Pular para o playerIr para o conteúdo principal
A presidente da Abal, Janaina Donas, analisou os impactos econômicos da nova tarifa de 50% sobre o alumínio nos EUA. Em 2024, o Brasil exportou 72 mil toneladas do metal ao país. O cenário amplia riscos de desvio de comércio e ameaça a cadeia de reciclagem nacional.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://tinyurl.com/guerra-tarifaria-trump

🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!

Siga o Times Brasil nas redes sociais: @otimesbrasil

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasil

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00A escalada tarifária nos Estados Unidos reacende o alerta para o setor de alumínio no Brasil.
00:06Começou a valer essa semana a sobretaxa de 50% na importação de alumínio e aço nos Estados Unidos.
00:13Os metais já vinham sendo sobretaxados em 25% numa fase anterior do tarifácio de Donald Trump.
00:20Para analisar os impactos dessa medida para o Brasil, a gente conversa agora com a presidente da ABAO,
00:26a Associação Brasileira do Alumínio, a Janaína Donas.
00:30Janaína, boa tarde. Obrigado pela sua participação aqui com a gente.
00:33Eu queria dar um passo antes, Janaína, e começar te perguntando o seguinte.
00:36Que impacto sobre o alumínio brasileiro, sobre a indústria do alumínio brasileira, teve o tarifácio, ou teve a tarifa de 25%?
00:46Boa tarde, Turce. Boa tarde a todos que nos acompanham.
00:49O primeiro impacto imediato que a gente pode sentir é no acesso aos produtos brasileiros, ao mercado importante.
00:58O Brasil exportou para os Estados Unidos, somente no ano de 2024, 16%.
01:06Ou seja, a gente está falando de um volume de 72 mil toneladas de produtos de alumínio,
01:12considerando o universo de produtos que foram objetos da Seção 232.
01:17Existem outros produtos da cadeia de alumínio que também foram exportados, mas que não são objetos.
01:22O que demonstra que existe aí uma relação de complementariedade entre os dois países.
01:28Nós entendemos que a medida tem um foco para tentar coibir aí o surto de importação,
01:35objeto de relacionadas às práticas não competitivas.
01:41O Brasil não é um foco de preocupação.
01:44Nós somos aí uma indústria que tem uma relação com os Estados Unidos de complementariedade,
01:49mas nós estamos sofrendo, assim como outros países, os efeitos colaterais dessa medida,
01:54que não se restringem a uma dificuldade nos fluxos de comércio internacional.
02:01Isso tem outras implicações também para o nosso mercado doméstico.
02:05Você pode detalhar para a gente essas implicações?
02:08Bom, a primeira delas são as preocupações com o aumento dos desvios de comércio,
02:14que nós já vimos também observando.
02:16Na medida em que vários países não terão acesso ao mercado americano,
02:22que é um grande mercado consumidor, o Brasil passa a ser um dos países
02:27alvo pelo tamanho também do nosso mercado consumidor,
02:30desses riscos com desvios de comércio.
02:33A segunda implicação, a nossa segunda preocupação,
02:37que nós já vimos observando aí, não estava tão focado na,
02:42não tinha uma implicação direta com os Estados Unidos,
02:45mas que certamente vai abrigar, vai agravar.
02:50Isso tem a ver com um risco iminente de uma crise
02:54por uma disputa internacional por sucar.
02:58Ou seja, a gente tem um risco de um desmantelamento da nossa cadeia
03:04de reciclagem, que já vem sofrendo aí surtos de exportação.
03:09A gente está falando de sucata, ela é uma fonte de suprimento estratégico
03:13de alumínio, então você tem uma demanda de produtos de alumínio
03:16no mercado global que ela é crescente, da ordem de 40% a 55% até 2030,
03:22considerando as projeções de vários organismos internacionais.
03:25O Brasil está acompanhando esse crescimento, nós tivemos um,
03:30em 2024 a gente fechou o ano com um recorde de consumo de produtos de alumínio,
03:34da ordem de 13%, e a sucata é uma fonte de suprimento estratégico.
