Pular para o playerIr para o conteúdo principal
Em meio à pressão por ajuste fiscal, o governo Lula articula alternativas ao aumento do IOF. A analista política Julia Lindner e o economista Ricardo Balistiero comentaram os bastidores das negociações e os riscos de derrota no Congresso.

🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!

Siga o Times Brasil nas redes sociais: @otimesbrasil

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasil

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00O governo vai apresentar amanhã a líderes partidários as alternativas para o aumento do imposto sobre operações financeiras.
00:08Em coletiva na França, o presidente Lula afirmou que está tudo acertado.
00:15A reunião foi feita, sexta-feira à tarde, na minha casa, uma belíssima reunião com o Hugo Mota, com o Alcolumbre, com o Haddad, com o Rui Costa, com o Galipo.
00:29Ou seja, se for a reunião está tudo acertado, então você pode ficar certo que vai acontecer exatamente aquilo que nós acertamos, sem briga, sem conflito.
00:41Apenas fazendo aquilo que tem que ser feito, conversar, encontrar uma solução e resolver. Só isso.
00:46Aqui no Brasil, o vice-presidente Geraldo Alckmin também foi questionado sobre o IOF e disse que o governo busca o equilíbrio das contas públicas por meio de diálogo com o Congresso.
01:04É cumprir o arcabouço fiscal, ou seja, déficit zero. Por que isso é importante?
01:14Isso é importante porque evita a inflação, evita aumento do endividamento, mostra responsabilidade fiscal.
01:23Essa é a boa política do ponto de vista econômico. Não gastar mais do que arrecada.
01:30Como equilibrar essas contas?
01:33Eu acho que a solução virá pelo método ideal, que é atuar nas duas pontas.
01:40Procurar melhorar receita com eficiência, onde puder melhorar, e reduzir despesa, melhorando a eficiência do gasto público.
01:49Essas são as propostas que o Ministério da Fazenda, que o ministro Fernando Haddad, orientado pelo presidente Lula, levará neste final de semana e no começo da semana para os presidentes de ambas as casas, da Câmara, Hugo Mota e do Senado, Davi Alcolumbe, e aos líderes dos partidos.
02:12E quero destacar a prova de maturidade, de amadurecimento. O diálogo é o bom caminho. Ouvir, dialogar e resolver. Quem ouve mais erra menos.
02:24Então, acho que está bem encaminhada e vamos aguardar essa discussão que ocorrerá agora, neste fim de semana e no começo da semana.
02:33Vamos falar agora com a nossa analista de política, a Júlia Lindner.
02:39Júlia, o presidente Lula diz que a questão do IOF está toda acertada.
02:45Diante disso, o que a gente pode esperar dessa reunião de amanhã?
02:49Porque cá entre nós, o Lula disse disso, mas não falou nada. Está tudo acertado.
02:54Mas o que está acertado ainda é um enorme ponto de interrogação.
02:59O que as suas fontes te dizem daí?
03:03Boa noite, Favale, para você e para todos que nos acompanham.
03:11Realmente está sobrando otimismo para o presidente Lula.
03:14Ele disse que está tudo acertado, mas não é bem isso que eu tenho de apuração,
03:18principalmente ouvindo os líderes partidários, líderes de várias bancadas,
03:22tanto da Câmara quanto do Senado, que vão participar dessa reunião amanhã.
03:26O que acontece agora? O presidente Lula tenta mostrar essa boa vontade.
03:30De fato, ele tem algum motivo para isso, porque a gente sabe que não é usual ter uma reunião num domingo,
03:36que é o que vai acontecer amanhã. Isso é muito raro.
03:39Então, no mínimo, demonstra uma boa vontade, tanto da cúpula do Congresso,
03:43quanto dos líderes que vão se dispor a fazer esse encontro nesse momento.
03:46Mas o teor do que vai ser discutido é muito complexo,
03:50e mesmo no governo ainda não se sabe ao certo, caso isso seja aprovado, como seria viabilizado.
03:56Qual que é o ponto principal? Seria a questão das isenções tributárias.
04:00Tanto o governo quanto os líderes partidários acham que seria possível fazer uma revisão nos benefícios fiscais,
04:06ou seja, ter uma redução de preferência linear,
04:09ou pelo menos que fosse um pouco mais equivalente entre diferentes segmentos,
04:13para não concentrar em um segmento só,
04:15e aí, com isso, ter uma redução nesses benefícios, que é algo que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
04:21queria fazer desde o ano passado, não teve nenhuma boa vontade política para isso acontecer,
04:26e agora a Fazenda quer aproveitar essa oportunidade.
04:29Mas a questão é que fazer essa revisão de benefícios fiscais para muitos segmentos
04:34é algo que, operacionalmente, é muito difícil de ser feito.
04:37Então, nem mesmo o Ministério da Casa Civil sabe ao certo como isso seria executado,
04:42e, além disso, vai envolver o aval de vários líderes, como eu falei,
04:46tem muitos deles que ainda não tiveram acesso ao que vai ser apresentado amanhã,
04:51então eles ainda vão querer escutar para se posicionar.
04:54Além disso, os próprios líderes querem levar sugestões também para o Executivo amanhã,
05:00e aí vai ser preciso também aguardar o retorno do presidente Lula dessa viagem internacional,
05:05na terça-feira, para que ele também fique a par das discussões.
05:09Então, a gente vê que ainda tem muita coisa embolada para ser resolvida,
05:13e, além do mais, tem um risco grande para o governo,
05:16que seria a possibilidade desse projeto de lei,
05:20projeto de decreto legislativo, que poderia assustar o decreto do governo, por sua vez,
05:26que poderia ser pautado já na terça-feira.
05:28Então, o governo realmente vai ter que correr contra o tempo no final de semana
05:32para evitar essa potencial derrota na terça.
05:35E, além dessa questão das isenções tributárias, Favale tem muitos assuntos ainda
05:40para serem avaliados pelos congressistas,
05:42porque eles querem também rever a possibilidade de aumento de dividendos
05:46para o Tesouro Nacional por parte de estatais, como o Banco do Brasil, o BNDES, por exemplo.
05:52Tem uma questão também em discussão de limitar os repasses do Fundeb para estados e municípios.
05:58Tem também um ponto que é muito abordado pelos parlamentares,
06:02mas que tem muita resistência no governo, que é limitar, rever também os pisos de saúde e educação.
06:09Então, tem muito assunto para ser debatido, muitos líderes envolvidos também com interesses distintos
06:15e a expectativa é que amanhã seja uma conversa inicial,
06:18que, se tudo correr bem, pode prorrogar um pouco mais essa vontade do governo
06:23e a vontade do Congresso, na verdade, de assustar o decreto do governo.
06:28Então, ainda tem muita coisa para acontecer, o governo tem evitado também divulgar
06:33exatamente qual é a saída que vai ser apresentada
06:36e amanhã é que as coisas vão começar a ficar mais claras.
06:39Então, acho difícil que tudo esteja resolvido como o presidente Lula disse, Favale.
06:45Obrigado pelas primeiras informações.
06:47Júlia, a gente volta a conversar ainda ao longo do Times Brasil,
06:51mas, resumindo em duas premissas, a gente tem uma boa vontade do governo
06:55que vai fazer uma rara reunião no domingo,
06:58mas, aparentemente, eles vão resolver que vão acertar mais para frente.
07:04É isso, né?
07:07É muito provável que isso aconteça,
07:10porque o que acontece é que os líderes partidários, nesse caso, nessas reuniões,
07:14eles também precisam levar essas informações para as bancadas.
07:17Então, é muito provável que amanhã possa ter algum tipo de alinhamento,
07:21mas que só depois os parlamentares, de uma forma geral, vão ter conhecimento disso
07:26e vai ser importante porque essas votações passam pela votação de todo o Congresso,
07:31não são só os líderes que estão envolvidos.
07:34E as votações, agora, nesse caso específico,
07:36são cruciais para o governo que não quer enfrentar mais uma derrota.
07:40Vale salientar que o governo, possivelmente,
07:42vai ter que recuar desse decreto da alta do IOF,
07:45ou totalmente ou parcialmente,
07:47o que, por si só, já é uma derrota, já é um desgaste para o governo.
07:51Então, nessa votação posterior,
07:53que pode envolver ali um ajuste fiscal,
07:56alguma compensação,
07:57alguma forma de compensar
07:59essa falta, né,
08:01dessa alta do IOF,
08:03aí o governo vai ter que se organizar muito bem
08:05para evitar, realmente, que tenha
08:07algum tipo de derrota no parlamento.
08:09Por isso que amanhã é difícil que só os líderes,
08:12ou mesmo que o governo,
08:13consiga dar já uma posição,
08:15tanto sem a presença do presidente Lula,
08:18como também sem ouvir os outros parlamentares.
08:21Então, ainda tem muita água para rolar por aí.
08:24Tenho certeza.
08:24Daqui a pouco a gente volta a se falar.
08:26Júlia Linder, direto de Brasília.
08:29Bom, vamos esticar um pouco essa conversa,
08:31porque tem muita questão em aberta.
08:33Sobre essa questão do IOF,
08:35eu converso agora com o Ricardo Balistiero,
08:37que é economista e coordenador do curso de administração
08:40do Instituto Mauá de Tecnologia,
08:43que fica aqui na Grande São Paulo.
08:44Eu queria começar, professor Balistiero,
08:46perguntando o seguinte,
08:47se faltou o tato da equipe econômica,
08:51tanto para escolher o IOF,
08:54como uma medida arrecadatória.
08:57Está certo.
08:58O ministro Fernando Haddad foi muito claro,
09:01apresentou uma conta,
09:0320 bilhões e 500 milhões de reais
09:06que precisam ser cobertos
09:08para diminuir, pelo menos, o déficit primário.
09:12Escolheram o IOF.
09:13E aí começa a minha primeira pergunta.
09:15Faltou um pouco de tato,
09:16porque aí o governo vai, volta,
09:19tem que convencer bancadas a aprovar isso.
09:22Eles escolheram o caminho mais difícil?
09:25Boa noite e muito obrigado mais uma vez
09:26por participar aqui da nossa programação.
09:30Boa, Marcelo.
09:30Boa noite.
09:31Prazer é todo meu.
09:33Sim, mais uma vez,
09:34a comunicação acabou sendo
09:36o problema central desse anúncio.
09:41O anúncio era até positivo.
09:43O governo estava demonstrando
09:47um esforço grande
09:49de contingenciamento e bloqueio de despesas
09:54no sentido de chegar ao cumprimento
09:57da meta fiscal para 2025.
10:00E o anúncio acabou, de alguma maneira,
10:05sendo prejudicado
10:07por conta da questão do IOF.
10:10Ela apareceu
10:12sem ninguém estar esperando naquele momento.
10:16Isso conversa muito, Marcelo,
10:20com aquela questão
10:21do final do ano passado,
10:23da desoneração
10:24do aumento das faixas
10:28do imposto de renda.
10:29Também foi um anúncio
10:30desastroso,
10:32para dizer o mínimo.
10:33Ou seja,
10:34são questões importantes
10:37que acabaram surpreendendo
10:39o mercado
10:41e a própria classe política.
10:45Foi tão desastrado
10:46o anúncio, Marcelo,
10:48que durante a madrugada
10:50houve a necessidade
10:52de se fazer uma correção
10:53de parte da medida,
10:56porque senão denotava
10:58que o Brasil estava adotando
10:59um controle de capitais,
11:01enfim,
11:02por conta da tributação
11:05sobre remessa e recebimentos
11:08de capitais do exterior.
11:10Então, a medida em si não é ruim,
11:14mas a forma como ela foi feita,
11:17realmente a escolha
11:18não foi a melhor possível
11:21do ponto de vista
11:23dos impactos que isso teve
11:25tanto no mercado
11:26quanto na classe política.
11:28E convenhamos,
11:29professor Palicieiro,
11:30essas falhas de comunicação,
11:32vamos tratar dessa maneira,
11:33têm pesado como uma bigorna
11:35no colo do governo.
11:37E talvez tenhamos visto
11:38mais uma presepada
11:41ou mais uma escorregada
11:43do governo nesse sentido.
11:44Mas vamos supor,
11:46pegar uma alternativa,
11:48se não for aprovada
11:50a sobretaxação
11:51ou o reajuste
11:52para cima do IOF.
11:54O ministro Haddad,
11:55repito,
11:56deixou muito claro
11:56que ele precisa de 20,5 bilhões
11:59de dólares aí
12:00para diminuir o déficit.
12:02Qual seria agora
12:03a melhor alternativa?
12:06Fatiar o que poderia
12:07ser reajustado no IOF,
12:09ir atrás de outro imposto?
12:11Um dos problemas
12:15do anúncio
12:19é exatamente esse, Marcelo.
12:21Como a sociedade está saturada
12:23do pagamento de tributos,
12:25qualquer discussão
12:26de criação de tributos
12:28ou de aumento
12:29acaba tendo um impacto
12:31muito negativo.
12:33Então, pensando no curto prazo,
12:35se o anúncio fosse bem feito,
12:37se tivesse sido negociado,
12:39se a parte política
12:42do governo
12:42tivesse sido
12:43envolvida no processo,
12:47eu tenho a impressão
12:47que isso teria passado
12:49até com alguma tranquilidade.
12:51Mas, uma vez que isso
12:52não ocorreu,
12:54nós vamos ter que tratar
12:55de questões
12:56mais estruturais
12:57e que são
12:58mais lentas
13:00do ponto de vista
13:01de implementação
13:02e com um custo político
13:03maior.
13:04E eu passo
13:05por algumas delas, Marcelo.
13:07Primeiro,
13:07são as emendas
13:08parlamentares.
13:10Vamos lembrar
13:11que o parlamento brasileiro
13:12ganha uma força
13:13muito grande
13:14desde o governo Bolsonaro,
13:17uma vez que o governo
13:18Bolsonaro era um governo
13:19que tinha dificuldade
13:20de articulação política
13:21com o Congresso.
13:23Então, o Congresso,
13:24de alguma maneira,
13:25assumiu um protagonismo
13:27maior com as emendas,
13:29que hoje já totalizam
13:30mais do que 40 bilhões,
13:32que é um valor
13:33que, do ponto de vista
13:34internacional,
13:35é muito elevado.
13:37Então, a primeira coisa
13:38é pensar nas emendas
13:39parlamentares.
13:40Segundo,
13:41a desoneração
13:42de alguns setores
13:43da economia,
13:44que ainda são muito
13:46beneficiados
13:47por isenções
13:48tributárias.
13:49E, pensando
13:51de uma maneira
13:52um pouco mais ampla,
13:54uma reforma
13:55administrativa
13:56que possa realmente
13:58dar mais racionalidade
14:00ao setor público.
14:02Agora, veja que
14:03todas elas,
14:04principalmente uma reforma
14:06administrativa,
14:07elas demoram muito.
14:09Então, quando você
14:09pensa na criação
14:10de um tributo,
14:11ele é muito mais rápido.
14:12Então, as alternativas
14:14seriam essas,
14:15mas o custo político
14:16da negociação
14:17vai ser muito maior
14:19do que seria
14:20caso, por exemplo,
14:22o governo
14:23tivesse tido
14:24a habilidade
14:25de chamar
14:26todos os atores
14:27previamente
14:28para que isso pudesse
14:29ser devidamente alinhado.
14:30tivesse tido
14:32de chamar
14:33de chamar
14:34de chamar
14:35de chamar
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado