem,
10:03a cadeia vai muito bem também.
10:06Então, isso importa, importa para puxar a economia brasileira como um todo.
10:12Mas não só na cadeia, que nós podemos falar,
10:14é um setor que emprega direta e indiretamente
10:17mais de 1 milhão e 300 mil pessoas.
10:21Então, nós temos, acho que do ponto de vista econômico,
10:24e sobretudo industrial,
10:26uma relevância muito grande.
10:28Então, nós precisamos cuidar,
10:30cuidar para que o setor continue crescendo.
10:33Isso é para o bem, acho que da nossa economia,
10:36para o bem da nossa indústria,
10:37e sobretudo, para o bem daqueles que trabalham
10:39e corrompidam ali ao redor do setor automotivo.
10:43Perfeito.
10:43Quero agradecer Igor Calvé,
10:45diretor executivo da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores,
10:50Anfávia, pela entrevista ao vivo aqui no Fast Money.
10:52Muito obrigada, viu, Igor,
10:53e boa semana para vocês por aí.
10:55Muito obrigado, Natália.
10:56Boa semana.
10:57Tchau, tchau.
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