03:41Então, grande parte dessa demanda é atendida por um mix de produtos
03:44oriundos de uma produção de alumínio primária,
03:48que tem tido dificuldade de crescer por conta de uma série de fatores,
03:52então, para você ser competitivo na produção de alumínio primário,
03:55você precisa ter acesso à energia competitiva,
03:59você precisa ter uma série de outros insumos estratégicos.
04:03Isso tem se tornado cada vez mais difícil,
04:06a gente pode observar o que está acontecendo,
04:08tanto nos Estados Unidos, quanto na União Europeia,
04:10que passou por um processo de desindustrialização,
04:13que o Brasil também passou, mas a gente tem conseguido recuperar.
04:16E além do alumínio primário, a outra fonte de suprimento importante
04:21é o alumínio secundário, que provém da reciclagem.
04:25Então, hoje no mundo, a média de consumo de produtos de alumínio
04:29tem uma proporção de 66% de provenientes de alumínio primário,
04:3433% de secundário.
04:36O Brasil já tem, por conta de uma série de investimentos
04:39em capacidade de reciclagem,
04:41em fornecimento, em suprimento de cerca de 60%
04:45que vem da cadeia de reciclagem.
04:47Então, nós estamos conseguindo reverter essa trajetória
04:50de desindustrialização,
04:52com retomada de capacidade,
04:54de ligamento de fóruns para produção de alumínio primário,
04:58e esses investimentos que nós fizemos
05:00em capacidade de reciclagem
05:01foi o que garantiu que o Brasil conseguisse
05:03assumir, retomar a autossuficiência
05:06no suprimento do metal,
05:08mas num período muito recente.
05:09A gente está falando aí de 2022 para cá.
05:12Então, a gente,
05:14essa escalada de tarifas,
05:20esse movimento de protecionista
05:22que nós estamos observando,
05:24não só nos Estados Unidos,
05:25é importante dizer, obviamente,
05:26que os Estados Unidos estão agravando isso,
05:29mas isso põe aí um alerta
05:33em relação a quão vulnerável nosso país
05:37pode estar por conta desse tipo de disputa internacional.
05:41O que você estava mencionando anteriormente aí
05:44é que outros países que estão com dificuldade
05:47de vender alumínio para os Estados Unidos
05:49por causa da sobretaxa lá,
05:51estão mandando o seu alumínio para o Brasil.
05:54O Brasil vai passar...
05:55Nós já temos um cenário de desvio de comércio
05:57em alguns mercados específicos de,
06:00por exemplo, segmento de chapas, de folhas,
06:03nos quais nós temos aí uma medida compensatória
06:06que foi aplicada há dois anos,
06:08relacionados, por exemplo,
06:10às importações prevenidas da China.
06:13Nós temos uma medida de defesa comercial aplicada,
06:17mas existe, sim, um cenário de desvio de comércio
06:20que tende a se agravar com essa dificuldade de acesso.
06:26Então, por exemplo, nós estamos com 50% de sobretaxa,
06:31essas tarifas, elas são aplicadas de forma global,
06:35a única exceção que foi feita nesse novo anúncio
06:38foi para o Reino Unido,
06:39em função que estão suspensas,
06:42elas vão ser mantidas em 25% até meados de julho,
06:45quando eles esperam concluir um acordo comercial
06:49entre os dois países,
06:50mas elas estão sendo aplicadas para todos os outros países.
06:53Mas se você considerar, por exemplo, a China.
06:55A China, além da seção 232,
06:57ela tem outras sobretaxas.
06:58Então, ela tem a sobretaxa relacionada à seção 301,
07:02a sobretaxa aplicada às medidas relacionadas
07:06ao uso de fetanil.
07:10Então, por exemplo, as tarifas consolidadas para a China,
07:13elas são da ordem de 98%.
07:16Então, elas são muito maiores e essa é a dificuldade de acesso,
07:20por exemplo, desde mercado ao mercado americano,
07:25nós passamos a ser um dos países alvos dessas inundações de importações.
07:32Está deixando claro para a gente aí que o problema vai além do alumínio
07:35que a gente deixa de vender para os Estados Unidos.
07:38Para a gente finalizar, Janaína, o que a indústria está fazendo,
07:42o que a indústria pode fazer para enfrentar esse momento agora
07:45que a sobretaxa dobrou de valor, dobrou de alíquota?
07:49Bom, nós estamos mantendo diálogo contínuo,
07:51novamente com as autoridades brasileiras,
07:53para informar da situação, das nossas preocupações.
07:57É importante dizer que nós,
07:58esse cenário de escalada,
08:02ele vai colocar, vai exercer uma série de pressões
08:04sobre determinados mercados,
08:06principalmente aqueles que são dependentes de importação.
08:09O Brasil tem uma situação muito particular, única.
08:13Nós temos uma série de vantagens competitivas,
08:15uma delas é o fato de termos ativos estratégicos
08:18em uma cadeia que é verticalizada,
08:22ou seja, nós temos aqui,
08:23e essa verticalização da cadeia
08:25é o que permite que nós fiquemos menos suscetíveis,
08:29menos vulneráveis a essas estruturas que vão acontecendo.
08:32Então, significa que a gente tem menos riscos,
08:34por exemplo, de pressões inflacionárias
08:36por conta de interrupções nos fluxos de comércio.
08:40Existe também uma possibilidade,
08:42obviamente que guerra tarifária,
08:45ela nunca é positiva,
08:47sempre tem, na maioria dos casos, perdedores,
08:51existem alguns vencedores relativos,
08:54o tempo dirá, se elas serão, por exemplo,
08:56benéficas para o próprio mercado americano,
08:59mas isso vai gerar um deslocamento,
09:03além dos fluxos de comércio,
09:04e também das cadeias produtivas.
09:07Então, o que a indústria vem fazendo
09:09é justamente fortalecer
09:11essas nossas vantagens competitivas.
09:15Então, o que nós precisamos neste momento
09:16é uma visão estratégica,
09:18a gente precisa de medidas de curto prazo
09:20para evitar esse agravamento de distorções comerciais,
09:24para evitar que, por exemplo,
09:26a gente tenha um desmantelamento
09:29dessa vantagem competitiva
09:30que a gente vem conquistando aí
09:32no curso de 10, 15, 20 anos.
09:35Então, a gente precisa ter uma ação imediata
09:38para evitar esse desmantelamento.
09:41O resto, a indústria tem feito seu dever de caça.
09:43Nós temos feito investimentos importantes
09:45com o fortalecimento da nossa cadeia produtiva
09:48para evitar descupturas e dependências,
09:50inclusive evitar aumentos inflacionários
09:52por conta de situações como essa.
09:56Janaína Donas, presidente da ABAO,
09:58Associação Brasileira do Alumínio.
10:00Janaína, muito obrigado pela sua gentileza
10:02em compartilhar com a gente aqui
10:03esse diagnóstico da indústria do alumínio.
10:05A gente vai continuar acompanhando o assunto.
10:07Um bom fim de semana para você. Obrigado.
10:10Muito obrigada, Tuz.
10:11Bom fim de semana, Tuz.
10:12Obrigado.
10:12Obrigado.
10:13Obrigado.
10:14Obrigado.
10:15Obrigado.
10:16Obrigado.
10:17Obrigado.
10:18Obrigado.
10:19Obrigado.
10:20Obrigado.
10:21Obrigado.
10:22Obrigado.
10:23Obrigado.
10:24Obrigado.
10:25Obrigado.
10:26Obrigado.
10:27Obrigado.
10:28Obrigado.
10:29Obrigado.
10:30Obrigado.
10:31Obrigado.
10:32Obrigado.
10:33Obrigado.
10:34Obrigado.
10:35Obrigado.
10:36Obrigado.
10:37Obrigado.
10:38Obrigado.
10:39Obrigado.
10:40Obrigado.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado